20 julho, 2005

Vitória do Sado

Nos últimos meses não foi dado,neste blog, o devido relevo à grandiosa vitória sadina na Taça de Portugal. Se isto já era suficiente para nos penitenciarmos,então o facto de José Rachão e Carlos Cardoso estarem metidos ao barulho leva-nos a pensar que mereciamos ser espancados pelo Paulinho Santos ou obrigados a ouvir um discurso do Fidel Castro na íntegra por não termos cumprido aquilo que era nossa obrigação. Por tudo isto,as nossas sinceras desculpas.

Pretendemos,portanto, aplaudir o trabalho da equipa técnica e jogadores que levaram o Vitória de Setúbal à conquista do prestigiado troféu. E aproveitamos para relembrar outras equipas sadinas cujos nomes constam ainda no léxico futebolístico.
José Rachão(o 1º jogador a usar fita na cabeça em Portugal),por exemplo,após a sua saída da Académica, fez parte de uma famosa equipa, na qual era companheiro de meio-campo de Fernando Tomé e Jacinto João,um dos maiores dribladores(produtivos) da história do futebol.

Vitória de Setúbal 77/78 - José Rachão(3º,em cima,a contar da direita),com o sua imagem de marca: o visual estilo "viking"

Nesse mesmo plantel estavam Ricardo Formosinho, ex-treinador do Santa Clara e Penafiel, agora na frente do projecto da equipa B sadina, José Mendes e Rui Palhares,ambos vindos do Sporting, e o ex-júnior Silvino Louro.

Carlos Cardoso(à direita) com os 4 juniores promovidos ao plantel principal,sendo um deles o guarda-redes Silvino,com a bola nas mãos.


Igualmente memorável a turma das riscas verdes e brancas verticais da época 82/83. Na baliza o titular era Padrão,oriundo das escolas de Alvalade. Da mesma "cantera" veio o defesa Nunes, que mais tarde viria a brilhar também nas areias da Figueira da Foz, representando a selecção nacional de futebol de praia. De referenciar também a presença de Baltemar Brito no Bonfim, com a bem característica barba já ostentada no Rio Ave, mas que viria a ser preterida em prol de um bigode simples nos tempos do Varzim,talvez por influência do outro defesa da equipa principal,Cerdeira,também possuidor de uma invejável pilosidade facial.

No meio-campo, o número de estrelas aumentava. Rui Nascimento,eterno adjunto de Manuel Cajuda, juntava o seu nome ao de Octávio (Machado), o inventor da frase "eu só não lhe chamo palhaço porque tenho um grande respeito pela classe dos palhaços" e homem que nos abriu os olhos para a questão dos "Big Ladens", bem como (Jorge) Jesus,hoje um conhecido treinador ainda á procura de colocação esta temporada.



No sector mais ofensivo o quarteto era formado por Fernando Cruz,eterna esperança vitoriana,uma espécie de Hugo Leal do Sado que viria a ter uma passagem pelo Sporting;Rui Lopes,jogador formando no Benfica;o leiriense Reis e o ponta-de-lança com uma força fora do normal, Narciso.


De enorme relevância o sistema táctico utilizado, um 4-4-3 muito ofensivo mais parecido com um 3-3-4, provando a vertente aventureira da equipa.
É com enorme emoção que relato os feitos do clube da minha terra,ainda por cima sendo este um histórico do futebol portuguêse que tantas alegrias deu a esta cidade à beira-mar plantada.

Vivó Vitória,gritemos todos bem alto!