26 novembro, 2005

Desabafo e homenagem

O futebol português é uma tristeza. OK, eu sei que não descobri a pólvora, mas tinha de deixar aqui o meu desabafo. O motivo mais recente para a minha indignação aconteceu ontem, quinta-feira. Como é possível que nenhum canal televisivo tenha transmitido em directo o V. Guimarães-Bolton, da fase de grupos da Taça UEFA?

Aquilo que se passa em Portugal, na relação entre o futebol e a comunicação social, é o privilégio do chamado “interesse do público” em detrimento do “interesse público”. O “de” faz toda a diferença. O conceito de interesse público diz que é aquilo que interessa de forma objectiva e prática a uma determinada população. O interesse do público é aquilo que pode não mexer com a vida das pessoas, mas que suscita interesse, muitas vezes apenas voyeurístico. Trocando por miúdos, saber como vai o debate e a aprovação do Orçamento de Estado tem interesse público, saber quem foi o último a ser expulso da 1ª Companhia não tem interesse público, mas desperta interesse em muita gente.

No futebol passa-se o mesmo. Ontem o jogo do V. Guimarães era claramente de interesse público, ainda para mais sendo a equipa de Jaime Pacheco o único representante português na Taça UEFA. Vendo as coisas por baixo, no mínimo o Vitória é um contribuinte para o ranking português na UEFA. Nenhuma TV achou interessante transmitir o jogo. Por outro lado, os jogos do Benfica na pré-época, frente a equipas da 8ª divisão suiça merecem transmissão directa. Este é um exemplo de falta de interesse público: não há nada em disputa, há muitas substituições e as equipas utilizadas normalmente nem são as previsivelmente titulares, muitas vezes nem sequer os árbitros são a sério. No entanto, reconheço que provavelmente um Etoile Carouge-Benfica amigável tem mais telespectadores que um Guimarães-Bolton para a Taça UEFA. Mas não deixa de ser estranho, num dos países que mais jogos do campeonato transmite na TV (cinco em cada jornada, em nove possíveis), nenhum canal ter transmitido o jogo de ontem. E eu pergunto: será que um Boavista-U. Leiria ou um Belenenses-Marítimo tem mais audiência que um V. Guimarães-Bolton? Tenho dúvidas.

O problema não é só das TV’s, estende-se aos outros órgãos. Por exemplo, pegando nos dois jornais desportivos de Lisboa (de forma um pouco mais acentuada na Bola), o processo de escolha para uma manchete é mais ou menos o seguinte: 1) Arranjar alguma coisa de interessante do Benfica; 2) se não houver algo de interessante sobre o Benfica, tenta arranjar-se algo menos interessante sobre o mesmo clube; 3) se mesmo assim não for possível, tenta arranjar-se qualquer coisa interessante sobre o Sporting; 4) se não existir, procura-se um fait-divers sobre o Benfica e aí surgem os penteados de certos jogadores, os álbuns de família de outros... Só depois destas opções é que se pensa em fazer manchete com o FC Porto. Os outros clubes, bem podem esperar deitados.

Esta semana Jesualdo Ferreira foi questionado, pela milhonésima vez, sobre a candidatura ao título do Sp. Braga. A resposta do professor foi mais ou menos a seguinte: “Eu sei que para vocês seria interessante eu assumir isso. Mas de que me serviria, sabendo que vocês nos iriam tratar de forma diferente da que tratam os candidatos habituais?”. Tem toda a razão Jesualdo. Seria interessante comparar as manchetes dos desportivos na época 2000/01, em que o Boavista foi campeão e o Benfica acabou em 6º lugar.

No entanto, penso que a culpa deste estado de coisas não é só dos jornalistas. Os adeptos têm muitas responsabilidades. Eu, por exemplo, nasci e vivo em Setúbal, mas tenho uma simpatia apenas moderada pelo Vitória. Nem sequer é o meu segundo clube, apesar de ser sócio há mais de 20 anos. E quando se pergunta a uma criança de que clube é, primeiro pergunta-se se é do Benfica, do Sporting ou do Porto e só depois do Vitória. O mesmo se deve passar na maior parte das cidades do país. Mas mais grave, para mim, são aqueles adeptos desses clubes mais pequenos, que depois torcem por um dos grandes em segundo lugar. Ou seja, são do Vitória (ou outro clube de dimensão idêntica ou menor), mas contentam-se em lutar por objectivos modestos (manutenção, de vez em quando a Europa) e depois torcem por um dos grandes para a luta pelo título. E se o grande da sua preferência derrotar o seu clube não ficam propriamente tristes. Daí que seja complicado, quase impossível mesmo, qualquer clube chegar ao patamar dos três grandes, tirando uma ou outra época excepcional.

Dou um exemplo para mostrar que noutros países as coisas são diferentes. Eu sempre me interessei muito pelo futebol alemão e tenho uma grande paixão pelo Eintracht Frankfurt. Sendo um histórico da Bundesliga, o Eintracht tem sido na última década um clube que tem oscilado entre a 1ª e a 2ª divisões. Uma espécie de Vitória de Setúbal, portanto, descontando o triunfo na Taça e as duas participações europeias recentes dos sadinos. Mas eu acompanho o dia-a-dia do Eintracht, leio muitas opiniões em fórums, já assisti inclusive a jogos ao vivo e sei que os seus adeptos só pensam no Eintracht e não têm qualquer espécie de simpatia pelo Bayern, pelo Bremen, pelo Hamburg, etc. Por isso o Eintracht tem uma média de espectadores em casa de 45.000, num estádio para 50.000. Em Portugal, hoje em dia e tirando os três grandes, só o Guimarães e o Braga conseguem passar dos 10 mil em alguns jogos. Nem Belenenses, nem Boavista, nem V. Setúbal, nem Académica, para só falar em clubes históricos, chegam lá perto.

O último parágrafo é dedicado a um imortal do futebol, que hoje morreu fisicamente: George Best. Dos jogadores que nunca vi jogar ao vivo ou em directo, apenas assisti a alguns resumos na TV, Best só tem um rival no meu imaginário: Mané Garrincha. Curiosamente, duas figuras muito semelhantes: ambos extremos-direitos, ambos mágicos, ambos arruinados por causa do álcool. A grande diferença é que Garrincha teve a sorte de fazer parte do fabuloso escrete e Best a desgraça de ser norte-irlandês. Por isso fizeram carreiras bastante diferentes a nível de selecções. Muita gente recorda as “maldades” que Best fez ao Benfica em 1966 (vitória por 5-1 na Luz), em 1968 (4-1 em Wembley na final da Taça dos Campeões), ao serviço do Manchester United. Eu acrescento com agrado a “maldade” que o Sporting lhe fez em 1964, quando despachou o United da Taça das Taças com 5-0 em Alvalade, com Best em campo. A morte física de Best é, desculpem a frieza, um pormenor (excepto, claro, para a família e amigos). Porque aquilo que fez nos relvados garantem-lhe a imortalidade, como a qualquer artista de génio superior.

22 novembro, 2005

Assumir é preciso

Em tempos escrevi uma posta (Abril ou Maio salvo erro) sobre as conversas do mister. Algo do tipo, "Não é meu apanágio comentar as arbitragens, mas...", ou então o sempre bonito, "A haver um vencedor teria que ser a minha equipa".
Paulo Bento, escreveu a letras douradas mais uma pérola das conferências de imprensa da SL. Palavras capazes de ombrear com a alusão de Octávio Machado aos Big Ladens do futebol naquele saudoso Benfica - Porto na 5ª jornada da época de2001/02.
Quando confrontado com o famigerado golo não validado à União de Leiria, o jovem treinador leonino remata com seriedade e brio e brio contundentes: "É possível que a bola tenha entrado. Disseram-me que a bola pode ter entrado, mas eu não vi porque estou longe". Lindo!Reparem no simbolismo do "é possível que" e "disseram-me que". Nada mau se tivermos em conta que na óptica do agora demitido Dias da Cunha, o lance não só seria legal, como ainda deveria ter sido dada ordem de expulsão a 2 ou 3 jogadores da União por protestos e assinalada grande penalidade a favor do sporting.
Para concluir esta análise cheia de facciosismo ficam as palavras de António Neiva, árbitro auxiliar de Augusto Duarte:

"Pela minha consciência, não vi a bola entrar. Por isso, não assinalei o golo. Não vi a bola totalmente lá dentro. Entre as luvas do guarda-redes e a bola parece-me que a bola está em cima da linha de golo e não totalmente dentro da baliza”, explicou António Neiva ao Maisfutebol, acrescentando que foi “um lance muito rápido e antes a bola tinha batido na trave."

Errar é humano, Sr. Neiva. Fica sempre bem assumir um erro, mas não deixo de rir a bandeiras despregadas com o facto de lhe ter parecido que a bola estava em cima da linha de golo.

Agora digo eu: não é meu apanágio comentar nem mostrar preferência pelo clube a,b ou c, contudo face ao antro de lagartagem que este blog se tornou (e também a uma certa frustração pelos 8 pontos de atraso), sou obrigado a assumir: EU SOU O UNICO BENFIQUISTA DO STAFF DA TROPA!
Para logo à noite espero que os jogadores dignifiquem a camisola e levem de vencida os franceses, equipa que está perfeitamente ao nosso alcance.
Que a borra não venha a nós e sobretudo que o Sr. Koeman páre com a irritante mania de colocar Gilberto Galdino dos Santos (Beto) no lado direito do meio campo.

Coesão?
Oh Ronald, certamente não acharias piada se Gus Hiddink ou Johan Cruyftt te colocassem sistemática a lateral ou a médio defensivo, pois não?
Pára lá de inventar. O rapaz é trinco e ponto final.
Mete mas é o João Pereira e usa o Gilberto Galdino (que apesar de ser melhor que o Paulo Almeida não tem classe para jogar de águia "vermelha" ao peito) somente no caso do Petit ou o Manuel Fernandes estarem impedidos.
Abraço.

Ass: José Cavra, o único benfiquista do staff da tropa.

20 novembro, 2005

The Champ is Here...

Como prometido, estamos de volta para dar a conhecer aos leitores o que se passou ontem na final do grande prémio de K1, 2005.
No TokyoDome completamente lotado estiveram presentes 8 dos maiores lutadores da actualidade.
Ficam de seguida os resultados.
Quartos de Final
- Semmy Schilt (Holanda) venceu Ray Sefo (Nova Zelândia) por decisão.
- Remy Bonjaski (Holanda) venceu Hong-Man Choi (Rep. da Coreia) por decisão.
- Musashi (Japão) venceu Ruslan Karaev (Rússia) por decisão
- Peter Aerts (Holanda) venceu Jerome Le Banner (França) por decisão.

Foram 4 combates equilibrados, onde a surpresa residiu na eliminação Jerome Le Banner, no nosso parecer o grande favorito à vitória final.
Peter Aerts seria contudo obrigado a abandonar o torneio devido a lesão, dando o seu lugar ao brasileiro Glaube Feitosa (praticante de Karaté).


Meias Finais
- Glaube Feitosa (Brasil) venceu Musashi (Japão) por KO no 2º round.
- Semmy Schilt (Holanda) venceu Remy Bonjaski (Holanda) por KO aos 2 minutos do 1º round.

Finalmente os KO's.
Resultados surpreendentes, nomeadamente o KO que o campeão em título, Remy Bonjaski sofreu logo no 1º assalto.

Final
- Semmy Schilt (Holanda) venceu Glaube Feitosa (Brasil) por KO aos 48 segundos do 1º round.

Estava finalmente encontrado o novo Campeão Mundial de K1.
Semmy Schilt, holandês, 32 anos, 2,12 metros e 127 Kgs. Praticante de karaté e MMA.
O holandês já havia vencido Feitosa por KO nas eliminatórias em Osaka.
É a 10º vez, 4ª consecutiva, que o título mundial de K1 fica na Holanda.

Semmy torna-se o grande lutador da actualidade sendo o alvo a abater nos próximos eventos.
Para concluir fica o palmarés do novo campeão:
- Europe Karate Champion
- DaiDoJuku Hokutoki Champion
- 9th King of Pancrase
- K-1 WORLD GP 2005 in Paris Champion
- K-1 GRAND PRIX 2005

16 novembro, 2005

Hasim Rahman, The New WBC Heavyweight Champion


Pois é, os nossos piores receios confirmaram-se.
Aos 32 anos Viltay Klitschko anunciou (dia 9/11) a sua retirada do Boxe profissional, alegando uma lesão narótula. Como consequência, o combate previsto para dia 12 de Novembro em Las Vegas acabou por não se realizar, ficando o título de pesos pesados da WBC livre.
Já em Abril do corrente ano, uma lesão nos ligamentos cruzados do joelho, impediu o gigante ucraniano (2,02 mts) de defender o título ante Rahman.
O Concelho da WBC (World Boxing Council) teve então que nomear o novo campeão de pesos pesados, recaíndo a grande maioria dos votos em Hasim Rahman.
O presidente da WBC Jose Sulaiman, informou os média, estando prevista para breve a entrega do cinto a Rahman.
Sulaiman nomeou igualmente os candidatos principais ao título de Rahman.
- Wladimir Klitschko (irmão de Vitaly)

- James Toney, dos Estados Unidos, atleta que teve que "abandonar" o título daWBA (World Boxing Association) devido a um controlo positivo para esteroides

- o vencedor do combate entre Oleg Maskaev do Casaquistão e o alemão Sinan Samil San.


Será Rahman um grande campeão?
Vi Hasim Rahman combater somente por 3 vezes.
Na 1ª , em 2001 na Africa do Sul, venceu Lenox Lewis por KO ao 5º assalto,tornando-se o novo campeão mundial.
Apesar do mérito inegável, o norte-americano estava a ser massacrado, já tendo inclusive sofrido uma contagem de protecção. O cruzado de direita que fez tombar esse grande pugilista que foi Lewis, encaro-o como um golpe de sorte que apanhou o britânico desprevinido.

5 meses mais tarde, na desforra em Las Vegas, vi um Rahman sem estofo de campeão, que acabou por ser fulminado por um Lewis sedento de vingança. Foi um daqueles combates em que se sabia de ante-mão que o cinto iria mudar de dono.

Anos mais tarde, tive o privilégio de assistir ao combate entre Rahman e oantigo campeão mundial Evander "the real deal" Hollyfield (também ele merecer de4 ou 5 posts), que terminou com a vitória de Holly por decisão.O combate teve que ser parado ao 8º assalto, devido a um hematoma enorme sobre o olho esquerdo de Hasim.

Sinceramente comparo Hasim Rahman, como a campeão mundial, a Bruce Seldon ou Oliver Maccall, homens que tombaram nas primeiras defesas do título.

O tempo dirá se estou certo ou não.

13 novembro, 2005

Idanhense

Hoje posto sobre um histórico clube das divisões inferiores portuguesas, um clube com quase 100 anos de história, a grande referência do futebol raiano... Falo, com certeza, do Clube União Idanhense! O Idanhense é o maior clube (também é o único) da vila de Idanha-a-Nova, no distrito de Castelo Branco e actua, actualmente na série D da III Divisão. E o leitor deve estar a perguntar-se porque raio é que está um post sobre o Idanhense neste blog tão consagrado, como é o Malta da Tropa... Mas a resposta é simples.
Numa altura em que se discute muito a situação financeira do futebol português e muitos clubes da Liga e Liga de Honra faltam aos seus compromissos financeiros, o Idanhense é um exemplo de boa gestão financeira e sentido de oportunidade. Ora vejamos: À 10 anos atrás o Idanhense limitava-se a jogar a feijões, que é como quem diz: Não podia descer mais do que aquilo! Uma dezena de anos volvidos e vemos o Idanhense novamente na III Divisão e a lutar pelos lugares cimeiros da classificação, mesmo tendo perdido os seus melhores jogadores, muitos dos quais para o grande rival: Benfica de Castelo Branco. Os salários dos jogadores estão em dia e o clube não mantém qualquer dívida, uma vez que o novo estádio já está pago (3 anos depois de construído). A saúde financeira do clube deve-se a uma política baseada na selecção minuciosa das contratações, na "exportação de jogadores formados no clube e na cedência do estádio para torneios nacionais e internacionais.
O novo estádio revela-se um óptimo investimento... Capacidade para 3000 pessoas em duas bancadas, balneários, ginásio, posto médico e instalações para a Imprensa (normalmente Rádo Beira Interior, Rádio Monsanto e jornal Raiano). A obra foi muito elogiada pela FPF e, actualmente, é palco de um torneio de camadas jovens que envolve, por sistema, o Sporting, Benfica, Real Madrid e Atlético Madrid.
Esta rigorosa e eficaz gestão do clube deve-se muito à colaboração da Câmara Municipal de Idanha-a-Nova (a quem endereço os maiores cumprimentos) e ao meu caríssimo amigo João Dionísio, presidente do Idanhense, que chegou a encantar o público beirão com o seu poderoso jogo centro-campista nas décadas de 60 e 70.
Actualmente os pupilos de Nuno Fonseca, vestidos pela Legea e patrocinados pelas Termas de Monfortinho ocupam a segunda posição da série D da III Divisão depois de no último fim-de-semana terem derrotado o líder, Caldas, por 3 bolas a zero. Tenho, inclusivamente, uma imagem do plantel do Idanhense, mas infelizmente, e por problemas técnicos, não posso partilhá-la com todos vós. Espero que sigam, agora, com mais atenção a carreira do Idanhense e partilhem connosco, também, a vossa simpatia por um destes clubes locais que tanto valorizam o nosso Portugal futebolístico. Acabo afirmando com toda a convicção que um dia o Idanhense jogará com um grande e não fará má figura e que o clube raiano é, sem dúvida, um dos clubes mais pós-modernistas do globo.

PS 1: Gostaria também de congratular o Sr. José Peseiro por ter ganho o prémio de treinador do ano, relativamente à época passada e desejar as maiores felicidades para o seu futuro. Desejo, também, o maior sucesso do filme sobre a vida de Paulo Futre, que, segundo o próprio, já está terminado e estreará, em breve nas salas portuguesas.


PS 2: Os meus parabéns também a Manuel José que acrescentou mais uma Taça dos Campeões Africanos ao seu curriculum. Afinal, não é só Mourinho que dá cartas no Estrangeiro... Mourinho encanta a Europa e Manuel José conquista África.

PS 3: Aproveito também já para desejar boa sorte para os jogos da selecção sub-21 contra a Suíça... Temos valor, temos equipa, temos vontade! O nosso blog cá estará sempre por Portugal e para relatar os feitos das nossos selecções.

12 novembro, 2005

Grandes antes de tempo

Johann Georg Elser é um nome desconhecido para quase toda a humanidade. Mas este cidadão alemão esteve a poucos minutos, 13 para ser mais preciso, de se transformar num herói para (quase) toda a humanidade. Depois de longos meses de trabalho, Elser tinha preparado para o dia 8 de Novembro de 1939 (fez agora 66 anos, portanto), um atentado para acabar com a vida de Adolf Hitler, que pouco antes tinha ordenado a invasão da Polónia, começando assim a II Guerra Mundial. Nesse dia, o detentor do bigode mais ridículo da História tinha agendado um discurso em Munique. O discurso realizou-se mesmo, mas sabe-se que o tempo na Alemanha, principalmente nesta altura do ano, não é grande espingarda. Daí que o pintor frustrado, que acabou a ganhar (e a perder) a vida como ditador, tenha resolvido terminar a sua intervenção às 21h07. A bomba colocada por Elser explodiu à hora prevista, 21h20. A essa hora já o Adolfo ia a caminho de Berlim. Elser acabou por ser apanhado junto à fronteira com a Suiça e veio a apodrecer em Dachau, onde morreu em 1945.

Esta introdução serve para demonstrar que, muitas vezes, a fama e a obscuridade, a glória e a desgraça, a riqueza e a pobreza, devem-se a acasos, a sortes e azares que não se podem controlar. O mesmo se passa no futebol. Uma das minhas maiores tristezas enquanto sportinguista é o meu clube nunca ter sido campeão europeu, ao contrário dos seus dois rivais históricos. E ninguém me tira a convicção de que só não conseguimos isso por azar. Mais concretamente, pelo azar de termos sido grandes antes de tempo. Como toda a gente sabe, a melhor equipa da História do Sporting foi a dos Cinco Violinos, que jogaram juntos entre 1946 e 1949. Nessas épocas o Sporting ganhou os três campeonatos disputados e uma Taça de Portugal. Noutra época a Taça não se disputou e noutra o Sporting cometeu a proeza de ser eliminado pelo Tirsense, então na III Divisão. Foi a sempre existente excepção à regra. Nessa altura, aliás, a pergunta que se fazia não era “Quem vai ganhar?”, mas sim “Por quantos vai ganhar o Sporting?”.

Mas faltou algo ao Sporting para um grande reconhecimento internacional: um título europeu. Por uma razão simples, não havia competições europeias. A Taça dos Campeões, a primeira a surgir, só nasceu em 1955. Aliás, a prova de que o Sporting era o clube português mais prestigiado na altura é que foi convidado para ser o primeiro representante luso na competição, quando o campeão era o Benfica. Só que, então, os leões já eram uma equipa em quebra e dos cinco violinos só restavam dois, Vasques e Travassos. Daí que o Sporting tivesse sido eliminado logo à primeira, pelo Partizan Belgrado. Daí que nunca saberemos se o Sporting dos Violinos era ou não a melhor ou das melhores equipas europeias. Apenas alguns jogos particulares deixam antever isso. Ficaram famosas as vitórias sobre o Lille, campeão francês, por 8-2 e sobre o Atlético Madrid, campeão espanhol, por 6-3, na capital do país vizinho.

Hoje em dia todos sabemos citar de cor os maiores clubes europeus e os maiores de cada país. Mas há alguns clubes que, tal como Elser, tiveram azar temporal e hoje caíram na obscuridade ou, pelo menos, já não têm a aura de outros tempos. Nesta posta vou recordar alguns desses clubes, em forma de homenagem singela (como fica sempre bem dizer).

Espanha:

Athletic Club de Bilbao: Foi o primeiro dominador do futebol espanhol, vencendo quatro dos primeiros oito campeonatos, nos anos 30. Foi até hoje oito vezes campeão nacional (30, 31, 34, 36, 43, 56, 83 e 84). Mais só Real Madrid, Barcelona e Atlético de Madrid. E, com os dois primeiros, é um dos três clubes totalistas na I Divisão espanhola! Venceu ainda a Taça de Espanha em 23 ocasiões, menos uma que o Barcelona e mais que o Real Madrid (03, 04, 10, 11, 14, 15, 16, 21, 23, 30, 31, 32, 33, 43, 44, 45, 50, 55, 56, 58, 69, 73 e 84). Nas provas europeias, o melhor que os bascos conseguiram foi chegar à final da Taça UEFA em 76/77, perdendo a final para a Juventus (2-1, 0-1). Hoje em dia os “Leones de San Mamés” andam longe dos títulos, muito por culpa da sua política: só jogadores nascidos no País Basco podem vestir a camisola do clube.

Itália:

Genoa CFC 1893: Foi o primeiro grande clube italiano, vencendo seis dos primeiros sete campeonatos. Ainda hoje é o quarto clube com mais títulos de campeão transalpino, a seguir aos gigantes Juventus, Milan e Inter. Ao todo, o Genoa conquistou nove campeonatos (1898, 1899, 1900, 1902, 1903, 1904, 1915, 1923 e 1924) e uma Taça de Itália (1937). Ou seja, tudo muito antes do aparecimento das competições europeias, nas quais só veio a participar uma vez. Desde 1994/95 que não participa na Serie A. Na época passada, o Genoa foi campeão da Serie B, mas problemas financeiros atiraram o clube para a Serie C1, o terceiro escalão do futebol italiano.

Torino Calcio: Um dos clubes mais lendários do futebol italiano. Foi sete vezes campeão e dominou o Calcio nos anos 40 (1928, 1943, 1946, 1947, 1948, 1949, 1976). Venceu a Taça em cinco ocasiões (1936, 1943, 1968, 1971, 1993). Participou apenas numa final europeia, a da Taça UEFA em 91/92, perdendo para o Ajax devido à regra dos golos fora (2-2, 0-0). Em 1949 viu a sua época de ouro terminada da forma mais brutal. Depois de um jogo particular em Lisboa com o Benfica, o avião que transportava a equipa colidiu com a colina de Superga, já em Turim, e 18 jogadores perderam a vida, bem como a equipa técnica e alguns dirigentes. E o Torino nunca mais foi o mesmo, só festejando mais um título, 27 anos depois. Hoje está na Serie B, depois de ter sido recusado o regresso à Serie A, devido a problemas financeiros.

Bologna FC: Foi um dos grandes do Calcio até aos anos 40. Conquistou sete títulos de campeão (25, 29, 36, 37, 39, 41 e 64) e duas Taças (70 e 74). Tem algumas presenças nas competições europeias, mas sem proezas de registo. Esta época regressou à Serie B, depois de alguns anos no escalão mais alto do futebol italiano.

US Pro Vercelli Calcio: Clube completamente desconhecido da maioria dos adeptos de futebol, foi o segundo dominador do Calcio a seguir ao Genoa. Foi campeão sete vezes (1908, 1909, 1911, 1912, 1913, 1921 e 1922). Praticamente desapareceu do mapa, pois a última época em que participou na Serie A foi em 1934/35! Hoje joga na Serie C2, a quarta divisão do futebol transalpino.

Inglaterra:

Sunderland AFC: Foi um dos primeiros campeões ingleses e conquistou até hoje seis títulos, salomonicamente divididos entre os séculos XIX e XX (1892, 1893, 1895, 1902, 1913 e 1936). Venceu a FA Cup em duas ocasiões (1937 e 1973). Nos últimos anos tem sido o chamado “Clube Elevador”, com subidas e descidas constantes entre os dois maiores campeonatos ingleses. Apenas conseguiu uma participação nas provas europeias, na Taça das Taças de 1973/74, onde foi eliminado pelo Sporting.

Alemanha:

1.FC Nürnberg: Foi o primeiro clube a dominar um período do futebol alemão, nomeadamente os anos 20. Ainda hoje é o segundo clube teutónico com maior número de campeonatos ganhos, só ultrapassado pelo inevitável Bayern. Nove vezes campeão (20, 21, 24, 25, 27, 36, 48, 61 e 68), o Nürnberg venceu ainda três Taças da Alemanha (35, 39 e 62). Nas provas europeias apenas participou quatro vezes, sem grande sucesso. Hoje, o clube da cidade do julgamento mais famoso da História da Humanidade, está na 1.Bundesliga, mas em situação periclitante, prevendo-se que nos próximos anos continue num sobe-e-desce constante.

FC Schalke 04: Depois do Nürnberg nos anos 20, o Schalke 04 assumiu-se como maior clube alemão dos anos 30 e início de 40. Nesse período conquistou o clube de Gelsenkirchen seis dos seus sete campeonatos (34, 35, 37, 39, 40, 42 e 58). Dos clubes que referi, até ao momento, o Schalke é aquele que parece querer levantar-se mais rapidamente. Nos últimos anos ganhou duas das suas quatro Taças (1937, 1972, 2001 e 2002). Além disso, depois de muitos anos obscuros nas provas europeias, o Schalke conseguiu vencer a Taça UEFA em 1997, derrotando o Inter na final (1-0, 0-1, 4-1 g.p.). E hoje em dia participa na Liga dos Campeões.

Holanda:

HVV Den Haag: Com oito títulos conquistados (1900, 1901, 1902, 1903, 1905, 1907, 1910 e 1914), só é ultrapassado no ranking do campeonato holandês pelos três grandes, Ajax, PSV e Feyenoord. O HVV venceu ainda a Taça em 1903. Não foi possível encontrar o rasto deste clube na actualidade, pelo que pode ter sido extinguido ou ter-se fundido com outro(s) clube(s).

Sparta Rotterdam: Roterdão, a maior cidade holandesa, teve um grande clube antes do Feyenoord. O Sparta brilhou sobretudo na segunda década do século XX, onde venceu cinco dos seus seis campeonatos nacionais (1909, 1911, 1912, 1913, 1915 e 1959). A este palmarés, o Sparta junta ainda três Taças da Holanda (1958, 1962 e 1966). Nos últimos (longos) anos, este clube histórico tem andado num sobe-e-desce entre os dois principais campeonatos holandeses. Esta época disputa a I Divisão.

Bélgica:

Royale Union Saint-Gilloise: Mais um clube desconhecido da generalidade dos amantes de futebol actuais, é o terceiro maior clube belga, a seguir a Anderlecht e Club Brugge, com 11 títulos conquistados (1904, 1905, 1906, 1907, 1909, 1910, 1913, 1923, 1933, 1934 e 1935). A Union ganhou ainda duas Taças (1913 e 1914). Desde 1973 que não sabe o que é jogar na I Divisão e desde então tem oscilado entre a II (onde joga actualmente) e a IV Divisão belgas.


Nota: Mais alguns clubes mereceriam destaque, mas, para o texto não ficar demasiado longo, optei por nomear apenas clubes dos dez primeiros países do actual ranking da UEFA e que tenham conquistado pelo menos cinco campeonatos nacionais.

09 novembro, 2005

Klitchko versus Rahman

É já no próximo Sábado, dia 12 de Novembro que os olhos do Mundo vão estar na arena de Las Vegas. Para o título Mundial de Boxe da WBC, categoria de pesos pesados, o campeão Vitaly Klitchko enfrenta o candidato Hasim Shariff Rahman.

Um grande combate em perspectiva entre 2 dos grandes pugilistas da actualidade.
Vitaly afirma estar preparado e que não irá cometer o mesmo erro de Lenox Lewis. Que erro? Perguntará o leitor.
Com carácter pedagógico passaremos a relatar o sucedido em 22 de Abril de 2001.
Lewis era o campeão, Rahman o candidato. O britânico dominou os 4 primeiros assaltos a seu belo prazer, contudo foi surpreendido no round seguinte por um "cross" de direita fulminante.

Pela 2ª vez na carreira, Lenox Lewis perdia o título frente a um adversário teoricamente mais fraco (a 1ª foi contra Oliver Mcchol).
5 meses mais tarde, na desforra Lewis recapturou o cinto após KO técnico.
Estava igualado o mítico record de Muahmed Ali (3 vezes campeão mundial). Lewis tem igualmente a honra de ser juntamente com Rocky Marciano, os únicos 2 pugilistas da história a retiraram-se da competição com o título de campeão de pesos pesados.

Voltando ao combate do próximo Sábado, Vitaly (também ele já derrotado porLewis, em 21/06/2003) afigura-se para nós como favorito. Vai ser complicado ao norte americano fazer face a este autêntico gigante humano.
Finalizar ficam algumas informações sobre os 2 atletas.
Prometemos voltar com o rescaldo do combate.

Vitaly Klitchko

- 34 anos, Natural de Kiev na Ucrânia
- 2,02 mts
- 35 Vitórias (34 KO's) e 2 Derrotas
- Antigo campeão de pesos pesados da WBO
- Actual campeão da WBC

Hasim Shariff Rahman "The Rock"

- 32 anos, Natural de Baltimore nos EUA
- 1,85 mts
- 41 Vitórias (33 KO's), 1 Empate e 5 Derrotas
- Antigo campeão da WBC

08 novembro, 2005

Boa ou Má Aposta?

Uma recente entrada de capital da parte de multimilionários tem causado um grande impacto no mundo do futebol. O Chelsea de Abramovich tem sido imbatível; o CSKA de Moscovo, clube onde o mesmo empresário tem investido, fez furor ao ganhar a última Taça Uefa, o Campeonato e a Taça da Rússia; o Corinthians de Kia Joorabchian, presidente do MSI, segue em 1º no Brasileirão, depois do seu fundo de investimentos ter apostado nas contratações de jogadores como o argentino, ex-estrela do Boca Juniors, Carlos Tevez; o homem que era craque quando lhe apetecia (o que era raro), Roger Galera, ex-Benfica, ou o ex-portista campeão da Europa , Carlos Alberto.

O mais destacado pela sua ligação a Portugal é o magnata Alexey Fedorichev, dono do Dínamo de Moscovo, que desde o mês de Dezembro do ano passado insiste no mercado lusitano a toda a força. A parceria entre o russo e o empresário Jorge Mendes levou vários talentos a emigrarem: na 1ª remessa nomes como Danny, que nunca teve grandes oportunidades no Sporting; Freachaut, internacional de créditos firmados ex- Boavista e Vitória de Setúbal; Jorge Ribeiro, ex- Gil Vicente formado nas escolas do Benfica; Derlei, campeão da Europa com Mourinho;o jovem talento Cícero, ex-Braga ;Thiago, defesa dos escalões de formação do Porto rotulado de “novo Aloísio” e Luís Loureiro, já regressado, fizeram as malas.


O início de percurso foi tudo menos promissor: 5 derrotas nos 8 primeiros jogos; exibições miseráveis. Iria Fedorichev questionar as suas compras de Natal? Não, pelo contrário. Os primeiros responsabilizados foram o mais titulado treinador da Rússia na actualidade, Oleg Romantsev, despedido juntamento com Dimitri Bulykin e Diatel, dois jogadores russos. O técnico teceu críticas aos reforços aquando da sua saída: "Espero que os atletas sejam agora capazes de formar um grupo, coeso e tolerante, e sejam mais responsáveis".
Foi então tempo de reforçar o investimento em terras lusitanas: do Porto chegaram Maniche, Costinha, Nuno e Seitaridis, enquanto do Sporting Enakarhire voou para Moscovo.

O Dínamo está a meio da tabela, no oitavo lugar, e conta com 11 vitórias, 2 empates e 16 derrotas; 35 golos marcados e 46 sofridos. Este fim de semana perdeu com o CSKA, em casa, e viu o seu rival de sempre fazer a festa do título mesmo em frente das suas barbas. O treinador entretanto contratado, o brasileiro Ivo Wortmann, já abandonou o clube.
Terá Fedorichev condições para continuar o seu projecto ou será tempo de deitar por terra o trabalho que se tem vindo a desenvolver desde os finais do ano passado? A cultura latina é, como se sabe, muito diferente daquela encontrada no leste da Europa, o que dificulta, e muito, a adaptação de qualquer jogador português. Maniche já afirmou o seu desejo em abandonar Moscovo e não foi nada benevolente nas palavras. “Não gosto do país, não gosto do clima, não gosto do clube”, foram as palavras na véspera de um jogo entre as selecções portuguesa e russa, que, muito provavelmente, só não desencadeou um mau clima no balneário devido à tradução posteriormente feita.
Curioso ainda o facto de Fedorichev não recuar na sua estratégia: Cristiano Ronaldo e Luiz Filipe Scolari já fazem parte da próxima lista de compras do proprietário da FEDCOM, que se gaba de apostar muito mais no mercado que os rivais Spartak,CSKA e Torpedo, ainda que isso não se consiga reflectir em campo. Terá esta comunidade lusa em Moscovo o sucesso pretendido? Só o tempo o dirá.

P.S.: Acabei de abrir o site do jornal A BOLA e deparei-me com um curioso título: “Vítor Baia( benfiquista até aos 10 anos) diz nunca ter percebido as opções de Scolari”. Estranho…nunca vi esse mesmo jornal escrever "sportinguista até aos 22 anos" após o nome de Simão.

Histórias de Chicago


Um Melhor Cesto de Sempre
Em 1991 os Bulls disputavam pela 1ª vez a final do campeonato.
No jogo 1, o poderoso extremo Sam Perkins deu a vitória aos LA Lakers, com um lançamento de 3 pontos no final da partida.
No jogo seguinte, Jordan executou possivelmente o movimento mais espectacular da história do jogo.

Com uma vantagem confortável no marcador, "Air" prepara-se para voar sobre os adversários e depositar a bola no cesto,... mas subitamente decide mudar de mão e na queda converte 2 pontos impossíveis, perante o olhar incrédulo da assistência, colegas e adversários.
Quanto às séries, Chicago venceu por 4-1, conquistando o seu 1º título.

"I can't Miss..."
No ano seguinte, Chicago estava uma vez mais na final, encontrando agora os Portland Trail Blazers de Clyde Drexler, o Michael Jordan do Oeste.
Renascia a Blazermania com os fanáticos adeptos de Portland a sonharem com o título de 1977, ano em que Bill Walton dominou.
Logo de início Jordan decide aniquilar o valoroso adversário com uma exibição de gala. Uma 1ª parte fantástica com 34 pontos, entre os quais 6 lançamentos de 3 pontos convertidos em igual número de tentativas.

Num momento marcante, Sua Alteza Real vira-se para o banco de suplentes dos Blazers, às prdens de Ric Adelman, encolhe os ombros e endereça um pedido de desculpas. Ele não conseguia falhar.

Está provado, o homem voa
Foi contra Clevland no saudoso ano de 1989.
Os Cavs estavam na frente, mas Chicago tinha a hipótese de efectuar o último lançamento. Craig Elho, tem a responsabilidade de parar Michael Jordan.O 23 dos Bulls faz o tempo passar, encara o adversário, dibra para dentro e quando se encontra ao nível da linha de lance livre sobe para marcar. A posição defensiva de Elho é fantástica, parece que vai bloquear o lançamento, mas... Jordan permanece no ar sem largar a bola. Já com o adversário no chão, a bola são daquelas mãos enormes e ... "nothing but net", como dizem os americanos.

Os Cavs estavam eliminados.

06 novembro, 2005

Histórias de L.A.


O Nascimento de um Mágico
1980, finais da NBA, Los Angeles Lakers contra Philadelphia 76ers.
No jogo 5, Kareem Abduljabar efectuou um jogo de sonho ao apontar 40 pontos, colocando os californianos na liderança por 3-2. Uma lesão no tornozelo na parte final do encontro, impediu o fabuloso centro de actuar na partida seguinte.
Na viagem para Philadelphia, um rookie de 20 anos, chamado Erwin Jonshon tentou acalmar os companheiros dizendo: "Tenham calma porque está aqui o 32".
Actuando de início no lugar de Kareem, "Magic" Jonshon entrou para a galeria dosimortais ao apontar 42 pontos, capturar 15 ressaltos e dar 7 assistências.

Os Lakers venceram por concludentes 123-107, e o Spectrum de Philadelphia via nascer mais uma estrela.

Pos "Memorial Day Massacre"
Desde 1979-80 até 1988-89, os LA Lakers estiveram presentes por 8 vezes na finalda liga NBA (ganharam 5).
Em 1985, com 38 anos, Kareem Abduljabar era tido pelos críticos como "velho" e na curva descendente da carreira.
O jogo 1 das finais ante os Celtics de Boston parecia dar razão ao cépticos com Kareem impotente ante um grande Robert Parish.
Terminou o jogo com 12 pontos e 3 ressaltos.
Boston venceu por 148-111, numa vitória que ficaria para a história conhecida por Memorial Day Massacre.

Durante os próximos 2 dias Kareem passou horas a ver vídeos do jogo e atreinar, sobretudo dribles em sprint.O jogo 2 marcou o regresso do poste fabuloso, com Jabar a contabilizar 30pontos, 17 ressaltos, 8 assistências e 3 contras, liderando os Lakers a uma vitória por 109-102.
LA venceu as séries por 4-2.

04 novembro, 2005

Final do Grande Prémio K1 2005

É já no próximo dia 19 de Novembro que se vai realizar no Tokyo Dome a final do grande prémio de K1.
A Malta da Tropa vai estar em terras nipónicas para levar até si toda a emoção do maior torneio de uma das 3 grandes federações de de artes marciais do mundo (k-1, MMA e Pride).
Até lá fiquem com a previsão dos combates dos quartos de final.

Combate nº1
vs
Remy Bonjasky (Holanda)
-28 anos, 1.93 metros e 107Kgs.
- 53 Vitórias e 11 Derrotas (31 KO's)
- Praticante de Muai Thay
- Venceu o grande prémio em 2003 e 2004
É terrível no seu jogo de joelhos. Um sério candidato à vitória final

Hong-Man Choi (Rep. da Coreia)
- 25 anos, 2.18 mts e 160Kgs
- 5 Vitórias e 0 Derrotas (3 KO's)
- Praticante de Ssirum
- Na última eliminatória em Osaka, venceu o Bob "The Beast" Sapp
Um homem perigoso devido ao seu tamanho, contudo é bastante inexperiente e deverá sentir grandes dificuldades face ao campeão mundial.

Combate nº2
vs
Ray Sefo (Nova Zelândia)
- 34 anos, 1,80mts e 107Kgs
- 57 Vitórias e 12 Derrotas (37 KO's)
- Praticante de Kickboxing
- Na última eliminatória em Osaka, venceu o Kaenorning do Japão
Um homem a ter em conta. foi finalista em 2000 e 3º em 2002. Muito forte com os punhos.

Semy Shilt (Holanda)
- 32 anos, 2.12 mts e 127Kgs
- 8 Vitórias e 1 Empate (2KO's)
- Praticante de MMA e Karaté
- Na última eliminatória em Osaka venceu o brasileiro Feitosa.
Tal como Choi é bastante perigoso devido ao seu tamanho, contudo é mais experiente doque o coreano. É o actual campeão europeu de K-1.

Combate nº3
vs
Jerome Le Banner (França)
- 33 anos, 1.88mts e 123Kgs
- 48 Vitórias, 9 Derrotas e 1 Empate (38 KO's)
- Praticante de Kickboxing
- Na última eliminatória em Osaka venceu por KO o tobaguenho Gary Goodbridge.
É o melhor atleta a nunca vencer o grande prémio, apesar de já ter sido finalista em 1995 e 2002 e 3º classificado em 1999.
É na nossa opinião e apesar da grande valia de Peter Aerts, o grande favorito à vitória final.

Peter Aerts (Holanda)
- 35 anos, 1.93mts e 108Kgs
- 79 Vitórias, 33 Derrotas e 1 Empate (57 KO's)
- Praticante de Kickboxing
. Na última eliminatória em Osaka venceu o norte americano Mighty Mo por KO.
Um nome que dispensa apresentações. Já foi campeão mundial por 3 vezes (1994, 1995 e 1998). Outros dos grandes favoritos à vitória final, apesar de estar longe do fulgor de outros tempos.

Combate nº4
vs
Musashi (Japão)
- 33 anos, 1.82mts e 104 Kgs
- 40 Vitórias, 20 Derrotas e 5 Empates (12 KO's)
- Praticante de Karaté
- Na última eliminatória em Osaka venceu o sul africano François "The White Bull" Botha, antigo campeão mundial de Boxe na categoria de pesos pesados.
Vencido por Remy Bonjasky na final de 2003 e 2004, Musahi é sempre um homem a ter em conta. Irá combater frente ao seu público o que constitui sempre um factor extra de motivação.

Ruslan Karaev (Rússia)
- 22 anos, 1.85 mts e 99 Kgs
- 3 Vitórias e 1 Derrota
- Praticante de Kickboxing
- Na última eliminatória em Osaka venceu Nordstrand.
O mais novo e o mais leve dos 8 finalistas.
Face a Musashi não deverá ter grandes hipóteses.

E pronto, os dados estão lançados, resta esperar pelo evento.
O título normalmente fica na Holanda, vamos ver como será este ano.