10 outubro, 2005

Class of 87

A conquista da 1º Taça dos Campeões pelo Grandioso e Muy Nobre FC Porto.Que ano meus amigos!O FC Porto ,definitivamente, estabelece-se como o melhor clube português do ultimos 20 anos.Mas vamos recordar a epopeia que foi até Viena,2 anos após a final de Basileia para a Taça das Taças,perdida ingloriamente para a Juventus.
este ano dourado para o azul e branco,começa em vila do conde,em setembro de 1986,devido as obras no saudoso estadio das Antas. Inicia-se contra os desconhecidos Rabat Ajax,contra a qual o FC Porto goleia por 9-0 e , na ida a Malta,para a 2ª mão, mais 1 vitória por 0-1, golo de Sousa. Constitui uma das maiores goleadas do FC Porto e da Europa.
Chega-se a 2ª eliminatoria da prova. Na rifa calha o desconhecido,e que poucos se devem lembrar, TJ Vitkovice da antiga Checoslovaquia, hoje conhecido como Fc Karvina.
Na 1ª mão, o FC Porto vai a Checoslovaquia e perde por 1-0 com muita sorte, pois podiam ter levado mais. Na 2ª mão, Artur Jorge arma o jogo, para dar liberdade ao meio campo, visto Gomes sofrer 1 apertada marcação. E assim foi:de canto André cabeceia e marca,Celso faz o 2º e o grande Futre(Que saudade Futre) fixa o score em 3-0.
3 meses separam esta eliminatória da próxima,que seria jogada com o campeão dinamarquês, Brondby IF.Nas Antas,1-0 pelo saudoso e muito genial Madjer.Vantagem mínima,mas ,na Dinamarca,o Fc Porto empata 1-1,por Juary.
A partir daqui venha o diabo e escolha.Os possí veis adversarios eram Dinamo Kiev,Real Madrid ou Bayern Munique.O sorteio determina um FC Porto-Dinamo Kiev e um Real madrid-Bayern Munique .
De referir que o Dinamo Kiev era considerado umas das melhores equipas da europa.Em Abril,as Antas recebem o poderoso Dinamo.Com uma grande exibição o Porto faz 2-0, golos de André e Futre,e ,a pouco tempo do fim, o Dinamo reduz para 2-1.Toda a gente estava convencida que o FC Porto iria sair goleado na 2ª mão, tal era a reputação do Dinamo. Logo aos 4 minutos,Celso ,de livre,cala o estádio todo ao marcar. Não há fotos desse golo de Celso (mas pode-se ver aqui), pois os jornalistas tinham-se posto todos(!!!) atrás da baliza de Mlynarczik, à espera do 1º golo do Dinamo. No seguimento de 1 canto,Gomes faz o 0-2,o Dinamo reduz para 1-2,mas já era tarde...o FC Porto estava pela 1ª vez na final da Taça dos Campeões!
Começa tudo torto,a pouco tempo da final, Lima Pereira e Gomes lesionam-se .

Artur Jorge opta por jogar sem ponta de lança fixo, jogando Madjer e Futre na frente ,com liberdade.
Foi a 27 de Maio de 1987 no Estádio do Prater em Viena, com a arbitragem do belga Alexis Ponnet.

FC Porto
Mlynarczyk; João Pinto, Celso, Eduardo Luís e Inácio (Frasco, 66); Quim (Juary, 46), André, Jaime Magalhães e Sousa; Madjer e Futre.
Treinador: Artur Jorge.

Bayern de Munique
Jean Marie Pfaff, Nachtweih, Eder, Pfluger, Winklofer, Flick (Lunde), Michael Rummenigge, Lothar Mathaus, Andreas Brheme, Dieter Hoeness, Kogl
Treinador: Udo Tattek

Por volta dos 15 minutos de jogo, num lançamento de linha lateral, a defesa portista é supreendida e o Bayern faz o 1-0. Na 2ª parte, saem Inácio e Quim e entram Frasco e Juary. A 13 minutos do fim, Madjer de calcanhar faz o golo. Frasco abre para Juary ,este centra e Madjer de calcanhar a fuzilar o guarda-redes alemão. 5 minutos se passaram, Madjer arranca pela esquerda,cruza para a área e Juary aparece a marcar!1-2!
O arbitro apita o final do jogo e o FC Porto entra para a galeria dos imortais,da Taça dos Campeões,lado a lado com o SL Benfica da decada de 60,Ajax entre outros.
Esta final fecha com chave de ouro um ciclo que vinha desde 1985, altura da final da extinta Taça das Taças e que culmina em Viena,no Estádio Prater. Só com a vinda de Mourinho o FC Porto atingiria 1 ciclo ainda maior no que diz respeito a Europa!
Fica o resumo do jogo para portista e amante do futebol ver.

Plantel:
Josef Mlynarczik: Surgiu numa altura em que os adeptos já estavam saturados da irregularidade do malogrado Zé Beto.
Titular da selecção polaca nos mundiais de Espanha e do México (onde nos tramou),era um enorme guarda-redes, um dos 3 melhores da história do FCP.
Uma lesão fê-lo perder a titularidade para um muito jovem Vítor Baía. Deixou o futebol de uma forma estranha.

João Pinto: O capitão que não largou a taça por 1 segundo. Ainda hoje recordo o sprint de Artur Jorge de Melo Braga Teixeira para tocar no caneco.
Lateral direito bem a cima da média é um dos mais carismáticos capitães da história do clube.

Inácio: Defesa esquerdo que veio do Sporting. Discreto era melhor a defender do que a atacar.
Foi dono e senhor do lugar até à chegada do brasileiro Branco.
Posteriormente convertido treinador, onde ganhou o nome Augusto, foi em 2006-07 o rei das chicotadas psicológicas.

Celso: Central brasileiro com um petardo do caraças. Muito possante fisicamente, tremia quando tinha que enfrentar o ágil Rui Águas.
Marcava golos que se fartava na conversão de livres directos.

Lima Pereira: Defesa central alto, possante e muito forte na marcação.
Lesionou-se poucos antes da final.

Eduardo Luís: Era um jogador com qualidade, que em tempos representou o Benfica e o Marítimo. Aquela irritante mania que o Sr. Jorge Nuno tem em “reciclar” ex-jogadores do Glorioso já vem de longe.
Era casado com uma popular e gira apresentadora da RTP.

Geraldão: O limite de estrangeiros, na altura era de 3, atrasou um pouco a sua afirmação na equipa. Tinha uma estampa física e um tiro impressionantes.
Marcava muitos golos de livre, mas recordo-me dos seus duelos com Ivkovic, guardião do SCP.

Quim: Médio defensivo que veio do Vitória de Setúbal.
Um trabalhador incansável, naquele meio campo onde abundavam os jogadores à Porto, raçudos e com calvice precoce. Quim não era carece, mas a raça abundava.

Jaime Pacheco: O actual treinador do Boavista era enquanto jogador, o espelho daquilo que são actualmente as suas equipas. Calvo, raça e qualidade.
Alternou a carreira entre o Porto e Alvalade.
Ainda actuou no Paços de Ferreira.

Frasco: Pequenino, bigode e um pulmão que nunca mais acabava. Era assim António Frasco. Também tinha uma bela habilidade para distribuir lenha.

André: O mestre o cacete. Um trinco à moda antiga. A ele aplicava-se (e de que maneira) a velha máxima, ou passa a bola, ou passa o jogador, mas jamais os 2 em simultâneo.
Veio do Varzim para o Porto, onde permaneceu até final da carreira, sempre com muitos títulos.
Era um regalo vê-lo protestar com os árbitros.

António Sousa: O pai da eterna promessa adiada, Ricardo Sousa.
O D. Sebastião de Aveiro, o único treinador que consegue manter o Beira-Mar por duas épocas seguidas na 1ª Divisão
Como atleta, começou na Sanjoanense, passou pelo Beira Mar e alternou entre o Porto e o Sporting.
Outro temível marcador de livres directos.
Jogou a final, devido ao impedimento de Fernando Gomes.
Na época seguinte marcou o golo que valeu a vitória por 1-0, no jogo da 2ª mão da Super Taça.

Jaime Magalhães: O médio ala direito. Um dos motores da equipa. Um excelente jogador, bastante dotado tecnicamente e com uma elevada cultura táctica.
Ainda alinhou no Leça.

Paulo Futre: O menino do Montijo que o Sporting deixou fugir para o Porto. Foi um dos melhores jogadores portugueses de sempre, contudo pecou ao escolher o mediano Atlético de Madrid para a sua aventura internacional.
Fez um grande jogo na final de Viena, onde actuou como homem mais avançado e deu água pela barba aos possantes defesas bávaros.
Jogou ainda no Benfica, Marselha, Milan e regressou ao Atlético para acabar a carreira.
Durante muitos anos a selecção nacional foi o Futre e mais 10.

Semedo: Um jogador completo e polivalente.
Na época seguinte afirmou-se por completo ganhando a camisola 10 da equipa.
Um caso de doping acabou com a sua carreira. Ainda tentou a sorte no Salgueiros, mas o doping voltou a trai-lo.

Walter Casagrande: Internacional brasileiro presente no México86, foi uma das mais badaladas contratações dos azuis e brancos.
A sua estadia na invicta foi contudo bastante marcada pelas lesões.

Rabat Madger: O craque argelino, o homem do calcanhar imortal. Fez também a jogada para o 2-1, pelo que terá sido o MVP da final.
Esteve no México 86 e se a memória não me atraiçoa no Espanha 82.
Na época seguinte marcou um golão no manto de neve de Tóquio, que valeu a vitória na Taça Intercontinental sobre o Penarol.

Fernando Gomes: O bi bota de ouro. Um animal de área, um dos melhores pontas de lança do pós 25 de Abril. Uma espécie de Mário Jardel dos anos 80.
Não jogou a final por lesão.
Anos mais tarde, incompatibilizou-se com Octávio e foi-lhe indicada a Porto da saída. Havia entretanto perdido a titularidade para o ex e pós benfiquista Rui Águas.
Ainda actuou uma época no Sporting, tendo sido um dos melhores marcadores do campeonato.

Rui Barros: Varzinista de 75 cms, o pequeno Rui seria na época seguinte um dos mais valiosos jogadores do rico plantel azul e branco.
Marcou em Amesterdão o golo que ditou a vitória por 1-0 sobre o Ajax na 1ª mão da Super-Taça Europeia.
Saiu para a Juventus, passou pelo Mónaco e pelo Marselha. Retornou ao Porto para iniciar o Penta.

Djuary: A arma secreta. Uma espécie de Mantorras (2004-05), mas muito mais eficaz. Era o homem da última meia hora.
Marcou o golo do empate na Dinamarca (1-1) que eliminou o Brondby de um jovem Peter Schemeichel. Foi igualmente decisivo na final, marcando o 2º golo após grande jogada de Madger.
Saiu do Porto após desentendimentos com Artur Jorge.

5 Comments:

At 5:37 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Uma grande campanha, sem dúvida.
relembro-me do jogo na Dinamarca onde o nosso por.. ops.. o fcp foi dominado, conseguindo o golo num lance de contra ataque a 15 min. do fim por Djuary.
Dps recordo o 1-2 em Kiev, onde Celso e depois Fernandão Gomes fizeram 0-2 praí aos 6 minutos.
Na final, todos pensavam que portugueses iam ser massacrados, mas venceram com toda a justiça.
Épico João Pinto agarrado á taça, não deixando ninguém tocar no caneco. Recordo com saudade o sprint do poeta Artur Jorge tentando desesperadamente tocar no trofeu.
Foi um dia histórico

 
At 5:47 da tarde, Anonymous Anónimo said...

ya man o porto mostrou seriedade... yellow dog eu sei quem tu es pa..tu pensas q enganass amas a mim n enganas...eu vou revelar a todos aqui a tua verdadeira identidade em breve...

ass: DipZ

 
At 5:55 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Este "angle" cheira-me a uma feud na NWA. Estavamos no ano de 1991 e o Brian Pillman perdeu um Looser Leaves Town match contra o Barry Windham.
Uma semana depois, apareceu um lutador mascarado, acompanhado por um Lavadror Retriver. Era o Yellow Dog. Claro que por detrás da máscara estava o Brian Pillman.
O nosso "yellow Dog" poderá muito bem ser alguém que se despediu há bem pouco tempo de nós!!!!!

 
At 9:24 da tarde, Blogger Tiago Gonçalves said...

Se calhar é o Zé Cavra(arrisco eu, sem ter certeza de nada).

 
At 8:02 da tarde, Blogger luca83 said...

Hello!

Do you have the lineups of the 2 matches between PORTO and RABAT AJAX? I only know the scorers, but not the lineups.
I hope that someone could please help me, thanks in advance

 

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