21 junho, 2006

Espremer a Laranja


Há 2 anos atrás, o jogo com a Holanda foi, para mim, o mais fácil do Euro 2004. Isto porque ninguém pensava em perder depois de nos ter sido mostrado, no jogo anterior com a Inglaterra, que também a estrelinha da sorte estava do nosso lado. Dick Advocaat é um treinador banal e a Laranja Mecânica também não tinha uma selecção recheada de craques em grande forma: a principal alternativa a van Nistelrooy era um ponta-de-lança veterano dispensado do Benfica(injustamente) que não estava propriamente no auge da sua carreira...Só um auto-golo de Jorge Andrade (o único português que não repetirá a titularidade 2 anos depois) causou algum transtorno a Ricardo.
Hoje, a selecção portuguesa é muito idêntica. Para além de Meira ser a única novidade, continuamos a ter connosco a Nossa Senhora do Caravaggio, a julgar pela forma como aquela bola de Omar Bravo foi rematada no penalty discutível cometido por Miguel e por outras incidências. Mas Marco van Basten operou uma renovação na sua selecção. O onze que entrou em campo no estádio José Alvalade foi:

- Van der Sar
- Reizinger
- Bouma
- Stam
- Van Bronckhorst
- Seedorf
- Cocu
- Davids
- Overmars
- Nistelrooy
- Robben

Em Nuremberga, é provável que entrem em campo:

- Van der Sar
- Heitinga
- Ooijer
- Mathijsen
- Van Bronckhorst
- Van Bommel
- Cocu
- Snejder
- Van Persie
- Nistelrooy
- Robben



Ou seja, uma selecção mais jovem e mais motivada para se dar a conhecer no maior palco do mundo. Mais de meia equipa mudou...como diria Jaime Pacheco, é uma faca de dois legumes. Irão(empatou com Angola) revelar a frescura e rebeldia da sua juventude ou acusar a sua inexperiência em grandes competições? À semelhança de Portugal, a sua produtividade ao longo dos 90 minutos tem sido instável: começaram pior contra a Sérvia e Montenegro para depois dominarem e protagonizaram uma excelente 1ª parte com a Costa do Marfim para depois sofrerem a bom sofrer no segundo tempo. O jogo de hoje, esse, pouco teve de futebol.
Depois de cumpridos os serviços mínimos com uma selecção cujo treinador parece filho de Satanás, é essencial que a experiência de Figo, Deco e Pauleta se superiorize a Heitinga, Ooijer e Mathijsen.


Fantástica a prestação dos Palancas Negras.Esteve melhor que Costa Rica e Sérvia e Montenegro, muito mais "calejadas" nestas competições, e não ficou em último no grupo, jogando taco-a-taco com uma selecção superior em termos de historial como a do Irão. Togo e Tunísia não farão, provavelmente, melhor figura. Não envergonhou...e era isso que se pedia.