Campeonatos do Mundo - França 1998

Jules Rimet teria ficado radiante se tivesse visto o Mundial realizado em França, 60 anos depois de idealizar o maior torneio de futebol do planeta. E se fosse testemunha da vitória do seu país natal, de certeza que não teria contido a emoção.
Portugal entrou mal na fase de qualificação: empatou na Arménia e perdeu com a Ucrânia em Kiev. Porém, as vitórias caseiras sobre estas duas equipas e sobre a Albânia deram algum ânimo. Partíamos para Berlim com esperanças de repetir o apuramento como naquele dia em que Carlos Manuel atirou uma bomba do meio da rua em Estugarda e Bento viu várias bolas acertarem nos ferros da sua baliza. E tal esteve muito perto. Pedro Barbosa, que quando queria mostrava ser um dos portugueses mais talentosos da história do nosso futebol, inaugurou o marcador. Porém, Marc Batta tentou arranjar um pretexto para beneficiar os germânicos…e conseguiu. O francês quis ver uma substituição retardada por Rui Costa e o nº10 foi expulso, sob o olhar incrédulo da comitiva lusa e, certamente, da maioria dos adeptos da casa. Os anfitriões empataram e a vitória por 1-0 frente à Irlanda do Norte em Lisboa não serviu de nada, a não ser para confirmar um injusto 3º lugar no grupo.
A FIFA alargou o modelo da competição para 32 equipas dividas por 8 grupos (semelhante ao de hoje), dando mais hipóteses às confederações mais fracas de participar. 174 Equipas tentaram a sua sorte nas rondas de apuramento, graças ao novo formato mais apelativo.
O Brasil não pôde apresentar a temível dupla Ronaldo/Romário, devido à lesão do baixinho pouco tempo antes do início do Mundial. Bebeto , Rivaldo e Giovanni eram as alternativas…de luxo.
Grupo A: Brasil, Escócia, Noruega e Marrocos

Grupo B: Itália, Chile, Camarões e Áustria
A Itália começou por ceder um inesperado empate frente aos chilenos(2-2). Marcelo Salas bisou e os sul-americanos estiveram mesmo em vantagem até aos 85`, quando Roberto Baggio empatou, de penalty. Transalpinos venceram Camarões(3-0) e Áustria(2-1) e garantiram o 1º lugar. A selecção da mítica dupla Zamorano/Salas ficou em 2º. Os africanos foram a grande desilusão: Jacques Songo´o, Omam-Biyick, Wome, Mboma, Song e Job terminaram no último posto, atrás de uma selecção que tinha Andreas Herzog e pouco mais.
Grupo C: França, Arábia Saudita, África do Sul e Dinamarca

A Frana dominou por completo nesta fase, derrotando Arábia Saudita(4-0) e África do Sul(3-0), só sentido dificuldades para bater a Dinamarca(2-1). Emmanuel Petit desbloqueou o marcador após penaltys convertidos por Djorkaeff e Michael Laudrup. Os nórdicos venceram os sauditas por 1-0 e, frente aos sul-africanos, Benny McCarthy(então uma jovem estrela do Ajax) roubou-lhes um triunfo ao marcar o 1-1. Anfitriões e Dinamarca seguiram em frente.
Grupo D: Espanha, Bulgária, Nigéria e Paraguai
Os espanhóis não conseguiram o apuramento para os oitavos-de-final, de forma escandalosa. Frente à Nigéria, Hierro ainda marca um livre de forma soberba. Adepoju empatou e Raul repôs a vantagem no início do 2º tempo. Porém Zubizarreta conseguiu desviar para a sua baliza um cruzamento de Lawal e Oliseh, 5 minutos depois, desferiu uma bomba do meio da rua que o guarda-redes do Valência não conseguiu suster. Os africanos ganhariam ainda à Bulgária, com golo de Ikpeba, ocupando o 1º posto.
Os paraguaios só precisaram de dois nulos e de uma vitória sobre os africanos(3-1) para se apurarem. Os búlgaros, com Iordanov, Balakov, Kostadinov e Stoichkov, só pontuaram no 0-0 frente aos sul-americanos. No último jogo foram mesmo humilhados pela Espanha, perdendo por 6-1, num jogo em que Morientes e Kiko bisaram.
Grupo E: Holanda, México, Bélgica e Coreia do Sul

Esperava-se que a Holanda não tivesse tantas dificuldades em obter o 1º lugar…para tal manietou a Coreia(5-0), mas não conseguiu vencer belgas(0-0) nem mexicanos(2-2).
A selecção do excêntrico Jorge Campos e do goleador Luís Hernandez também se qualificou com 5 pontos, vencendo a Coreia por 3-1 e empatando com a Bélgica(2-2). Luc Nilis, o brasileiro naturalizado Oliveira e Marc Wilmots foram impotentes na tentativa de qualificação dos belgas.
Grupo F: Alemanha, Jugoslávia, Irão e E.U.A.

Curiosamente, o embate que mais notoriedade obteu foi o Irão-E.U.A., marcado pelas relações políticas entre os dois países. Até Bill Clinton se pronunciou acerca da partida. Estili e Mahdavikia marcaram e os iranianos fizeram a festa. De nada serviu o tento de McBride
Grupo G: Inglaterra, Roménia, Colômbia, Tunísia

Grupo H:Argentina, Croácia, Jamaica e Japão
A Argentina acabou esta fase com 7 golos marcados e nenhum sofrido, ocupando o 1º lugar. Batistuta era o goleador de serviço e marcou 4 golos(3 na vitória por 5-0 com a Jamaica e 1 no triunfo frente ao Japão por 1-0) e Ariel Ortega era apontado como o novo Maradona(1 dos 415412385715 jogadores apontados como “Novo Maradona”).
A Croácia também tinha as suas estrelas e mostrou isso mesmo ao derrotar Jamaica(3-1) e Japão(1-0). Suker tinha instinto matador, Boban era o organizador de jogo e Stanic e Prosinecki traziam magia à equipa. No jogo em que estava em causa ficar a saber quem seria o bombo da festa, os homens das Caraíbas levaram a melhor sobre os nipónicos.
Oitavos-de-Final:

No primeiro jogo decidido através da regra do “golo de ouro”, Laurent Blanc deu a vtória à França frente ao Paraguai, depois de um nulo no fim dos 90 minutos. Os paraguaios estavam apostados em arrastar a partida até aos penaltys, devido à experiência do mítico José Luís Chilavert. Com um futebol de ataque impressionante, dinamarqueses esmagaram nigerianos por 4-1. Michael Laudrup era o cérebro da equipa e deu dois a marcar. O guarda-redes africano Peter Rufai, filho do Rei da Nigéria, foi impotente para travar as investidas nórdicas.
Num jogo muito equilibrado, em Montpellier, o México esteve em vantagem sobre a Alemanha graças a um tento de Luís Hernandez, o então mais respeitado jogador da formação da América central. A um quarto de hora do final, Jurgen Klinsmann iniciou a reviravolta que culminou no 2-1 apontado por Bierhoff, o desconhecido que tinha saltado para a ribalta no euro 96, ao dar a vitória na final à Alemanha. Num jogo emocionante, a Holanda derrotou a Jugoslávia por 2-1. Davids facturou já após o minuto 90, a passe de Ronald de Boer. Davor Suker marcou o penalty que qualificou a Croácia para os quartos-de-final, frente à Roménia.

Quartos-de-Final:

Os anfitriões seguiram em frente após um confronto com a Itália em que nem Barthez nem Pagliuca viram as suas redes violadas durante 120 minutos. Di Biagio atirou à barra, na marcação das grandes penalidades, e Aime Jacquet começava a calar os críticos, principalmente aqueles(como Le Pen) que faziam oposição à convocação de jogadores nascidos em território africano. A vitória gaulesa foi, ao fim ao cabo, um pontapé na xenofobia e no racismo.

Meias-Finais:

Em Marselha, Ronaldo abriu o activo a passe de Rivaldo aos 46`, mas, já ao cair do pano, Kluivert respondeu bem de cabeça ao cruzamento de Ronald de Boer. Em mais um jogo decidido nas grandes penalidades, Taffarel foi o herói de serviço, ao defender os penaltys de Cocu e Ronald de Boer.
Liliam Thuram nunca tinha marcado ao serviço da sua selecção. Mas, frente á Croácia no Stade de France, respondeu ao golo do artilheiro Suker com um remate bem colocado de meia-distância, festejando o tento de joelhos no relvado e ar pensativo. E não se contentou, ainda assim: aos 69´ viria a colocar a sua selecção no derradeiro jogo da prova. Acabou levado às cavalitas pelos colegas.
Final:

Zagallo insistiu em Ronaldo, apesar de um suposto ataque de epilepsia do “Fenómeno” na noite que antecedeu o encontro. E realmente foi notório o deficiente estado físico do atleta. Para além das suas já evidenciadas dificuldades, Barthez ainda se encarregava de cair para cima da principal estrela canarinha em diversas disputas de bola.
Zidane começou a construir o triunfo após um canto. Assistido por Emmanuel Petit, marcava da cabeça. À entrada para o intervalo, Zizou repetiu a façanha da mesma forma. Desta vez foi Djorkaeff quem fez o passe. A meio do segundo tempo os brasileiros ganharam algum ânimo. Desailly foi expulso, Ronaldo proporcionou uma excepcional defesa a Barthez e Denilson atirou à

Quanto á medalha de prata, os croatas fizeram história na sua primeira participação, batendo a Holanda por 2-1. Prosinecki ainda tinha 29 anos mas já apresentava debilidades físicas que condicionavam…talvez com este craque em melhor forma(que fez o 1º golo contra a Laranja Mecânica) a Croácia não tivesse sucumbido ao favoritismo gaulês nas meias-finais. Suker, esse, ficou para a história como um dos grandes finalizadores da história dos Mundiais.
França: Barthez, Lizarazu, Desailly, Thuram, Leboeuf, Djorkaeff, Deschamps, Zidane, Petit, Karembeu, Guivarc´h


Melhores Marcadores:
-Suker(Croácia): 6 golos
-Batistuta(Argentina): 5 golos
-Vieri(Itália): 5 golos
-Salas(Chile): 5 golos
-Ronaldo(Brasil): 4 golos
-Hernandez(México): 4 golos
7 Comments:
É caso para dizer: "Et on lui pelera le jonc, à la mode de chez nous"!
Grande França!
ps: sempre me perguntei como é que na equipa do Brasil cabem sempre uns jogadores meio foleiros como o Vampeta, o Zinho, o Mazinho, o Junior Baiano e o César Sampaio.
Vampeta?
Acho q esse jovem posou nu para uma revista.
Que seriedade!
Os melhores apontamentos técnicos do Vampeta foram:
- com o jogo a correr, ter-se sentado sobre a bola, no meio de um "amigável" entre PSG e Benfica (diga-se que na sequência de tal floreado, salvo erro o Marchena encarregou-se de lhe largar um tremendo estalo nas ventas);
- ter comentado a sua passagem pelo Flamengo do seguinte modo: "eles fingiam que me pagavam e eu fingia que jogava".
Outro grande jogador do Brasil de 1998 era o Doriva!
ALLEZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZ FRANCEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEE
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