15 outubro, 2005

Regressar é Preciso

Caríssimos, estou de volta a esta casa que edifiquei, este antro de cultura desportiva, este pátrio da blogosférica. Agradeço desde já todas as palavras de carinho e preocupação manifestadas pelos fãs, leitores e amigos da Malta daTropa que Curte Bola. O momento era (e é) complicado (não tanto como o de Artur Jorge ao ver os seus Camarões falharem uma penalidade decisiva no último minuto dos descontos), contudo podemos afirmar que um homem foi instrumental no meu regresso. O homem que tornou a Premier League no campeonato mais entediante do Mundo, o homem que afirma "acima de mim só Deus e mesmo assim com algumas reservas", José Mário Mourinho dos Santos Félix.

Acabei de perder uma aposta e como homem de palavra só me resta sair do asílo jornalitisco e regressar.
Disse-me o Zé ao intervalo: "Cavra se dermos 5 ao Bolton, regressas á Malta da Tropa que Curte Bola?" ... ao que eu retorqui.
"Mas Zé, vocês ainda não fizeram um remate de jeito à baliza, como queres dar 5?"
Visivelmente enervado o Zé fitou-me nos olhos e atirou: "Não só vamos dar 5, como aos 15 minutos já estamos a ganhar 3-1. O meu ordenado contra o teu regresso?"
Nunca entendi muito bem esta irritante mania que o Zé tem em apostar o ordenado com o pessoal por dá cá aquela palha, mas o cenário era animador e decidi aceitar.

Muito se passou na minha ausência, desde os regressos de Octávio Cagado e Alexi Lilás, à contratação de Francismo Beck, ao apuramento dos palancas negras (prometo que vou postar sobre vocês), passando pelas asneiras contínuas de Ricardo e Paulo Ferreira (este último só de quinas ao peito), até à classificação dessa personificação da pós-modernidade que é a selecção Togo.

Poderia comentar a ecatombe dos gigantes africanos, ou então antever o clássico de logo á noite, mas não. O meu post de regresso é todo ele dedicado ao monstro de Stamford Bridge, nomeadamente aos seus primeiros passos como treinador principal.
Estavamos em 2000, o Benfica era uma equipa destroçada, espalhando alegria pelas bancadas dos diversos estádios do país e Suécia (quem não se recorda da derrota em Halmstad?).
João Vale e Azevedo, homem sério e astuto dá guia de marcha ao alemão Jupp Heynckes e contrata o então adjunto do adjunto de Louis Van Gal, o inexperiente José Mourinho.

A epopeia daquele que é o melhor treinador do mundo começou em pleno estádio do Bessa ante o sempre complicado Boavistão de Jaime "o futebol é para homens de barba rija" Pacheco.
Estudioso, Zé alertou os seus pupilos para o principal perigo dos boavisteiros. Bola em profundidade para as costas do lateral contrário, centro ao primeiro poste e golo.
Primeiro minuto de jogo, bola em profundidade para as costas de Ricardo Rojas, centro ao primeiro poste e ... Golo do Boavista. Estava feito o resultado final.
Visivelmente perplexo com a situação, Mourinho pensou para consigo mesmo: "Mas que jogador é este Rojas?"

Ricardo Ismael Rojas (Ricky para os amigos), nasceu em Posadas Misiones (Paraguai), no dia 26 de Janeiro de1971.
Do alto do seu 1,76 mts e 80 Kgs (medidas ideias para um jogador de futebol), Ricky iniciou-se em 1992 nesse colosso do futebol paraguaio que é Cerro Corá.
Em 1994 um salto qualitativo na carreira rumo aos Estudiantes de la Paz, clube no qual permanece 4 anos, abrindo-se-lhe as portas da Europa, nomeadamente as da Luz.
Uma época plena de sucesso de águia ao peito e o retorno ao continente sul americano, agora ao Chile, para representar o Universidad.
O espírito Globetroter aliado às suas (in)capacidades levam-no um ano volvido a rumar ao histórico River Plate.
Um trota mundos, um incompreendido, um abnegado, alguém que podia muito bem ter mudado o curso da história.

Por hoje é tudo amigos leitores, prometo voltar em breve com o rescaldo do Porto - Benfica.
Saudações

5 Comments:

At 11:59 da tarde, Blogger Tiago Gonçalves said...

Cavra man, assim é que é, um gajo tem é de "tar lá", já dizia o mítico Luis Campos. Nos próximos tempos há que dissecar a arte de mal defender protagonizada pela defesa do Porto, bem como a abnegação patente no playoff Trindad e Tobago - Bahrein.

 
At 1:20 da manhã, Blogger José Cavra said...

Gilberto man, mto se suspeitou sobre mim, até houve um tal de yellow dog que se fez passar por mim. Uma atitude dessas merecia levar 4 ou 5 bofetadas.
Estou de volta.

 
At 5:59 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Era caso para chamar quem? Pois... Os castigadores...

 
At 10:52 da tarde, Blogger José Cavra said...

Yah... os castigadores da parvoíce!

 
At 2:01 da tarde, Anonymous Anónimo said...

ora viva, o seríssimo blog finalmente reencontra o seu seríssimo Criador. MAs man..eu sei quem é o yellow dog..eu sei pa!

ass: Dipil

 

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