25 fevereiro, 2006

Um ano depois...

"Era uma bela tarde de Feveiro, saí do trabalho e decidi ir ao playground da minha terra (a Saragoça Aveirense) onde uns miudos de escola primária mandavam uns chutos ao esférico.Pedi-lhes amavelmente para jogar, fizemos par ou impar, escolheram-se as equipas e "bota" para meia hora do mais puro prazer.Com resultado teimosamente em 0-0 (raio dos putos que não me davam espaço), a bola chega-me ao pé direito (esse membro, só ultrapassado pela magia do pé esquerdo de Theodorus Fyssas) arranco em velocidade, driblo um, 2, 3, 4, entro na área e quando me preparo para rematar sou vítima de um tackle por trás que me faz embater com a tromba na relva sintética.Penalty.um dos putos ainda diz que eu fiz falta anteriormente, ao que eu retorqui: "-foi carga de ombro oh meia leca (eu tenho cerca de 1,80mts).Meti a bola na marca, tomei balanço e tal e qual um Miguel Garcia, ou António Veloso na saudosa final de Estugarda, rematei forte e colocado sem hipóteses para o pequenote do guardiola contrário, esse filho da mãe que ainda adivinhou o lado.Goloooooooooooooooooooooooooooooooo!Depois foi o massacre, o alivia Alcaraz, o manda para a bancada Hugo, o sufoco, mas tudo acabou em bem.Ganhamos e eu fui o heroi.A minha mãe ia a passar e disse "-Fogo homem, tu tens 27 anos e não fazes outra coisa senão jogar à bola com miudos de escola primária? Faz alguma coisa pela tua vida"...e pronto eu decidi fazer este blog!"
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Foi assim que tudo começou... Dia 25 de Fevereiro de 2005 ficará, para sempre, na história por ter sido o dia em que José Cavra, num acto recheado de pós-modernismo e abnegação, criou o blog que depois de um ano a postar já regista um sucesso notável.
Durante um ano muito acontece... O Benfica acabou por ser campeão 8 anos depois, o Setúbal ganhou a taça, a supertaça foi igualmente para o Benfica, o Porto ganhou a taça Intercontinental e o Sporting lá conseguiu chegar à final da taça UEFA.
Neste ano o nosso blog foi-se recheando de estrelas... Gilberto Mandamil partiu quase de início com José Cavra e as contratações sonantes foram Octávio Cagado, Alexi Lilás, Jorge Kataklinsman e... eu, a mais recente das contratações.
É um orgulho para mim, e suponho que para todos os que neste blog colaboram, poder escrever lado a lado com tamanhas figuras do pós-modernismo desportivo português!
Claro que nada disto seria possível sem vocês, leitores... Um Bem Haja! Que para o ano nos reencontremos com a mesma alegria de sempre!

23 fevereiro, 2006

Um "Clarão" na Florida

A borra de Justine Hardine no recente open da Austrália, avivou-me à memória aquela que é talvez a borra de todas as borras. Maior doque a borra de Tavares, naquele AC Milan - Benfica de 1995 a contar para a liga dos campeões, mais forte doque o próprio síndroma de Mamede nas grandes competições de atletismo... aborra de Nick Anderson, antigo extremo dos Orlando Magic, no 1º jogo da final daNBA, contra os Houston Rockets, não tem paralelo.
Com o resultado empatado, a poucos segundos do final, Nick encontra-se na linhade lance livre. Os Magic de Penny Hardway e Shaquile O'Neil encontram-se em posição priviligiada para tomarem a dianteira das séries.
Nick Anderson bate a bola, encara o cesto e ...falha, sendo prontamenteconfortado pelos seus companheiros. Mais concentrado tenta converter a 2ª tentativa,... a bola roda teimosamente no aro e sai... seguiu-se uma luta tremenda pelo ressalto com a bola a vir parar como que por obra do acaso ás mãos de Nick Anderson. O 25 de Orlando sobe e sobre falta, ganhando nova viagem para a linha de lancelivre. Uma vez mais Nick Anderson encontra-se perante o cesto, para efectuar aquele queé supostamente o lançamento mais fácil de um jogo de basquetebol. Nick volta a falhar a 1ª tentativa perante os incrédulos e furiosos adeptos doEstado da Florida. Com suores frios, nauseas, desarranjo intestinal e os joelhos a tremer, o extremo tentou pela 4ª vez dar vantagem a Orlando...sem sucesso!O jogo foi para prolongamento, acabando por terminar com a vitória dos HoustonRockets. Seguiram-se mais 3 triunfos para os texanos, consomando-se a "limpeza" nasséries.

18 fevereiro, 2006

Os Dias (da Cunha) do Sporting

O Sporting vive um momento agitado da sua história. A agitação, aliás, tem sido um facto recorrente na vida do clube e até pareceria mal se os 100 anos fossem comemorados num clima de paz e amizade (ironicamente o nome do pavilhão onde as equipas de andebol e de futsal dos leões costumam realizar os seus jogos em casa). Como adepto e sócio do Sporting confesso que continuo sem saber quem apoiar. Por isso, lanço apenas algumas notas soltas que me ocorrem, esperando ficar (eu próprio) mais esclarecido, no fim do texto.

Em primeiro lugar, o que dizer dos últimos 10/12 anos da vida do Sporting, isto é, do “projecto Roquette”? Se, como dizia o neto do fundador do clube de Alvalade, o objectivo do projecto, que passava pela criação da SAD e de um modelo de gestão empresarial, era assegurar a sobrevivência do Sporting e a responsabilização dos administradores em caso de maus resultados (desportivos e financeiros), não restam dúvidas de que o projecto falhou. O Sporting tem sofrido cada vez maiores problemas financeiros e, que eu saiba, nenhum administrador foi punido por isso. Muitos deixaram Alvalade, mas pelo seu próprio pé, não por punição pelo mau trabalho.

Quanto à vertente desportiva, como analisar? Roquette tinha prometido que o Sporting ia passar a ganhar três em cada cinco campeonatos e tinha condições para se tornar num dos maiores seis clubes europeus. O primeiro objectivo pareceu poder ser cumprido, com os títulos de 2000 e 2002, mas depressa se perdeu a dinâmica vencedora. Do segundo nem vale a pena falar, é mais uma tirada à Luís Filipe Vieira, entre uma sande de coirato e uma mine, que outra coisa. Basta ver as participações do Sporting na Liga dos Campeões, teste obrigatório para quem pretende ser grande. Para o sucesso do projecto desportivo muito contribuiria a firme aposta nas escolas do clube, indiscutivelmente as melhores do país. O Sporting continua a produzir talentos, mas cada vez os aproveita menos. Simão, Quaresma e Ronaldo, por exemplo, apenas jogaram na equipa principal um ou dois anos, antes de serem vendidos, por preços claramente abaixo do seu valor potencial. Para além disto, nunca houve uma linha coerente no projecto desportivo. Basta ver o número de treinadores e responsáveis pelo futebol que passaram por Alvalade na última década.

A obra feita reflecte-se naturalmente no estádio e na academia. Em ambos o Sporting consumiu imensos recursos financeiros, que, no entanto, proporcionaram um claro salto qualitativo na modernidade do clube. O estádio, com mais ou menos escárnio, derivado de mais azulejo e menos cadeira cor-de-laranja ou azul, é um dos melhores da Europa. Os elogios vindos de fora, de quem não tem nada a ver com as rivalidades locais, comprovam isso mesmo. Soares Franco afirmou que o Sporting teve muito menos ajuda financeira estatal e municipal que o Benfica e o FC Porto. Não sei se é verdade, mas, atendendo ao que se passou no Mundial de sub-20, em 1991, acho que é bem capaz de não ser mentira. Quanto à academia, é óbvio que o Sporting dispendeu muito mais dinheiro que os seus rivais. O FC Porto, como é sabido, não tem um centro de estágio próprio, antes utiliza um que é propriedade da Câmara de Vila Nova de Gaia. O Benfica, cujo centro de estágio está a ser construído à média de um tijolo por dia, terá um complexo muito mais pequeno que o de Alcochete, como revelou um dirigente encarnado há uns tempos.

O grande motivo de polémica do momento está ligado à venda ou não do património imobiliário não desportivo do Sporting. A venda é contrariada por muita gente, mais ou menos ilustre, mas apoiada por outra facção, na qual se destacam José Roquette, Miguel Ribeiro Telles e José Eduardo Bettencourt. Percebendo pouco ou nada de gestão, algumas dúvidas colocam-se-me. Vender algo significa que deixa de ser nosso, ganhamos o dinheiro acordado no negócio e nada mais, perdemos todo o poder sobre o objecto. No futebol português o que mais existe são casos assim, em que se vende tudo e mais alguma coisa para se resolver problemas imediatos. Quando esse dinheiro acabar, o que resta? O que se vende então? Segundo sei, o projecto para a zona prevê a criação de muitos edifícios, para habitação e escritórios. O Alvaláxia, então, passará a ser o local comercial mais forte da zona. Não será então uma boa fonte de receitas para o Sporting?

Finalmente, Dias da Cunha. O ex-presidente do Sporting tem vindo a opor-se ferozmente aos seus antigos parceiros de direcção, nomeadamente ao antecessor, José Roquette, e ao sucessor, Filipe Soares Franco. No entanto, julgo que Dias da Cunha, pelo seu passado de contradições, pouca consideração merecerá hoje em dia. Recordo três exemplos:
- Na época passada, Dias da Cunha insurgiu-se contra muitos sócios e adeptos leoninos, apelidando-os inclusivamente de escória, depois destes contestarem José Peseiro após um horrível início de época. Esse mesmo Dias da Cunha tornou-se conhecido de grande parte do universo sportinguista em 1999/2000, depois de um U. Leiria-Sporting, em que os leões cederam um empate, mas mantendo-se no topo do campeonato que, aliás, vieram a ganhar. Razão para essa fama súbita: críticas públicas e fortes ao então treinador, Inácio, e à equipa, que provocaram incómodo no clube. Primeiro telhado de vidro.
- Dias da Cunha defendeu até ao fim José Peseiro, para mim o pior treinador do Sporting nos últimos 20 anos. Aliás, demitiu-se da presidência após a resignação do técnico. Em 2004, o mesmo Dias da Cunha demitiu ou pactuou com a demissão de Fernando Santos, de forma indigna, após uma digressão de fim de época à América do Norte. E o engenheiro tinha feito mais 12 pontos no campeonato que Peseiro. Segundo telhado de vidro.
- Pressionado pelos adeptos do Sporting para demitir José Peseiro, Dias da Cunha nunca vacilou, vincando que o clube era dirigido de dentro e não de fora. Tudo óptimo! Mas foi na presidência de Dias da Cunha que o Sporting voltou atrás na intenção de contratar José Mourinho, devido às pressões da Juve Leo. Terceiro telhado de vidro.

Seja como for, uma coisa é certa. Em crise, em falência, em hecatombe, nunca o Sporting teve tantos candidatos a candidatos e tanta gente interessada em entrar no clube. Resta saber quem será o mais habilitado para conduzir o clube nesta altura decisiva. Confesso que ainda não sei.

17 fevereiro, 2006

Borussia Mönchengladbach


Após as conquistas do grande Bayern dos anos 70,e a Alemanha ser tomada por 1 espirito "vencedor",surge nesta pequena cidade do sudoeste alemão,um treinador que viria a fazer historia,famoso por repetir incessantemente a palavra trabalho,e que forma uma grande equipa de futebol.Hennes Weisweiller,um dos "pais" do futebol moderno.

Em 1965,consegue a subida a Bundesliga,e em pouco tempo,com grande astúcia,descobre jogadores como Netzer,Stiellike,Vogts,Heynckes,Koppel entre outros.Jogadores,que além de pujança fisica,primavam pela tecnica refinada.
Anos 70 - 5 titulos de campeão alemão,mais 2 taça UEFA do Borussia contra 3 titulos do Bayern.O meio campo do Borussia muitas vezes fazia a diferença,com jogadores do nível de Netzer,possante gigante e Simonsen,a "serpente" pequena.
Netzer tinha 1 caracter "dificil".lento e pouco dado a defender,primava pela qualidade do passe,abrindo o jogo n flancos,e passes em profundidade terriveis.

Simonsen,chamado de dinamarquês eléctrico,estava sempre em permanente movimento.Entregava-se em todos os jogos,cativando toda a europa futebolistica com a sua qualidade.Pequeno,com 1,68, nunca esteve em causa sua qualidade.
Antes dos anos 70,este Borussia,apena tinha 1 taça da Alemanha no seu palmarés,em 1960.N anos 70,apesar de "ameaçar"a europa futebolistica,nunca ganhou uma Taça dos Campeões,mas esteve presente em 5 finais europeias,conquistando 2 taça UEFA,e perdendo outras tantas.Muito devem ao melhor marcador da sua história,com 195 golos,Jupp Heynckes.















Em 1975,Weisweiller,dá o lugar,a outro carismatico treinador,Udo Lattek.è com ele,que em 1977,o Borussia,chegaria a final da Taça dos Campeões,perdida para o Liverpool,de Kevin Keegan por 3-1.Os anos 90,assistem ao declinio de vários clubes alemães,,como o Eintracht Frankfurt,Colonia,e o próprio Borussia.Com uma profunda crise,vão para a II divisão.Em 1995,com 1 golo de Effenberg,o Borussia conquista a Taça da Alemanha,atenuando 1 pouco este sofrimento.Apesar de tudo,o Borussia Monchengladbach terminou a decada,como apenas uma sobra do que fora antes.

Os Lobos do Mar

Já há muito que ando para escrever algo dedicado ao Varzim FC, colectividade a quem o adepto mais conhecedor se refere como "Lobos do Mar".
Fundado no dia de Natal de 1915, os alvi-negros cedo se apressaram a construir uma rivalidade nauseabunda com o vizinho Rio Ave . Rezam as crónicas que as gentes da Póvoa nutrem um ódio visceral aos vilacondenses, algo que faz o Barcelona - Real Madrid após o Verão quente de2000, parecer um velhinho Tom&Jerry.

Jogadores Marcantes
O grande guardião poveiro da década de 80. Após Saltilho tornou-se suplente de António Jesus na selecção nacional. Realce para a mítica exibição no Giusepe Meaza, ante a Itália de Viali, Mancini,Baresi, Gianinni e Cª, em partida a contar para a fase de qualificação para o Euro88. Aos 70 minutos e com o resultado em 1-0 para os transalpinos, Julio Cernadas Pereira (JUCA) decidiu lançar o experiente Lúcio às feras azurras .Ficou 3-0.

André, jogador raçudo foi a referênia do meio campo dos poveiros na 1ª metade dos anos 80. Aos 27 anos dá o salto qualitativo, ingressando no plantel do nosso Porto, época 85-86. Conhecido pelo seu inegável talento para distribuir lenha, cedo se impôs nos dragões, sendo campeão europeu 1 ano mais tarde, sob a batuta de Artur Jorge de Melo Braga Teixeira.
Ao longo dos anos foi cimentando uma relação de irmandande para com os árbitros, não hesitando em manda-los para o outro lado sempre que fosse necessário.
Retirou-se em 94-95 com 35 anos, após a conquista do 1º título do "penta".

Nos anos 80, Adão era uma espécie de Maradona dos pobres. Da Póvoa partiu para Guimarães e mais tarde para o Penafiel de Djão, Amâncio, Cesar e Elias. Dono de um petardo e de um domínio de bola de se lhe tirar o chapéu, haveria de ser escolhido o nº. 10 da selecção nacional no já focado pós Saltilho.
Ao lado de Nascimento, António Frasco, Jaime das Merces e por vezes Carvalho formou aquele que é considerado como o pior meio campo apresentado por um seleccionador nacional.

Rui Barros, foi outro "varzinista" que haveria de dar o salto para o nosso Porto (1988). Ainda com as cores dos lobos do mar, estreou-se com internacional A, naquele célebre empate a 2 bolas na pérola do Atlântico, ante a sempre complicada selecção de Malta. Conhecido por falhar golos impossíveis, foi nuclear na conquista da super taça europeia e taça intercontinental.
Das Antas partiu para Turim. Passou igualmente por Mónaco e Marselha, regressando em 94 ao Porto.

Jamais o nosso futebol conheceu uma dupla de centrais tão dominadora como a composta por Baltemar Brito e Washington Dias Alves. Altos, feios, toscos e com bigode, Brito e Washington personificavam o protótipo do jogador dos anos 80.
Fortes no jogo aéreo, mas lentos duros de rins não hesitavam em recorrer à falta para travar os virtuosos avançados contrários. Ainda hoje relembro com saudade os 6-1 "enfardados" no Municipal de Chaves, com um búlgaro de azul grenã vestido e de nome Radi, a manietar por completo estas duas autenticas "torres génias".

Pérolas Africanas
Os anos 80 foram marcados por uma invasão de craques oriundos do continente negro, nos nossos relvados. Quem não se lembra da tripla zairense do Vitória de Guimarães constituída porBasaúla Lemba, N'Dinga e N'Kama. Atentos às pérolas africanas, os poveiros resgataram os serviços da dupla angolana Vata Vatanu Garcia e de Lufemba, nucleares no brilhante 7º lugar conquistado em 1986-87. 2 anos mais tarde Vata espalhava o perfume do seu futebol na Luz, chegando a vencer a bola de prata com 16 (?!!?!) tentos. Em 1990 apontou o golo carimbou opassaporte dos encarnados para a final da taça dos campeões europeus. Quanto a Lufemba eclipsou-se. Mais tarde tentou a sorte no Desportivo de Chaves, mas sem sucesso.

A Melhor Classificação de Sempre

Foto da mítica equipa do Varzim FC (1978/79) que conquistou o 5º lugar no campeonato da 1ª divisão nacional.

E é tudo carísismos. Poderiamos e deveriamos falar da cavalgada dos Poveiros rumo à divisão de honra na época 2003-04, contudo Luis Filipe Hipólito dos Reis Pedrosa Campos, ameaçou processar este blog caso o seu bom nome fosse uma vez mais difamado. Esteja descansado mister Campos, relatar o mal que fez às gentes da Póvoa. Não vamos igualmente recordar a derrota em casa contra a Académica por 0-3 nem penultima jornada. Nem o maldito empate a 2 bolas em Ponta Delgada que ditou a descida de Açoreanos e Poveiros.

13 fevereiro, 2006

Dia de S. Valentim

A Malta da Tropa que Curte Bola decide juntar-se aos festejos do dia dos namorados, prestando um importante serviço a todos aqueles "baladeiros" que por infortúneo passarão esta data sozinhos.
Para inverter a situação presenteio-vos com o célebre engate da tropa.
a) Primeiro encontro
Como é de conhecimento geral, o 1º encontro assume importância nuclear para o futuro da relação. Temos que causar boa impressão. O membro da tropa deverá alternar momentos atenciosos, com outros de desprezo roçando o nauseabundo, nunca dando a entender a sua carência.
Muito importante frases do tipo: "É incrível como as pessoas hoje em dia só pensam em sexo... eu prefiro uma boa conversa e uma amizade sólida". É o apelar para o nosso lado sensível tão apreciado pelo público feminino.
No caso de estar a dar futebol na TV do bar a rapariga deverá ficar sentada de costas para o aparelho e rapaz de frente. Sempre que ela atenda o telemóvel ou procure algo na carteira, o elemento masculino aproveita e espreita o resultado. Tudo deverá ser feito discretamente, sob pena de se perderem pontos importantes.
o final do encontro, deveremos frisar que foi uma noite extremamente agradável e deixar uma porta aberta para uma próxima vez.
Apesar de estar com uma vontade desmedida para ter relações sexuais logo na 1ª noite, o membro da tropa deve-se controlar e despedir-se com 2 beijos na face.

b) 2ª Encontro
A 2ª vez costuma ser o dia de jantar e/ ou cinema.Neste caso, a estratégia assume contornos de genialidade caso o horário do cinema coincida com o jogo de futebol do clube do coração. Ela irá dizer: "Podíamos ter marcado para outra altura, afinal joga o Benfica e eu sei que tu gostas muito de ver o Benfica". O abnegado membro da tropa deverá retorquir com um: "Não tem importância, prefiro estar contigo." (imperativo pedir á mãe ou ai pai para gravar o jogo,afinal de contas estamos fechados no cinema e não sabemos o resultado).
Uma estratégia fantástica que permitirá ao futebol ser parte integrante no futuro da relação.
No 2º encontro deve-se adoptar uma estratégia mais activa, galanteadora, começando a surgir elogios do tipo: "A beleza em ti flui como um drible do Cristiano Ronaldo!" ou"Tu ofuscas um centro em trivela do Ricardo Quaresma"!
Na despedida deve-se uma vez mais controlar o ímpeto, contudo os beijos na cara terão uma duração de 4 segundos cada, sendo seguidos de um beijo na testa.

c) 3º Encontro
A cortejada deverá ser convidada para um jantar romântico à luz das velas, na casa do cortejador (ou dos pais, caso eles estejam fora), seguido da visualização de um DVD no plasma da sala (se nãotiveres plasma pede emprestado ou aluga).
O jantar deverá sem confeccionado pelo elemento da tropa, ou pelo menos ela deverá pensar que sim. Quando a dama chegar, o homem deverá apresentar-se de avental e de facalhão empunho dando a entender tratar-se de um excelente cozinheiro As panelas deverão conter somente água.
Enquanto a "babe"aguarda na sala, o homem deve sprintar até ao restaurante mais próximo e comprar a refeição.A quando da visualização do filme, começarão os avanços com toques suaves no cabelo e aproximações, ou qui ça simular uma lesão com o intuíto de receber umas massagens. Uma vez mais o futebol poderá ser um alibi perfeito.
A determinada altura os 2 sujeitos deverão encontra-senuma extremidade do sofá, ficando 3/4 do mesmo vazios.
Um beijo na cara e o parar a 2 cms dos seus lábios... instintivamente ela afasta-se, devendo o baladeiro acompanhar o seu movimento. Se ela der nega (o que é improvável), não é caso para desesperar afinal há gajas que se gostam de fazer difíceis.


d) Pós 3º Encontro
Após a 1ª curte, queca, ou lá o que lhe quisermos chamar, o leitor deverá ter em linha de conta o que pretende para o futuro.
No caso de não se querer nada sério, devemos sempre refugiar-nos em autênticas pérolas do "corte", as quais passaremos a citar:
- Não quero namorar, porque não me sinto preparado;
- Acabei de sair de uma relação e estou frágil, vamos deixar as coisas rolar;
- Não tenho tempo, estou com muito trabalho lá na empresa, saio sempre muito tarde, logo não te poderei dar a atenção que mereces;
- Tenho que estudar para os exames;
- Ainda não esqueci a minha ex-namorada.

E pronto pessoal foi uma posta diferente mas cheia de significado. Agora é ir altura e aplicar os "ensinamentos" do tio Cavra. É caso para dizer: "Vamos a elas, rapaziada, Vamos a elas que isso agora é o queestá a dar, Vamos a elas...

11 fevereiro, 2006

CAN 2006


Terminou ontem a mais importante competição a nível de selecções do continente africano.
O anfitrião Egipto venceu "o caneco" pela 5ª vez no seu historial, graças à vitória nas grandes penalidades por 4-2 (0-0 após prolongamento) sobre a Costa do Marfim de Didier Drogba.
Coube a Abo Treka a conversão do castigo decisivo, levando ao rubro os milhares de egípcios que esgotavam o magnífico Estádio do Cairo.
Com este triunfo os Faroós sucederam à Tunisia e suplantam Camarões e Gana com 4 vitórias cada.
Ahmed Hassan (Egipto) e El Hadary (Egipto) foram eleitos melhor jogador e melhor guarda redes do torneio respectivamente.
Quanto aos mundialistas, Angola e Togo confirmaram serem selecções débeis a quem não agouramos grande futuro no Alemanha 2006. O Gana também fez uma CAN fraca, contudo não pode contar com esse grande jogador que é o "chelsie" Essien.
Tunísia a Costa do Marfim mostrarem ser equipas bem estruturadas que poderão causar incómodo aos rivais no futuro Mundial.
Pela negativa a competição fica marcada por sobretudo 2 aspectos:
- a "birra" de Mido, a quando da sua substituição por Zaki no jogo das meias finais ante o Senegal.
- o acto monstruoso da federação do Congo ao ocultar a Luah Luah durante 3 semanas a morte da sua filha. Algo lamentável que condenamos.
Uma palavra para Artur Jorge de Melo Braga Teixeira que levou os seus Camarões aos 4ºs de final da competição tendo caído nas grandes penalidades ante a Costa do Marfim. Com Eto'o em grande forma, os "leões indomáveis" poderiam ter ido mais longe! Foi pena!
Para finalisar demonstramos a nossa inquietação pela não utilização de Pedro Manuel Torres, vulgarmente conhecido por Mantorras. Como é possível uma selecção com o nível de Angola dar-se ao luxo (Gonzallez) de deixar um jogador que actua num dos chamados 3 grandes de Portugal no banco de suplentes?! Quem são Fávio e Akwá?!

PS: Não percam brevemente neste blog a análise de todos os mundiais de futebol. Desde o Uruguai 1930 até esse grande evento da pos modernidade futebolistica que foi o Coreia-Japão 2002.

08 fevereiro, 2006

União de Tomar

A Malta da Tropa que Curte Bola tem o prazer de homenagear essa "mui nobre"colectividade desportiva que dá pelo nome de União de Tomar.
Um muito obrigado à rapaziada do blog local pela disponibilização da foto que decora o presente post. Trata-se de promoção e não plágio... afinal nós, membros da Tropa somos quase 17mil, mais doque 5 estádios Engº Rui Alves na Choupana, completamente cheios comos adeptos histéricos a gritar: "Naceonale! Naceonale! Olé, Naceonale olé!".
Realce na foto da mítica equipa de 1977 para a presença do "rei" (ou panteranegra) Eusébio da Silva Ferreira e para a pequena "gazua" Simões (capitão). De salientar também o 2º jogador em cima a contar da direita, alguém cujasparecenças com Carlitos, actual extremo direito do Gil Vicente, são bemvincadas. Possivelmente um tio, ou um primo!Viva Tomar! Viva a União! Felicidades para 2006.

06 fevereiro, 2006

Defesa de aço garante Super Bowl aos Steelers

Os Pittsburgh Steelers venceram na noite passada o Super Bowl XL, ao derrotarem os Seattle Seahawks por 21-10, no Ford Field, em Detroit, perante 68206 espectadores, num jogo marcado por vários recordes. Com esta vitória, os Steelers igualaram a marca de cinco triunfos no jogo decisivo anteriormente alcançada pelos Dallas Cowboys e pelos San Francisco 49ers. Os títulos anteriores da equipa de Pittsburgh tinham sido alcançados em 1974, 1975, 1978 e 1979. Foi o primeiro título para Bill Cowher, que está há 14 anos no comando da equipa, sendo o treinador há mais tempo no mesmo clube. O triunfo no Super Bowl deste ano veio compensar a derrota sofrida em 1995, frente aos Dallas Cowboys.

Os Seahawks tinham algum favoritismo, pois foram a melhor equipa da NFC na fase regular, com 13 vitórias e 3 derrotas. Nos playoffs venceram em casa dois adversários inferiores, os Washington Redskins (6ª melhor equipa da NFC) e os Carolina Panthers (5ª). Para além disso, Seattle teve o melhor ataque de toda a NFL, com uma média de 28 pontos por jogo. Épica foi a caminhada dos Steelers. À 12ª jornada da fase regular tinham apenas 7 vitórias contra 5 derrotas. Mas quatro vitórias nos últimos quatro jogos permitiram a Pittsburgh terminar em 5º lugar na AFC. Muito à custa da defesa, a 3ª melhor da NFL, com uma média de 16 pontos consentidos. Nos playoffs, a odisseia continuou. Vitórias fora contra Cincinnati Bengals (4º classificado na conferência), Indianapolis Colts (1º) e Denver Broncos (2º) permitiram a presença em mais um Super Bowl, 10 anos depois.

Seahawks melhor no início, Steelers riem no fim

Seattle começou bem melhor o jogo, conseguindo maior progressão no terreno. E chegou mesmo ao touchdown, a 2:08 do fim do primeiro quarto. No entanto, a equipa de arbitragem decidiu anular a jogada por alegada falta do autor do ensaio sobre o defesa que o marcava. Foi uma decisão controversa. Mas os Seahawks continuavam a dominar e abriram o marcador com 0:22 por jogar, através de um field goal transformado por Josh Brown, a 47 jardas da baliza. Com 3-0 chegou-se ao fim do primeiro quarto.

No segundo período a tendência do jogo continuou, muito por culpa do nervosismo do jovem quarterback dos Steelers, Ben Roethlisberger, que permitiu uma intercepção a um seu passe a 10:19 do fim. Mas a defesa de Pittsburgh ia-se portando bem e, quando o intervalo se aproximava, a equipa do leste dos EUA conseguiu ganhar terreno a sério pela primeira vez, chegando ao touchdown. O ensaio foi concretizado pelo próprio quarterback, Roethlisberger, após uma corrida de 1 jarda, a 1:55 do fim. Foi mais um lance polémico, pois a equipa de Seattle considerou que a bola não tinha passado a linha de golo. O árbitro recorreu então às câmaras de televisão e acabou por validar o touchdown. Os Seahawks ainda podiam ter reduzido antes do intervalo, mas, a 0:07 do fim, Josh Brown falhou um field goal de 54 jardas. Com 7-3 foram então os Steelers em vantagem para o balneário.

Se a primeira parte tinha acabado mal para Seattle, a segunda começou da mesma forma. Logo na primeira jogada, a 14:38 do fim do terceiro período, Willie Parker fez o segundo touchdown para os Steelers, após uma espantosa corrida de 75 jardas, estabelecendo um novo recorde no Super Bowl. 14-3 para Pittsburgh. Seattle continuava com dificuldades em se aproximar da linha de golo contrária e voltou a ter que apostar num field goal. Mas, mais uma vez, Josh Brown falhou, agora a 50 jardas da baliza. Faltavam 11:45 para o final do terceiro quarto. Nos Steelers, Roethlisberger continuava desinspirado e permitiu nova intercepção a 7:52 do fim. Kelly Herndon interceptou o passe e correu 76 jardas com a bola, batendo mais um recorde no Super Bowl. Os Seahawks aproveitaram a desorientação momentânea do adversário e conseguiram o seu primeiro e único touchdown. A 6:45 do fim, Jerramy Stevens aproveitou um passe de 16 jardas do quarterback Matt Hasselbeck e concretizou. Com 14-10 para Pittsburgh chegou ao fim o terceiro período.

No último período tudo se resolveu no espaço de cerca de dois minutos. A 10:54 do fim, Hasselbeck permitiu pela primeira vez que um passe seu fosse interceptado. A 8:56 do final, os Steelers concretizaram o seu terceiro touchdown, na jogada mais bonita do encontro. O quarterback, Roethlisberger, colocou a bola em mão em Willie Parker, que fez um passe lateral da esquerda para a direita para Antwaan Randle El, que, por sua vez, fez um magnífico passe de 43 jardas para Hines Ward concretizar. Ironicamente, no único touchdown dos Steelers conseguido através de um passe, este não foi da autoria do quarterback, mas sim de um wide receiver, jogador que normalmente tem como função receber passes e não realizá-los. Mas o futebol americano é um jogo de alta estratégia e a verdade é que Seattle foi completamente surpreendido pela jogada. Até final do encontro, a defesa dos Steelers foi de aço e não mais permitiu a aproximação dos Seahawks à sua linha de golo. 21-10 foi o resultado final.

Hines Ward foi o MVP

O wide receiver Hines Ward, de 29 anos e com 8 de experiência na NFL, foi eleito o MVP (jogador mais valioso) da edição deste ano do Super Bowl. Ao contrário do que acontece muitas vezes no futebol de 11, no futebol americano esta eleição é realizada com bases estatísticas, logo difícil de ser questionada. As 5 recepções de bola, 123 jardas ganhas e 1 touchdown concretizado convenceram o júri da qualidade da prestação de Ward.

Um jogador que costuma ser decisivo num jogo de futebol americano, nomeadamente no Super Bowl, é o quarterback. Desta vez isso não aconteceu, e o quarterback de Seattle até esteve melhor que o oponente. Matt Hasselbeck completou 26 das 49 tentativas de passe (53,06%), num total de 273 jardas. Fez um passe para touchdown e permitiu apenas uma intercepção. Já Ben Roethlisberger completou apenas 9 passes em 21 (42,85%), num total de 123 jardas, não assistindo para nenhum touchdown e permitindo duas intercepções. O único passe de Pittsburgh para touchdown foi, como já se disse, feito pelo wide receiver Randle El. Mas Roethlisberger fica na história do Super Bowl. Por um lado, concretizou o primeiro touchdown da sua equipa, embora tenha apenas corrido uma jarda. Por outro lado, aos 23 anos, tornou-se no quarterback mais jovem de sempre a vencer a grande final.

A grande decepção do Super Bowl foi o running back Shaun Alexander, dos Seattle Seahawks. Alexander bateu este ano o recorde de touchdowns alcançados na fase regular da NFL, com a impressionante marca de 28. No entanto, passou ao lado do jogo em Detroit, ganhando apenas 95 jardas em 20 tentativas de corrida com a bola.

A nível colectivo, Seattle dominou alguns items do jogo, mas insuficientes para o ganhar. Conseguiu mais first downs (10 jardas ganhas por jogada) que o adversário (20 contra 14), mais jardas ganhas (396 contra 339), mais posse de bola (33:02 contra 26:58) e menos intercepções concedidas (1 contra 2). Mas os Seahawks foram muito prejudicados pelas faltas que cometeram, sofrendo demasiadas penalizações (7, num total de 70 jardas, para apenas 3, num total de 20 jardas, dos Steelers). E Pittsburgh teve ainda vantagem naquilo que mais interessava, ao concretizar 3 touchdowns, contra 1 do rival.

A NFL vai agora sofrer uma paragem de sete meses, até Setembro. Entre Março e Maio disputa-se a NFL Europe, com cinco equipas alemãs e uma holandesa. Esta prova tem dois objectivos: Promover o futebol americano na Europa e permitir que as equipas da NFL coloquem alguns dos seus jogadores mais jovens a rodar nas equipas europeias. Mais para a frente, provavelmente, falarei nesta prova.

05 fevereiro, 2006

Austrália Open 2006

É com desmedido orgulho e visivelmente emocionados que efectuamos o "batismo" do tenis no nosso espaço da blogosfera.
2006 será o ano em que faremos a cobertura dos 4 torneios do Grand-Slam e do Masters.
1 semana após o seu terminus, fazemos o rescaldo (breve) sobre o sucedido no Open da Austrália. A terra dos Cangurus, Dingos e Koalas, assistiu ao regresso da ex-nº1 mundial, Martina Hinguins.
Após 3 anos de ausência, a prestação da suiça saldou-se pela presença nos quartos de final (derrota frente a Kim Clisters) e pela vitória na variante de pares senhoras.
O título de singulares feminos foi (muito por culpa da borra monumental da belga Justine Henin-Hardenne) para Amelie Mauresmo, a francesa que nunca havia vencido um torneio do Grand-Slam.
Quebrado o enguiço, Amelie poderá confirmar a sua enorme capacidade já nos internacionais de França, no mítico pó de tijolo de Roland Garros.
No quadro masculino realce para o cipriota Marcos Baghdatis que com um tenis de alta qualidade atingiu a final, fazendo parar o pequeno país onde Daniel Kenedy, Ricardo Fernandes e Marco Paiva espalham o perfume do seu futebol.
A vitória coube a Roger Federer, o suiço que tem dominado a modalidade nos últimos anos. O nº1 mundial venceu o seu 7º Grand-Slam, encontrando-se a meio caminho do record de Pete Sampras.
Para concluir fazemos, como é imperativo, alusão á prestação da russa Maria Sharapova, que se quedou infelizmente pelas meias finais.
Até breve amantes do tenis, vemo-nos em Paris.
Au Revoir

03 fevereiro, 2006

Domingo é dia de São Super Bowl

Realiza-se este domingo, dia 5 de Fevereiro, o Super Bowl XL, isto é, a 40ª edição da final do campeonato dos EUA de futebol americano. Para mim, se não existisse o futebol de 11, este seria, sem dúvida, o maior espectáculo desportivo do Mundo. A grande final realiza-se este ano em Detroit e tem início às 18h00 locais (23h00 em Portugal, felizmente com transmissão na SportTV) e opõe os Pittsburgh Steelers aos Seattle Seahawks.

Modo de funcionamento

A National Football League (NFL), tal como acontece nas outras modalidades mais populares nos EUA (basquetebol, basebol, hóquei no gelo e até futebol), é uma liga profissional fechada, sem subidas nem descidas de divisão. Actualmente, a NFL é constituída por 32 equipas, divididas em duas conferências, a American Football Conference (AFC) e a National Football Conference (NFC), com 16 equipas cada. Cada conferência está ainda dividida em quatro divisões (Norte, Sul, Este e Oeste), com 4 equipas cada.

Ao contrário do que acontece nas outras modalidades, disputam-se poucos jogos em cada época de futebol americano, que dura sensivelmente cinco meses (entre Setembro e Janeiro). Enquanto no basquetebol e no hóquei no gelo a fase regular tem 82 jogos e no basebol 162, no futebol americano cada equipa realiza apenas 16 jogos, oito em casa e oito fora. O esquema é o seguinte: seis jogos contra as equipas da mesma divisão, mais seis contra equipas da mesma conferência, mas de divisões diferentes, mais quatro contra equipas da outra conferência. Cada conferência apura seis equipas para os playoffs: os quatro vencedores de cada divisão, mais as duas equipas melhor classificadas a seguir.

Os playoffs realizam-se em apenas um jogo, ao contrário do que acontece nas outras modalidades, que se decidem à melhor de cinco ou de sete. Primeiro realizam-se os Wild Cards, uma pré-eliminatória entre as equipas classificadas entre o 3º e o 6º lugares da fase regular. Depois vêm as meias-finais de conferência, onde entram as duas melhores equipas da primeira fase. A seguir disputam-se as finais de conferência. De referir que os jogos são sempre disputados no terreno da equipa melhor classificada na primeira fase. Por fim, o desejado Super Bowl, disputado em campo neutro e que decide qual a melhor equipa do Mundo de futebol americano (ao contrário do que possam pensar, o futebol americano já tem alguma implantação na Europa, existindo vários campeonatos nacionais e até uma Liga dos Campeões e uma espécie de Taça UEFA, para além de uma filial da NFL, chamada NFL Europe).

Um histórico e um novato

A final deste ano opõe duas equipas com historiais distintos na competição. Os Seattle Seahawks, fundados em 1974, chegam pela primeira vez à grande final, depois de uma época soberba. Já os Pittsburgh Steelers têm um palmarés muito rico, com quatro títulos de campeão (1974, 1975, 1978 e 1979) e uma final perdida (1995). Pelo que me tenho apercebido, os americanos, na sua maioria, não estão a torcer pelo menos cotado, claramente os Seahawks. Isto porque os de Seattle são vistos como “engenheiros informáticos”, enquanto Pittsburgh é a equipa dos “operários metalúrgicos”.

Apesar da desvantagem histórica, a equipa de Seattle é considerada favorita para esta final. Na fase regular, os Seahawks foram a melhor equipa da NFC, com 13 vitórias e 3 derrotas. Além disso, conseguiram o melhor ataque de toda a NFL, com 452 pontos marcados (média de mais de 28 por jogo). Nos playoffs, Seattle, beneficiando sempre do factor casa, eliminou convincentemente os Washington Redskins (20-10) e os Carolina Panthers (34-14).

Já Pittsburgh teve uma caminhada mais complicada até ao jogo decisivo. Os Steelers foram apenas a quinta melhor equipa da AFC, na fase regular, com 11 vitórias e 5 derrotas. O seu ponto forte é a defesa, que, com 258 pontos consentidos (cerca de 16 pontos por jogo), foi a terceira melhor de toda a NFL. Nos playoffs, os Steelers, sempre jogando fora de casa, deixaram pelo caminho os Cincinatti Bengals (31-17), os Indianapolis Colts (21-18) e os Denver Broncos (34-17).

Jogo de contacto e estratégia

Para quem vê um jogo de futebol americano pela primeira vez, e mesmo em comparação com o seu primo râguebi, a ideia mais forte é: “Que raio, este jogo está sempre parado?!”. Não deixa de ter razão, até pelo que se vê na duração do jogo. Cada jogo de futebol americano tem uma duração de 60 minutos, divididos em quatro períodos de 15. No entanto, entre o apito inicial e o final nunca passam menos de três horas.

Tal como no “nosso”, cada equipa de futebol americano é formada por 11 jogadores. No entanto, cada plantel possui normalmente mais de 70 jogadores e para cada jogo são convocados cerca de 50. Para além disso, o staff técnico é composto por cerca de 20 treinadores. Isto explica-se pelo grau de especialização que este desporto exige. Cada jogador raramente desempenha mais de uma posição e para cada posição existe um treinador especializado.

Existem três sectores diferentes numa equipa de futebol americano: Ataque, defesa e equipas especiais.

Ataque: Existem onze posições, mas normalmente, numa jogada, apenas 3 jogadores tocam na bola. O “center” é quem, por entre as pernas, coloca a bola no “quarteback”. Este, por sua vez, tem que colocar a bola num dos seus colegas, para concluir a jogada ou, no mínimo, conquistar terreno. Os “wide receivers” e os “running backs” são, normalmente, quem tem a obrigação de concluir as jogadas. Os primeiros começam a correr sem bola e têm de conseguir recebê-la à distância, enquanto os segundos recebem a bola em mão do “quarterback” e têm depois de furar a defesa contrária. Por vezes é o próprio “quarterback” que tenta progredir com a bola na mão. Cada equipa possui centenas de jogadas de ataque planeadas e a todo o momento os treinadores decidem qual a melhor a utilizar em determinada situação.

Defesa: Tem como função impedir que o ataque contrário progrida no terreno, através de bloqueios. Tenta também provocar erros no ataque contrário, de forma a voltar a ter a posse de bola e, por vezes, a conseguir pontos em contra-ataque.

Equipas especiais: São os que jogam ao pé. Existem os “kickers”, que têm como objectivo concretizar pontos colocando a bola por entre os postes contrários, e os “punters”, que têm como função chutar a bola o mais longe possível, para que o adversário inicie então o seu ataque longe da linha de golo da equipa que defende.

Algumas regras

O campo de futebol americano tem 120 jardas (110 metros) de comprimento e 53,67 jardas (49 metros) de largura. O campo propriamente dito tem 100 jardas de comprimento, sendo que para lá de cada linha de golo existem mais 10 jardas. Atrás de cada linha de golo existe uma “baliza”, com uma barra horizontal a 10 pés do chão e dois postes separados por 18,5 pés (não sei quanto é isto em metros). O campo está dividido em várias linhas, dando um aspecto de grelha. A linha do meio-campo marca 50 jardas e as restantes vão marcado de 10 em 10 jardas, nas duas direcções, até às linhas de golo.

Em cada jogada de ataque uma equipa tem de progredir, no mínimo, 10 jardas. Para isso dispõe de quatro tentativas (chamadas de “downs”). De cada vez que uma equipa progride 10 ou mais jardas, tudo começa de novo, no local onde a última jogada acabou (a não ser que essa jogada tenha terminado em “touchdown”). Se ao fim dos quatro “downs” a equipa não tiver avançado essas 10 jardas, a bola passa para o adversário. Em cada jogada ofensiva, uma equipa pode fazer apenas um passe para a frente. Passes para o lado e para trás são ilimitados (mas bastante raros). Existem ainda vários tipos de faltas, que são, normalmente, punidas com jardas de penalização.

Quanto à pontuação, existem três tipos:

Touchdown: É a jogada máxima do futebol americano, corresponde ao ensaio no râguebi. Acontece quando um jogador atravessa a linha de golo contrária com a bola na mão ou quando a recebe estando para lá dessa linha de golo. O “touchdown” vale 6 pontos. Segue-se um pontapé de transformação, que vale 1 ponto. As equipas podem optar, em vez do pontapé, por jogar à mão, como num “touchdown”. Essa jogada vale 2 pontos, mas é mais arriscada, pelo que só é usada em casos de desespero.

Field Goal: Acontece quando o “kicker” coloca a bola entre os postes contrários, com um pontapé. Vale 3 pontos. É normalmente utilizada quando a equipa que ataca chega ao 4º “down” e sabe que, se arriscar jogar à mão, pode perder a posse de bola. Se estiver a uma distância não muito grande dos postes contrários, opta pelo pontapé. “Mais vale um pássaro na mão...”

Safety: É muito raro e pode dizer-se que é o “autogolo” do futebol americano. Acontece quando um jogador da equipa que defende é bloqueado para lá da sua própria linha de golo ou quando deixa cair a bola nessa mesma zona. Essas “fífias” valem 2 pontos para a equipa que ataca.

Agora é só esperar pelas 23h00 de domingo para se assistir ao maior espectáculo do desporto norte-americano. Se, entretanto, o Sporting tiver derrotado o Nacional e o Benfica perdido pontos em Leiria, melhor será a disposição para assistir ao mágico Super Bowl.

02 fevereiro, 2006

A Queda do Mito

Após derrotar Leo Spinks, tornando-se pela 3ª vez campeão mundial de pesados, Muhammad Ali retirou-se em Junho de 1979, deixando o título livre.
No desporto é importante escolher o timing exacto para sair e Ali parecia ter encontrado a altura exacta. Errado! A ambição levou-o a desafiar o antigo colega de treinos Larry Holmes, numa tentativa de tentar conquistar o título mundial pela 4ª vez.
O combate, promovido como "The Last Hurrah" realizou-se a 2 de Outubro de 1980.
Ali perdeu por KO técnico no 11º assalto, quando Bill Dundie (seu "corner man") se recusou a deixa-lo voltar para o próximo round.
O evento foi encarado com alguma descrença por parte de fãs e entendidos, uma vez que estavamos na presença de um Ali já bastante debilitado. Holmes admitiu, anos mais tarde, que apesar de ter dominado por completo o combate, retraiu os golpes em sinal de respeito pelo seu ídolo e antigo empregador.
Apesar da devastadora derrota e relatório clínico nada animador, Ali decididiu combater 1 vez mais. Foi a 11 de Outubro de 1981 que Ali enfrentou o futuro campeão mundial Trevor Berbick (27 anos), num combate realizado em Nassau, que ficaria conhecido como"The Drama in Bahamas". Também aqui o evento não despertou grande interesse, uma vez que Ali era visto como um pugilista decadente. Apesar do seu desempenho ter sido melhor do que contra Holmes, Ali perdeu por decisão unânime ao fim de 10 assaltos, contra um adversário 12 anos mais jovem.
Foi o último combate na carreira daquele que é tido como o maior pugilista de todos os tempos. Para trás ficaram 56 vitórias (37KO's) e 5 derrotas (2 delas perfeitamente evitáveis).
Polémico, arrogante, divertido, ... Ali foi igualmente o homem que um dia desafiou o governo do país mais poderoso do Mundo ao recusar-se combater no Vietname por uma causa que não acreditava.
Um verdadeiro senhor dentro e fora do ringue.