31 outubro, 2005

Classe sem sujar os calções

Tamagnini Manuel Gomes Batista (Nené) nasceu a 20 de Novembro de 1949 em Leça da Palmeira.

Oriundo dos moçambicanos do Ferroviário Manga, chegou à Luz em 1968, com 17 anos, recomendado pelo primo Cavém, um antigo bi-campeão europeu. Seguiram-se 18 épocas de águia ao peito.

A estreia deu-se pela mão de Jimmy Hagan, numa clara tentativa de fazer esquecer antigas glórias como Mário Coluna, Jaime Graça e outros. Era a pouco e pouco o desaparecimento da gloriosa geração de 60.
Depois de se ter revelado como extremo de classe (o que levou ao interesse de Real Madrid e Arsenal), viria-se a tornar num dos artilheiros do clube, apenas suplantado por José Águas e Eusébio.
Por duas vezes (1980/81 e 1983/84) conquistou a bola de prata, símbolo para o melhor marcador do campeonato português.
Na selecção marcou presença durante 14 anos, num total de 66 jogos com 22 golos. No Mundial de 1984 viveu o seu grande momento, tendo apontado inclusive o golo frente à Roménia, que valeu a passagem às meias finais.
Conhecido como o jogador que não sujava os calções, um caso raro de inteligência e sentido posicional.
Terminou a carreira em 1985-86, contabilizando 7 golos em 16 jogos. Para trás ficavam 10 campeonatos e 7 taças de Portugal.
Actualmente trabalha no departamento juvenil de futebol do Benfica.

29 outubro, 2005

O Manel C´Ajuda

Joga-se, hoje, na Figueira da Foz, aquele que promete ser um jogo em não estão em causa somente 3 pontos. Os treinadores de Naval e Benfica, com José Veiga pelo meio, têm protagonizado uma forte guerra verbal nos últimos dias. Primeiro Koeman em medo da parte do seu adversário e Cajuda ripostou, falando do jogo em Manchester. O ex-empresário Veiga deitou mais achas para a fogueira, acusando o treinador da Naval de ser “o mais vaidoso e arrogante treinador da praça, que nunca chegará a um grande”.
Ora bem, temos o homem que destruiu a carreira a alguns jogadores (e só não o fez a outros porque foi trocado pelo rival Jorge Mendes); que está sob investigação devido a acções da SAD do Estoril; que viu penhorados os seus bens por dívidas de milhões ao fisco; que disse, na época transacta, que os administradores do Sporting não deviam falar à comunicação social porque ninguém os conhecia; que é director do clube que em tempos desrespeitou de forma reles e ordinária e que, na conferência de imprensa célebre Benfica – Porto da nova Luz, lançou indirectas baixas e desagradáveis a Pinto da Costa e à sua mulher, a tentar dar lições de moral a um homem que sempre se evidenciou pela sua simplicidade e honestidade. O que se seguirá? Avelino Ferreira Torres a dar lições de boas maneiras a Paula Bobone? “Muitos também nunca chegaram a presidentes do Porto…” foi a resposta ao que o ex-presidente da casa do F.C. Porto no Luxemburgo disse.
Manuel Cajuda é, para mim, um dos treinadores mais injustiçados, e um dos melhores sem sombra de dúvida, da geração anterior onde, como o Jorge Kataklinsmann disse no post anterior, a experiência se sobrepunha ao estudo, propriamente dito, do futebol. Sabe o que dizer para motivar os seus pupilos e não inventa desculpas na hora da derrota falando no passe lateral/central, na pressão alta ou na pressão baixa. E foi muito prejudicado pelo seu estilo sincero e pouco comum nas declarações à imprensa
O algarvio toma, muitas das vezes, posições que o levam ao destaque. Para exemplificar: ao contrário da nova vaga de técnicos, onde a esmagadora maioria afirma “eu sou um grande amigo do Mourinho”, “eu janto todas as semanas com o Mourinho” ou “eu e o Mourinho apanhávamos grandes cadelas juntos”, e dos mais experientes, como Manuel José e Octávio Machado, que afirmam que “Mourinho é um grande bandido”, Cajuda admite, com humildade, que não previa um grande futuro a um adjunto com pouca experiência de líder máximo do balneário, mas que obviamente é impossível ficar rendido ao seu trabalho ao fim destes 5 anos. E até brinca dizendo que, muito antes do setubalense aparecer, já ele usava sobretudo…
Manuel Ventura Cajuda de Sousa, 54 anos, fez carreira como jogador no Algarve, de onde é natural, no Farense e Olhanense. A sua primeira experiência como técnico no escalão maior deu-se na época de 1987/88, ao leme do Portimonense. Depois de passar por Olhanense, Louletano e “O Elvas”, comandou o Torreense na 2ª Divisão B, durante 3 épocas. Depois de orientar o Leiria na Divisão de Honra, cimentou a sua carreira na 1ª Divisão em Braga, onde, a partir de 94, estabelece classificações na 1ª metade da tabela e permanece mais 3 temporadas. Depois de passar pelo Belenenses,em 1997/98, volta à cidade dos arcebispos, de onde só sai em 2001. Vai para Leiria, substituindo Mourinho, e completa a obra do “Big Jose” na 2ª parte da temporada: qualifica a equipa para a Uefa e para a final da Taça de Portugal. Sai para a Madeira antes de jogar para as competições europeias e, mais uma vez, leva os insulares à Europa, mas os conflitos com o presidente Carlos Pereira impedem-no de continuar para além da 1ª jornada da época seguinte.
Um dos únicos pontos negativos da sua carreira foi a passagem por um Beira-Mar que, transformado numa multinacional, viria a descer após ter sido orientado por 4 técnicos.
Esta temporada, a Naval tem realizado um campeonato acima das expectativas. Ocupa o 10º lugar com um plantel recheado de jogadores talentosos, mas com pouca experiência de 1ª Liga. Bruno Fogaça, descoberto por Cajuda através da visualização de k7´s, é aquele que mais tem dado nas vistas, juntamente com o extremo cabo-verdiano Lito e o central Nelson Veiga, um dos mais maturos do plantel.
Ronald Koeman não conhece nem quer conhecer Manuel Cajuda. E esse é um erro que o poderá levar a um resultado negativo esta noite…

28 outubro, 2005

Onde raio está o novo Mourinho?

É indiscutível: José Mourinho trouxe muito ao futebol português. Mas não só a nível de títulos. Desde que o treinador setubalense chegou ao FC Porto e desatou a ganhar troféus, depois de passagens promissoras por Benfica e União de Leiria, muitos dos agentes do futebol português (dirigentes e jornalistas, acima de todos) desataram à procura do novo Mourinho. Para tal traçaram um perfil: passado nulo ou discreto enquanto jogador e estudos universitários na área do desporto, especialmente do futebol. De um momento para o outro, o “Modelo Vítor Manuel” (como eu gosto de chamar aos treinadores da velha guarda), com técnicos com passado enquanto jogador e com saber feito de experiência, de preferência acompanhados por um farfalhudo bigode (até isto se está a perder, com muita pena minha), passaram a estar fora de moda.

No entanto, o despedimento, no espaço de uma semana, de José Peseiro e de Carlos Carvalhal de dois dos maiores clubes nacionais, mostra que nada é linear, muito menos no futebol. Peseiro e Carvalhal são precisamente dois dos treinadores dos quais se esperava que dessem continuidade ao sucesso de Big Jose (assim mesmo, sem acento, coisa que os ingleses desconhecem). Os dois começaram a carreira de forma discreta: Carvalhal passou por Espinho, Freamunde, Vizela e Aves e Peseiro por U. Santarém, U. Montemor e Oriental. E os dois começaram a dar nas vistas em clubes de escalões secundários: Carvalhal conseguiu subir de divisão com Leixões e V. Setúbal e Peseiro com o Nacional, além de ter passado, sem sucesso, pelo Real Madrid, como adjunto de Carlos Queiroz.Ambos os dois, como diria o outro, tiveram a sua grande oportunidade na mesma altura, início da época 2004/05. Carvalhal no Belenenses e Peseiro no Sporting. Ambos os dois saíram sem honra nem glória, depois de falhados os seus projectos. Peseiro tinha como objectivo o título nacional e a vitória na Taça UEFA, que tinha a final marcada para Alvalade. Apesar de alguns tropeços pelo caminho, lá conseguiu chegar à semana decisiva com hipótese de cortar as metas na frente. Como se sabe, não conseguiu mais que um segundo lugar, na UEFA, e um terceiro, na Superliga. Esta época tudo correu mal, falhando logo dois dos quatro objectivos do Sporting e colocando outro (a Liga) em causa. Carvalhal teve um percurso parecido no Restelo. Os objectivos, sendo mais modestos, naturalmente, eram, ainda assim, ambiciosos. Classificação europeia e Taça de Portugal eram os sonhos a atingir. Como é sabido, nem um nem outro ficaram sequer perto de acontecer. Esta época, com um plantel reforçado, as expectativas eram ainda maiores. Depois de cinco derrotas consecutivas, uma das quais significou a eliminação da Taça, Carvalhal não tinha condições para continuar. Não deixa de ser irónico que o ex-defesa do Sporting de Braga tenha trocado Setúbal pelo Restelo devido à sua ambição de ganhar troféus e disputar provas europeias. Teve azar, o Vitória ganhou a Taça e foi à UEFA. Falta de paciência, às vezes, dá nisto, Carlos... (Claro que o Vitória está com a corda na garganta, mas mais uma Taça no museu e uma viagem a Itália já ninguém lhe tira).
Significará isto o fim da busca do Santo Graalinho (trocadilho idiota entre Santo Graal e Mourinho)? Será que falar em pressão alta, processo defensivo, processo ofensivo e periodização táctica chega para se ser um bom treinador? E Carvalhal e Peseiro são apenas os casos mais mediáticos. O que é feito de outros teóricos do futebol, como Luís Campos, Vítor Pontes e José Couceiro? Todos podem ser muito bons técnicos (no sentido de dominarem a técnica de treino), mas serão bons treinadores? Ou Mourinho terá algo mais: modo como motiva os jogadores, como estuda todos os pormenores dos adversários, como usa a imprensa para passar a mensagem que lhe interessa... Há que perceber que génios aparecem quando calha e o mais que se pode fazer é colher ensinamentos deles, nunca imitá-los.Já que falo de treinadores, faço aqui a minha homenagem pessoal a um dos meus técnicos-modelo. Ele já está na História do Futebol, apesar de fora das fronteiras dos países onde trabalhou não lhe ser dado grande valor. No fundo, para mim, ele é um Mourinho (não um sucessor, mas um antecessor, visto que anda nisto há mais de 30 anos). Não tem os estudos do treinador do Chelsea, mas em termos de motivação e agregação do grupo não lhe fica a dever nada. Chama-se Otto Rehhagel, actual seleccionador grego. Antes de rumar para o sudeste europeu, König Otto tinha feito trabalhos memoráveis em clubes de segunda linha do futebol alemão. No Werder Bremen, foi duas vezes campeão alemão (antes dele o clube só tinha um título), ganhou a Taça e a Taça das Taças, único título europeu do clube. No Kaiserslautern foi, em épocas consecutivas, campeão da II e da I Divisão alemães, algo de inédito naquele país e, possivelmente, no resto do Mundo. O único falhanço como treinador aconteceu, pasme-se, no Bayern Munique. Para curar a tristeza, assumiu o comando da selecção grega e foi o que se viu. Curiosamente, durante e após o Euro, muitos jornalistas portugueses acusaram-no do mesmo que José Mourinho tem sido acusado em Inglaterra: por um lado, muita arrogância, por outro, a sua equipa jogava um futebol nada atraente. Para mim, a Grécia mereceu inteiramente ganhar o Euro: uma equipa que vence Portugal (duas vezes), França e República Checa e empata com a Espanha (de quem tinha ficado à frente já na fase de qualificação) merece os maiores elogios. Não jogava um futebol tão atraente como Portugal, Rep. Checa ou Holanda? Pois não, se tentasse jogar teria perdido todos os jogos da primeira fase. Não nos esqueçamos que, entre 16 selecções, a Grécia era considerada a 15ª melhor (apenas a Letónia tinha menos prestígio). Para não falar nos ovos e nas omeletas, digo que com tremoços não se faz um arroz de marisco (tirando, claro, o Eusébio). Tal como Mourinho, Rehhagel sentiu na pele a inveja que provoca a extrema competência. Tal como Mourinho, deve ser para o lado que Otto dorme melhor...

25 outubro, 2005

Análise ao 1/4 do campeonato


Prof. Jesualdo Ferreira: Prémio da Malta da Tropa para a figura mais em destaque da presente edição da SuperLiga BetandWin.com

Está concluído o primeiro quarto do campeonato.
O campeão entrou mal, fruto das invenções de Koeman que tardou em encontrar o 11 ideal. Á 3ª jornada e após o grande derby lisboeta, os de Alvalade mostraram uma faixa elucidativa dos 8 pontos de atraso dos encarnados. Curioso, ou talvez não, o facto dos leões nos 5 jogos seguintes apenas terem logrado 4 pontos.
Vítima dos maus resultados Peseiro caiu, sendo substituído por um homem da casa, Paulo Bento (???!!!).

O Benfica por sua vez encontrou o rumo das vitórias e das boas exibições, contando por vitórias os restantes jogos efectuados.
Quanto ao FC Porto, entrou em prova sendo apontado unanimemente como o principal candidato à conquista do título.
As exibições menos conseguidas foram disfarçadas com vitórias, tendo os azuis e brancos, nas primeiras 6 jornadas, consentido somente 2 empates, a quando das deslocações a Braga e aos Barreiros.
Na 7ª jornada, os pupilos de Co-Adrianse foram batidos em pleno Dragão, pelo Benfica, num jogo em que ficou bem patente a superioridade dos lisboetas.

Uma equipa contudo tem-se destacado dos demais, falamos do Braga de Jesualdo Ferreira, que segue invicto na frente da tabela, com 20 pontos, fruto de 6 vitórias e 2 empates. Alicerçada numa defesa de betão, os arsenalistas afiguram-se neste momento como sérios candidatos ao título.

Paulo Santos, Ném, Nunes, Jorge Luiz e Madrid, estão entre as grandes figuras da prova. Não há o espectáculo de Co tanto reclama, mas há disciplina e muita cultura táctica.
Quanto ao resto tudo normal, Leiria, Marítimo e Guimarães começaram mal, mas parecem estar a poupo e pouco a somar os pontos que lhes permitam alcançar um lugar na tabela classificativa de acordo com os seus pergaminhos.
Em sentido inverso, o Belenseses de Carlos Carvalhal segue em queda livre depois de 3 vitórias nos quatro primeiros jogos. Estranho para quem parecia ter sido tão metódico na política de contratações.

Uma palavrinha para os recém promovidos Naval, Estrela e Paços de Ferreira ...e claro para o histórico Vitória de Setubal que se atravessa uma grave crise financeira que não se tem reflectido a nível desportivo. Briosos os homens do Sado, mas até quando?
A lanterna vermelha essa, é segurada pelo Penafiel com 2 pontos, o que apesar de estarmos ainda no início é caso para fazer soar o alarme nas hostes penafidelenses.
Venha o resto, que nós estaremos cá para comentar.
Ah... e parece que a malta se calou com as polémicas!!!

24 outubro, 2005

Sá Pinto, o Enganador

O Sporting é um clube engraçado. Às vezes hilariante mesmo. Se não existisse, teria de ser inventado, pelo que José Alvalade, há 99 anos, 3 meses e 23 dias, não fez mais do que concretizar algo de inevitável, que aconteceria mais cedo ou mais tarde. Eu gosto de ser sportinguista e não me consigo imaginar noutra pele. Mas que há (muitas) coisas que me fazem espécie, lá isso... Uma delas chama-se Ricardo Manuel da Silva Sá Pinto, a quem vou dedicar as próximas linhas.

Sá Pinto, também conhecido por muitos adeptos leoninos por Ricardo, Coração de Leão (!), é, para mim, um dos maiores equívocos que o Sporting já viveu (sim, eu lembro-me de Waseige, Peseiro, Missé-Missé ou Balajic, entre outros). Como é sabido, Sá Pinto é, desde há longos anos, um dos grandes ídolos da massa adepta sportinguista, com destaque para esse grupo iluminado chamado Juventude Leonina. Porquê? Não faço a mínima. Alegadamente, Sá Pinto é um verdadeiro sportiguista, que dá tudo dentro de campo, possui garra leonina, etc, etc. Para mim, em português corrente, isso é uma tanga gigantesca. Sá Pinto é dos jogadores que menos merece o estatuto de ídolo em Alvalade. Vou recordar alguns episódios que me levam a esta declaração, não diria de ódio... ou melhor, diria, diria.

Chegado ao Sporting em 94/95, vindo do Salgueiros (onde se especializou a fazer a vida negra ao... Sporting), Sá Pinto não se tornou titular indiscutível imediatamente. No entanto, as saídas de Figo, Balakov, depois Amunike, foram permitindo-lhe ganhar espaço na equipa. Até que resolveu estragar tudo, em 96/97. Espetou umas bolachadas em Artur Jorge, então seleccionador nacional, e foi castigado por um ano. Foi a primeira que ele aprontou ao Sporting. Mas tivemos sorte, encontrámos um asilo para ele, no País Basco. Na Real Sociedad cumpriu um contrato de três anos: no primeiro ofereceram-lhe uma Game Box para poder ver os jogos todos da equipa, no segundo calçou as chuteiras e fez umas coisas bonitas (já que falei no poeta, acho que ele merece uma citação) e no terceiro atrapalhou mais do que ajudou. Pelo que não renovou contrato.

Sem clube, Sá Pinto deu uma bela entrevista, onde revelou o que lhe ia na alma. Estava sentido com o Sporting por ainda não o ter contratado e, com uma chantagem psicológica de amador, recordou que era portista desde pequenino e que podia ter ido para as Antas em 94, mas, contra o seu coração, veio aterrar em Alvalade. Por incrível que pareça, o Sporting mordeu o isco e voltou a contratá-lo. Daí para cá tem sido o que se vê. Primeiro lesões, depois um visível (para quem quer ver) factor de impedimento de uma boa manobra colectiva, com uns golos pelo meio, claro. A última situação que me convenceu ainda mais que Sá Pinto é mais dado à sua causa do que à causa leonina aconteceu o ano passado, na recepção ao Rio Ave: penalty a favor do Sporting, Liedson prontificou-se a marcar, visto que era uma tarefa sua, mas o grande Ricardo não deixou. Ele sim, merecia marcar o penalty! Claro que tudo passou incólume, Peseiro, interrogado sobre o tema, limitou-se a mostrar o seu famoso sorriso amarelo. E hoje lá está Sá Pinto em grande, titular, às vezes capitão... E sempre, sempre, a atrapalhar o trabalho dos companheiros, como se viu esta noite em Barcelos.

Na cidade minhota, um lance definidor de Sá Pinto ficou na minha memória. Wender estava preparado para entrar, quando há uma falta favorável ao Sporting perto do local da substituição. Sá Pinto marca a falta rapidamente, mas o árbitro já tinha dado ordens para a alteração. O número 10 (!) protesta ferozmente, volta a pegar na bola, coloca-a no sítio e volta a marcar o livre. O árbitro volta a interromper e o Sá a refilar. Só então se apercebe da substituição, que ia decorrer dois metros atrás de si. Resultado, cerca de um minuto perdido quando o Sporting perdia por 1-2. Para mim, este lance resume o que é Sá Pinto: pouco inteligente, precipitado, refilão... Tudo o que um jogador modelo não pode ser.

Tantas vezes me revoltei eu em Alvalade ao ouvir os adeptos leoninos a chamarem tudo ao Pedro Barbosa, sempre que este perdia uma bola, e a aplaudirem Sá Pinto quando fazia o mesmo. Segundo a mole humana, o primeiro perdia a bola por ser um “chulo que não se mexe”, o segundo por “ter muita garra e dar tudo em campo”. Pedro Barbosa, um jogador com cérebro, que só queria ser apreciado dentro do campo (alguém sabe quem é a mulher dele?, quantas vezes o viram em revistas do coração?) saiu entretanto de Alvalade, sem honra nem glória, depois de dois títulos de campeão nacional, uma Taça e três Supertaças. Já o Sá, que de vez em quando lá aparece com a sua Frederica nas revistas cor-de-rosa (pelos vistos já desistiu de ser modelo), lá continua a contaminar o grupo de trabalho. Vale que apenas por mais uns meses (espero que não haja reviravoltas de última hora). Mas se for preciso ainda lhe dão um cargo qualquer no clube e teremos de o continuar a gramar...

PS - Não quero ser injusto e reconheço que tenho algo a agradecer a Sá Pinto. Lá para 1996, dois golos seus permitiram uma vitória por 3-0 sobre o FC Porto, em Paris, na finalíssima da Supertaça dessa época. Nove anos depois, ainda não percebi que mais fez ele de bom pelo clube.

21 outubro, 2005

Para onde vais Sporting?...

Na véspera de aniversário do "aranha negra" Lev Yashin, escrevo um post sobre um assunto que dominou a actualidade desportiva portuguesa desde à umas semanas para cá... A situação insustentável do Sporting Clube de Portugal, clube pelo qual nutro o maior respeito.

É com muita preocupação que tenho seguido a situação no clube verde e branco, nestes últimos dias. No ano do centenário de uma das maiores instituições desportivas deste país, essa mesma instituição depara-se com uma crise interna grave. Falo mais aprofundadamente do futebol, claro, mas não descarto as outras modalidades (já lá iremos). Tudo começou à muitos anos com a criação do denominado "Projecto Roquette". Este "projecto" foi defendido pelos dirigentes leoninos até à última, mas será que já não está ultrapassado? A estratégia adoptada pelas direcções nos últimos anos trouxe um grande desenvolvimento em termos de infra-estruturas, de qualidade do desporto praticado e mesmo de finanças, pois embora com algum despesismo exagerado, o Sporting tem conseguido manter a sua sanidade financeira, mesmo com os ataques dos seus oponentes!

No entanto, não nos esqueçamos que a má gestão dos recursos levou a uma política de contratações, em todas as modalidades, muito abaixo do que era esperado. A atitude dos dirigentes face à situação do clube era de indiferença e na última época pode-se observar muito bem isso. O Sporting sempre se orgulhou de ter a melhor escola de formação de jogadores e as vitórias obtidas pelas equipas jovens comprovam-no, porém outros clubes começam a aproximar-se e a atrair jogadores de grande qualidade para as suas camadas jovens. A Direcção de Dias da Cunha desprezou as outras modalidades: O Sporting orgulha-se de ter a mais vasta sala de troféus do país e uma das maiores da europa, mas nos últimos tempos nem tantos troféus têm entrado nessa sala... Foram extintas modalidades em que o Sporting já foi histórico, não só a nível nacional, como internacional; As verbas disponíveis para outras modalidades eram mínimas; O Presidente chegou a assumir a pasta do futebol por inteiro, demonstrando um total desrespeito pelas outras modalidades! Sim, eu sei que o futebol é o mais lucrativo e o desporto com mais visibilidade, mas será que modalidades históricas podem ser esquecidas?

A demissão de Peseiro (que não tinha mão no plantel e tinha uma relação tensa com os adeptos), de Paulo Andrade (um incompetente) e de Dias da Cunha (nunca mais largava o tacho!) foi um começo. Filipe Soares Franco assumiu a Presidência e chamou Paulo Bento para treinador. A equipa técnica tem caras novas que, com certeza, irão dar um novo rosto ao futebol do Sporting. O regresso de Carlos Freitas constitui, também, um factor positivo para os leões.


Mesmo assim, os problemas não estão ainda resolvidos, longe disso. A actual direcção está muito ligada à anterior e, embora tenha mostrado mais alguma maturidade, está longe de ser a mudança fundamental para o Sporting. Faltou a coragem de convocar eleições amtecipadas! Podemos considerar que esta é uma época de transição para o Sporting... O clube verde e branco deve, agora, lutar em todas as frentes! Em Maio ou Junho do próximo ano haverá eleições e aí muitos sportinguistas terão esperança de ver novas caras e novas políticas! Nesta época não se poderá exigir muito ao Sporting, mas todos os sportinguistas devem apoiar, mais do que nunca, a sua equipa, se são verdadeiros sportinguistas!

Há muita coisa que tem de mudar neste Sporting... é altura de começar a abrir caminho para os futuros dirigentes! O nosso blog estará lá quando for tempo de eleições! Para mim o candidato mais indicado seria Jorge Kataklinsman, mas não sei se ele estará interessado depois de receber o convite da FIFA para suceder a Joseph Blatter no comando da maior instituição do futebol mundial...

16 outubro, 2005

Quo vadis, FC Porto?

O jogo e o resultado registados na noite de ontem no Dragão fizeram-me regressar a uma teoria que há alguns anos fermenta na minha cabeça: o ciclo dominador do FC Porto está a acabar. Depois de conquistado o famoso penta, em 1998/99, o clube portuense começou a entrar numa curva descendente, que parece estar a acentuar-se. Não, não me esqueci dos dois campeonatos recentes, da Taça UEFA, da Liga dos Campeões... Claro que eu sei que foi nesta fase que eu apelido de descendente que os dragões viveram, provavelmente, os dois melhores anos da sua história. Mas isso não serve de exemplo, pois neste caso aplica-se uma nova versão do provérbio inventado por Mário Wilson (quem treina o Benfica arrisca-se a ser campeão). A nova versão será: quem é treinado por José Mourinho arrisca-se a ser campeão.

Não restam dúvidas nenhumas que o grande FC Porto de 2002/04 é uma obra do “special one” e que qualquer outro treinador não teria conquistado o que ele conquistou. Senão vejamos a diferença de rendimento de alguns jogadores durante e depois de terem estado às ordens do setubalense mais famoso do Mundo: Jorge Costa, Nuno Valente, Ricardo Costa, Maniche, Costinha, Derlei, McCarthy, entre outros. Todos eles baixaram o nível das suas exibições (no FCP, na selecção ou nos clubes para os quais se tenham transferido) depois da saída de Mourinho. Tirando Paulo Ferreira e Ricardo Carvalho, ainda hoje orientados por Big José, apenas Deco se manteve ao mesmo nível, tanto no Barcelona como na selecção. Possivelmente, nem mesmo John Terry, Frank Lampard e Didier Drogba, por exemplo, serão o que são hoje se deixarem de ter Mourinho a orientá-los. O futuro o dirá.

Voltando à vaca fria, recordo que, a seguir ao penta, em 1999, o FC Porto teve um jejum de campeonatos de três anos, o que não acontecia desde 1984. Nesses 15 anos, os dragões nunca estiveram mais de um ano sem saborear o título principal do nosso futebol. Fernando Santos ficou na história por ter conquistado o penta (na realidade, Bobby Robson e António Oliveira tiveram mais mérito, pois venceram dois campeonatos cada um), mas também por, nos restantes dois anos que trabalhou nas Antas, ter perdido dois campeonatos seguidos. Em 1999/2000 perdeu para o Sporting na última jornada, ficando a quatro pontos do campeão. No ano seguinte foi derrotado pelo Boavista, terminando a prova a um ponto do inédito campeão. Ambas as épocas foram, no entanto, douradas pela conquista da Taça de Portugal. A época 2001/02 representou mais um (ou dois) degraus na descida de nível do FCP. Por um lado, pela primeira vez em muitos anos, não lutou pelo título até ao fim. Os dragões terminaram a prova em terceiro lugar, a sete pontos do campeão Sporting e a dois do vice Boavista. De facto, só na última jornada o FC Porto garantiu a presença na Taça UEFA, que, aliás, acabou por vencer no ano seguinte. O outro degrau descido prendeu-se com o “mérito” de pela primeira vez desde 1988/89 (13 anos antes), os dragões não terem vencido qualquer troféu numa temporada (Campeonato, Taça ou Supertaça). Mas nem tudo foi mau, pois foi nesta temporada, já na segunda volta, que José Mourinho chegou às Antas, substituindo o cada vez mais mal-amado Octávio Machado. O resto, é história.

A época transacta deu a sensação de ter decorrido logo a seguir à de 2001/02. Tirando um ou outro jogo em que houve superação (Sporting no Dragão, Benfica na Luz, mas sobretudo CSKA em Moscovo e Chelsea no Dragão), o FC Porto nada mostrou da equipa que tinha maravilhado a Europa poucos meses antes. Eliminado na Taça à primeira, na Liga dos Campeões nos oitavos-de-final, apenas conseguiu lutar pelo campeonato até ao último dia, embora sem grandes esperanças. E mesmo aí, não cumpriu a sua obrigação. 24 pontos perdidos em casa (incluindo um escandaloso 0-4 frente ao Nacional), apenas 39 golos apontados e 62 pontos conquistados são números negativamente esclarecedores e só o facto de termos tido o campeão nacional mais fraco de sempre (como demonstrei em posta anterior) permitiu aos dragões terem ficado perto do título.

Esta época parecia que não ia ter nada a ver com a anterior. Muitos e bons reforços foram contratados e até o treinador, apesar de ter quase 60 anos e nenhum título conquistado, foi acolhido como, finalmente, um substituto à altura de Mourinho. Pois bem, depois de uma quantidade cada vez mais apreciável de desaires, Co Adriaanse parece-se cada vez mais com José Peseiro, principalmente o da época passada. Só se pensa no “processo ofensivo”, que se lixe o “processo defensivo”. Resultado: às vezes marca-se mais do que se sofre, outras vezes sofre-se mais do que se marca. Daí que o FC Porto parece, tal como o Sporting do ano passado, um grande candidato à obtenção de muitas e boas vitórias morais.

Outra situação explica o que se passa no Dragão. Com muito dinheiro nos bolsos, o FC Porto tem vindo a investir em cada vez mais estrelas, quando todos sabemos que o clube tem conquistado as suas grandes vitórias com base em equipas sobretudo operárias, abrilhantadas por uma ou outra estrela. Madjer e Deco são exemplos dessas estrelas, com a particularidade de serem reveladas ao Mundo com a camisola azul-e-branca e não contratadas já com esse estatuto. Ora é isso que se está a perder cada vez mais no Dragão. Olhando para o jogo de ontem, vemos que no onze titular apenas surgia uma grande referência do clube, precisamente na baliza. Com o afastamento de Jorge Costa, a equipa de campo fica sem referência e daí ao disparate é um passo, como ontem mostraram Ricardo Costa, Bruno Alves e outros.

Concluindo: parece-me que o ciclo glorioso do FCP está a terminar. O que acaba por ser normal e lógico, visto que o mesmo aconteceu ao Sporting, depois dos anos 40 e 50, e ao Benfica, depois das décadas de 60, 70 e até de 80. Pela lógica, seria o Sporting a iniciar agora o seu período de vitórias, no qual cheguei a acreditar depois dos títulos de 2000 e 2002. Mas no futebol é difícil haver milagres e com incompetência não se vai a lado nenhum. Daí que pense que é o Benfica quem tem melhores condições para atingir novamente o domínio do futebol lusitano. É triste (para mim, pelo menos), mas é verdade.

Excentricidades

Estava a ser um jogo pouco interessante aquele particular no famoso estádio de Wembley, decorria o ano de 1995. Apenas 20 mil pessoas presenciavam a partida entre Inglaterra e Colômbia e a expressão “jogo de treino” estava a ser levada à letra. Aos 22 minutos de jogo, o médio inglês Jamie Redknapp, com um vulgar “balão”, envia a bola para a deserta área colombiana. Este lance nunca mais seria lembrado (bem como o fraco jogo)…se não fosse o excêntrico René Higuita, guarda-redes sul-americano, a transformá-lo num dos mais belos momentos da história do desporto. Ao invés de apanhar a bola calmamente, Higuita salta, ficando de barriga para baixo, dobra as pernas para trás e afasta a bola com os pés, num reflexo extraordinário. Estava inventado o "pontapé escorpião".
“Se ele tivesse feito isto ao serviço da selecção inglesa nunca mais seria convocado”, comentara mais tarde o lendário Gordon Banks. Já o médico da selecção britânica ficara impressionado pela convicção de Higuita ao realizar uma acrobacia que o podia lesionar gravemente para o resto da vida.
Não era contudo, a primeira vez que Higuita realizava algo pouco ortodoxo: o mítico guardião colombiano era conhecido em todo o mundo pelas suas contínuas investidas com a bola nos pés, controlando-a até para além do meio-campo. E uma dessas célebres ousadias resultara na eliminação da sua selecção no Mundial 90, em Itália, quando o camaronês Roger Milla não se deixou enganar por uma finta e, depois de um roubo de bola, fuzilou as redes que tinha à sua mercê.

Higuita - Antes e depois de ir ao Tallon
Também conhecido pelo facto de não se limitar a defender foi Jorge Campos. O “keeper” mexicano dos anos 90, para além de se evidenciar devido às camisolas dois tamanhos acima do adequado e com cores garridas, fazia questão de jogar, sempre que possível, como ponta-de-lança. Mas desenganem-se aqueles que pensam que o atleta originário de Acapulco era um tosco completo: surpreendentemente dotado de uma técnica muito acima da média, para além do facto de ser exímio na cobrança de lances de bola parada. Participou em 2 mundiais (EUA 94 e França 98) e representou o seu país por 129 vezes, para além de ter passado por 5 dos maiores clubes do seu país (Pumas, Atlante, Cruz Azul, Tigres e Puebla) e duas formações norte-americanas, Los Angeles Galaxy e Chicago Fire. Marcou 35 golos ao longo da sua carreira.

A América do Sul é, definitivamente, um continente rico no que toca a guardiões com pouca vocação para passarem despercebidos. José Luís Chilavert é talvez aquele de maior renome no que toca aos últimos anos: 2 vezes considerado o melhor guarda-redes do mundo (1995 e 1997), o paraguaio passou pelo Sportivo Luqueno, do seu país natal, San Lorenzo e Velez Sarsfield, da Argentina, contando ainda com uma passagem pelo espanhol Saragoça. Marcou 62 golos ao longo da sua carreira, 8 deles ao serviço da selecção. Foi visível a sua desilusão ao sofrer um golo de Laurent Blanc, nos oitavos-de-final do Mundial 98, já nos minutos finais do prolongamento. O apito que indicaria o final do tempo extra estava muito próximo e daria início à marcação de pontapés da marca de grande penalidade (chiça, tanta coisa para dizer “penaltys”), lances onde Chilavert era especialista, tanto a defender como a marcar…

Gamarra festeja mais um triunfo paraguaio no Mundial 2002, enquanto Chilavert parece assustar o seu desamparado companheiro de equipa
Muitos são os defensores das redes que seguiram o mesmo caminho e fazem o gosto ao pé com regularidade. Rogério Ceni, brasileiro do São Paulo, e Hans Jorg Butt, alemão do Leverkusen, são exemplos disso. Já Ricardo “Labreca” devia começar a fazer o mesmo…

15 outubro, 2005

Regressar é Preciso

Caríssimos, estou de volta a esta casa que edifiquei, este antro de cultura desportiva, este pátrio da blogosférica. Agradeço desde já todas as palavras de carinho e preocupação manifestadas pelos fãs, leitores e amigos da Malta daTropa que Curte Bola. O momento era (e é) complicado (não tanto como o de Artur Jorge ao ver os seus Camarões falharem uma penalidade decisiva no último minuto dos descontos), contudo podemos afirmar que um homem foi instrumental no meu regresso. O homem que tornou a Premier League no campeonato mais entediante do Mundo, o homem que afirma "acima de mim só Deus e mesmo assim com algumas reservas", José Mário Mourinho dos Santos Félix.

Acabei de perder uma aposta e como homem de palavra só me resta sair do asílo jornalitisco e regressar.
Disse-me o Zé ao intervalo: "Cavra se dermos 5 ao Bolton, regressas á Malta da Tropa que Curte Bola?" ... ao que eu retorqui.
"Mas Zé, vocês ainda não fizeram um remate de jeito à baliza, como queres dar 5?"
Visivelmente enervado o Zé fitou-me nos olhos e atirou: "Não só vamos dar 5, como aos 15 minutos já estamos a ganhar 3-1. O meu ordenado contra o teu regresso?"
Nunca entendi muito bem esta irritante mania que o Zé tem em apostar o ordenado com o pessoal por dá cá aquela palha, mas o cenário era animador e decidi aceitar.

Muito se passou na minha ausência, desde os regressos de Octávio Cagado e Alexi Lilás, à contratação de Francismo Beck, ao apuramento dos palancas negras (prometo que vou postar sobre vocês), passando pelas asneiras contínuas de Ricardo e Paulo Ferreira (este último só de quinas ao peito), até à classificação dessa personificação da pós-modernidade que é a selecção Togo.

Poderia comentar a ecatombe dos gigantes africanos, ou então antever o clássico de logo á noite, mas não. O meu post de regresso é todo ele dedicado ao monstro de Stamford Bridge, nomeadamente aos seus primeiros passos como treinador principal.
Estavamos em 2000, o Benfica era uma equipa destroçada, espalhando alegria pelas bancadas dos diversos estádios do país e Suécia (quem não se recorda da derrota em Halmstad?).
João Vale e Azevedo, homem sério e astuto dá guia de marcha ao alemão Jupp Heynckes e contrata o então adjunto do adjunto de Louis Van Gal, o inexperiente José Mourinho.

A epopeia daquele que é o melhor treinador do mundo começou em pleno estádio do Bessa ante o sempre complicado Boavistão de Jaime "o futebol é para homens de barba rija" Pacheco.
Estudioso, Zé alertou os seus pupilos para o principal perigo dos boavisteiros. Bola em profundidade para as costas do lateral contrário, centro ao primeiro poste e golo.
Primeiro minuto de jogo, bola em profundidade para as costas de Ricardo Rojas, centro ao primeiro poste e ... Golo do Boavista. Estava feito o resultado final.
Visivelmente perplexo com a situação, Mourinho pensou para consigo mesmo: "Mas que jogador é este Rojas?"

Ricardo Ismael Rojas (Ricky para os amigos), nasceu em Posadas Misiones (Paraguai), no dia 26 de Janeiro de1971.
Do alto do seu 1,76 mts e 80 Kgs (medidas ideias para um jogador de futebol), Ricky iniciou-se em 1992 nesse colosso do futebol paraguaio que é Cerro Corá.
Em 1994 um salto qualitativo na carreira rumo aos Estudiantes de la Paz, clube no qual permanece 4 anos, abrindo-se-lhe as portas da Europa, nomeadamente as da Luz.
Uma época plena de sucesso de águia ao peito e o retorno ao continente sul americano, agora ao Chile, para representar o Universidad.
O espírito Globetroter aliado às suas (in)capacidades levam-no um ano volvido a rumar ao histórico River Plate.
Um trota mundos, um incompreendido, um abnegado, alguém que podia muito bem ter mudado o curso da história.

Por hoje é tudo amigos leitores, prometo voltar em breve com o rescaldo do Porto - Benfica.
Saudações

12 outubro, 2005

HISTORIAS DO BESSA - O Mito do Erivan de Glasgow

Caro povo, estou de volta após a minha demorada ausência, da qual me desculpo desde já. Os deveres como Assistente Secundário de Pré-Preparação de Estágios das Camadas Jovens do Padroense FC têm sido uma constante, e tenho tido pouco tempo para as andanças jornalísticas.

Como havia prometido, na 2ª das Historias do Bessa, trago-vos a lendária e inesquecível história... do Erivan de Glasgow! É uma história longa, mas vale cada bocadinho!

Erivan, jovem lateral esquerdo brasileiro, assinou pelo Boavista na histórica época de 2000/01, e com a lesão de Quevedo, cedo garantiu o lugar na equipa de Jaime Pacheco... visto que não havia mais laterais esquerdos...

Entre os adeptos axadrezados, Erivan ganhou a carinhosa alcunha de “O Buraco”, devido á sua incrível capacidade de falhar qualquer bola aérea que se cruzasse para o lado esquerdo da defesa. Desenvolveu também ao longo das épocas ao serviço do BFC uma impressionante habilidade em atrasar a bola perigosamente para o Ricardo, fazer preciosas assistências para os avançados contrários, e acima de tudo, uma noção de posicionamento digna dos melhores amadores do sec.XIX.



(podemos vê-lo nesta foto escondido atrás de Frechaut, aquando a imposição das faixas de campeão de 2001)

Envergando o dorsal numero 6, parecia já não haver esperança para este jovem brasileiro, que a cada semana, parecia criar novas formas de golos adversários, sendo que eu acredito mesmo que com tanta criatividade ele daria um excelente nº10... sorte do Sanchez de ninguém mais se ter lembrado disso na altura...

Numa altura em que o Boavista começava a somar participações historicas nas competições europeias, não deixava de ser cómico ver o Erivan disputar lances com jogadores como Cafu ou Steven Gerrard...




Mas então... porque raio merece o Erivan um post n’o blog da Malta? Simples...

A historia remonta a 2002/03, quando o Boavista heroicamente disputava a meia final de uma histórica taça UEFA com o Celtic de Glasgow comandado por Martin O’Neil, que viria a perder a final com o FC Porto de José Mourinho (sabem quem é, não sabem?). A primeira mão foi agendada para o Celtic Park, cuja lotação esgotada previa um verdadeiro espectáculo de futebol. O Celtic cintilava com estrelas como Vargas, Baldé, Lennon, Hartson e o invevitável Henrik Larsson (...there’s only one...), que disputava a liderança da lista de marcadores com Derlei do FC Porto.

Para o Boavista foi um grande dia da sua história, pois nunca havia atingido tal feito numa competição europeia. Os jornais enchiam-se de entrevistas a jogadores como Pedrosa ou Filipe Anunciação. O clima era de expectativa e nervosismo.

Minutos antes do inicio do encontro foi divulgado o 11 inicial... e o mundo axadrezado gelou...

Na baliza Ricardo, os centrais Turra e Pedro Emanuel, Frechaut do lado direito e Pedro Santos do lado esquerdo... os Boavisteiros respiravam de alívio... até ao momento em que é anunciado, que o meio campo que apoiaria a dupla ofensiva Silva/Duda era composta nem mais, nem menos, que por Ávalos, Filipe Anunciação, Pedrosa e.... ERIVAN! Sim! No dia do jogo europeu mais marcante da historia do clube, Pacheco decide adaptar Erivan médio centro!
Pânico, sufoco, loucura, fala-se até mesmo de suicídios enquanto a equipa entrava em campo e o Erivan se dirigia para o meio campo. Os boavisteiros interrogavam-se sobre o prazer que Pacheco teria em oferecer uma vitória aos escoceses sem nada em troca... Eu interrogava-me se os Deuses do Futebol estariam loucos, ao que o Pelé me respondeu “Eu tou bem, cara, mas aquele Maradona não sei não...”

...Mas naquele dia... Naquele dia algo era diferente...

Acredita-se que naquele dia os planetas se alinharam e o inferno gelou... O que vos vou contar, maus amigos, está na historia do oculto, do indesvendável da realidade humana...

Com poucos minutos de jogo, Erivan recebe a bola, e em poucos toques, ultrapassa Lennon com um “lençol”, e faz uma impressionante abertura de passe longo para a ponta direita do ataque, onde Duda ganhou um canto. Perante o olhar incrédulo dos axadrezados que bem o conheciam (ou pensavam que...) Erivan foi fazendo jogada atrás de jogada, trocando os rins aos adversários, ganhando mesmo um lendário corpo-a-corpo a John Hartson, distribuía jogo, recuperava bolas, voluntariava-se para as bolas paradas e criava perigosíssimas situações ofensivas (sim! para o Boavista!)... um verdadeiro Matthaus de xadrez!

O momento chave situa-se pouco depois do inicio da segunda parte, quando no flanco esquerdo do meio campo, Erivan faz passar a bola por cima de Agathe, roda sobre ele próprio, e faz uma impressionante abertura para Filipe Anunciação, que com alguma sorte á mistura abria o marcador. O jogo acabaria por ficar 1-1 (o inevitável Henrik Larsson empataria o jogo minutos depois do lance inspirado de Erivan, e o mesmo Larsson teve tempo ainda para falhar um penaltie, devido a uma soberba defesa de um guarda redes do Boavista chamado Ricardo, actualmente de paradeiro desconhecido...)

Erivan, homem do jogo no Celtic Park. Até o proprio site do clube de Glasgow o confirmava. No dia seguinte os jornais davam algum destaque ao jogo de Erivan, e principalmente a escolha táctica de Pacheco, mas entre os boavisteiros estavam perante uma história surreal, que até aos dias de hoje arrepia contar.

A continuação da história não tem muito de emocionante... Os boavisteiros e o mundo interrogavam-se se estaria ali escondido atrás de um lateral esquerdo lastimável um verdadeiro meio campista de escala mundial. Até mesmo numa edição d’O Jogo da semana desse jogo, Erivan proferiu a célebre “Já me sinto um médio..:”

No sábado dessa semana, Erivan actuou a meio campo contra o Paços de Ferreira, jogo que ficou a zero, e Erivan foi substituido ao intervalo após ter entregue inúmeras bolas ao adversário, e ter rematado uma bola desde a marca de penaltie, que de forma impressionante saíu pela linha... lateral!

Na 4a feira seguinte jogaria apenas 30 min contra o Celtic, na 2ª mão, mostrando uma capacidade de incompetência em campo só ao alcance dos predestinados!

Erivan jogaria apenas mais um jogo pelo Boavista, e seria dispensado no decorrer dessa mesma época. Actualmente cria situações de golo para os adversários do Varzim na II Liga, equipa onde actua.

E com este final feliz me despeço, espero que tenham gostado, embora ainda esteja por desvendar o que realmente aconteceu naquela noite no Celtic Park...

Prometo em breve mais historias e reportagens, cumprimentos.

10 outubro, 2005

Jornalismo Desportivo

Depois de "Meu querido Simão", "Simão muda de penteado" e "Cuidado Simão, não leves cartão", chega a Portugal mais um êxito d´A Bolha:
O PEQUENO MICCOLI!

Que triste jornalismo desportivo...

Class of 87

A conquista da 1º Taça dos Campeões pelo Grandioso e Muy Nobre FC Porto.Que ano meus amigos!O FC Porto ,definitivamente, estabelece-se como o melhor clube português do ultimos 20 anos.Mas vamos recordar a epopeia que foi até Viena,2 anos após a final de Basileia para a Taça das Taças,perdida ingloriamente para a Juventus.
este ano dourado para o azul e branco,começa em vila do conde,em setembro de 1986,devido as obras no saudoso estadio das Antas. Inicia-se contra os desconhecidos Rabat Ajax,contra a qual o FC Porto goleia por 9-0 e , na ida a Malta,para a 2ª mão, mais 1 vitória por 0-1, golo de Sousa. Constitui uma das maiores goleadas do FC Porto e da Europa.
Chega-se a 2ª eliminatoria da prova. Na rifa calha o desconhecido,e que poucos se devem lembrar, TJ Vitkovice da antiga Checoslovaquia, hoje conhecido como Fc Karvina.
Na 1ª mão, o FC Porto vai a Checoslovaquia e perde por 1-0 com muita sorte, pois podiam ter levado mais. Na 2ª mão, Artur Jorge arma o jogo, para dar liberdade ao meio campo, visto Gomes sofrer 1 apertada marcação. E assim foi:de canto André cabeceia e marca,Celso faz o 2º e o grande Futre(Que saudade Futre) fixa o score em 3-0.
3 meses separam esta eliminatória da próxima,que seria jogada com o campeão dinamarquês, Brondby IF.Nas Antas,1-0 pelo saudoso e muito genial Madjer.Vantagem mínima,mas ,na Dinamarca,o Fc Porto empata 1-1,por Juary.
A partir daqui venha o diabo e escolha.Os possí veis adversarios eram Dinamo Kiev,Real Madrid ou Bayern Munique.O sorteio determina um FC Porto-Dinamo Kiev e um Real madrid-Bayern Munique .
De referir que o Dinamo Kiev era considerado umas das melhores equipas da europa.Em Abril,as Antas recebem o poderoso Dinamo.Com uma grande exibição o Porto faz 2-0, golos de André e Futre,e ,a pouco tempo do fim, o Dinamo reduz para 2-1.Toda a gente estava convencida que o FC Porto iria sair goleado na 2ª mão, tal era a reputação do Dinamo. Logo aos 4 minutos,Celso ,de livre,cala o estádio todo ao marcar. Não há fotos desse golo de Celso (mas pode-se ver aqui), pois os jornalistas tinham-se posto todos(!!!) atrás da baliza de Mlynarczik, à espera do 1º golo do Dinamo. No seguimento de 1 canto,Gomes faz o 0-2,o Dinamo reduz para 1-2,mas já era tarde...o FC Porto estava pela 1ª vez na final da Taça dos Campeões!
Começa tudo torto,a pouco tempo da final, Lima Pereira e Gomes lesionam-se .

Artur Jorge opta por jogar sem ponta de lança fixo, jogando Madjer e Futre na frente ,com liberdade.
Foi a 27 de Maio de 1987 no Estádio do Prater em Viena, com a arbitragem do belga Alexis Ponnet.

FC Porto
Mlynarczyk; João Pinto, Celso, Eduardo Luís e Inácio (Frasco, 66); Quim (Juary, 46), André, Jaime Magalhães e Sousa; Madjer e Futre.
Treinador: Artur Jorge.

Bayern de Munique
Jean Marie Pfaff, Nachtweih, Eder, Pfluger, Winklofer, Flick (Lunde), Michael Rummenigge, Lothar Mathaus, Andreas Brheme, Dieter Hoeness, Kogl
Treinador: Udo Tattek

Por volta dos 15 minutos de jogo, num lançamento de linha lateral, a defesa portista é supreendida e o Bayern faz o 1-0. Na 2ª parte, saem Inácio e Quim e entram Frasco e Juary. A 13 minutos do fim, Madjer de calcanhar faz o golo. Frasco abre para Juary ,este centra e Madjer de calcanhar a fuzilar o guarda-redes alemão. 5 minutos se passaram, Madjer arranca pela esquerda,cruza para a área e Juary aparece a marcar!1-2!
O arbitro apita o final do jogo e o FC Porto entra para a galeria dos imortais,da Taça dos Campeões,lado a lado com o SL Benfica da decada de 60,Ajax entre outros.
Esta final fecha com chave de ouro um ciclo que vinha desde 1985, altura da final da extinta Taça das Taças e que culmina em Viena,no Estádio Prater. Só com a vinda de Mourinho o FC Porto atingiria 1 ciclo ainda maior no que diz respeito a Europa!
Fica o resumo do jogo para portista e amante do futebol ver.

Plantel:
Josef Mlynarczik: Surgiu numa altura em que os adeptos já estavam saturados da irregularidade do malogrado Zé Beto.
Titular da selecção polaca nos mundiais de Espanha e do México (onde nos tramou),era um enorme guarda-redes, um dos 3 melhores da história do FCP.
Uma lesão fê-lo perder a titularidade para um muito jovem Vítor Baía. Deixou o futebol de uma forma estranha.

João Pinto: O capitão que não largou a taça por 1 segundo. Ainda hoje recordo o sprint de Artur Jorge de Melo Braga Teixeira para tocar no caneco.
Lateral direito bem a cima da média é um dos mais carismáticos capitães da história do clube.

Inácio: Defesa esquerdo que veio do Sporting. Discreto era melhor a defender do que a atacar.
Foi dono e senhor do lugar até à chegada do brasileiro Branco.
Posteriormente convertido treinador, onde ganhou o nome Augusto, foi em 2006-07 o rei das chicotadas psicológicas.

Celso: Central brasileiro com um petardo do caraças. Muito possante fisicamente, tremia quando tinha que enfrentar o ágil Rui Águas.
Marcava golos que se fartava na conversão de livres directos.

Lima Pereira: Defesa central alto, possante e muito forte na marcação.
Lesionou-se poucos antes da final.

Eduardo Luís: Era um jogador com qualidade, que em tempos representou o Benfica e o Marítimo. Aquela irritante mania que o Sr. Jorge Nuno tem em “reciclar” ex-jogadores do Glorioso já vem de longe.
Era casado com uma popular e gira apresentadora da RTP.

Geraldão: O limite de estrangeiros, na altura era de 3, atrasou um pouco a sua afirmação na equipa. Tinha uma estampa física e um tiro impressionantes.
Marcava muitos golos de livre, mas recordo-me dos seus duelos com Ivkovic, guardião do SCP.

Quim: Médio defensivo que veio do Vitória de Setúbal.
Um trabalhador incansável, naquele meio campo onde abundavam os jogadores à Porto, raçudos e com calvice precoce. Quim não era carece, mas a raça abundava.

Jaime Pacheco: O actual treinador do Boavista era enquanto jogador, o espelho daquilo que são actualmente as suas equipas. Calvo, raça e qualidade.
Alternou a carreira entre o Porto e Alvalade.
Ainda actuou no Paços de Ferreira.

Frasco: Pequenino, bigode e um pulmão que nunca mais acabava. Era assim António Frasco. Também tinha uma bela habilidade para distribuir lenha.

André: O mestre o cacete. Um trinco à moda antiga. A ele aplicava-se (e de que maneira) a velha máxima, ou passa a bola, ou passa o jogador, mas jamais os 2 em simultâneo.
Veio do Varzim para o Porto, onde permaneceu até final da carreira, sempre com muitos títulos.
Era um regalo vê-lo protestar com os árbitros.

António Sousa: O pai da eterna promessa adiada, Ricardo Sousa.
O D. Sebastião de Aveiro, o único treinador que consegue manter o Beira-Mar por duas épocas seguidas na 1ª Divisão
Como atleta, começou na Sanjoanense, passou pelo Beira Mar e alternou entre o Porto e o Sporting.
Outro temível marcador de livres directos.
Jogou a final, devido ao impedimento de Fernando Gomes.
Na época seguinte marcou o golo que valeu a vitória por 1-0, no jogo da 2ª mão da Super Taça.

Jaime Magalhães: O médio ala direito. Um dos motores da equipa. Um excelente jogador, bastante dotado tecnicamente e com uma elevada cultura táctica.
Ainda alinhou no Leça.

Paulo Futre: O menino do Montijo que o Sporting deixou fugir para o Porto. Foi um dos melhores jogadores portugueses de sempre, contudo pecou ao escolher o mediano Atlético de Madrid para a sua aventura internacional.
Fez um grande jogo na final de Viena, onde actuou como homem mais avançado e deu água pela barba aos possantes defesas bávaros.
Jogou ainda no Benfica, Marselha, Milan e regressou ao Atlético para acabar a carreira.
Durante muitos anos a selecção nacional foi o Futre e mais 10.

Semedo: Um jogador completo e polivalente.
Na época seguinte afirmou-se por completo ganhando a camisola 10 da equipa.
Um caso de doping acabou com a sua carreira. Ainda tentou a sorte no Salgueiros, mas o doping voltou a trai-lo.

Walter Casagrande: Internacional brasileiro presente no México86, foi uma das mais badaladas contratações dos azuis e brancos.
A sua estadia na invicta foi contudo bastante marcada pelas lesões.

Rabat Madger: O craque argelino, o homem do calcanhar imortal. Fez também a jogada para o 2-1, pelo que terá sido o MVP da final.
Esteve no México 86 e se a memória não me atraiçoa no Espanha 82.
Na época seguinte marcou um golão no manto de neve de Tóquio, que valeu a vitória na Taça Intercontinental sobre o Penarol.

Fernando Gomes: O bi bota de ouro. Um animal de área, um dos melhores pontas de lança do pós 25 de Abril. Uma espécie de Mário Jardel dos anos 80.
Não jogou a final por lesão.
Anos mais tarde, incompatibilizou-se com Octávio e foi-lhe indicada a Porto da saída. Havia entretanto perdido a titularidade para o ex e pós benfiquista Rui Águas.
Ainda actuou uma época no Sporting, tendo sido um dos melhores marcadores do campeonato.

Rui Barros: Varzinista de 75 cms, o pequeno Rui seria na época seguinte um dos mais valiosos jogadores do rico plantel azul e branco.
Marcou em Amesterdão o golo que ditou a vitória por 1-0 sobre o Ajax na 1ª mão da Super-Taça Europeia.
Saiu para a Juventus, passou pelo Mónaco e pelo Marselha. Retornou ao Porto para iniciar o Penta.

Djuary: A arma secreta. Uma espécie de Mantorras (2004-05), mas muito mais eficaz. Era o homem da última meia hora.
Marcou o golo do empate na Dinamarca (1-1) que eliminou o Brondby de um jovem Peter Schemeichel. Foi igualmente decisivo na final, marcando o 2º golo após grande jogada de Madger.
Saiu do Porto após desentendimentos com Artur Jorge.

09 outubro, 2005

Nós estamos lá


Depois de uma fase de apuramento atípica, vamos à Alemanha, onde esperamos fazer mais do que emburcar umas bjecas na Oktoberfest. Esta selecção de Scolari demonstra uma enorme falta de patriotismo: ao contrário do bom e velho Tuga, cumpriram o seu objectivo antes da última hora.
Portugal entrou pressionante, com Pauleta a falhar a sua dúzia de golos, como quem diz "deixem lá ficar o record do gajo que está ali no banco com uma toalha branca a torcer por nós". Cristiano Ronaldo é um grande jogador e, por tal facto ser de opinião geral, não necessitava de dançar com a bola em frente dos homens do Liechtenstein cada vez que a tinha em sua posse. Figo, apesar da idade, mostrava, a espaços, os dotes que o levaram a ser considerado o melhor do mundo em 2001, tendo uma oportunidade para empatar o jogo no final da 1ª parte, com uma grande,grande defesa do central contrário . Simão...jogou como sempre faz na selecção: uma actuação medíocre e apagada, com um pormenor técnico interessante de vez em quando. Também o Labreca não esteve nos seus melhores dias, com aquelas saídas em falso que bem conhecemos. Enfim, mais um resultado esquisito com a selecção que era goleada por Portugal há poucos anos.
Destaque para o gesto solidário do treinador da equipa visitante que, ao ver os portugueses em desespero, tirou os seus dois melhores jogadores, Mario Frick e Fisher. Um autêntico cavalheiro, este senhor, só ultrapassado pelo avançado que tirou a bola em cima da linha de golo da nossa baliza. Mas, à excepção dos jogos de Vaduz e Aveiro, temos de ficar orgulhosos do conjunto comandado por Scolari.
A Malta da Tropa que curte Bola quer deixar os seus parabéns aos manos de Angola, que vão ao Mundial com o ex-novo Eusébio, Akwá, e com o actual novo Eusébio, Mantorras. De referir também o simbolismo de selecções como o Togo(se alguém conhece um atleta da equipa em questão que deixe um comment) e a Costa do Marfim, que ainda irão dar assunto para 4 ou 5 posts aqui no blog. De fora ficam os Camarões do poeta Artur Jorge, Nigéria e Marrocos, todas formações que deram muito ao futebol mundial com nomes irreverentes como o homem que lixou o Higuita em 94,Roger Milla, o príncipe africano Peter Rufai ou os não menos míticos Saber,Mustapha Hadji e Chippo.
Na zona europeia Holanda e Itália já estão no Mundial, enquanto a Grécia mostrou todo o seu potencial nesta qualificação( como já tinha feito na Taça das Confedrações) e está atrás da Turquia e da já apurada Ucrânia. É muito provável que não se qualifique e desejamos isso mesmo. A República Checa, que, recorde-se, fez um brilharete no Euro e mostrou craques como Baros,Marek Heink e Nedved, também está em maus lençóis e possivelmente vai pelo mesmo caminho.

P.S. : Os combates de wrestling promovidos pela Academia de Alcochete ficam para um outro post...

07 outubro, 2005

O Jogo da Decisão

Amanhã, a selecção de todos nós tem uma etapa importante pela frente... Jogamos contra o Liechenstein (lembram-se do 2-2?) que é um adversário mais que acessível, mas que não podemos menosprezar, de todo.
A nossa selecção tem a vantagem de jogar em casa e tem o dever de ganhar a um adversário que bem conhece.
Não nos esqueçamos daquele fatídico empate no Liechenstein que tanta polémica suscitou devido à atitude dos jogadores face ao jogo que foi, francamente, má.
Desta vez tenho a certeza que a atitude será outra, até porque os jogadores têm vindo a demonstrar outro tipo de mentalidade e preparação psicológica para os jogos... Depois das tragédias gregas os nossos jogadores já não têm aquele excesso de confiança que deitava tudo a perder.
Apoio não falatará, até porque o público português já provou mais que uma vez que está sempre ao lado da sua selecção e responde sempre positivamente aos apelos de Scolari, tal como aconteceu no Euro´04 onde todos pudemos ver o fenómeno das bandeiras.

A missão de arbitrar este jogo cabe a Grzegorz Gilewski, um árbitro polaco. Ás 21.15 de amanhã, no estádio de Aveiro, começa o jogo que pode pôr a selecção das quinas no Mundial de 2006.

No dia 12 deste mês joga-se o derradeiro encontro contra a Letónia também em casa, no Estádio do Dragão às 19.30, mas espera-se ir para esse jogo com a qualificação garantida.

Portugal deve alinha com o seguinte onze: Ricardo, Paulo Ferreira, Jorge Andrade, Ricardo Carvalho, Nuno Valente, Maniche, Petit, C. Ronaldo, Figo, Simão e Pauleta.

A ausência mais notada é sem dúvida a do Sr. Ministro, Costinha.

Amanhã espera-se festa mas nunca se sabe e nós, adeptos, temos de ser compreensivos porque hoje em dia o futebol é imprevisível e os resultados fazem-se dentro das quatro linhas!

Só esperamos uma boa exibição e nada menos que a vitória! Está ao nosso alcance e sabemos que a podemos conseguir para confirmar o nosso estatuto, o estatuto de selecção de topo. Só pedimos garra a dedicação aos nossos jogadores, pois nós fazemos o máximo que podemos... apoia-mos incondicionalmente. Boa sorte Portugal!

Ajax Amsterdam

Para mim um dos históricos "grandes" da europa,mas apagado há uma data de anos,o Ajax sempre me inspirou respeito,principalmente pela sua reputação de "forno" de jogadores,e porque eu ,Octávio,sou adepto do estilo holandês.
Fundado em 1900,o Football Club Ajax,após reunião entre Stempel,Dade,e Reser.O nome Ajax provém de 1 deus grego,o que era comum neste início de seculo.Em 1918,conquista o 1 titulo holandês.

Inicia a sua história que o levaria a fama pelo mundo inteiro,não só pelas conquistas,mas pela formação de jogadores vencedores, máquinas de futebol total.A partir de 1966 dois nomes históricos que iriam revolucionar o Ajax,Johan Cruyff e Rinus Michels.
Rinus Michels inicia carreira como treinador do Zandvoort e AFC,mas é nas camadas jovens do Ajax que se sentia bem.Pouco tempo depois após a despedida do treinador inglês Vic Buckingham,Michels assume a equipa principal,já Cruyff era titular.Em 1967,surge 1 "cheirinho" do que seria o domínio do Ajax,goleada ao Liverpool por 5-1 na Taça dos Campeões,e em 1971 inicia-se o ciclo mais brilhante da história do Ajax.Ganham a Taça dos Campeões em 71,72, e 73,e basta 15 jogadores para fazer o tri.Na baliza, o GR Stuy, e depois Krol, Suurbier, Rijnders,Hulshoff, Vasovic,Blakenburg, Neeskens, Murhen, Cruyff,Haan,Swart,Keizer Rep e Van Dijk.
Todos atacavam, todos defendiam.Uma autêntica revolução na europa do futebol.

Em 1995 ganha mais 1 Taça dos Campeões,com 1 golo de Kluivert,que bateu o GR do Milan,Rossi,e que voltou a relembrar o Ajax dos anos 70.
Talentos nascidos na "fábrica" do Ajax,que o mundo nao esquece.Obrigado pelo teu filão de incriveis jogadores,Ajax!
Johan Cruyff

Ronald Koeman

Van Basten

Rijkaard

Aaron Winter

Clarence Seedorf

Muitos outros nomes,apesar de não serem produto do Ajax,foram transferidos com 16/17 anos,tais como Kanu,Finidi,Babangida e Oliseh.