30 junho, 2006

O Código Da Sporting

Enquanto abençoava a lagartagem, Bento XII virou-se para Carlos Freitas e disse: "Traz-me o gajo dos mandamentos!" (montagem da autoria do visionário Alexi Lilás)


Paulo Bento é, realmente, um génio do futebol moderno. Eu, que já o admirava bastante, fiquei estupefacto por só ter conseguido decifrar a sua estratégia hoje. E realmente não há melhor para contruir um grupo coeso.
As linhas mestras da era "Bentiana" passam por reunir no plantel figuras bíblicas ou com algo ligado à doutrina cristã. E esta tendência afecta todos os sectores do clube de Alvalade. Pode ser algo rebuscado, mas passo a provar, através de uma investigação à moda de Robert Langdon:

- A primeira medida do homem do risco ao meio foi contratar Abel. Ora todos sabemos que o seu irmão, Caim, o matou à pedrada, tornando-se o primeiro homicida da História da Humanidade. Deus aceitou os sacrifícios de Abel e rejeitou os de Caim. Bento também só deu lugar no clube a um dos irmãos. E a razão é simples: se o ex-capitão do Oviedo quisesse alguém violento em campo tinha mantido Sá Pinto no plantel.

- Quanto à gestão do número de guarda-redes no plantel, Ricardo e Rui Patrício estavam confirmados, restando Nélson e Tiago. Um deles tinha de sair. O primeiro foi o 2º guarda-redes mais utilizado ao longo dos últimos 3 anos e é, na minha opinião, mais completo que Tiago( apesar de ser um pé de chumbo). Mas foi Tiago, o apóstolo, que permaneceu.

- Quando foi necessário encontrar um central, e já com um jogador como Enakarhire referenciado, quem foi 1ª opção? Moisés. Para além de uma passagem pelo Cruzeiro e outra pela Rússia, que referências tem este jovem? A autoria dos 5 primeiros livros do Antigo Testamento e a condução do povo israelita até à Terra Prometida. Nada mais, excepto o facto de ter recebido os 10 mandamentos que o Senhor lhe enviou.

- O jogador mais preponderante do futuro Sporting será João Filipe Iria Santos Moutinho. Já viram melhor sequência de nomes com conotação religiosa num craque da bola???!!! João e Filipe...os nomes próprios são apóstolos; Iria - Cova da Iria, onde Nossa Senhora apareceu aos pastorinhos e culminando num singelo e comum Santos, que tem uma correlação óbvia com crenças religiosas.

- As maiores estrelas vindas das escolas leoninas pelas quais os sportinguistas choram hoje dão pelo nome de Simão, discípulo de Cristo sobejamente conhecido, e Quaresma, como que a relembrar aos adeptos do Desporto Rei os 40 dias de JC no deserto. A tendência da Academia de Alcochete para dar ao mundo do futebol referências do Livro Sagrado já vem de há anos atrás, portanto.

- Além disso, o melhor jogador jamais formado em Alvalade, Figo, passou grande parte da sua infância na Cova da Piedade( e que me desculpem as leitoras de nome Piedade, não é nada pessoal, o miúdo não era assim tão precoce). Ora aqui vai o inicio de um excerto de uma famosa oração católica, “A Ladainha de São Bento":


“Senhor, piedade Senhor, piedade.
Cristo, piedade Cristo, piedade.
Senhor, piedade Senhor, piedade.
Cristo, piedade Cristo, piedade.
Cristo, ouvi-nos Cristo, ouvi-nos.
Cristo, atendei-nos Cristo, atendei-nos.
Deus, Pai do céu, tende piedade de nós”

Ora cá está, não foi por acaso que Bento( o nome não é coincidência) apontava a Piedade como o caminho para salvação. Só não se sabia que pelo meio havia, efectivamente, uma cova. E seria mesmo um balão de oxigénio para os cofres do Sporting, se Sousa Cintra tivesse mais neurónios que um cavalo para vender o Pastilhas por um bom preço.

- Paulo Bento envergou, durante grande parte da sua carreira, a dorsal número 17. Será este um sinal de que o sucessor de Bento XVI está encontrado? Acabou a carreira aos 33 anos. Como sabemos o lugar de trinco não implica grande desgaste físico: centrais, trincos e principalmente guarda-redes têm a possibilidade de continuar nos relvados durante mais tempo do que jogadores que ocupem outras posições. Mas Bento não esperou mais do que 33 primaveras. Duas vezes um 3 – o número sagrado da Trindade: Pai, Filho e Espírito Santo. Mais curioso ainda: Jesus Cristo morreu com...33 anos(obrigado aos nossos atentos leitores por me lembrarem deste facto).

- O principal accionista da OPCA, empresa dirigida por Filipe Soares Franco, é, nada mais nada menos do que o….Banco Espírito Santo. Assim, esqueçam a linha ténue que delimitava a perigosa ligação entre futebol e política. Também na estrutura leonina encontramos personalidades como Espírito Santo Ricciardi.
Até as crenças se ligam ao desporto rei. Porque futebol não é uma religião, futebol é a mesmo A religião...

Por isso não se admirem se em vez de Paredes chegar Abraão...

28 junho, 2006

Campeonatos do Mundo - França 1998


Jules Rimet teria ficado radiante se tivesse visto o Mundial realizado em França, 60 anos depois de idealizar o maior torneio de futebol do planeta. E se fosse testemunha da vitória do seu país natal, de certeza que não teria contido a emoção.
Portugal entrou mal na fase de qualificação: empatou na Arménia e perdeu com a Ucrânia em Kiev. Porém, as vitórias caseiras sobre estas duas equipas e sobre a Albânia deram algum ânimo. Partíamos para Berlim com esperanças de repetir o apuramento como naquele dia em que Carlos Manuel atirou uma bomba do meio da rua em Estugarda e Bento viu várias bolas acertarem nos ferros da sua baliza. E tal esteve muito perto. Pedro Barbosa, que quando queria mostrava ser um dos portugueses mais talentosos da história do nosso futebol, inaugurou o marcador. Porém, Marc Batta tentou arranjar um pretexto para beneficiar os germânicos…e conseguiu. O francês quis ver uma substituição retardada por Rui Costa e o nº10 foi expulso, sob o olhar incrédulo da comitiva lusa e, certamente, da maioria dos adeptos da casa. Os anfitriões empataram e a vitória por 1-0 frente à Irlanda do Norte em Lisboa não serviu de nada, a não ser para confirmar um injusto 3º lugar no grupo.
A FIFA alargou o modelo da competição para 32 equipas dividas por 8 grupos (semelhante ao de hoje), dando mais hipóteses às confederações mais fracas de participar. 174 Equipas tentaram a sua sorte nas rondas de apuramento, graças ao novo formato mais apelativo.
O Brasil não pôde apresentar a temível dupla Ronaldo/Romário, devido à lesão do baixinho pouco tempo antes do início do Mundial. Bebeto , Rivaldo e Giovanni eram as alternativas…de luxo.

Grupo A: Brasil, Escócia, Noruega e Marrocos

O torneio começou com um Brasil-Escócia em que os canarinhos levaram a melhor por 2-1. César Sampaio marcou o 1º golo do evento a passe de Bebeto. Seria provável que Marrocos ocupasse o 2º lugar, depois de um empate a 2 bolas com os noruegueses( o sportinguista Hadji marcou a passe do benfiquista Tahar e o portista Chippo fez um auto-golo) e de uma vitória esmagadora(3-0) frente aos escoceses. Mas os escandinavos acabaram por conquistar uma surpreendente vitória frente ao Brasil. Bebeto inaugurou o marcador e Tore Andre Flo empatou 5 minutos volvidos. A 1 minuto dos 90, Rekdal marcou de penalty e remeteu os africanos para o 3ª posto.


Grupo B: Itália, Chile, Camarões e Áustria

A Itália começou por ceder um inesperado empate frente aos chilenos(2-2). Marcelo Salas bisou e os sul-americanos estiveram mesmo em vantagem até aos 85`, quando Roberto Baggio empatou, de penalty. Transalpinos venceram Camarões(3-0) e Áustria(2-1) e garantiram o 1º lugar. A selecção da mítica dupla Zamorano/Salas ficou em 2º. Os africanos foram a grande desilusão: Jacques Songo´o, Omam-Biyick, Wome, Mboma, Song e Job terminaram no último posto, atrás de uma selecção que tinha Andreas Herzog e pouco mais.

Grupo C: França, Arábia Saudita, África do Sul e Dinamarca

A Frana dominou por completo nesta fase, derrotando Arábia Saudita(4-0) e África do Sul(3-0), só sentido dificuldades para bater a Dinamarca(2-1). Emmanuel Petit desbloqueou o marcador após penaltys convertidos por Djorkaeff e Michael Laudrup. Os nórdicos venceram os sauditas por 1-0 e, frente aos sul-africanos, Benny McCarthy(então uma jovem estrela do Ajax) roubou-lhes um triunfo ao marcar o 1-1. Anfitriões e Dinamarca seguiram em frente.


Grupo D: Espanha, Bulgária, Nigéria e Paraguai


Os espanhóis não conseguiram o apuramento para os oitavos-de-final, de forma escandalosa. Frente à Nigéria, Hierro ainda marca um livre de forma soberba. Adepoju empatou e Raul repôs a vantagem no início do 2º tempo. Porém Zubizarreta conseguiu desviar para a sua baliza um cruzamento de Lawal e Oliseh, 5 minutos depois, desferiu uma bomba do meio da rua que o guarda-redes do Valência não conseguiu suster. Os africanos ganhariam ainda à Bulgária, com golo de Ikpeba, ocupando o 1º posto.
Os paraguaios só precisaram de dois nulos e de uma vitória sobre os africanos(3-1) para se apurarem. Os búlgaros, com Iordanov, Balakov, Kostadinov e Stoichkov, só pontuaram no 0-0 frente aos sul-americanos. No último jogo foram mesmo humilhados pela Espanha, perdendo por 6-1, num jogo em que Morientes e Kiko bisaram.

Grupo E: Holanda, México, Bélgica e Coreia do Sul

Esperava-se que a Holanda não tivesse tantas dificuldades em obter o 1º lugar…para tal manietou a Coreia(5-0), mas não conseguiu vencer belgas(0-0) nem mexicanos(2-2).
A selecção do excêntrico Jorge Campos e do goleador Luís Hernandez também se qualificou com 5 pontos, vencendo a Coreia por 3-1 e empatando com a Bélgica(2-2). Luc Nilis, o brasileiro naturalizado Oliveira e Marc Wilmots foram impotentes na tentativa de qualificação dos belgas.

Grupo F: Alemanha, Jugoslávia, Irão e E.U.A.

Alemanha e Jugoslávia qualificaram-se para os oitavos-de-final com 7 pontos. Os homens dos Balcãs, com uma equipa onde militavam Mijatovic, Milosevic, Mihajlovic e o mítico…Ivica Kralj, realizaram uma primeira fase de luxo. Mihajlovic, bem ao seu estilo, converteu em golo um livre que deu a vitória frente aos asiáticos. O resultado repetiu-se frente aos americanos e os sérvios estiveram em vantagem frente à Alemanha, mas Bierhoff deu o empate a 2. Os germânicos apresentaram uma selecção extremamente envelhecida. 7 dos jogadores do 11 titular estavam em final de carreira…
Curiosamente, o embate que mais notoriedade obteu foi o Irão-E.U.A., marcado pelas relações políticas entre os dois países. Até Bill Clinton se pronunciou acerca da partida. Estili e Mahdavikia marcaram e os iranianos fizeram a festa. De nada serviu o tento de McBride


Grupo G: Inglaterra, Roménia, Colômbia, Tunísia

A Roménia do “Maradona dos Cárpatos”, Hagi, venceu o grupo ao derrotar a Inglaterra, que se quedou pelo 2º lugar, por 2-1. Munteanu assistiu Petrescu para o golo da vitória(já após os 90`), de nada valendo o tento de Michael Owen. Os “bifes” derrotaram a Tunísia e a Colômbia, em ambos os jogos por 2-0. O jovem Beckham marcou, de forma sublime, o livre que confirmou a vitória frente aos colombianos. Os adeptos de terras de Sua Majestade tinham no médio do Manchester a principal bandeira na tentativa de alcançar algum sucesso no Mundial. A Roménia venceria a equipa do mítico Valderrama com um golo de Adrian Ilie e empataria com a Tunísia num jogo em que as principais estrelas da formação do leste ficaram de fora.


Grupo H:Argentina, Croácia, Jamaica e Japão

A Argentina acabou esta fase com 7 golos marcados e nenhum sofrido, ocupando o 1º lugar. Batistuta era o goleador de serviço e marcou 4 golos(3 na vitória por 5-0 com a Jamaica e 1 no triunfo frente ao Japão por 1-0) e Ariel Ortega era apontado como o novo Maradona(1 dos 415412385715 jogadores apontados como “Novo Maradona”).
A Croácia também tinha as suas estrelas e mostrou isso mesmo ao derrotar Jamaica(3-1) e Japão(1-0). Suker tinha instinto matador, Boban era o organizador de jogo e Stanic e Prosinecki traziam magia à equipa. No jogo em que estava em causa ficar a saber quem seria o bombo da festa, os homens das Caraíbas levaram a melhor sobre os nipónicos.


Oitavos-de-Final:

Depois da vitória sobre o Brasil, a Noruega acreditava em voos mais altos. Mas uma poderosa Itália acabou por fazer os escandinavos esquecer o seu sonho. Com Del Piero e Vieri numa fase excelente das suas carreiras, os transalpinos seguiram em frente com um golo do ponta-de-lança que jogava, então, no Atlético de Madrid. O Brasil não deu qualquer hipótese ao Chile. O trinco César Sampaio e Ronaldo bisaram…e de nada valeu o tento de Salas.
No primeiro jogo decidido através da regra do “golo de ouro”, Laurent Blanc deu a vtória à França frente ao Paraguai, depois de um nulo no fim dos 90 minutos. Os paraguaios estavam apostados em arrastar a partida até aos penaltys, devido à experiência do mítico José Luís Chilavert. Com um futebol de ataque impressionante, dinamarqueses esmagaram nigerianos por 4-1. Michael Laudrup era o cérebro da equipa e deu dois a marcar. O guarda-redes africano Peter Rufai, filho do Rei da Nigéria, foi impotente para travar as investidas nórdicas.
Num jogo muito equilibrado, em Montpellier, o México esteve em vantagem sobre a Alemanha graças a um tento de Luís Hernandez, o então mais respeitado jogador da formação da América central. A um quarto de hora do final, Jurgen Klinsmann iniciou a reviravolta que culminou no 2-1 apontado por Bierhoff, o desconhecido que tinha saltado para a ribalta no euro 96, ao dar a vitória na final à Alemanha. Num jogo emocionante, a Holanda derrotou a Jugoslávia por 2-1. Davids facturou já após o minuto 90, a passe de Ronald de Boer. Davor Suker marcou o penalty que qualificou a Croácia para os quartos-de-final, frente à Roménia.
Num jogo que ainda hoje é recordado, a Argentina inaugurou o marcador, de penalty, por Batistuta, mas Shearer empatou para a Inglaterra 4 minutos depois. Aos 16 minutos, o puto de 18 anos Michael Owen passou por toda a gente e fuzilou Carlos Roa. Veron ainda assistiu Zanetti para o 2-2…mas o caso do jogo deu-se as 47 minutos. O capitão da selecção das Pampas, Diego Simeone, teve uma entrada muito dura sobre Beckham. O jovem do Manchester não esteve com meias medidas e respondeu com um pontapé, tendo sido expulso imediatamente. A Inglaterra não conseguiu confirmar o ascendente que até então vinha evidenciando…e David Batty e Paul Ince remataram para as nuvens no desempate por grandes penalidades. Com esta derrota, a imprensa e adeptos ingleses criticaram Becks durante meses a fio(chegou mesmo a ser assobiado em Old Trafford por causa deste episódio).

Quartos-de-Final:

Os anfitriões seguiram em frente após um confronto com a Itália em que nem Barthez nem Pagliuca viram as suas redes violadas durante 120 minutos. Di Biagio atirou à barra, na marcação das grandes penalidades, e Aime Jacquet começava a calar os críticos, principalmente aqueles(como Le Pen) que faziam oposição à convocação de jogadores nascidos em território africano. A vitória gaulesa foi, ao fim ao cabo, um pontapé na xenofobia e no racismo.
Num confronto espectacular, a Dinamarca até começou por causar grandes calafrios ao Brasil de Zagallo. Jorgensen abriu o marcador aos 2` e Bebeto empatou aos 11`. Rivaldo bisaria e os canarinhos seguiam para as meias-finais, apesar de Brian Laudrup ainda ter reduzido. No Holanda- Argentina, Bergkamp resolveu a partida ao tirar Ayala do caminho como se este fosse uma criança de 4 anos, com um toque subtil, marcando de seguida 2-1 para os holandeses já para lá do minuto 90. A Croácia esmagou a Alemanha com largos 3-0. Jarni, Vlaovic e Suker foram os carrascos.


Meias-Finais:

Em Marselha, Ronaldo abriu o activo a passe de Rivaldo aos 46`, mas, já ao cair do pano, Kluivert respondeu bem de cabeça ao cruzamento de Ronald de Boer. Em mais um jogo decidido nas grandes penalidades, Taffarel foi o herói de serviço, ao defender os penaltys de Cocu e Ronald de Boer.
Liliam Thuram nunca tinha marcado ao serviço da sua selecção. Mas, frente á Croácia no Stade de France, respondeu ao golo do artilheiro Suker com um remate bem colocado de meia-distância, festejando o tento de joelhos no relvado e ar pensativo. E não se contentou, ainda assim: aos 69´ viria a colocar a sua selecção no derradeiro jogo da prova. Acabou levado às cavalitas pelos colegas.

Final:

Zagallo insistiu em Ronaldo, apesar de um suposto ataque de epilepsia do “Fenómeno” na noite que antecedeu o encontro. E realmente foi notório o deficiente estado físico do atleta. Para além das suas já evidenciadas dificuldades, Barthez ainda se encarregava de cair para cima da principal estrela canarinha em diversas disputas de bola.
Zidane começou a construir o triunfo após um canto. Assistido por Emmanuel Petit, marcava da cabeça. À entrada para o intervalo, Zizou repetiu a façanha da mesma forma. Desta vez foi Djorkaeff quem fez o passe. A meio do segundo tempo os brasileiros ganharam algum ânimo. Desailly foi expulso, Ronaldo proporcionou uma excepcional defesa a Barthez e Denilson atirou à barra. Mas a Jules Rimet estava destinada a acabar em mãos francesas. Num rápido contra-ataque, Taffarel viu Petit não perdoar o golo. E já Dugarry tinha desperdiçado uma oportunidade de forma escandalosa. Deschamps levantou a taça em primeiro lugar devido ao castigo de Laurent Blanc, expulso nas meias-finais.
Quanto á medalha de prata, os croatas fizeram história na sua primeira participação, batendo a Holanda por 2-1. Prosinecki ainda tinha 29 anos mas já apresentava debilidades físicas que condicionavam…talvez com este craque em melhor forma(que fez o 1º golo contra a Laranja Mecânica) a Croácia não tivesse sucumbido ao favoritismo gaulês nas meias-finais. Suker, esse, ficou para a história como um dos grandes finalizadores da história dos Mundiais.



França: Barthez, Lizarazu, Desailly, Thuram, Leboeuf, Djorkaeff, Deschamps, Zidane, Petit, Karembeu, Guivarc´h


Brasil: Taffarel, Cafu, Aldair, Junior Baiano, Roberto Carlos, César Sampaio, Dunga, Rivaldo, Leonardo, Ronaldo, Bebeto.



Melhores Marcadores:
-Suker(Croácia): 6 golos
-Batistuta(Argentina): 5 golos
-Vieri(Itália): 5 golos
-Salas(Chile): 5 golos
-Ronaldo(Brasil): 4 golos
-Hernandez(México): 4 golos

26 junho, 2006

Menções Honrosas


Esta é pela bola ao poste do Cocu...

...e esta pelo melhor jogador português de sempre, o capitão sem o qual não estaríamos nos quartos-de final. O sumo de laranja já bebemos, agora venha o bife!

23 junho, 2006

Finalmente!

Chegou o dia! Sábado, 24 de Junho, marca o início do tão aguardado Mundial 2006. Depois de algumas semanas de intermináveis jogos de preparação frente a simpáticas selecções de África, Ásia e América Central e do Norte, eis que chegam finalmente os jogos a sério. Tirando o Uruguai estão lá todos os campeões do Mundo, por isso a prova promete. Não consigo adiantar um favorito, mas espero que a Alemanha chegue ao tetra. Nos três títulos anteriores também começou a prova como underdog, por isso basta cumprir a tradição.

22 junho, 2006

Ser José Marinho


O Sporting está em boa posição para ser campeão na próxima época. Isto porque ainda nem a pré-época começou e o clube de Alvalade já tem Pontus.

NBA - Final

Jogo1: Dallas 90 Heat 80
Jason Terry foi o principal obreiro da vitória dos Mavs sobre os Heat no jogo 1 das finais do playoff.
“Jet”, como é carinhosamente chamado pelos adeptos, marcou 32 pontos, pontos, capturou 4 ressaltos e fez 3 roubos. As suas percentagens de “tiro” foram altíssimas com Terry a converter 13 dos 18 lançamentos tentados, dos quais 4 triplos em 7.
Nowitzki contribui com 16 pontos e 10 ressaltos, apesar da fraca percentagem de lançamentos de campo (4 em 14). Josh Howard fez igualmente um duplo-duplo com 10 pontos (3 em 14) e 12 ressaltos
No lado contrário somente Wade (28 pontos, 6 ressaltos e 6 assistências) deu alguma replica.
O’Neil esteve desastrado, falhando os seus primeiros 8 lançamentos livres. Numa final não pode acontecer.
Pela primeira nos playoffs a equipa de Dallas perdeu claramente na luta dos ressaltos, contudo este aspecto de pouco vale, uma vez que os Mavs só permitiram 12 pontos ao adversário no 4º período.
Aos Heat nada mais restou do que voltarem ao Hotel e reflectirem sobre como um jogo que lhes começou tão bem poderá ter acabado tão mal.

“Bem… nós pedimos a volta do verdadeiro Jason Terry. Este Jason Terry faz-nos uma equipa especial porque numa noite como esta onde Josh e Dirk fazem 7 em 28, precisas que poderio ofensivo venha de algum lado. Josh e Dirk normalmente não têm noites como a de hoje. Penso contudo, que nenhuma das equipas jogou o seu melhor basket.”Avery Johnson (treinador de Dallas)

Jogo 2: Dallas 99 Heat 85
Após o jogo 2 podia-se dizer: “Acabou.”
Claro que não acabou, porque as finais da NBA só terminam quando uma equipa atinge 4 vitórias, contudo todas as indicações apontavam nesse sentido, tal foi a facilidade com da vitória dos Mavs.
Miami atirou a toalha logo após o final do 3º período, fazendo descansar os seus melhores jogadores no último quarto.
Liderados por Dirk Nowitzi (26 pontos, 16 ressaltos, 4 assistências e 2 contras), Dallas teve igualmente em Jerry Stackhouse (19 pontos), Josh Howard (15 pontos), Jason Terry (15 pontos) e mesmo em Erick Dampier (6 pontos e 13 ressaltos), contribuições valorosas.
No lado de Miami, Wade foi o único que se apresentou num nível razoável ao obter 23 pontos e a capturar 8 ressaltos.
O’Neil teve possivelmente a sua pior noite como jogador profissional. 5 pontos foi mau demais!

“Respeitamos os nossos adversários. Claro que estamos entusiasmados pelo facto de estarmos aqui (algo pelo qual lutámos durante todo o ano), contudo não somos uma equipa acomodada”.Avery Johnson (Treinador de Dallas)

“Eles fizeram o que tinham que fazer. Todos foram cépticos para connosco, mesmo em Chicago, quando perdemos 2 jogos. O meu sucedeu quando perdemos o primeiro jogo contra New Jersey. Contra Detroit a história repetiu-se, mesmo quando liderávamos as séries por 3-1.”Pat Riley (Treinador de Miami)

Jogo 3: Miami 98 Dallas 96
Gary Payton foi o herói ao desfazer a igualdade a 9 segundos do final.
Depois Nowitzki falhou um lance livre que poderia voltar a empatar a partida. Wade marcou mais um lance livre e ainda roubou a bola, não permitindo o último lançamento ao adversário.
Estes 2 lançamentos, um marcado e outro falhado viriam a mudar o rumo das séries, que pareciam perdidas para os Heat.
Foi o 2-1 e não o 3-0. Jamais nenhuma equipa virou um 3-0 e também não seria agora.
Quando todos no pavilhão já pareciam resignados, um score final de 22-7 salvou a época de Miami.
Payton marcou o cesto decisivo, contudo foi Wade a grande estrela para partida ao marcar 42 pontos, aos quais juntos 13 ressaltos.

“Os deuses do basketball foram bons para connosco, é tudo o que posso dizer”Pat Riley (Treinador de Miami).

“Agora temos series. Agora estamos numa luta de cães, realmente”Dirk Nowitzki (Dallas)
“Relaxamos. Nós sabíamos o que fazer, tínhamos 13 pontos de vantagem e precisávamos de defender, contudo relaxamos”Josh Howard (Dallas)

Jogo 4: Miami 98 Dallas 74
Miami jogou pela 1ª vez bem nestas series.
Com a sua principal estrela a obter 36 pontos (24 na primeira parte) e forçando Nowitzki a uma noite péssima, os Heat dominaram por completo a partida.
Dirk fez 16 pontos, quase todos marcados da linha de lance livre. As suas percentagens de tiros de campo (2 em 14) apenas poderão ser equiparadas às de Josh Howard (1 em 8).
Realce para os 7 pontos logrados por Dallas no 4º período, um recorde negativo.
O espectáculo de Miami poderia contudo, ficar estragado muito por culpa de uma falta flagrante cometida por Jerry Stackhouse sobre Shaq. O’Neil (17 pontos). Foi num lance de superioridade numérica na sequência de um contra-ataque. Jason “The White Chocolate” assistiu Shaq. que se preparava para afundar. Jerry Stackhouse carregou violentamente o gigante que caiu desamparado. O jogador de Dallas deveria ter sido expulso, contudo acabou mais tarde por ser suspenso do jogo 5.

“Foi em dúvida o nosso melhor jogo nestas séries. A nossa defesa foi muito activa”Pat Riley (Treinador de Miami)

Jogo 5 Miami 101 Dallas 100 (após prolongamento)
O ano passado foi Robert Horry que decidiu sobre o apito, marcando o cesto que permitiu aos San António Spurs levar de vencida os Detroit Pistons.
Desta vez, coube a Dwayne Wade marcar com 1.9 segundos para jogar.
O final foi polémico com Josh Howard a cometer um erro crítico ao pedir o desconto de tempo final entre os 2 lances livres finais que permitiram a Wade vencer a partida.
“Josh Howard dirigiu-se a Joe DeRosa (ábitro) e não uma, mas 2 vezes, pediu o desconto de tempo.” – (José Crawford – árbitro principal)
“Se ele diz isso, ok é a palavra dele. Eu sei que não pedi desconto de tempo a ninguém. Só fiz um sinal para o treinador” – (Josh Howard – Dallas)
Wade foi o melhor nos locais com 43 pontos. O’Neil ajudou com 18 pontos e 12 ressaltos.
No lado de Dallas, Jason Terry marcou 35, Josh Howard 25 e Nowitzki 20.
Nas 24 vezes que as séries estiverem empatadas a 2-2, o vencedor do jogo 5 venceu o campeonato.

Jogo 6: Dallas 92 Miami 95
Dwayne Wade foi o grande protagonista desta vitória, contribuindo com 36 pontos, 10 ressaltos e 5 assistências.
Na sua 3ª época como profissional o base atirador, foi eleito MVP da final tendo alcançado a excelente media de 36,6 pontos por jogo.
Com o Shaq, novamente longe do seu melhor, o veterano Alonzo Mouring teve uma prestação meritória com 14 pontos e 6 ressaltos em 14 minutos. “Zo” foi o suplente ideal quando O’Neil se carregou com faltas.
Nos Mavs, Nowitzki foi o líder com 29 pontos e 15 ressaltos. Terry com 16 pontos, Howard com 14 pontos e 12 ressaltos e os suplentes Jerry Stackhouse e Marquis Daniels com 12 pontos cada, deram um forte auxílio à super-estrela alemã.
Os Heat fizeram valer o conjunto para alcançar a vitória nos momentos finais da partida.
Fundados em 1988, Miami é primeira vez no seu historial campeão da NBA.
O treinador Pat Riley conquistou o seu 5º título, sendo juntamente com Phil Jackson, o único treinador a ser campeão com 2 equipas diferentes (L.A. Lakers e Miami Heat).
O veterano Shaquile O’Neil, conquistou o seu 4º anel de campeão, depois dos 3 títulos alcançados em L.A. No curriculum do poderoso posto, constam ainda 2 finais perdidas. Uma logo no seu 2º ano como profissional ao serviço dos Orlando Magic e outra mais recente ao serviço dos Lakers.
Depois de Boston em 1969 e Portland em 1977, Miami foi a 3ª equipa a conseguir virar um 2-0 na final.

21 junho, 2006

Espremer a Laranja


Há 2 anos atrás, o jogo com a Holanda foi, para mim, o mais fácil do Euro 2004. Isto porque ninguém pensava em perder depois de nos ter sido mostrado, no jogo anterior com a Inglaterra, que também a estrelinha da sorte estava do nosso lado. Dick Advocaat é um treinador banal e a Laranja Mecânica também não tinha uma selecção recheada de craques em grande forma: a principal alternativa a van Nistelrooy era um ponta-de-lança veterano dispensado do Benfica(injustamente) que não estava propriamente no auge da sua carreira...Só um auto-golo de Jorge Andrade (o único português que não repetirá a titularidade 2 anos depois) causou algum transtorno a Ricardo.
Hoje, a selecção portuguesa é muito idêntica. Para além de Meira ser a única novidade, continuamos a ter connosco a Nossa Senhora do Caravaggio, a julgar pela forma como aquela bola de Omar Bravo foi rematada no penalty discutível cometido por Miguel e por outras incidências. Mas Marco van Basten operou uma renovação na sua selecção. O onze que entrou em campo no estádio José Alvalade foi:

- Van der Sar
- Reizinger
- Bouma
- Stam
- Van Bronckhorst
- Seedorf
- Cocu
- Davids
- Overmars
- Nistelrooy
- Robben

Em Nuremberga, é provável que entrem em campo:

- Van der Sar
- Heitinga
- Ooijer
- Mathijsen
- Van Bronckhorst
- Van Bommel
- Cocu
- Snejder
- Van Persie
- Nistelrooy
- Robben



Ou seja, uma selecção mais jovem e mais motivada para se dar a conhecer no maior palco do mundo. Mais de meia equipa mudou...como diria Jaime Pacheco, é uma faca de dois legumes. Irão(empatou com Angola) revelar a frescura e rebeldia da sua juventude ou acusar a sua inexperiência em grandes competições? À semelhança de Portugal, a sua produtividade ao longo dos 90 minutos tem sido instável: começaram pior contra a Sérvia e Montenegro para depois dominarem e protagonizaram uma excelente 1ª parte com a Costa do Marfim para depois sofrerem a bom sofrer no segundo tempo. O jogo de hoje, esse, pouco teve de futebol.
Depois de cumpridos os serviços mínimos com uma selecção cujo treinador parece filho de Satanás, é essencial que a experiência de Figo, Deco e Pauleta se superiorize a Heitinga, Ooijer e Mathijsen.


Fantástica a prestação dos Palancas Negras.Esteve melhor que Costa Rica e Sérvia e Montenegro, muito mais "calejadas" nestas competições, e não ficou em último no grupo, jogando taco-a-taco com uma selecção superior em termos de historial como a do Irão. Togo e Tunísia não farão, provavelmente, melhor figura. Não envergonhou...e era isso que se pedia.

Campeonatos do Mundo - USA 1994

O cepticismo instalou-se quando a FIFA decidiu atribuir a organização do Mundial de 1994 a um país “estranho” ao futebol. Apesar dos mais pessimistas preverem estádios vazios, o evento foi um sucesso com uma média recorde de quase 70 mil espectadores por jogo.
Os fãs assistiram igualmente ao ressurgir do futebol de ataque, contrastando com o entediante Itália 90. A nova regra da inibição do atraso ao guarda-redes terá contribuído para tal facto, obrigando as equipas a praticarem um futebol mais ofensivo.
Portugal, com Carlos Queirós no leme, falhou a qualificação por pouco. Foi por uma unha negra que Paulo Futre e Cª não estiveram nos Estados Unidades.
Inseridos no Grupo 1 da zona europeia, tivemos como adversários a Itália, Suiça, Estónia, Escócia e Malta.
No final, 6 vitórias, 2 empates em Glasgow e em Berna (na estreia de Abel Xavier, então um jovem parecido com o Michael Jackson dos Jackson 5) e 2 derrotas ante a poderosa Itália.
No jogo decisivo perdemos 1-0 , no Giuseppe Meazza, quando era imperativo ganhar. Foi pena! Ficámos em 3º a 1 ponto da Suiça e 2 da Itália.

Os moldes de Mundial continuavam a ser os mesmos desde 86. 24 Selecções distribuídas por 6 grupos.

Grupo A: USA, Roménia, Suiça e Colômbia
A Colômbia era considerada pela crítica como um dos grandes candidatos à vitória final. Com um conjunto muito forte onde pontificavam Valderrama, Asprillia, Freddy Rincon entre outros, os colombianos venceram facilmente o seu grupo de apuramento, tendo inclusive cilindrado a Argentina em Buenos Aires por 5-0.
Nos Estados Unidos tudo foi diferente. Ficaram em último lugar no grupo A, com 3 pontos fruto de uma vitória contra a Suiça na 3ª jornada.
Na derrota por 3-1 com a Roménia, Andreas Escobar fez o único auto-golo do torneio. Mais tarde no regresso a casa viria a pagar com a vida!
A Roménia com Georgi Hagi em grande forma venceu o grupo com 6 pontos.
Suíça e Estados Unidos com 4, foram 2º e 3º respectivamente. Os americanos conseguiam o seu objectivo de não serem o primeiro país organizador a ficar fora da 2ª fase.

Grupo B: Brasil, Rússia, Suécia e Camarões
Após perderem com a Bolívia o primeiro jogo numa fase de qualificação, muito se especulou sobre a capacidade do Brasil. Parreira montou uma equipa pragmática (talvez o Brasil mais europeu de sempre) suportada em 2 médios defensivos e com a frente de ataque entregue a Romário e Bebeto.
Cedo se percebeu que o escrete era um forte candidato à vitória final, podendo pôr fim ao jejum de 24 anos.
Os canarinhos venceram o grupo com 7 pontos.
Após o desaire 4 anos antes, a Suécia apresentava-se bem melhor conseguindo o apuramento para os oitavos de final ao ser segunda com 5 pontos.
Rússia e Camarões desiludiram.
Os leões indomáveis foram uma sombra da fabulosa equipa que encantou o mundo em Itália, enquanto os russos só deram um ar da sua graça quando golearam os africanos na 3ª jornada por 6-1. Um jogo curioso com Oleg Salenko a fazer 5 golos e Roger Milla a tornar-se aos 42 anos no jogador mais velho a marcar numa fase final do Campeonato do Mundo.

Grupo C: Alemanha, Espanha, Coreia do Sul e Bolívia
Após o discurso do Presidente Clinton, Alemanha e Bolívia abriram o Mundial.
O veterano Klinsmann apontou o tento solitário com que os germânicos venceram a partida.
Os campeões mundiais pareciam uma equipa cansada. Nos jogos seguintes empataram 1-1 com a Espanha e quase desperdiçaram uma vantagem de 3-0 no jogo contra a Coreia.
Apesar de um início algo comprometedor, com um empate a 2 bolas com a Coreia a Espanha passou à fase seguinte com 5 pontos.
Os coreanos despediram-se com 2 pontos mas deram muitas dores de cabeça aos adversários.
Depois de uma estrondosa fase de qualificação, a Bolívia de Erwin “Platini” Sanchez e Marco Etcheverri desiludiu.

Grupo D: Nigéria, Argentina, Bulgária e Grécia
Maradona, que voltou para disputar o playoff contra a Austrália, marcava presença no seu 4º mundial.
O pequeno génio liderou a argentina à vitória nas duas primeiras partidas.
Depois mais um escândalo com o astro a acusar cocaína e a ser prontamente suspenso.
A Nigéria viria de forma surpreendente a vencer um grupo onde 3 equipas acabaram com 6 pontos.
Quanto à Bulgária de Stoitchkov, Kostadinov, Balakov e tantos outros acabados em “ov” ou “ev”, conseguiram dar a volta depois de um começo atribulado que se saldou por uma derrota por 3-0 com a Nigéria. Num dos momentos mais marcantes de sempre Rashid Yekini, então no Vitória de Setúbal, festejou agarrado à rede o tento obtido com uma reza carregada de simbolismo.
A Grécia foi o bombo da festa (AH AH AH AH!!!) despedindo-se da competição com 0 pontos, 0 golos marcados e 10 sofridos.
Em jeito de brincadeira a malta terá dito: “Qualquer dia estes gajos ainda ganham o Campeonato de Europa”!

Grupo E: Itália, México, Rep. Irlanda e Noruega
O grupo da morte, com todas as equipas a acabarem empatas com 4 pontos.
A Noruega acabou por ficar de fora devido ao goal-average.
Depois de uma derrota por 1-0 com a Irlanda a Itália parecia eliminada quando no 2º jogo o guardião Pagliuca foi expulso logo aos 22 minutos.
Arrigo Sachi chocou o mundo ao prescindir do príncipe Roberto Baggio para fazer entrar o guarda-redes da Lázio de Roma Marchegianni.
Dino Baggio fez o golo que valeu à Itália continuar em prova.
O México venceu o grupo.

Grupo F: Holanda, Bélgica, Arábia Saudita e Marrocos
Tal como no grupo D, 3 equipas fizeram 6 pontos.
Marrocos ficou de fora, contudo desenganem-se aquelas que pensam que os africanos foram o bombo da festa. Os marroquinos perderam os 3 jogos sempre pela margem mínima.
O belga Michel Preud Homme, a meses de ingressar no Benfica, presenteou-nos com excelentes exibições ganhando o estatuto de melhor guarda-redes mundial.
Este grupo ficará igualmente marcado pelo excelente golo de Saeed Owairan. Fazendo relembrar Maradona em 86, o saudita arrancou do seu meio campo, passou por meia equipa belga e picou a bola por cima de Preud Homme.
Depois da Coreia do Norte em 1966, uma equipa asiática passava finalmente à 2ª fase.

Oitavos de final
Num grande jogo de futebol a Alemanha liderada por Klinsmann venceu a Bélgica por 3-2. Foi o melhor jogo dos campeões mundiais em terras do tio Sam.
Suiça, Arábia Saudita e Irlanda, foram presas fáceis para Espanha (3-0), Suécia (3-1) e Holanda (2-0).
Órfãos de Maradona, Caniggia, Batistuta e Redondo tombaram aos pés da Roménia. Em mais um grande jogo de futebol, o Maradona dos Balcãs continuou a fazer das suas. Dumitrescu e um ponta de lança de nome Raducioiu ajudaram igualmente no triunfo por 3-2.
O sonho americano acabou aos 80 minutos quando Bebeto marcou o golo que permitiu a passagem do Brasil aos 4ºs de final.
O Brasil jogou 1 hora com 10 homens, após Leonardo num gesto irreflectido ter agredido com uma cotovelada Tab Ramos.
Aos 89 minutos Roberto Baggio impediu a eliminação da Itália, que perdia por 1-0 com a Nigéria. No prolongamento o príncipe marcou novamente, agora de penalty.
Para finalizar a Bulgária eliminou o México nos penaltys, depois de 1-1 no final dos 120 minutos.
Um jogo no mínimo caricato devido à queda de uma das balizas!

Quartos de Final
7 das 8 equipas presentes nos 4ºs de final eram europeias, algo no mínimo curioso se tomar-mos em conta que Inglaterra, França e Dinamarca (campeão europeu) não se conseguiram qualificar.
Os “Baggios” marcaram os 2 golos com que a Itália bateu a Espanha. Caminero fez o tento de honra dos espanhóis.
Em mais um grande jogo de futebol, o Brasil venceu a Holanda por 3-2.
Marcaram primeiro os canarinhos por Romário. Quando Bebeto fez o 2-0 todos pensavam que o vencedor estava encontrado. Louco de alegria o avançado do Desportivo da Corunha festejou o golo, abanando os braços imitando o embalar de um bebe.
A Holanda contudo, não desistiu e viria e empatar na sequência de 2 pontapés de canto. Winter e Bergkamp foram os marcadores.
Já perto do fim, Branco num pontapé livre fulminante, bateu novamente Ed de Goey.
Apesar de exibições pouco convincentes, todos esperavam que a Alemanha avançasse para as meias-finais. Poucos acreditavam na vitória da Bulgária.
Marcaram primeiro os campeões mundiais de penalty.
Depois veio a reacção búlgara.
Stoitchkov marcou de livre directo e Letchkov fez, de cabeça, o 1-2, superiorizando-se a Thomas Hassler. O pequeno nº 8 da Alemanha foi fortemente criticado após este lance.
No último jogo dos 4ºs de final a Suécia venceu a Roménia, no desempate por penaltys. Com 2-2 no final do prolongamento, os suecos foram mais felizes e venceram por 5-4.

Meias Finais
Baggio aniquilou o sonho búlgaro ao marcar os 2 golos que valeram à Itália a passagem à final.
Hristo Stoitchkov marcou o tento de honra da Bulgaria, alcançando Oleg Salenko no topo da lista dos melhores marcadores.
No outro jogo, a resistência sueca durou sensivelmente 80 minutos. Romário de cabeça carimbou a passagem brasileira à final.
O veterano Thomas Ravelli foi grande neste desafio.

3º e 4º lugar
Depois do fiasco em Itália, 4 anos antes, Dahlin, Brolin, Kenneth Andersson, Thern, Limpar, Ravelli, Stefan Schwartz lideraram a Suécia a uma campanha exemplar.
No jogo da consolação os nórdicos derrotaram copiosamente, por 4-0, uma Bulgária desmotivada.



Final
17 de Julho de 1994
Estádio: Rose Bowl em Los Angeles
Assistência: 94,194














Brasil: Taffarel, Jorginho (Cafu aos 22 minutos), Márcio Santos, Aldair, Branco, Zinho (Viola aos 106 minutos), Mazinho, Mauro Silva, Dunga, Bebeto e Romário
















Itália: Paggliuca, Benarrivo, Maldini, Baresi, Mussi (Apolloni aos 34 minutos), Albertini, Dino Baggio (Evani aos 95 minutos), Donadoni, Berti, Roberto Baggio e Massaro

Num mundial de futebol ofensivo, por vezes espectacular, destoou a final.
120 minutos de flagelo onde recordo somente 3 lances.
Uma falha de Paggliuca com a bola a bater no poste, um remate de Roberto Baggio com Tafarel a desviar facilmente para canto e uma emenda que Romário falhou à boca da baliza.

Nos penaltys o Brasil foi mais feliz e venceu por 3-2, sagrando-se tetracampeão.
Roberto Baggio falhou o penalty decisivo!




Melhores Marcadores:
Hristo Stoitchkov (Bulgária):6 golos, Oleg Salenko (Rússia): 6 golos, Romário (Brasil): 5 golos, Roberto Baggio (Itália): 5 golos, Jurgen Klinsmann (Alemanha): 5 golos, Kenneth Andersson (Suécia): 5 golos

19 junho, 2006

Campeonatos do Mundo - Itália 1990


A Itália tornou-se o 2º país a acolher 2 Mundiais (o 1º foi o México e o 3º a Alemanha). A construção dos estádios atrasou-se bastante, mas tudo ficou pronto aquando da data prevista para o início do torneio. A única "barraca" aconteceu na cerimónia de abertura, quando a ordem dos discursos foi alterada e nem o presidente da FIFA nem o representaste da organização tiveram a oportunidade de discursar.
Este é considerado por muitos o pior Mundial de sempre. Poucos golos e um número reduzido de jogos de qualidade marcaram o certame para sempre. Foi batido o recorde da pior média de golos por jogo de sempre (2,1 golos por jogo), contrastando com os excepcionais 5,4 do Suiça 54. Na qualificação, Portugal ficou no grupo do Luxemburgo, Bélgica, Checoslováquia e Suiça. Artur Jorge substituiu Júlio Cernadas Pereira “Juca” durante esta fase e estivemos perto de viajar para Itália. Mas uma derrota e um empate com os checos deitou tudo a perder. A equipa das quinas terminou em 3º lugar.
As grandes estrelas do futebol mundial não se apresentaram à altura da sua qualidade, a começar por “El Pibe” Diego Maradona. Ele, Caniggia e mais nove…era assim a Argentina.
As equipas foram divididas em 6 grupos. Passavam à 2ª fase os dois primeiros de cada agrupamento e os quatro melhores classificados em 3º lugar.

Grupo A: Itália, Checoslováquia, E.U.A. e Áustria

A Itália parecia não conseguir desbloquear o resultado frente à Áustria e, até perto do final, o marcador assinalava um teimoso 0-0. Assim continuou até ter entrado um tipo baixinho de nome Toto Schillaci. Relativamente desconhecido, sendo regularmente preterido em relação a jogadores como Vialli ou Carnevale, o avançado da Juventus saltou para a ribalta devido à sua excelente prestação neste Mundial. Os translpinos acabaram por vencer os 3 jogos (1-0 com a Áustria, 2-0 com os checos e 1-0 aos Estados Unidos) e o grupo. A Checoslováquia também se qualificou, só perdendo com os anfitriões.

Grupo B: Camarões, Argentina, Roménia, União Soviética

Foi aqui que se verificou a primeira grande surpresa. Oman Biyik marcou o único golo no confronto entre os africanos e os homens do país das Pampas e levou a sua equipa ao primeiro posto do grupo. Os Leões Indomáveis derrotaram ainda a Roménia com golos desse pós-moderno de 38 anos de nome Roger Milla.Até os romenos remeteu os campeões do mundo para 3º lugar, ao ganhar a soviéticos e empatar com argentinos. Apesar disso, Maradona e companhia passaram devido ao factor “melhores 3ºs lugares”.

Grupo C: Brasil, Costa Rica, Escócia, Suécia

Os canarinhos qualificaram-se sem qualquer problema. Numa equipa onde também militavam Taffarel, Mozer e Dunga, Careca marcou os 2 golos da vitória frente à Suécia(2-1), após assistências de Muller e Branco.Venceram também a Escócia(1-0) e a Costa Rica(1-0). Costa-riquenhos também seguiram em frente. Com o México banido da competição, os representantes da CONCACAF deram algumas alegrias à sua confederação. Nessa equipa de 1990 jogava o actual técnico da selecção, o brasileiro naturalizado Alexandre Guimarães.

Grupo D: Alemanha Ocidental, Jugoslávia, E.A.U. e Colômbia

Do lado germânico esteve o melhor jogador da competição, Lothar Matthaus. Na frente estava a temível dupla Voller & Klinsmann, enquanto o lateral-esquerdo Brehme era outro dos pilares. Assim, a Jugoslávia foi goleada pela “Mannschaft”(4-1), tal como os Emiratos Árabes Unidos. Com a Colômbia de Higuita assistiu-se a um empate(1-1). Sul-americanos(3 pontos) e os homens dos Balcãs(4) passaram também à segunda fase, juntamente com aqueles que viriam a ser campeões do mundo.

Grupo E: Bélgica, Coreia do Sul, Uruguai e Espanha

A Espanha venceu este grupo muito graças à inspiração do jogador do Real Madrid Michel. No jogo com a Coreia, o avançado marcou um livre de forma sublime: descaído para o lado esquerdo do terreno, aplicou um efeito à bola que a fez sobrevoar a barreira e entrar ao canto da baliza depois de um incrível arco. A Bélgica de Preud´Homme só falhou frente a “nuestros hermanos”, perdendo por 2-1 e acabando no 2º lugar. Enzo Francescoli e o seu Uruguai apuraram-se em 3º.

Grupo F: Inglaterra, Irlanda, Egipto, Holanda

Em 6 jogos…7 golos. Assim foram os números neste grupo. Bobby Robson treinou Lineker, a principal figura dos vencedores deste agrupamento. A Inglaterra ganhou 1-0 ao Egipto e empatou com Irlanda e Holanda(1-1 e 0-0, respectivamente). O então capitão irlandês é bem conhecido dos adeptos do futebol britânico: o ex-treinador do lanterna vermelha Sunderland e seleccionador do seu país em 2002, Mick McCarthy. Da Laranja Mecânica, 3ª nesta fase(atrás de ingleses e irlandeses), falaremos mais à frente.

Segunda fase:


A organização de uma equipa, a sua forma física e a assimilação de princípios de jogo é essencial no futebol e pode ofuscar o talento individual. E isso é notório nos jogos em que os pequenos batem o pé aos favoritos. Mas é igualmente verdade que um só jogador pode resolver um jogo. E a 24 de Junho de 1990, em Milão, quando Holanda e Alemanha disputavam o acesso aos quartos-de-fianl, isso foi visível.
Ao minuto 20, Voller foi expulso e Rijkaard seguiu-lhe os passos em direcção aos balneários, depois de cuspir no avançado por 2 vezes. A Laranja parecia ter a organização necessária para colmatar a falta de um jogador influente, mas o destino apontava para a glória alemã. Ajudado por Matthaus e Littbarski, Klinsmann fez o jogo da sua vida. Jurgen cortou um mau passe no inicio do 2º tempo e abriu o marcador. Brehme deu a estocada final aos 84`. Ronald Koeman ainda marcou de penalty, mas já era tarde. 16 anos depois o “Palhaço Ronald” voltaria a sentir o sabor do insucesso, ao liderar um clubezeco de um bairro de Lisboa.
Roger Milla marcou mais dois golos à Colômbia, na vitória camaronesa por 2-1. Foi preciso esperar até à 2ª parte do prolongamento para ver a bola entrar na baliza. A selecção africana tinha já o seu campeonato feito, consumando-se o estatuto de sensação da prova. A Checoslováquia derrotou a Costa Rica por 4-1 e os brasileiros desiludiram ao perder com a Argentina(1-0). Maradona assistiu Caniggia para o tento.
Depois de um jogo sem golos, a República da Irlanda derrotou a Roménia nos penaltys. David O´Leary marcou a grande penalidade decisiva. Os anfitriões derrotaram o Uruguai com golos de Toto Schillaci e Serena. Stojkovic marcou os golos da vitória da Jugoslávia sobre a Espanha, respondendo ao tento de Júlio Salinas(2-1) e a Inglaterra obrigou a Bélgica a fazer as malas graças à inspiração de David Platt(1-0)

Quartos-de-Final:


Os Camarões estiveram perto das meias-finais. As “Milla e uma noites” africanas(um trocadilho ao nível de José Marinho) obrigaram Robson a pensar fazer as malas. O jogo foi decidido através da marcação de dois penaltys cometidos sobre Gary Lineker e convertidos pelo mesmo. O secretário de Estado dos E.U.A., Henry Kissinger, adepto fervoroso do desporto-rei, chegou a dizer nesse dia: “Eles têm o futebol no corpo e praticam o jogo do século XXI. Fazem lembrar os brasileiros".Platt marcou primeiro. Milla sofreu o penalty que deu o 1-1 e assitiu Ekeke no 2-1, depois de deixar para trás Gascoigne, Wright e Platt.
Matthaus marcou o penalty que eliminou os checoslovacos e Schilacci deu também a vitória à sua Itália ante a Irlanda. A Argentina derrotou a Jugosláia depois de um resultado de 3-2 no desempate na marcação de grandes penalidades(0-0 aos 120`).

Meias-Finais:

A Alemanha e a Inglaterra defrontaram-se e proporcionaram um espectáculo fantástico, decidido no desempate por penaltys. Aos britânicos eram dirigidas críticas relativamente ao trabalho do seleccionador e falta de jogadores de topo. Paul Gascoigne chorou perante as câmaras após a derrota por 4-3, tornando-se o menino bonito dos “media” e dos adeptos ingleses. José Roberto Wright deixou jogar e conduziu o jogo de forma exemplar. Os alemães não se adaptavam a este estilo de arbitrar…mas os seus adversários estavam radiantes pela forma de dirigir uma partida típica da velha Albion. Brehme abriu o marcador com um remate que embateu em Parker antes de sobrevoar Peter Shilton. Lineker empatou aos 80 minutos. Pierce e Waddle falharam nos penaltys e viram a sua equipa ser eliminada.
No outro jogo, a Itália abriu o marcador por intermédio de…claro…Schilacci, a passe de Gianluca Vialli. Cannigia empatou aos 67`. O resultado foi decidido também através da lotaria das grandes penalidades e o marcador registou números iguais aos da outra partida…4-3, favorável à Argentina. Donadoni e Serena falharam, “El Pibe” marcou o ultimo dos homens das Pampas.


A final do Estádio Olímpico de Roma foi um jogo feio, que não ficou guardado de forma especial na memória dos que assistiam em todo o Mundo( a não ser na Alemanha, claro). Cannigia não actuou por castigo e Maradona era tudo o que restava aos albicelestes. Mas a organização adversária não o deixou brilhar. O árbitro Edgardo Codesal não viu um penalty do alemão Augenthaler e outro do argentino Monzón. Aos 85 minutos, Andreas Brehme converteu o penalty que recentemente afirmou não ter existido…O triunfo acabou por ser merecido, uma vez que o pragmatismo e eficácia alemãs ofuscaram uma Argentina que se resumiu às tentativas de ataque inconsequentes do melhor jogador do mundo na época. A Itália derrotara a Inglaterra por 2-1, ficando com a medalha de bronze do Mundial de 1990.


Alemanha: Illgner, Berthold(Reuter), Kohler, Augenthaler, Buchwald, Brehme, Littbarski, Hassler, Matthaus, Voller, Klnsmann.

Argentina: Goycochea, Lorenz, Serrizuela, Sensini, Ruggeri(Monzon), Simon, Basualdo Burruchaga(Calderón), Maradona, Troglio, Dezotti

Melhores Marcadores:
Schillaci(Itália) – 6 golos;

Skuhravy(Checoslováquia) – 5 golos;

Michel (Espanha),

Milla(Camarões),

Matthaus(Alemanha),

Lineker(Inglaterra) – 4 golos