26 fevereiro, 2007

Parabéns Malta da Tropa

2 anos on-line, cerca de 67500 espectadores, mais do que o somatório das lotações do Municipal de Leiria em 10 anos se excluirmos as visitas do Benfica.
Que melhor maneira de assinalar tão nobre data do que falar um pouco de Oliver&Benji a série de animação que partilha com Dragon Ball e Dragon Ball Z, o 1º lugar nas minhas preferências ao nível da 9ª arte. Não vou contar a história por que de certeza que todos a conhecem e podem sempre avivar a memória no canal Panda. Os episódios são às 13:30 e repetem às 20:30.
Vou sim recordar alguns aspectos que fizeram desta série algo único e intemporal, com alguma pós modernidade à mistura.
Os comentários originais em japonês eram do melhor. Um misto de Gabriel, com Rui Tovar, Rui Loura e Carlos Manuel Albuquerque.
Os remates falcão, águia, tigre, lâmina, orientado e por aí fora, que contrariavam todas as leis da física. Putos com pouco mais de 12 anos cuja potência dos remates rompia as redes, ficando o esférico a girar nos muros de betão, abrindo crateras nos mesmos.
O ponto alto talvez seja a fluidez temporal. O jogador demorava 1 episódio inteiro para fazer o trajecto desde a sua grande área até ao meio campo contrário. Enquanto conduzia o esférico lembrava-se da vida, aquele treinador que o marcou, o pai, a mãe, o tio, etc.
Depois havia Paty Anego (futura Sra Tsubasa) que uma vez desceu ao relvado em pleno desafio para discutir com o árbitro da partida. O juiz havia terminado a 1ª parte do prolongamento quando a bola, cheia de efeito, passeava ao longo da linha de golo. Anego estava cheia de razão, mas a atitude é lamentável!
A nível pessoal o meu preferido era Ken Wakashimazu (Ed Warner) um guarda redes fantástico que usava os postes para ganhar balanço.
Depois de uma grave lesão, por ter salvo um cãozinho de ser atropelado, entrou num jogo contra o Furano de Matsuyana. Estava 2-2 e o Furano tinha um penalty a favor. Wakashamazu aparece no estádio e o treinador ordena de imediato a substituição de guarda-redes.
O novo guardião parou facilmente o penalty de Matsuyana e lançou rapidamente Huyga Kojiro (outro dos meus preferidos, apesar de ser o vilão) que ardendo em febre fez o 3-2 para o Meiwa. Lindo!
Ao nível dos misters não havia nenhum que chegasse aos calcanhares do treinador Kyra, o alcoólico treinador do Meiwa, uma espécie de Jaime Pacheco nos anos de glória do Boavista. Não que Pacheco seja alcoólico, mas ambos privilegiavam o futebol físico em vez dos “rodriguinhos” e dessa coisa a que chamam fair play.
Por falar em alcoolismo, Roberto Cedino antigo craque da selecção brasileira e mentor de Tsubasa, também sofria do mesmo mal. Será que os “japinhas” nos vêem a nós homens da bola como um bando de amigos da pinga?
Para concluir e em jeito de curiosidade, vou desvendar como acabaram os principais craques da série.
Depois de triunfar no Santos, Oliver Tsubasa foi para Barcelona. Começou por baixo e teve que “arranhar” na equipa B. Qual Alex Fergunson, o treinador estabeleceu-lhe a meta de 15 golos e 10 assistências. Na 1ª partida o craque nipónico marcou 6 golos e fez 4 assistências, números que mais parecem de um jogador de andebol.
O objectivo foi conseguido ao fim de 4 ou 5 jogos, tendo Tsubasa sido convocado para jogar contra o Real Madrid. A lesão do “águia da Catalunha” Rivau (que lhe tapava o lugar), permitiu a entrada de Tsubasa que jamais perdeu a titularidade.
Genzo Wakabawashi (Benji Price) foi o 1º a emigrar ingressando no Werder Bremen. Com o “Kaiser” Karl Heinz Schneider e Karlston formaram o trio maravilha, que haveria de ser desfeito quando o Schneider se transferiu para o Bayern de Munique. Um “pesetero”!
Hyuga Kojiro acabou por conseguir vingar na Juventus de Turim (antes do Cálcio Caos) após um empréstimo à Regina. Não foi nada fácil o trajecto do ponta de lança até se conseguir afirmar no exigente Cálcio. Foram derramadas lágrimas de dor, quando com apenas 15 minutos de jogo (qual Zé Kalanga) o treinador da Juve o decidiu tirar de campo.
Misaki Taro e Terry, conseguiram igualmente bons contratos com PSG e Inter de Milão respectivamente respectivamente.
A série termina com o pontapé de saída do jogo de abertura do Coreia-Japão 2002 entre o Brasil e o Japão.
Foi pena porque eu queria mesmo saber quem ganharia o Mundial.

21 fevereiro, 2007

O Último dos Bulls

Estamos nas finais de 1998.
Com 3-2 a favor dos Chicago Bulls, as séries voltaram a Salt Lake City. O jogo 6 foi disputado mas extremamente mal jogado.
Com cerca de 40 segundos para jogar Jordan entra para o cesto, após ultrapassar Byron Russel e reduz para 1 ponto a vantagem de Utah.
Na resposta os Jazz apelaram para a dupla de ouro Stockton-Malone, contudo as mãos rápidas do nº 23 forasteiro roubaram o pesado esférico laranja (já alguma vez tentaram cabecear uma bola de basquetebol? Eu e o Mats já e olhem que não é nada mesmo nada fixe!) ao “carteiro”.
Sua "Alteza Real" conduziu a bola para o campo de ataque e fazendo escoar o tempo preparou-se para novo embate com B. Russel.
Jordan estava a fazer uma partida nada famosa ao nível do lançamento, apresentando percentagens bem modestas, mas deveria ser sua a responsabilidade de efectuar o último “tiro”.
O 1 contra 1 com Byron Russel foi dos momentos mais belos que alguma vez presenciei. O trabalho defensivo do homem de Utah foi irrepreensível, mas Michael fazia coisas demoníacas e com um movimento daqueles que só ele conseguia fazer “deitou” literalmente o adversário. Que crueldade! Sem oposição subiu e deu o 6º título aos Chicago Bulls.
Foi o seu último cesto com as cores da equipa da cidade do vento, e que cesto!

Vejam aqui com comentários em italiano.

19 fevereiro, 2007

Bom “Carnevale”

A Malta da Tropa deseja a todos os seus associados, aficionados e simpatizantes um óptimo Carnaval.
Pessoalmente não ligo muito a esse hábito de se andar por aí mascarado, mas sabe-se lá porquê nesta época vem-me sempre à memória Andrea Carnevale o mítico avançado do Nápoles de Maradona e por vezes da selecção italiana.
Um jogador raçudo e oportuno ao bom estilo “azurri” que festejou com Dieguito, Máximo Cripa, Alemão e António Careca os 2 scudetos do emblema napolitano.No Itália 90, fez com Vialli a dupla titular no 1º jogo frente à Áustria. Saiu a meio da 2ª parte para dar lugar a um tal de Salvatore "Toto" Schillaci e nunca mais voltou ao 11 de Azeglio Vicini. Curiosamente o seu colega na frente de ataque também viria a perder a titularidade em favor do príncipe Roberto Baggio.

14 fevereiro, 2007

Como é difícil lidar com eles!

Dizia-me certo dia o meu amigo Nelson Santos ex-jogador de futsal do Junqueira e actualmente no Gondomar: “Para seres bom não basta entender as tácticas e saber escalar a equipa, é preciso ser-se um condutor de homens. Joguei futebol de 11 durante 10 anos e sei que o jogador de futebol é cheio de manias e manhas. Tens que saber lidar com isso. Já muito licenciado em desporto espalhado ao comprido, porque vão para lá e não têm nenhuma experiência de balneário. Os jogadores, se quiserem, podem-te fazer a folha".
Atende a estas palavras amigo Mats Jagunço.
Os resultados que estás a conseguir nas camadas jovens falam por si, transformaste coxos em vencedores, mas quando deres o salto, não deixes que estes “manientos” impeçam o teu sucesso.
Pergunto eu, como lidarias com o caso Eto’o?
Eu metia-o na equipa B. Ninguém é intocável.
Recusando-se a entrar demonstrou falta de respeito para com o clube (muitos vendiam a mãe e ofereciam o pai como brinde só para vestirem aquela camisola), treinador e com o colega titular.
A indisciplina pode arruinar uma equipa campeã e o Barca pode vir a pagar pelos seus brandos actos. Senhor La Porta exigia-se pulso forte. Talvez o treinador o tenha. E Robinho? Mais um que eu mandava para a equipa B.
“No estoy jugando porque mi fútbol no convence à el entrenador”.
Capelo é só um dos técnicos mais ganhadores do Mundo, não precisa provar nada a ninguém, ao contrário de Robinho que para avançar 2 metros faz 5 fintas e dribla 3 adversários. No futebol quer-se pragmatismo e não brincas na areia.
Ainda não esqueci a maneira como Wanderlei Luxemburgo preteriu o nosso Luís Figo em favor de Robinho. O Real perdeu, o Inter ganhou.
Depois de épocas de seca, onde os galácticos nada ganharam, a mudança era imperativa no Real e Capelo está a ir na direcção certa. Podem acabar a época sem ganhar nada, mas estão bem melhor do que nos últimos anos.
Se conseguirem ganhar o braço de ferro com Manchester e Barcelona por Cristiano Ronaldo, Chamartin pode voltar a dominar o futebol mundial.
O Madrid fará mal se despedir Capelo.

13 fevereiro, 2007

Armstrong ou Merckx?

No ano passado presenteamo-vos com o mítico engate da tropa, as artimanhas que fazem os leitores deste blog serem apelidados não só de militaristas mas também de Casanovas, Don Juans, love machines, prostitutos desta esquina que é a vida...
Em 2007, vamos desvendar (ou pelo menos tentar) um dos maiores enigmas do desporto mundial.
A mítica pergunta que o já saudoso Jorge Kataklisnmann um dia me levantou: “Será que por tudo aquilo que fez, Lance Armstrong não poderá ser considerado o melhor ciclista de todos os tempos em vez de Eddie Merckx?
Pergunta deveras complicada fazendo relembrar o eterno confronto fantasia entre Rocky Marciano e Ali, que serviu inclusive como ideia base para Rocky 6. Diziam os peritos que Marciano venceria Ali, facto que deixou bastante irritado o melhor pugilista de pesos pesados da história do boxe.
Lance seria sem dúvida o melhor se o ciclismo se restringisse pura e simplesmente à Volta a França.
Contudo, existem também a Volta a Itália e a Volta a Espanha e nessas o norte americano nunca tentou a sorte, ao contrário do Merckx que junta às 5 vitórias no Tour, 5 no Giro e 1 na Vuelta.
Nas vitórias em etapas Lance fica claramente a perder, tem 22 no Tour, enquanto Eddie Merckx conta com 34 no Tour, 24 no Giro e 6 na Vuelta. A alcunha de canibal teria que vir de algum lado, o belga era mesmo um “papa-etapas”.
Ao nível dos mundiais de estrada, nova vantagem para Merckx, que foi campeão por 3 vezes contra apenas 1 de Lance.
Em abono de Armstrong o facto de quando voltou após o cancro, jamais ter sido vencido numa grande competição. Retirou-se no auge dando a noção que ninguém o conseguia vencer. Ele era mais forte física e psicologicamente do que a concorrência.
É ponto assente que Eddie Merckx supera Lance Armstrong em termos de resultados globais.
Nunca vi o belga correr, mas vi Lance e posso dizer com toda a convicção que ele era mais forte do que Miguel Indurain, o último grande dominador da modalidade até ao surgimento do norte americano.
É difícil dizer com exactidão quem foi melhor, mas duvido que o texano fosse vencido, dizem os entendidos que quem derrota a morte ganha força sobre-humana.

12 fevereiro, 2007

Vergonha!

È verdade, estou mesmo lixado!
Como é possível um clube deitar tudo a perder na prova onde seria mais fácil conseguir um título?
Lanço o dedo recriminador a alguns atletas cujas carreiras no glorioso devem ser repensadas.
Começo com Anderson, o central brasileiro que tanto prometeu no início da época passada, mas que desde a eliminatória com o Barcelona mais parece um passador.
Desmotivado, macio, lento, nem a titularidade dada de mão beijada o fizeram ganhar novo alento.
Há melhor em Portugal e sobretudo jogadores que não amuam, e começam a dizer à comunicação social “Eu kê saí né? Não jogo, tenhu qui vê a minha vida”, sempre que ficam uns jogos no banco. Por mim este rapaz nunca saía era de lá. Ai que saudades de Ricardo Rocha.
Ainda na retaguarda foco uma vez mais a baixa estatura dos 2 laterais.
Não são maus jogadores, antes pelo contrário, mas 1 lateral baixinho e rápido que goste de subir no terreno, tudo bem, 2 é que não!
O Benfica é das equipas que sofre mais golos de cabeça... e no Sábado lá foi mais um! Viu-se Luisão com 2 jogadores. À primeira vista parece que o central da canarinha é culpado, mas com um Fyssas ou um Manuel dos Santos no quarteto defensivo duvido que Mendonça fizesse aquele golo.
Depois temos Beto, Karyaka e Marco Ferreira.
Se ao português e ao brasileiro o que sobra em determinação falta em classe, com o russo passa-se exactamente o oposto. Jogadores out.
Para concluir os fragilizados avançados.
Mantorras não aguenta os 90 minutos!!!!
Pergunto eu que não percebo nada disto: “Um clube que se diz candidato ao título, tentando inclusive “vender” aos sócios a ideia que uma vitória na Liga dos Campeões está para breve, pode ter um jogador no seu plantel que não aguente um jogo? Isto não é o andebol onde há bacanos que entram para marcar somente os livres de 7 metros!
E Micoli? O gordito, que joga 2 ou 3 partidas (saindo em todas aos 60 minutos por estar cansado) e fica 10 lesionado?
Por mais voltas que dê à cabeça não entendo a indignação do italiano! A verdade é que ele tem sido um grande barrete. Tem classe bem sei, mas não se pode contar com ele.
Ai a faltinha que o Micoli de Leiria ou de Alvalade fez no Dragão...

07 fevereiro, 2007

A Desforra

Convido os leitores a recuar à década de 80, quando a NBA criou o espectacular concurso de afundanços.
O primeiro vencedor foi Larry Nance dos Phoenix Suns que malgrado a presença de Dominique Wilkins (3º) e Dr J (2º), arrecadou o título de 1984.

Michael Jordan fez a sua estreia no ano seguinte, mas foi derrotado na final por Dominique Wilkins.
No ano da adesão de Portugal à CEE, o nº. 23 dos Bulls não pode participar devido a lesão. Dominique era o favorito mas a glória coube por inteiro ao companheiro de equipa Spud Webb.
Em 1987 Michael Jordan venceu, mas Dominique não esteve presente.
Um ano mais tarde, teve lugar a tão esperada desforra.
2 acrobatas voadores, 2 homens que desafiavam as leias da gravidade, Michael "Air" Jordan e Dominique "the Human Highlight Film" Wilkins.
Foi possivelmente o melhor concurso de afundanços de sempre.
Para ver e rever até na companhia da sogra.

06 fevereiro, 2007

De volta...

Confesso que não é nada que já não estivesse à espera, mas quando a diferença para o primeiro diminui de 8 para 4 pontos em 2 jornadas, eis que estão de volta os sumaríssimos à nossa liga.
Segundo a edição online do jornal "A Bola", "a Comissão Disciplinar da Liga Portuguesa de Clubes decidiu esta terça-feira instaurar um processo sumaríssimo ao jogador brasileiro Vanderlei Fernandes da Silva (Derlei) que representa o Benfica, propondo a pena de 2 jogos de suspensão e uma multa de 1.000 euros".
Não está em causa a justiça ou não de tal sumaríssimo. De estranhar é o timing em que os sumaríssimos reaparecem no nosso campeonato. Como o Benfica começa finalmente a demonstrar alguma estabilidade (e o contrário acontece com o nosso Porto), há que destabilizar de alguma forma.
Ainda que ver as imagens em camara lenta seja completamente diferente (e por isso mesmo posso parecer por vezes uma coisa que não é bem assim), sou de opinião que Derlei deveria ter sido expulso. Contudo, surge uma questão: onde está o sumaríssimo a Caneira? E não me venham com tretas que aquilo é normal em futebol. Da última vez que li as regras do jogo não havia nenhuma que permitisse dar estalos nos adversários!

05 fevereiro, 2007

Os 10 Melhores Afundanços de “Air”

Iniciamos agora uma série de posts dedicados aquele que está para NBA assim como Cristiano Ronaldo estará para o futebol.
Apesar do talento do nosso miúdo, Carlos Queirós exagerou e de que maneira na comparação.
Jordan foi único, talvez só Serguey Bucka, o mítico ucraniano do salto com vara possa ser equiparado aquele que um dia me fez colocar o basquetebol como uma das minhas modalidades de eleição. Ele saiu e actualmente não consigo assistir a uma partida na totalidade.
Para começar escolhemos os 10 melhores afundanços, ou como se diz em americano “the 10 best dunks”, da carreira de sua Alteza Real.
Tenham em atenção o afundanço nº 7, foi efectuado bem na cara de um senhor que tem somente 2 metros e 31 centímetros, Manute Bol do Sudão.
http://www.youtube.com/watch?v=txela2VuI7A
Deliciem-se e acreditem que o homem pode realmente voar sem a ajuda de aparelhos.

01 fevereiro, 2007

Um Guarda-Redes Improvisado

Numa noite chuvosa no velhinho Estádio do Bessa, e em vésperas de um Benfica - Porto, Boavista e Benfica disputaram um dos mais emocionantes duelos entre as duas equipas. Corria então o ano de 1993, ano em que poucos meses mais tarde as duas equipas se voltariam a encontrar na final da Taça de Portugal.
Ainda não estavam decorridos dois minutos de jogo e já Marlon Brandão colocava a equipa de xadrez na frente do marcador depois de um mau alívio de Mozer na sequência de um canto sobre a direita. O jogo não podia ter começado melhor para os da casa!
O Boavista apresentava então uma equipa onde pontificavam nomes como Mamadu Bobó Djaló, Artur, Marlon Brandão e Nelson Bertolazi, mas também Lemajic, Nogueira, Garrido, Venâncio e Paulo Sousa por exemplo.
O Benfica, treinado por Toni, alinhava com Neno, Veloso, Hélder, Mozer, Schwartz, Paulo Sousa, Rui Costa, Isaías, Futre, Pacheco e Yuran, sendo que alguns destes jogadores ainda deixam saudades para os lados da Luz.
Aos 14 minutos de jogo, e partindo de uma posição no mínimo duvidosa, Yuran isola-se, contorna Lemajic e empurra para a baliza deserta. Estava feito o empate! Já na segunda parte, o avançado russo recebe um passe de Rui Costa a meio do meio campo ofensivo e, fazendo valer toda a sua velocidade e poderio físico deixa Venâncio para trás, entra na área e bate pela segunda vez o guardião do Boavista.
O domínio dos visitantes era de tal forma evidente que, mesmo antes de chegarem ao 3-1, Paulo Futre conseguiu protagonizar um dos mais caritatos falhanços de que há memória no futebol português e digno de figurar em qualquer compêndio de apanhados do desporto rei. Depois de se isolar e ultrapassar facilmente Lemajic, o jogador do Montijo, que completou nessa época Santíssima Trindade do futebol português, conseguiu não acertar na baliza deserta.
Este falhanço pareceu perder importância com a obtenção do 3º golo encarnado apontado por Isaías bem ao seu estilo. Contudo, o que se passaria daí para a frente foi tudo menos tranquilo para o Benfica. Primeiro, Hélder é expulso. Não fosse já esta dificuldade o suficiente para atormentar os adeptos benfiquistas, eis que Neno derruba estupidamente Nelson Bertolazi em plena área. Consequência directa, penalty e expulsão.
Com mais de 15 minutos para jogar e sem substituições para fazer, foi Paulo Sousa que, num dos actos mais pós-modernos do futebol tuga, assumiu a posição de guarda-redes. E se no pénalty apontado por artur não havia nada fazer, no resto do encontro o médio do Benfica deu bem conta do recado. Diria mais, diria mesmo que brilhou a grande altura numa espectacular defesa a um grande remate de Bobó de fora da área. Dizia o comentador "quem sabe se não se descobre aqui um bom guarda-redes". Se se descobriu ou não, não sei. O que sei é que Paulo Sousa foi talvez o melhor médio português que vi actuar!