30 janeiro, 2006

Superliga Europeia: para quando?

A temporada 2005/06 está a ser muitíssimo curiosa. Estamos apenas sensivelmente a meio da época e chegamos à conclusão de que os campeões daqueles que são os campeonatos mais competitivos da Europa já estão encontrados, a não ser que aconteça algum cataclismo. Será que começa a ser tempo de se pensar a sério numa Superliga Europeia?

O ranking da UEFA é, penso que é pacífico admitir, o grande medidor da qualidade dos vários campeonatos europeus. E esse ranking diz que Espanha, Itália, Inglaterra, França e Alemanha possuem, por esta ordem, as ligas mais fortes do Velho Continente. Mas será que uma liga pode ser forte e interessante quando no final da primeira volta o campeão já está praticamente encontrado? Senão vejamos:

Espanha: Ao fim de 21 jornadas (17 por disputar), o Barcelona lidera a classificação com 52 pontos, mais 12 que o Valência e mais 13 que o Real Madrid.

Itália: Com 22 rondas realizadas (a 16 do fim, portanto), a Juventus já soma 59 pontos, oito a mais que o Inter e 12 a mais que o AC Milan.

Inglaterra: À 23ª jornada (15 para o final), o Chelsea tem 62 pontos, mais 14 que o Manchester United e mais 18 que o Liverpool. Os “reds” têm dois jogos em atraso, mas mesmo que ganhem, ainda ficam a 12 pontos dos “blues”.

França: Disputadas 24 jornadas (restam 14 para disputar), o Lyon, mesmo com um jogo em atraso, já tem 54 pontos, nove de avanço sobre Bordéus e 12 sobre o Auxerre.

Alemanha: Realizadas 18 jornadas (faltam 16), o Bayern Munique leva 47 pontos somados, mais oito que o Werder Bremen e mais nove que o Hamburgo.

O mais curioso é que todos estes líderes são os actuais campeões dos respectivos países. Ou seja, estes campeonatos parecem estar a tornar-se marchas solitárias rumo ao título, ficando a emoção para as restantes lutas: Liga dos Campeões, Taça UEFA, Taça Intertoto e manutenção. A juntar a isto, tenho um certo “feeling” de que o actual modelo da Liga dos Campeões ainda não é a fórmula ideal para a UEFA. Ou alguém acredita que o organismo que rege o futebol europeu tenha ficado encantado com uma final FC Porto-Mónaco? Como é sabido, a UEFA tem feito tudo para que a liga milionária seja um grande despique entre os grandes tubarões da Europa. E o modelo actual ainda não garante isso.

Para mim, como adepto de futebol, a Superliga europeia seria uma opção extremamente interessante. Quem não gostaria de ter todas as semanas um Real Madrid-Juventus, um Manchester United-Barcelona, um Bayern-Inter, um Milan-Chelsea, etc? O problema é que esta competição seria o fim dos campeonatos nacionais tal como os conhecemos. Mas seria também a evolução natural do futebol.

Recordo que o futebol, pelo menos em Portugal, começou por ter como provas mais importantes os campeonatos regionais, no início do século XX. Mais tarde, em meados dos anos 30, surgiu o campeonato nacional (primeiro conhecido por I Liga). Para essa prova apuravam-se os melhores classificados de cada regional, todos os anos, isto é, não havia subidas nem descidas de divisão. As equipas classificadas a seguir iam para a II Divisão e assim sucessivamente. Só em 1946/47 é que o sistema foi alterado e passou a haver subidas e descidas. Os campeonatos regionais passaram então a albergar equipas sem lugar nos nacionais. Mais tarde surgiram as provas europeias, para as quais o apuramento era feito a partir das classificações nos campeonatos nacionais e nas taças. Mais tarde a UEFA alterou o modo de funcionamento dessas provas, extinguindo a Taça das Taças e abrindo a Liga dos Campeões a várias equipas do mesmo país.

Penso, sinceramente, que o caminho a seguir é transformar as provas europeias em verdadeiros campeonatos, com pelo menos três escalões. Haveria uma I Liga, com, por exemplo, entre 16 e 20 equipas, jogando todas contra todas a duas voltas. Haveria uma II Liga, dividida em duas séries, também com 16 a 20 equipas. As séries poderiam ser Norte (com Inglaterra, Alemanha, França, Holanda e outros) e Sul (com Espanha, Itália, Portugal, Grécia, Turquia e outros). No final subiam duas equipas de cada série e desciam quatro da I Liga. A III Liga teria quatro séries, igualmente de 16 a 20 equipas, divididas igualmente de forma geográfica, mas de maneira a assegurar competitividade idêntica. Subiriam igualmente duas equipas de cada série, descendo quatro de cada uma da II Liga. Os últimos classificados da III Liga seriam despromovidos aos campeonatos nacionais (que passavam a funcionar como os actuais regionais) e dos nacionais subiria o campeão à III Liga europeia.

Pensando em Portugal (mas também se aplica a outros países), existem obviamente alguns problemas que se colocam:

Primeiro: Duvido que alguma equipa portuguesa pudesse actualmente jogar numa I Liga europeia. Penso que os três grandes andariam pela II Liga. No entanto, como adepto, confesso que preferia todas as semanas ver o Sporting defrontar o Atlético de Madrid, o Sevilha, o Espanyol, a Fiorentina, a Roma, a Lazio, o Olympiakos, etc, do que o Penafiel, o Rio Ave, o Estrela da Amadora e por aí fora. É certo que numa competição europeia haveria muito mais despesas em transportes, mas as receitas seriam igualmente muito maiores, tanto as de televisão como as de bilheteira.

Segundo: Sem os tradicionais grandes, os campeonatos nacionais poderiam perder muito interesse. Não penso tanto assim. Sem grandes, penso que seria uma boa ocasião para as pessoas apoiarem os clubes das suas terras, o Vitória de Setúbal, o Vitória de Guimarães, o Beira-Mar, etc, podendo ainda apoiar um dos grandes na Liga europeia. Haveria, estou certo, grande competitividade na luta pelo título, que daria acesso ao futebol europeu. Se calhar teríamos mais gente nos estádios do que hoje.

Em resumo, penso que este será o caminho correcto a seguir para se transformar o futebol num espectáculo desportivo ainda maior, ao nível das grandes competições desportivas dos EUA (NFL, NBA, NHL e MLB), que movimentam milhões, tanto em termos de dinheiro, como de espectadores e telespectadores.

PS - Sabiam que pelo esquema antigo, de apuramento para os nacionais através dos regionais, o FC Porto deveria ter ficado de fora da I Divisão em duas ocasiões? O distrital do Porto apurava os dois primeiros para o nacional e em 1939/40 e 1941/42 o FC Porto foi apenas 3º classificado. Mas dois oportunos alargamentos, primeiro de oito para 10 equipas e depois de oito para 12 resolveram o problema e lá puderam os dragões competir, somando tantas presenças no primeiro escalão como Benfica e Sporting.

29 janeiro, 2006

Lição de futebol

Como não poderia deixar de ser, hoje faz-se o rescaldo do Derby que gelou o suposto "Inferno" da Luz.

O jogo começou com as duas equipas a estudarem-se mutuamente e os primeiros 10, 15 minutos revelaram um relativo equilíbrio. Logo no primeiro minuto, uma má decisão do auxiliar ao assinalar falta, afirmando que Ricardo havia saído da área com a bola nas mãos. Um erro crasso, visto que a bola não chega a sair da área e existe falta de Geovanni, pois este empurrou Ricardo para obter o livre. Uma má decisão, que não afecta, porém, o excelente trabalho do Major Pedro Henriques.
A partir daí foi só Sporting... Ocasiões de golo, boas jogadas, domínio a meio-campo. Um espectáculo digno de se ver! Contudo, o Benfica chega à vantagem através de uma grande penalidade, marcada por Simão, castigando a mão na bola de Custódio. Um resultado, de todo, injusto para o clube de Alvalade, que dominava o jogo. A primeira parte continuou com o o Sporting a criar mais perigo e Moretto foi obrigado a fazer uma excelente defesa a remate de Sá Pinto, já dentro da área. Um cabeceamento desastroso de Deivid e um potente remate de Carlos Martins que embateu no poste foram as principais incidências, depois do golo dos encarnados.

O segunda tempo começou com os mesmos onze que haviam começado o jogo, o que revelava que Koeman estava satisfeito com o resultado e Bento com a exibição. Os primeiros minutos foram, tal como na primeira parte, marcados por um certo equilíbrio entre as equipas, mas o Sporting mantinha sempre maior posse de bola e dominava o jogo. Aos 65 minutos a justiça no marcador é reposta, com uma grande penalidade convertida por Sá Pinto, depois de Beto ter pontapeado Liedson, naquela zona que nós, homens, sabemos bem o quanto dói! O Sporting reagiu bem ao golo, ao contrário do Benfica e continuou a causar embaraços ao clube da Luz. O segundo golo é obtido através de Liedson, que recebe a bola no lado esquerdo, ganha a Luisão no um-para-um e remata forte para as redes de Moretto. Sporting ganha vantagem em pleno estádio da Luz. O Benfica não conseguia superar um Sporting que se revelava quase imbatível e, aos 83 minutos, Liedson recebe a bola isolado, depois de uma assistência fantástica de Sá Pinto, ultrapassa Moretto com um toque de classe e envia a bola para dentro da baliza encarnada!

O resultado foi mais que justo, tendo em conta as inúmeras oportunidades de golo da parte do Sporting. Koeman admitiu ter jogado mal e revelou uma visão um pouco pessimista quanto às hipóteses de revalidar o título. Paulo Bento ressalvou a atitude dos seus jogadores e reafirmou a justiça do resultado.

A justiça do resultado é incontestável. A atitude e garra dos jogadores durante o encontro foi fenomenal, mesmo quando se viam em desvantagem na casa de um grande rival. É uma equipa jovem e que pode evoluir muito. É de louvar o trabalho de Paulo Bento com estes jovens talentos. O Projecto que está a ser desenvolvido é bom, mas não nos esqueçamos que o Sporting vive um período difícil e que esta época é uma época de transição, como já disse. Porém, não impede os jogadores de lutar pelos seus objectivos e, na Luz, revelaram que têm qualidade para ir mais além! No fim da época, marcada pelo Centenário do clube, será tempo de reflexão e de discussão do Mundo Sporting... Espero que o Sporting melhore este seu Projecto, que tem qualidade, mas como tudo, tem de ser trabalhado. Os adeptos são incansáveis, enchem estádios e pavilhões! Os adeptos têm um sonho... Deixem-nos sonhar! O Sporting é mais que um clube para muita gente: É um ideal!

Devo dizer, também, que nunca fui grande admirador de Ricardo Sá Pinto, antes pelo contrário, ele sempre mereceu, da minha parte, muitas críticas. De facto, para mim, Sá Pinto não passa de um jogador de médio, ou mesmo fraco nível... É violento, não imprime velocidade ao jogo e a técnica deixa algo a desejar. Contudo, tenho de admitir que Sá, hoje em dia, é um factor de união do grupo e é um importante elemento para a integração dos jovens jogadores e das novas contratações. Parece que, de uma vez por todas, Sá Pinto começa a retribuir o que o Sporting lhe proporcionou. Com a saída de Pedro Barbosa, Rui Jorge e Beto, os jogadores mais jovens perderam grandes referências e Sá, nestas circunstâncias, assume-se como principal modelo e líder de balneário. A confiança depositada por Paulo Bento em Sá, é também, indicador dessa situação. A Juve Leo continua a idolatrar Sá Pinto, esperemos que ele demonstre porquê!

A vitória do Sporting na Luz pode ser um marco importante e um ponto de viragem nos resultados e na entrega dos jogadores... Ainda é possível chegar ao título? A resposta cabe aos jogadores responder!

27 janeiro, 2006

Há um ano foi assim...

"É impressão minha ou o Sporting está a recuar em demasiada?"
"É verdade, os jogadores já sabem que o Futebol Clube do Porto venceu o seu jogo... logo empatar ou ganhar é a mesma coisa... não deveria ser assim, mas é futebol."
"7 minutos para jogar, livre para o Benfica, Petit para bater... Ricardo saiiii... e é golo do Benfica! Já está!"

Foi assim que Luisão carimbou a vitória dos encarnados frente a um Sporting pouco ambicioso que se apresentou na Luz sobretudo para não perder.
As portas do título abriam-se à turma de Trap. Faltava 1 semana para o título, que já fugia há 11 anos, ser uma realidade. E assim foi!

Para concluir este post cheio de facciosismo, onde o meu benfiquismo é demonstrado sem pejo, deixo-vos um site fantástico. Vejam porque vale a pena.

http://daemlich.net/10167

Realce para o gajo que tenta o marcar o PK como o Panenka. Divinal!

26 janeiro, 2006

Roma a Arder


Como grande portista que sou,devo dizer que ando um bocado decepcionado com o meu clube.Aliás,não com o clube,mas com certas "instituições"dentro do clube.Que razões tenho eu para isso?Análise.
Talvez começa na pré epoca,dispensas,saidas etc.Entre tantos mercenarios que vieram parar ao FCP(contando c a epoca passada),o FCP nao reforça o que mais precisa.Defesa.
Novela Kromkamp - Tanta insistencia em Kromkamp,falava-se em valores a volta de 8 milhoes +/-,exagerado,quando dentro das fronteiras,temos bons defesas direitos.Ainda tive esperança que tivessem aberto os olhos,e contratassem Nelson,n altura no Boavista.
Com o mercado prestes a fechar,contratação "à pressão",o valoroso Fatih Sonkaya.Nao vale a pena dizer mais.Reforço de pressão,sem qualquer valor para jogar acima duma 2ª divisão B.Depressa passou a proscrito do Dragão.O grande Jorge Costa.A personificação do Dragão.O que se fez com ele,não se faz com ninguem.a "encarnação" do cavaleiro do imaginario medieval,caçador de dragoes,um dos ultimos da sua geração,sem ele,a chama da mistica portista desapareceu mais um bocado.Proscrito de Adriaanse,mas com qualidade para jogar no FCP pelo menos mais 1 temporada.Depressa saiu para o Standard Liege.
Obrigado por tudo meu Capitão,e um espero eu,até breve!Com o mercado reaberto,o FCP,que faz?Em vez d reforçar o sector mais fraco da equipa,compra mais 1 médio de quem nunca se ouviu falar,sinceramente,alguem ouviu falar do Anderson,antes de se comentar o interesse portista nele?Os jornais tambem sao bons a fazer especulação.Tambem se fala do D~uda,do Malaga.Por favor senhores.Ja temos medios,por sinal BONS,que chegue.Analisemos a equipa portista.se Pepe ou Pedro Emanuel se lesionam,o FCP só tem Ricardo Costa como alternativa,nao sendo tambem,uma alternativa muito consistente.Nao tem defesas de raiz,tirando Sonkaya,proscrito à equipa B,e Marek Cech.Joga com adaptações a laterais,Ricardo Costa,Bosingwa ou Peixoto,nao sendo nenhum deles alternativas consistentes.É preciso urgentemente 1 defesa direito e 1 defesa central de créditos firmados.
A aposta de Pinto da Costa,Co Adriaanse,ainda está para se revelar,se foi ou não uma aposta acertada.Para já,mesmo o FCP,mesmo ganhando o campeonato,nao apaga a imagem da sombra que foi na LIga Dos Campeões.Prestação horrivel,nada digna para um clube com os seus pregaminhos.Adriaanse inventa,inventa,e nao tem resultados nenhums.Após uma serie de jogos em que a equipa parecia ir pelo caminho certo,eis que uma derrota na Amadora surge no caminho.Adriaanse,como um general imperial chinês,desata a desmobilizar a tropa e a inventar tacticas novas,so que ao contrario do general os resultados sao nulos.Segundo os jornais(estou para ver se realmente é verdade),em pleno Santuario,contra a Naval,ata a equipa num imaginario 3x3x4,deixando o defesa mais consistente no banco,e o medio mais demolidor e criativo.Nenhuma equipa de topo europeia joga assim,senhor Adriaanse!!
Vitor Baía,o ultimo descendente,de 1 império ja a ruir.O jogador com mais titulos no mundo.Tudo bem,o senhor peru que deu na Amadora foi demais,mas a Baía desculpa-se.Não é por causa disso que se tira 1 homem do jogo.Que se renega um jogador,um homem da qualidade de Vitor Baía.Será que Co Adriaanse,quer dar 1 demonstração do seu poder,tendo relegado J.Costa,e agora,conseguiu a desculpa que queria,para por Baia no banco?
E as polemicas...Pinto da Costa,Veiga,etc etc etc.Por favor,respeitem os adeptos.Nós queremos é futebol.Deixem os jogadores serem os protagonistas.O resto nao interessa.Ou o senhor Pinto da Costa esta a suar,por ter o SLb a 3 pontos?Por favor Presidente!Temos equipa para ganhar este campeonato,a Taça,e fazer 1brilharete para o proximo ano!Não é preciso manobras de bastidor!

Razoes Principais: Perda de Mistica que tomou de assalto o FCP 2: O entreposto comercial de jogadores em que se tornou o FCP.(Ver Epoca Passada.Pitbulls,Sandros,Rossatos etc)
3: Fico triste,porque teoricamente vejo o FCp com bons jogadores novos,sim Pepe,Quaresma,Diego,Lucho,Lisandro,Marek,Anderson talvez,entre outros,e a não aproveitar todo este talento a solta.
Será que o senhor Pinto da Costa,nest fase da sua vida,estará como Nero em Roma?A criação de toda a sua vida,quererá destrui-la,ateando fogos por onde passa?Criei Roma,destruirei Roma?
Roma está a arder...dentro dos seus portões.
(este post é estritamente uma visão pessoal MINHA sobre a realidade do FCP.Pode nao haver concordâncias)

24 janeiro, 2006

Deixem treinar o Paulo Bento!

Tenho lido e ouvido nos últimos tempos muitas críticas de sportinguistas em relação à escolha, primeiro, e à sua prestação no cargo, depois, de Paulo Bento para treinador principal do Sporting. O maior argumento utilizado nessas críticas é o da falta de experiência. Paulo Bento não é, obviamente, uma velha raposa do futebol, pelo menos enquanto treinador, mas, na minha opinião, não só não merece as críticas, como merece a oportunidade para mostrar o que vale. E isso só poderá acontecer se se mantiver no cargo na próxima época, o que espero que aconteça.

Paulo Bento, para já, tem um currículo impressionante como treinador. Uma época, uma prova disputada, um título. Cem por cento de eficácia. Claro que foi apenas um título nacional de juniores, mas não deixa de ser um bom começo. E o Sporting, apesar de ter claramente a melhor escola portuguesa de jogadores, tem menos títulos nas camadas jovens que Benfica e FC Porto. Como treinador principal, Paulo Bento não pode fazer mais do que tentar salvar o que for possível, isto é, tentar ficar entre o 3º e o 5º lugares, conseguindo o apuramento para uma prova europeia, e começar a preparar a próxima época.

Para já, posso dizer que estou satisfeito com o trabalho de Paulo Bento à frente da equipa principal do Sporting. Tanto em termos estatísticos, como de atitude. Fiz uma pequena e rápida pesquisa estatística, para comprovar que o ex-trinco internacional português, em termos de resultados, não se tem saído assim tão mal quanto isso. Para tal comparei o seu rendimento com o de José Peseiro no Sporting e com o de José Mourinho no Benfica e no FC Porto, quando teve pegar nas equipas com a temporada em andamento.

José Peseiro, na época passada, somou 61 pontos em 34 jogos, o que dá uma média de 1,79 pontos por jogo. No período em que dirigiu a equipa nesta temporada, o campino ainda fez pior: 12 pontos em 7 jogos, média de 1,71 por jogo. Paulo Bento, para já, somou 22 pontos em 12 jogos, o que dá uma média de 1,83 pontos por encontro. Em todo o caso, melhor do que Peseiro. Em termos classificativos, Paulo Bento encontrou o Sporting em 7º lugar e colocou-o, para já, em 5º, apesar de a diferença para o líder ter aumentado entretanto de 5 para 9 pontos. Convém não esquecer que, neste período, os leões jogaram no Bessa, no Dragão e em Braga, tendo perdido apenas um desses jogos. As nódoas foram mesmo a derrota com o Estrela e o empate com o Marítimo.

Em 2000/01 José Mourinho chegou ao Benfica à 5ª jornada, substituindo Jupp Heynckes. Orientou a equipa em 9 jogos da I Liga, somando 17 pontos, média de 1,88 pontos por jogo. Apenas mais 0,05 que Paulo Bento, actualmente. O Special One chegou à Luz com o Benfica em 7º lugar e deixou-a com a equipa em 6º, mas a distância pontual para o líder aumentou entretanto de 5 para 7 pontos. Além disso, também foi sob a orientação de Mourinho que o Benfica foi eliminado da Taça UEFA. Ainda com Heynckes, a equipa encarnada tinha perdido por 1-2 fora com o Halmstads, mas a eliminação consumou-se já com o actual treinador do Chelsea no banco, após um empate 2-2 na Luz. Nas Antas, Mourinho entrou à 20ª jornada de 2001/02, substituindo Octávio Machado. Somou 35 pontos em 15 jogos, uma média bastante razoável de 2,33 pontos por jogo. Conseguiu levar a equipa do 5º ao 3º lugar, mas a diferença pontual para o líder e depois campeão Sporting nunca foi encurtada: 7 pontos à chegada, 7 pontos no final da prova. Pelo meio ficaram alguns deslizes, como a derrota caseira com o Beira Mar e o empate com o Alverca, a juntar à derrota no Restelo por 0-3.

Pelos números, e parafraseando o nada saudoso ex-treinador do Sporting, Paulo Bento ainda merece ter crédito junto dos sportinguistas. Para além disso, Bento ainda pode queixar-se de ter herdado um dos piores plantéis leoninos dos últimos anos. Hugo Viana, Rochemback, Enakarhire, Rui Jorge e Pedro Barbosa, indiscutíveis na época passada, deixaram o clube, por diferentes razões. Já com o actual treinador, o Sporting sofreu mais duas baixas, Rogério e Beto, que saíram de Alvalade por vontade própria. Ao todo, são sete titulares, ou no mínimo, jogadores bastante utilizados. É certo que Paulo Bento abdicou de outros jogadores, como Wender, Paíto, Edson, Pinilla, Silva e Varela, que, ao todo, somaram 586 minutos no relvado para a Liga, esta época. Ou seja, nenhum destes jogadores se conseguiu impor no Sporting, com ou antes de Paulo Bento.

Em comparação com, por exemplo, José Peseiro, o actual técnico tem, pelo menos, duas vantagens. Por um lado, na imposição da disciplina, coisa que, como é sabido, não existiu em Alvalade durante os 16 meses de reinado do coruchense. Não me parece que um jogador que mande Paulo Bento “tomar” num certo sítio tenha muita sorte. Não sei se o afastamento de Beto do onze terá a ver com disciplina, mas concordei com ele. Beto, alegadamente grande sportinguista, não tardou a querer fugir assim que perdeu o seu lugar cativo na equipa. Se calhar foi esse lugar cativo que o levou a estagnar enquanto jogador, há alguns anos. Pensando bem, as únicas épocas decentes que Beto fez no Sporting foi com parceiros experientes ao lado, nomeadamente Marco Aurélio e André Cruz. Quando foi ele a ter de comandar a defesa, as coisas raramente correram bem. Eu ainda penso que Beto é melhor que Polga, mas não fico chocado com a sua saída. A única situação que não compreendo e na qual não apoio Paulo Bento é na sua insistência em Sá Pinto. O agora capitão tem um rendimento fraquíssimo e até perigoso para a equipa, como se viu nos dois últimos jogos. É um mistério que gostava de ver esclarecido. A outra vantagem de Paulo Bento é a forma como fala na Comunicação Social. Ao contrário de Peseiro, que aparecia inchado quando ganhava e se engasgava quando perdia, Bento mantém sempre a mesma atitude confiante e só responde ao que lhe interessa e da forma que lhe interessa. Um pouco à Mourinho, salvo seja.

Muitos adeptos do Sporting exigem ter um treinador de renome internacional. Parece-me mal pensado. Para já, existem poucos nomes que dão garantias de sucesso, isto é, que tenham um currículo totalmente à prova de desconfianças: José Mourinho, Rafa Benitez, Arsene Wenger, Alex Ferguson, Fabio Capello, Marcello Lippi, Guus Hiddink, Otmar Hitzfeld, Otto Rehhagel e poucos mais. Estes estão claramente fora do alcance do Sporting, nesta altura. Outros há que têm currículos impressionantes, na América do Sul, por exemplo, mas que falharam rotundamente na Europa. Os casos mais recentes foram os de Wanderlei Luxemburgo e Carlos Bianchi, recém-demitidos dos dois maiores clubes de Madrid. Portanto, e para evitar fiascos como estes e como Waseige, Materazzi, Souness, Heynckes, Del Neri e Fernandez, porque não deixar Paulo Bento mostrar o que vale no início de uma época, com um plantel formado por ele? Até pode dar certo!

22 janeiro, 2006

What's my name?

Após a conquista do título mundial de pesados, Cassius Clay tornou-se igualmente famoso pela conversão ao Islamismo. Querendo romper em definitivo com as raízes de escravatura o campeão mudou o nome para Muhammad Ali.
Em Fevereiro de 1967, Ali enfrentou Ernie Terrel em pleno Madison Square Garden.
Seria uma defesa normal do título mundial de pesados, não fosse Terrel cometer a ousadia de se referir ao campeão como Cassius Clay, em claro gesto de provocação.
Durante o combate Ali massacrou literalmente o adversário fazendo-o pagar pela sua imprudência. Acabou por vencer por decisão unânime, uma vez que se recusou a inflingir o KO. A cada golpe Ali perguntava: "What's my name? What's my name boy? Uncle Tom?"
Um tratamento brutal, deveras cruel ... mas uma prova inequivoca da grande capacidade de Muahmmad Ali.

http://www.youtube.com/watch?v=GPtFBTyZ1-U

19 janeiro, 2006

O fenómeno Jorge Leitão

Tenho para mim que os portugueses são dos povos mais chauvinistas que existe. OK, eu sei que passamos a vida a falar mal de nós próprios e, infelizmente, quase sempre com toda a razão. Mas temos outras características que roçam o chauvinismo. Por exemplo, ficamos muito indignados quando um estrangeiro nos critica, mesmo que saibamos que ele está certo naquilo que diz. Foi o recente caso das declarações do russo do Benfica, Karyaka (ou da mulher dele, ou do jornalista, ou do cão, o que é certo é que alguém “arrasou” Portugal). Nós sabemos que Portugal é um país atrasado, que Lisboa (e muitas outras cidades) não têm sítios suficientes para as crianças brincarem à vontade, etc. Mas o que é certo é que não gostamos de o ouvir da boca dos outros. Foi também o caso, mais antigo, de um responsável da UEFA, que, antes do Euro2004, veio dizer, não me recordo a propósito do quê, que em Portugal se encontra sempre alguém disposto a se deixar corromper. A reacção de Madaíl e afins foi violenta. Nós sabemos que Portugal é dos países mais corruptos da Europa, mas odiamos ouvi-lo por parte de estrangeiros.

Há outro aspecto em que esse chauvinismo se demonstra, no que ao futebol diz respeito. Confesso que nunca percebi a enorme importância que os jornalistas e os jornais desportivos dão a todo e qualquer jogador português que jogue num campeonato estrangeiro. No Verão de 2000, estava eu a iniciar a minha carreira de jornaleiro desportivo quando se começou a ouvir falar de um tal de Jorge Leitão, ponta-de-lança português que começou a marcar uns golos ao serviço do Walsall. “What the f*** is that?”, veio-me imediatamente à cabeça. Pois bem, informei-me um pouco e descobri que o Walsall era um clube inglês, que jogava quase sempre na III Divisão daquele país, com uma ou outra passagem pela II Divisão. E Jorge Leitão, soube-o depois, tinha-se transferido para aquele clube do Feirense, clube no fundo semelhante ao Walsall (se bem que, pelo menos, ainda tenha passado 2 ou 3 vezes pela nossa I Divisão).

Jorge Leitão nunca tinha merecido muitas linhas nos nossos jornais desportivos (eu devorava-os a todos e nunca tinha ouvido falar na figura). Mas a partir do momento em que aterrou em Inglaterra (confesso que ainda hoje não sei em que parte do país fica Walsall), passou a merecer referências semanais na nossa imprensa. O “Walsall de Jorge Leitão” passou a ser um clube de referência. No passado mês de Dezembro, o avançado terminou a sua carreira naquele clube, com números na verdade nada impressionantes para um ponta-de-lança: 71 golos em 258 jogos (média de 0,27 golos por jogo). Jorge Leitão ingressou no Beira-Mar, líder da Liga de Honra. E estreou-se no passado fim-de-semana, marcando o primeiro golo na vitória por 2-1 sobre o Santa Clara. Mas a sua chama apagou-se e a imprensa já não quer saber dele. Já não é emigrante.

Jorge Leitão apagou-se, mas muitos novos vultos do futebol português se acendem. Basta irem jogar para o estrangeiro, não importa em que clube nem em que campeonato. Assim podemos deliciar-nos com as aventuras de Tiago Rodrigues (ex-Infesta), Vítor Santos (ex-Académico de Viseu) e Pedro Moutinho (ex-Penafiel) no Falkirk, esse colosso que ocupa um honroso antepenúltimo lugar na emocionante liga escocesa. Ou com as proezas de Kenedy, Ricardo Fernandes, João Paiva, Hélio Pinto e Zé Nando, espalhados por vários clubes no palpitante campeonato cipriota. E muitos outros ficam por citar e a esses apresento as minhas desculpas. Mas não se preocupem, para os nossos jornais desportivos vocês são emigrantes de sucesso e merecem o espaço que ocupam.

Deixando as ironias de lado por um pouco, acho incompreensível esta atitude da nossa imprensa desportiva. Imaginemos outro tipo de imprensa e outro tipo de emigrantes. Se um português fosse nomeado presidente ou vice-presidente da Mercedes seria certamente motivo de notícia em qualquer jornal. Mas acham que se um português fosse trabalhar para a linha de montagem da mesma Mercedes deveria ter direito a uma linha que fosse? Segundo a mentalidade dos nossos jornais desportivos, com certeza! Eu acompanho com interesse a carreira dos jogadores portugueses em grandes campeonatos e grandes clubes. Também acharia natural que se Luís Figo fosse jogar para a Moldávia merecesse acompanhamento jornalístico, pelo nome e carreira que tem. Ou ao invés, se um desconhecido for jogar para um grande clube, também merece atenção, como aconteceu há uns anos quando Boa Morte trocou o Lourinhanense pelo Arsenal. Agora um jogador desconhecido num clube ou campeonato desconhecido também merece relevo? For God’s sake! Imaginem quantas páginas não teriam os jornais desportivos brasileiros, se eles optassem por esse caminho.

Outro foco de chauvinismo surge nos frequentes exageros com que são tratadas as prestações dos nossos jogadores mais famosos no estrangeiro. Veja-se por exemplo o que escreveu o director do Maisfutebol, Luís Sobral, sobre Rui Costa, depois de este ter marcado dois golos em Brescia (equipa da Serie B) na segunda mão de uma eliminatória da Taça de Itália que já estava praticamente decidida desde a primeira mão: “Rui Costa marcou por duas vezes e ofereceu outros dois golos, na vitória do Milan para a Taça. Isto depois de já ter dado recentes sinais de estar a readquirir importância na equipa italiana. É sempre agradável ter coisas boas para escrever sobre um jogador que merece tudo e que não devemos esquecer. Até porque os italianos, pelos vistos, não o fazem.” Rui Costa é claramente o menino bonito dos jornalistas (e dos benfiquistas, obviamente), entre todos os que jogam no estrangeiro. Aliás, a penúltima frase do Luís Sobral diz tudo. Já a última merece um comentariozinho: os jornalistas italianos esquecem-se por vezes de Rui Costa como os portugueses se esquecem de Karagounis, Ibson ou o agora emprestado Pinilla; porque não são elementos essenciais nas respectivas equipas! Encaremos os factos: Rui Costa foi uma grande figura de uma equipa de segundo plano, um Vitória de Guimarães ou um Sporting de Braga de Itália, como é a Fiorentina; depois nunca se impôs como titular absoluto num colosso, caso do AC Milan. Rui Costa tem variado entre duas funções: ora é suplente de Kaká, ora é titular quando Ancellotti coloca o brasileiro a descansar, normalmente em jogos mais fáceis, como o de ontem frente ao Ascoli. Nesse aspecto Luís Figo está bem à frente, sendo ou tendo sido titular em três gigantes europeus, Barcelona, Real Madrid e Inter. E eu nem simpatizo pessoalmente com ele, Rui Costa até é provavelmente melhor pessoa. Mas o que conta para mim, como adepto, é o que fazem no campo.

18 janeiro, 2006

Dream Team

Em 1992, os atletas profissionais da NBA foram autorizados pela 1ª vez aparticipar nos Jogos Olímpicos.Chuck Daley e Lenny Wilkins, escalaram para Barcelona: Michael Jordan (Chicago Bulls), Magic Jonshon (LA Lakers), John Stockton (Utah Jazz), Clyde Drexler (Portland Trail Blazers), Larry Bird (Boston Celtics), Scottie Pipen (Chicago Bulls), Chris Mullin (Golden State Warriors), Karl Malone (Utah Jazz), Charles Barkley (Phoenix Suns), Christian Laetner(Universidade de Duke), David Robinson (San António Spurs) e Patrick Ewing (Ney York Knicks).
Nunca antes um grupo tão forte de jogadores havia sido reunido. Nascia o DreamTeam!
Sem surpresa, as vitórias sucederam-se:
- USA 116 Angola 48
- USA 103 Croatia 70
- USA 111 Germany 68
- USA 127 Brazil 83
- USA 122 Spain 81
- USA 115 Puerto Rico 77

Realce para a humilhação inflingida a Angola e para o encontro das estrelas daNBA com o brasileiro Oscar Smith, o melhor maior da história das olimpíadas.
Demonstrando profissionalismo e vontade de vencer incríveis, os galácticos (estes sim!) chegaram facilmente às meias finais, onde arrasaram a Lituânia de Arvidas Sabonis e Marchoulionis por 127-76.
Na final, novo embate contra a Croácia de Drazen Petrovic, Dino Radja, Dzarko Paspalj, Bodiroga, Vrankovic e Tony Kukoc, a quem já haviam derrotado na fase de grupos.
Com 10 minutos de jogo, o impensável aconteceu quando Tony Kukoc com um triplo passou croatas para a frente do marcador.
Liderados por Michael Jordan os Estados Unidos haveriam de vencer por 117-85, conquistando o ouro olímpico, com toda a justiça.
Qualquer equipa teria tombado ante aquela Croácia, contudo os Estados Unidos de 92 não eram equipa! Eram algo assombroso!

15 janeiro, 2006

"I Shook up the World”

Verão de 1960, Floyd Patterson era o campeão Mundial de pesos pesados. SonnyListon arrasava a concorrência e afigurava-se como a sua principal ameaça. EmRoma, nos Jogos Olímpicos, Cassius Clay vencia a medalha de ouro.
Cris D'Amato, manager de Patterson, recusava-se a aceitar o desafio de Sonny Liston, alegando o seu passado negligente.
Em 1962, Patterson cedeu finalmente à pressão dos média e aceitou o combater Liston. Sem grande surpresa o campeão tombou no 1º round. Na desforra, meses mais tarde, Patterson teve a consolação de se aguentar mais alguns segundos.
Sonny Liston era então um campeão invicto a quem se previa um longo reinado.
Entretanto, Cassius Clay, iniciava a sua carreira como profissional. No primeiro combate em 1960, venceu por decisão e após 6 assaltos Tunney Hunsaker, chefe da Polí­cia de Fayetteville (West Virgí­nia). Entre 1960 e 1963, o jovem pugilista permaneceu invicto alcançaando um score de19 vitórias e 0 derrotas. Entre as ví­timas destacam-se Lamar Clark (havia vencido os seus 40 combates anteriores por KO), Sonny Banks (apesar da derrota chegou a levar Clay ao tapete) e Archie Moore (uma lenda que havia vencido mais de 200 combates).
Clay tornou-se no candidato principal, ou number 1 contender como dizem os nossos amigos americanos, ao tí­tulo.
Liston foi um dos campeões mundiais mais poderosos da história do boxe, uma espécie de Mike Tyson dos anos 60. Poucos acreditavam ser possí­vel a Clay capturar o tí­tulo, chegando-se a afirmar que seria cruel deixar um rapaz bonito no ringue com um ex-presidiário. Perito em "mind games" Clay, apareceu em casa de Liston fazendo-se acompanhar de uma rede para caçar ursos! Na conferência de imprensa de antevisão do combate Clay disse: "I'll float like a butterfly, sting like a bee" . If you wanna loose your money then beton Liston".
O combate realizou-se em 25/02/1964 em Miami Beach.
Nos rounds iniciais a velocidade de Cassius Clay manteve-o fora do alcance dos poderosos golpes de Liston. O campeão, parecia confuso ... e pior ficou no 3º assalto quando o candidato desferiu uma combinação fortí­ssima esquerda-direita que lhe abriu o sobrolho. O rosto de Liston tornou-se num mar vermelho, contudo Clay no round 4, foi cegado a uma substância desconhecida. Não se sabe se foi o sangue de Liston que entrou para os olhos do candidato, ou se foi algo colocado para estancar a hemorragia ou mesmo algo colocado nas luvas de campeão com intenções maléficas. Vamos pensar a bem do desporto que foi a 1ª hipótese.
De uma maneira incrí­vel, Clay enfrentou cego um dos mais terríveis pugilistas de sempre, durante mais de 1 round.
Recuperado, Cassius massacrou Liston no 6ª assalto. O campeão estava cansado o que era natural uma vez que os seus combates não duravam mais de 3 rounds tal era o seu poder.
No final do 7º assalto, Sonny Liston abandonou alegando que o seu ombro se havia deslocado. Muitos afirmam que foi a maneira que encontrou para evitar o KO.
Num dos momentos mais marcantes da história do desporto, Cassius Clay em completo estado de euforia, gritou bem alto: "Im the King of the World. IShook up the World!" Na desforra, Clay derrubou Liston logo ao primeiro assalto, provando que a sua vitória não havia sido acidental.
Para a semana não percam mais um post sobre as histórias do boxe, até breve.

Vejam o vídeo, vale mesmo a pena:
http://www.youtube.com/watch?v=-F6-SRdHpFs

13 janeiro, 2006

2ª Volta... Mais do mesmo?

E a 1ª volta do campeonato já lá vai... Começa no sábado a 2ª volta da Liga BetandWin com o Belenenses a tentar recuperar pontos em casa contra um Sporting que se assume como candidato ao título e para isso tem de conquistar vitórias rapidamente, e com o Braga a receber o União de Leiria num jogo que coloca uma equipa que quer entrar no restrito grupo dos grandes contra um Leiria a querer continuar o bom trabalho que tem feito desde a entrada de Jorge Jesus.

A fase decisiva do campeonato tem início com o Porto isolado em 1º lugar, com 40 pontos, mais 6 que Benfica e Nacional, mais 8 que Braga e mais 10 que Sporting e Setúbal. Até ao fim da época ainda há muito para jogar, mas o Porto assume-se como a equipa mais coesa, com mais qualidade de jogo e com resultados visíveis. Não me parece que Nacional e Braga consigam manter o ritmo que demonstraram até agora, mas o futebol é algo de muito imprevisível. Benfica tem a (des)vantagem de jogar para a Champions League e todos nós sabemos o desgaste físico e emocional dos jogadores nesse tipo de competição, ainda para mais jogadores sem grande experiência a nível europeu. O Sporting, como já referi em outras ocasiões, passa, neste momento, uma fase de transição a todos os níveis: Desportivo, Administrativo e Financeiro. Acredito que possa continuar a progredir como equipa, pois é um colectivo bastante jovem mas com muita qualidade. A luta pelo título é assumida por Paulo Bento, mas numa época de transição como esta não sei se o clima de incerteza será benéfico para os jogadores.

Embora o mercado de transferências ainda não esteja fechado, acho oportuno, olhar também para as contratações de Inverno... Porto não fez grandes alterações, manteve o seu "núcleo duro", Anderson chegou ao Dragão e Jorge Costa rumou a Liége. Benfica reforçou-se, estranhamente, com dois jogadores para a mesma posição, Marco Ferreira e Manduca, para além da contratação do aclamado Laurent Robert, que é um bom jogador, mas na minha óptica é um foco de instabilidade no plantel pois é conflituoso e no campo não demonstra ser muito trabalhador, não ajudando em nada a defesa, ponto forte do clube da Luz, que, no entanto, reforçou esta vertente com José Fonte, um jovem formado no Sporting que provou ter qualidade nos últimos tempos no Vitória de Setúbal. O Sporting viu-se obrigado a recrutar Abel para o lado direito da defesa, devido à saída de Rogério, Caneira para o centro da defesa, ponto fraco do clube verde e branco, e Romagnoli, jovem argentino que mostrou nos escassos minutos que jogou contra o Vizela, ter alguma qualidade de jogo. As restantes equipas, talvez pelas suas condições financeiras, não fizeram grandes mudanças... De destacar os empréstimos ao Vitória de Setúbal de Hélio Roque e Varela, dois jovens que têm oportunidade de agora mostrar o seu valor. Braga voltou a poder contar com Wender que voltou em alta bisando contra o clube que paga o seu ordenado, e contratou um jogador asiático que ainda não tive a oportunidade de ver jogar.

Em termos individuais, penso que Jorge Luiz prova constantemente que é um grande jogador com as suas exibições fantásticas pelo Braga, André Pinto e Marcel revelaram-se como goleadores, Moretto não é o meu guardião preferido mas é o menos batido da Liga, Ricardo volta às boas exibições que não fazia desde o Bessa, Nani é a revelação, Nélson revelou-se um belo jogador que pode fazer indiferentemente duas posições na ala direita, Quaresma demonstra jornada após jornada que é um dos grandes jogadores do nosso país e tenho de destacar, por fim, não um só jogador, mas o colectivo do Vitória de Setúbal que mesmo nas condições mais adversas proporcionou aos seus adeptos o sonho de chegar ao topo.


Esperemos que esta última metade do campeonato decorra sem polémicas, o que é quase impossível, hoje em dia, e que haja bons jogos com golos e espectáculo. Afinal, queremos bom futebol! Que ganhe o melhor...

PS1: Soares Franco admitiu candidatar-se à presidência do Sporting e Chumbita Nunes à do Setúbal... Venha o diabo e escolha!

PS2: Numa semana, duas cenas de pancadaria nos treinos do Benfica... Alguma coisa se passa ou o Benfica está a apostar demasiado no boxe.

PS3: Convido os nossos leitores a visitarem o Cantinho da Tropa. Parece que depois de meses de esquecimento, os nossos colaboradores voltaram à carga com música, política, cinema, wrestling...

12 janeiro, 2006

Nightmare on Light, Alvalade and Dragon

Se é verdade que grandes jogadores têm passado pelos três maiores clubes portugueses nos últimos 15 anos, não é menos real que, no mesmo período de tempo, Benfica, Sporting e FC Porto enfiaram barretes capazes de aquecer as cabeças a, digamos, um terço da população mundial (isto para não exagerar). Se para se ser adepto de um clube, mesmo de um grande, é preciso saber sofrer, não é menos verdade que, muitas vezes, é obrigatório ter um enorme sentido de humor. Só assim é possível não se ficar traumatizado ao ver certos e determinados indivíduos a envergar a camisola do nosso amado clube. Sem mais atrasos vou passar a divulgar aquelas que, na minha opinião, são as piores equipas possíveis e imaginárias dos três maiores clubes portugueses, nos últimos 15 anos. Sei que é uma tarefa complicadíssima, pois terei de cometer muitas injustiças, deixando de fora alguns “futebolistas” que nenhumas saudades deixaram aos adeptos. Tentarei fazer o meu melhor.

Sport Lisboa e Benfica

Onze de pesadelo: Bossio; Dudic, Simanic, Bermudez e Pesaresi; Taument, Jamir, Thomas e Leónidas; Pringle e Paulo Nunes.

Banco dos horrores: Pedro Roma, Rojas, Harkness, Paulão, Paulo Almeida, Mostovoi e Clóvis.

Desorientadores: Artur Jorge e Ivic.

Não foi tarefa leve, esta. Muitos e bons barretes aterraram na Luz, nos últimos anos. Podem perguntar como pude deixar de fora nomes mitológicos, como King, Paredão e Marcelo. Pois bem, optei por basear a minha escolha na expectativa. A verdade é que estes três “jogadores” vieram de clubes pequenos e não tinham grande nome. Por isso escolhi jogadores com (alegado) prestígio, que tenham vindo de clubes ou campeonatos fortes ou que tenham sido internacionais pelos seus países. OK, Pringle não encaixa em nenhuma destas exigências, mas há sempre excepções e ele merece esta distinção! Resolvi colocar Pedro Roma no banco por me recordar da luta titânica entre Benfica e Sporting pela sua aquisição, como se de um novo Yashin se tratasse. E que dizer de Mostovoi, que poderia ter sido um dos melhores estrangeiros da história do futebol português, mas não conseguiu vingar na Luz? Só não vai para o onze inicial porque me recordo de um golão seu nas Antas, para a Taça, que acabou por ser decisivo para a conquista, em 92/93, da Taça de Portugal.

Futebol Clube do Porto

Onze de pesadelo: Kralj; Butorovic, Argel, João Manuel Pinto e Ibarra; Hugo Leal, Panduru, António Carlos e Leandro do Bonfim; Paille e Kaviedes.

Banco dos horrores: Wozniak, Lula, Chippo, Pavlin, Alessandro, Esnaider e Pizzi.

Desorientadores: Ivic (segunda passagem) e Octávio.

Apesar do sucesso dos últimos anos, os dragões também adquiriram “craques” dignos de figurar no anedotário futebolístico nacional. Coloquei Ibarra (“melhor defesa-direito do Mundo”, segundo Pinto da Costa), no lado esquerdo, pois o direito é cativo de Butorovic, que se revelou um substituto completamente à altura do histórico Secretário, quando este se perdeu em Madrid e foi parar ao Santiago Bernabéu, pois estou seguro de que o seu destino era, na melhor das hipóteses, Vallecas. Hugo Leal e Panduru mostraram ao “Papa” que nem tudo o que reluz é ouro, ou por outra, nem tudo o que vem da Luz é Deco. António Carlos, um brasileiro, chamou-me a atenção apenas quando exigiu aos jornalistas que o passassem a chamar Carlos Santos, pois esse é que era “nome de jogador” (sic). Paille e Kaviedes são, para mim, a melhor amostra de que o FC Porto tem uma certa queda para ir buscar barretes para a frente de ataque. Para além de Esnaider e Pizzi, que ficam no banco, recordem-se, entre outros, Jorge Andrade, Mihtarsky, Paulinho César, Baroni e Maric.

Sporting Clube de Portugal

Onze de pesadelo: Costinha; Mário Sérgio, Polga, Nené e Balajic; Hanuch, Ali Hassan, Carlos Miguel e Kmet; Missé-Missé e Skuhravy.

Banco dos horrores: Lemajic, Marcos, Tinga, Assis, Ramirez, Kirovski e Mota.

Desorientadores: Peseiro e Carlos Manuel.

Começando pela baliza, e admitindo que o Sporting teve muitos maus guarda-redes nos últimos anos, tenho que optar pela dupla Costinha-Lemajic. Pela simples razão de continuar a ser um trauma para mim: em 1993, Sousa Cintra esteve quase, quase a ir ao Malines buscar Preud’homme (não me lembro se de borla ou por uma bagatela), mas, de repente, teve um rasgo de génio e foi ao Bessa buscar a dupla boavisteira, em troca de 300 mil contos e mais um ou dois jogadores. O resto é história. A defesa parece-me óbvia, com a agravante de um deles nos continuar hoje a atormentar, e logo o campeão do Mundo! O meio-campo é histórico. Hanuch e Ali Hassan chegaram a Alvalade depois de arrancados das garras do nosso maior rival, que parecia ser o seu destino certo. Enfim vingámo-nos de Eusébio! Carlos Miguel e Kmet, dois esquerdinos memoráveis. A dupla atacante é infernal e complementa-se muito bem: eram os dois igualmente maus.

Está feito o meu exercício sado-masoquista de início de ano. Não deixo de reconhecer, porém, que até as coisas menos agradáveis podem deixar saudades e ainda hoje, por vezes, dou por mim a sorrir nostalgicamente ao recordar-me de nomes como Pringle, Kralj ou Missé-Missé. Vale que, em certas situações, a história repete-se vezes sem conta!

08 janeiro, 2006

Os meus onzes ideais

Mudança de ano é sempre, como até qualquer bebé recém-nascido sabe, uma boa altura para se fazerem balanços. Pois bem, como eu não me considero melhor nem pior do que os outros, também decidi fazer o meu próprio balanço. Mas não um simples balanço de 2005, pois parece-me que, decorrida que está a primeira semana de 2006, seria difícil analisar algo que já não tivesse sido esmiuçado até ao caroço. Por isso decidi fazer um balanço dos últimos 15 anos. Balanço de quê, perguntam os milhões de leitores. Não vou fazer mais suspense: decidi revelar finalmente quais são os meus onzes ideais dos três grandes do nosso futebol, na última década e meia. Até gostaria de ter ido mais longe no passado, mas na verdade a minha memória e, confesso, a minha colecção dos Cadernos de A Bolha não mo permitem. Como nem tudo são rosas, a minha próxima posta será dedicada aos onzes não-ideais dos mesmos clubes no mesmo período de tempo, isto é, a minha selecção de flops que passaram por Luz, Alvalade e Dragão (Antas) nos últimos tempos.

Sport Lisboa e Benfica

Onze ideal: Preud’homme; Veloso, Mozer, Ricardo e Schwarz; Vítor Paneira, Thern, Valdo e Simão; Isaías e Van Hooijdonk.

Suplentes: Enke, Luisão, Paulo Sousa, Poborsky, João Pinto, Nuno Gomes e César Brito.

Equipa técnica: Eriksson e Toni.

Reconheço que não foi uma tarefa muito fácil, encontrar um onze de grande qualidade para os últimos 15 anos da águia, claramente o pior período da sua história. Daí que muitos dos meus escolhidos pertençam aos primórdios dos anos 90, nomeadamente antes do aparecimento do poeta Artur Jorge, bem apoiado pelo sua direcção. Talvez a maior surpresa do onze inicial seja Pierre Van Hooijdonk, que apenas fez uma época na Luz e logo a pior de todas, em 2000/01, em que o Benfica terminou em sexto lugar no campeonato. Mas penso que, pelo que o holandês fez nessa época, mostrou ser o ponta-de-lança mais completo que vestiu de encarnado nos últimos anos.

Futebol Clube do Porto

Onze ideal: Vítor Baía; João Pinto, Jorge Costa, Ricardo Carvalho e Branco; Madjer, Costinha, Deco e Drulovic; Jardel e Derlei.

Suplentes: Silvino, Aloísio, Maniche, Jaime Magalhães, Timofte, Kostadinov e Domingos.

Equipa técnica: Mourinho e Robson.

Ao contrário do que aconteceu com o Benfica, o FC Porto viveu nos últimos 15/20 anos os melhores momentos da sua história. Por isso a dificuldade aqui foi escolher quem deixar de fora. Tive algumas dúvidas na escolha dos centrais, mas tendo em conta o equilíbrio de valores, optei por aqueles que participaram nas recentes conquistas internacionais do dragão. O mesmo aconteceu na escolha de Costinha para trinco e de Derlei para o ataque, em detrimento de, por exemplo, Domingos. Difícil foi também escolher o guarda-redes suplente, visto que, na ausência de Baía, ninguém se impôs na baliza azul-e-branca. Silvino pareceu-me a melhor opção. No banco coloquei Timofte, que, apesar de ter dado mais nas vistas no Boavista, foi dos jogadores mais elegantes que vi actuar nas Antas. No banco, naturalmente, Robson surge como adjunto de Mourinho, ao contrário do que aconteceu na realidade.

Sporting Clube de Portugal

Onze ideal: Schmeichel; Carlos Xavier, Luisinho, André Cruz e Leal; Pedro Barbosa, Douglas, Duscher e Balakov; Jardel e Acosta.

Suplentes: Ivkovic, Valckx, Oceano, Figo, Amunike, Quaresma e Liedson.

Equipa técnica: Inácio e Bölöni.

Apesar de sportinguista, esta foi a equipa que me deu mais trabalho a escolher. De um lado estavam jogadores com que eu simpatizava, mas que nada ganharam, de outro jogadores que foram campeões, mas que não me diziam tanto. Passo a explicar algumas opções. Para a baliza, um sector que tem sido muitas vezes mal preenchido nos últimos anos, optei por Schmeichel por ter sido campeão e por ter o nome que tem. No banco Ivkovic, pelo que fez nas duas primeiras épocas, mesmo que as duas últimas tenham sido um tormento. Luisinho nada ganhou, mas era a classe em pessoa. Nas laterais, Carlos Xavier fez as suas melhores exibições naquela posição e o mal-amado Leal ainda foi o mais completo lateral-esquerdo leonino dos últimos anos, deixando Rui Jorge a um canto. O meio-campo é mais ou menos consensual, sendo Douglas um dos meus jogadores-fetiche, que teve azar de jogar no Sporting numa altura complicada. Jardel e Acosta “deram” um campeonato cada um ao clube de Alvalade, por acaso os dois únicos conquistados neste período. Para orientar a equipa escolhi os dois treinadores campeões, mesmo assumindo que não são técnicos de top. Mas não havia mais escolha possível.

E prontos, são estas as minhas equipas-tipo de cada um dos grandes nos últimos 15 anos. O que é que a restante malta (da tropa ou não) tem a dizer?

06 janeiro, 2006

Cartas de Inglaterra


Escreve-nos de Inglaterra um grande leitor e membro honorário da Malta da Tropa que curte Bola, de seu nome Emerson “Paredão” Thome:

“Aê gentxi, tudo legau? Queria agredecer, antes de mais, ao Benfica: não por me ter dado a oportunidade de jogar num campeonato onde 2/3 das equipas estão à beira da falência, não por andar à porrada nos aeroportos com portugueses de Mirandela com sotaque brasileiro, mas por ter mandado para este país o Karadas e provar aos bifes que eu não sou o maior tosco do mundo.
Mas vamos ao essencial. Não pude deixar de reparar na lacuna bloguística aqui cometida quando não é dedicado um post, nos últimos largos meses, aos jogadores que passeiam(ou passearam recentemente) a sua classe por grandes clubes, apesar da sua grande dificuldade em dar um chuto no esférico. Jogadores que lutam por títulos europeus mas que podiam jogar num Caranguejeira, num Maria da Fonte ou, qui ça, num Eléctrico de Ponte de Sôr. É por estas e outras razões ( o visual peculiar de Jorge Kataklinsmann deixou-me, de todo, sensibilizado) que inicío, hoje, uma cooperação com este blog de referência.



Começamos por um defesa central titular do Arsenal que levou vários "nós" de Cristiano Ronaldo no ultimo jogo frente ao Manchester. Pascal Cygan é um dos muitos franceses do plantel de Arsene Wenger, que em tempos foi a base da selecção francesa. Da maioria deles não temos dúvidas: são grandes jogadores. Mas Pascal Cygan é um defesa perfeitamente normal, com razoável jogo de cabeça e que não sabe dominar uma bola. Quando adaptado a lateral é um desgraça autêntica e é pelo seu lado que os extremos tentam a sua sorte.Compreensivelmente, é tapado por Sol Campbell, Touré e Senderos no eixo de defesa londrina.

João Pereira é outro caso. Extremo-direito nas camadas jovens, evidenciou-se pelo seu jeito(ou fala dele) para o teatro e pelas correrias, muitas vezes sem nexo, pela ala. O pouco espaço que tinha para jogar numa linha mais avançada na Luz remeteu-o para a lateral direita como alternativa a Miguel. Este rapaz foi até há bem pouco tempo seleccionável dos sub-21, onde disputava o lugar com esse outro predestinado para a modalidade que é Miguel Garcia. Foi preciso adaptar um avançado a defesa para Agostinho Oliveira não jogar com um buraco no lado direito da defesa.

Em tempos trinco da Sampdória, Hugo imediatamente se afirmou como um flop. Como o Sporting não o consegue impingir a ninguém, a opção foi não o inscrever, para ver se ele se fartava de estar parado. Mas não! Hugo quer o céu e só aceita uma transferência para o Chelsea de José Mourinho. Depois de estar tapado por Beto, André Cruz, Enakarhire, Tonel, Polga, Contreras, Quiroga( e todos os outros centrais que passaram pelo Sporting nos últimos 5 anos), o homem que “beio de Braga” nem nas colecções de cromos da Panini tem lugar. Para sorte desse novo grande mister que é Hélio Sousa, Hugo Vieira não fará parte do plantel sadino.

“O Areias é um camelo”, diziam alguns adeptos do Porto desgostosos com a contratação do prodígio do Beira-Mar. “Sands is a camel”, diziam alguns adeptos do Chelsea ao observar o mítico duelo Joe Cole/Areias, na Liga dos Campeões. Miguel Alexandre Areias Lopes só não figura na lista dos laterais que maior barrete constituíram porque o Real Madrid teve, em tempos, a surpreendente ideia de contratar o mítico Carlos Secretário, o que constituiu uma espécie de sinal da incompetência directiva que se viria a agudiza anos mais tarde. Num dos últimos jogos do Boavista esta época, e após uma exibição sua um pouco acima da média( conseguiu cortar uma bola em cima da linha) de golo, o comentador da SportTv rotulou a sua prestação como a “melhor de sempre”, o que demonstra a quantidade de bons jogos que homem fez.


Desculpem os adeptos do Porto a inclusão de dois ex-dragões na lista de craques incompreendidos, mas Hélder Postiga merece uma referência da minha parte. Uma época em Inglaterra coroada com 1(um!!!) golo foi a cereja no topo do bolo daquele que foi considerado o pior reforço de 2003/2004 em Inglaterra. Pinto da Costa ganhou 6 250 000 libras com a sua venda(a 6ª mais cara contratação da historia dos Spurs), mas não foi tão esperto ao pagar 5 milhões 1 ano mais tarde para o roubar ao Benfica. “Postigol” ficou famoso em terras de sua Majestade por ter marcado um golo com a mão aos ingleses na qualificação para o Euro sub-21 e , mais tarde, levou-nos para prolongamento nos quartos-de-final do Euro 2004( que humilhação, o maior barrete da Premier League eliminou a Inglaterra). Co Adriaanse pode inventar muito mas não é parvo, e por isso o homem nascido em Vila do Conde foi falhar golos para o Saint-Étienne.


Termino este minha simbólica contribuição com uma sincera homenagem a Ole Gunnar Solskjaer que, depois de 2 anos lesionado, vai voltar aos relvados frente ao Burton Albion, para a Taça de Inglaterra. O eterno suplente( sempre tapado por nomes como Dwight Yorke, Andy Cole ou Van Nistelrooy) , que, ainda assim, se fartava de marcar golos, vai ter um brinde pelo seu esforço no árduo trabalho de recuperação.

02 janeiro, 2006

Viva 2006

Directamente da sempre aprazível cidade de Cascais, o jovem actor Tiago Castro, escreve-nos um importante artigo sobre as manifestações futebolisticas na sociedade actual e o imperativo retorno à era do bigode.

Caríssimos, é com desmedida emoção que colaboro uma vez mais com tão nobre blog.
2006, 8 anos volvidos regressa o Campeonato do Mundo (recuso-me a aceitar o Coreia/ Japão de 2002).
O Mundo gira sobre a roteiro, sendo cada vez mais o futebol um habitué no dia a dia do cidadão comum. Sempre que se queira insultar outrem, podemos dirigir-nos ao visado com um sempre ofensivo: “Você é um Leandro do Bonfim!” ou até “Esteja calado seu Leo Lima!”.
Igualmente no mundo laboral o patrão pode dirigir-se ao subordinado alegand ofalta de rendimento com: “O senhor está a render o mesmo que o Beto, quandoadaptado à ala direira”.
Em reuniões: “Nós queremos dar coesão à empresa! Tipo, jogar como Alcides a lateral direito!”
Contudo algo me entristece, o desaparecimento do histórico bigode lusitano. Longe vão os tempos em que a pelugem labial superior era com que um pré requisito para se ser treinador de futebol. Olho para o actual panorama da Super Liga e constacto apenas 2 exemplares dessa espécie cada vez mais em via de extinção.
Na Madeira, Manuel Machado triunfa na Choupana, levando o seu Nacional ao 2ºlugar no campeonato de Inverno.
Não me venham com histórias! Miguelito não é o melhor lateral esquerdo nacional. Diego não é um Keeper de classe mundial. Ricardo Fernandes é um grandes tamanco,um cepto na verdadeira essência da palavra. Miguel Fidalgo é uma espécie de mix entre Brian Deanne e Marcelo Cipriano. Bruno, Chaínho, Goulard e Patacas, não passam de jogadores medianos!
O sucesso dos auri-negros deve-se em larga escala, ao seu timoneiro. Manuel Machado com o seu bigode maroto, consolidou o Moreirense entre os grandes, devolveu o lugar europeu ao Vitória de Guimarães e actualmente suplanta os feitos de Casimiro Mior, no Nacional.

Na Figueira da Foz, o abnegado Álvaro Magalhães tenta com a garra que o notabilizou, salvar a Naval 1º de Maio. Tarefa árdua, mas não impossível.
Além fronteiras, Calisto afigura-se como uma espécie de José Mourinho do Vietname. O bigode tuga a fazer a dobradinha em terras onde nem os Estados Unidos conseguiram levar a melhor.

A Nando Chalana será sempre associado um atestado de competência, pela descoberta de Miguel como defesa direito. Somente o ex-marido de Anabela Chalana, foi capaz de descobrir num médio mediocre, as potencialidades que o haveriam de tornar num dos 5 melhores laterais direitosmundiais. Nelson não é, nem nunca será melhor doque o puto de Chelas que um dia recusou ir para o Dínamo de Moscovo.
Antes de passar para além fronteiras sou obrigado a idolatrar o nome de Artur Jorge de Melo Braga Teixeira, qui ça o bigode mais famoso do futebol português. Aqueleq ue triunfou no Porto, perdeu no Benfica, tornou o PSG numa das melhores equipas europeias, esteve sabe-se lá a fazer o quê no Matra Racing, salvou a Académicade Coimbra, eclipsou-se no CSKA e quase apurava os Camarões para o Alemanha2006.

Para concluir, deixo a minha homenagem ao domador de estrelas. Aquele que jamais seria capaz de preterir Luis Figo em benefício de Robinho. V. Del Bosque foi o último treinador a ganhar títulos no ex-poderoso Real Madrid. Com a sua partida, os Galácticos,tornaram-se simplesmente mediáticos. Neste momento as suas hipóteses de vencer a liga espanhola são mais ou menos similares às do Penafiel em conseguir a manutenção.