Campeonatos do Mundo - Inglaterra 1966

Os meses que antecederam o torneio ficaram marcados pelo roubo da Julius Rimet. Um cão chamado Pickles ganhou a imortalidade ao encontrar a taça embrulhada em jornal entre arbustros na zona sul de Londres.
Após o fracasso rumo ao Suiça 1962, Portugal fez uma fase de qualificação digna, com 4 vitórias, 1 empate e 1 derrota (num jogo a feijões contra a Roménia). Os comandados de Otto Glória deixaram para trás Roménia, Checoslováquia e Turquia.
Na memória ficará sempre a vitória em Praga por 0-1 ante a Checoslováquia. Fernando Mendes foi selvaticamente agredido por um contrário, tendo que abandonar o terreno de jogo. A jogar com 10 (naquele tempo não haviam substituições), Eusébio atirou uma valente “charutada” ao 1º poste do guardião checo que certamente esperaria um cruzamento.
José Pereira (Belenenses) foi igualmente grande ao deter uma grande penalidade (não existente) já na parte final da partida.
Estiveram presentes em solo britânico 16 selecções, repartidas em 4 grupos.
No grupo A estavam presentes, Inglaterra, Uruguai, França e México. Seguiram em frente ingleses (2V e 1E) e azuis celestes (1V e 2E). De referir o 1º jogo do mundial, um Inglaterra – Uruguai que terminou empatado a zero.
O Grupo B era constituído por RFA, Suiça, Argentina e Espanha. Com os helvéticos a serem claramente o bombo da festa, o apuramento para os 4ºs seria discutido entre as restantes nações em jogos bastante equilibrados. No final sorriram germânicos e argentinos, com nuestros hermanos (salvo erro campeões europeus em 1964) a serem eliminados por culpa de um golo de Seelar (RFA) 84 minutos.

Este brilharete ficará, contudo, manchado para sempre muito por culpa do valente “tareão” que Morais infligiu a Pelé.
Na luta pelo 2º lugar a Hungria bateu um debilitado escrete.
O grupo D ficou marcado pelo escândalo desportivo. Um golo de Fak Doo Ik aos 41 minutos, mandou para casa a Itália de Albertosi,Rivera e Mazolla. Jogasse o (in)feliz coreano no cálcio e certamente receberia a carta de despedimento.
A União Soviética, passou em 1º lugar ao vencer os 3 jogos do grupo.

Portugal foi apanhado de surpresa por uns coreanos que corriam que nem desalmados. Aos 22 minutos, já os magriços perdiam por 3-0. Reagimos e Eusébio com 4 golos (2 de penalty) colocou-nos nas meias finais. José Augusto selou a vitória portuguesa a 12 minutos do final.
Nos restantes jogos, a União Soviética bateu a Hungria por 2-1, enquanto a RFA liderada pelo jovem F. Beckenbauer goleou o Uruguai.

Debilitados e com José Pereira a facilitar no 1º golo, caímos por 2-1. Perto do final, Simões surgiu isolado, contudo as forças faltaram e a gazua permitiu o corte de Styles.
Os ingleses seguiram em frente e Eusébio saiu a chorar numa das imagens mais marcantes da história dos mundiais.
Na outra meia final, a Alemanha bateu a União Soviética num jogo viril, por vezes violento.Para recordar eternamente o golo que o jovem Beckenbauer marcou à “aranha negra”.
No jogo da consolação Portugal bateu a União Soviética por 2-1, subindo ao pódio.
A final foi realizada em Wembley, perante quase 97 mil espectadores.
Actuaram as equipas com:
Inglaterra: Banks, Cohen, Wilson, Stiles, J.Charlton, Moore, Ball, Hurst, B. Charlton, Hunt, Peters.
Alemanha Ocidental: Tilkowski, Höttges, Weber, Schulz, Schnellinger, Beckenbauer, Haller, Overath, Seeler, Held, Emmerich.

A RFA entrou melhor e fez o 1-0, aos 12 minutos por intermédio de Haller.
6 minutos volvidos Hurst empatou. A 1ª parte terminou com uma igualdade a 1 bola.
A Inglaterra controlou o 2º tempo, conseguindo chegar à vantagem aos 78 minutos com um golo de Peters. Ao cair do pano e já em desespero de causa, o defesa Weler levou o jogo para prolongamento, após uma jogada de insistência.

Melhores Marcadores
Eusébio (Portugal) : 9 golos
Helmut Haller (RFA): 5 golos
Geoff Hurst (Inglaterra): 4 golos
Frankz Beckenbauer: 4 golos
Valeri Porkujan (URSS): 4 golos
Ferenc Bené (Hungria): 4 golos