31 julho, 2006

Outro Campeão Sujo!

A Malta da Tropa aponta o dedo recriminador a Justin Gatlin, campeão Mundial e Olímpico dos 100 metros por mais um envolvimento num caso de doping.
Depois de acusar positivo em 2001, Gatlin voltou a ser apanhados nas malhas do doping em 22 de Abril do corrente ano. O resultado da contra-análise confirmou o uso de testosterona, pelo que o velocista é reincidente, sendo imediatamente banido do atletismo.
Todas as marcas obtidas pelo norte-americano após 22 de Abril serão anulados. Como tal, Gatlin deixa de ser o co-recordista mundial da disciplina. Asafa Powell é o mais rápido do Mundo.
Depois de Ben Johnson este é possivelmente o caso mais mediático de doping no atletismo mundial.
Uma vergonha com a qual nós não pactuamos. Podemos cometer erros na antevisão do torneio do Guadiana e no dono da baliza do Benfica, mas defendemos a verdade desportiva.
Este "tromba" não é digna de figurar no nosso nobre blog.

30 julho, 2006

O Valor dos Passes


Ao abrirmos os pasquins de hoje, constatamos que Luís Filipe Vieira aceitou os 18 milhões de euros por Simão. Muito se tinha falado de uma proposta de 15 milhões, cedendo ainda o italiano Marco di Vaio. A inclusão de Pablo Aimar no negócio também não foi tomada como ridícula.
Mas vejamos: Marco de Vaio tem o seu passe avaliado em 8 milhões de euros(segundo o transfermarkt.de). Ora 15 milhões + di Vaio são 23 milhões, ou seja, o clube da Luz faria o melhor negócio da sua história. Mas será, efectivamente, Simão tão superior ao avançado azurro ao ponto de custar mais 2 milhões de contos? Ruud Van Nistelrooy custou 15 milhões de euros ao Real Madrid. Vale a pena dar 3 milhões acima desse valor por um extremo que só alcançou sucesso num campeonato relativamente pouco competitivo como o português?
Simão abortou o negócio pois o clube che não chegou aos 2 milhões de euros anuais pretendidos. Ora a maior estrela do Valência, David Villa, recebe 1,8 milhões. Podia haver algum mal-estar no plantel se um jogador português, que ainda por cima não é titular na sua selecção e que vem de um clube actualmente inferior ao Valência no panorama europeu, passasse a ser o mais bem pago de um momento para o outro. Os espanhóis não menosprezaram Simão, pelo contrário. Mas este perdeu uma boa oportunidade para se valorizar e dar um salto ainda maior. Prejudicou-se a si próprio e ao clube. Apesar de achar que o preço não corresponde ao atleta, deixo ainda uma nota importante: se Paulo Ferreira custou 20 milhões ao Chelsea, então talvez o jogador formado em Alvalade encontrasse forma de sair e dar a ganhar ao clube vendedor um valor nunca antes visto para os cofres portugueses. Mas a formação de Abramovich é a única, neste momento, com dinheiro e coragem suficiente para apostar uma quantia astronómica no mercado português. Mas o Chelski não parece para aí virado.E para isso também contribuiu o Calciocaos.
Existem casos mais flagrantes de sobrevalorização de jogadores. Marco Ferreira tem o passe avaliado em 2,5 milhões de euros, enquanto o central Anderson tem um custo base de menos 500 mil euros que o ex-Penafiel. O valor de Quim ronda os 1,25 milhões de euros, enquanto o passe de Moretto ascende aos 1.5 milhões de euros.
Fora de portas, o Arsenal pede 44(!) milhões de euros por Ashley Cole. Visto que o lateral tem o passe avaliado em 17 milhões, os gunners parecem querer inflacionar o passe de forma exagerada, a roçar o ridículo. Roberto Carlos, na minha opinião ainda hoje superior ao inglês, não ultrapassa os 6 milhões e meio de euros. Numa altura em que Cannavaro + Emerson = 20 milhões ou Ibrahimovic + Buffon = 40 milhões, parece-me que o valor dos passes não se rege por qualquer lógica…

28 julho, 2006

One More Time



Porque não há duas sem três, a águia não levantou vôo novamente. Que dizer da "cantera" leonina? Nos próximos anos ainda há Paim, Caiado, Tomané, Diogo Tavares, Zezinando e muitos outros para lançar. E ainda não sabemos até onde vão chegar Semedo, Varela ou Lourenço...No outro lado da 2ª circular, já contando com a saída de Manuel Fernandes, só Rui Costa tem o selo das escolinhas, pois Fernando Santos optou por colocar a rodar nos escalões inferiores a fornada vinda da equipa B.Acho que é óbvio qual o papel que um e outro têm vindo a assumir no futuro do futebol português. E não digo isto com satisfação plena, muito melhor seria se os lampiões também fossem gigantes na formação. Todos ficávamos a ganhar com mais qualidade made in Portugal.
Devido a um acidente de percurso, é possível que esta época não seja memorável para os sportinguistas(que o diabo seja cego, surdo e mudo), mas já estou muito grato a Paulo Bento. São raras as vezes em que todos os apontamentos sobre um treinador com 9 meses de trabalho são positivos...

26 julho, 2006

Vamos para o Título?

Como representante da enorme nação benfiquista neste blog, sinto-me na obrigação de analisar o glorioso versão 2006/ 07.
Temos equipa para atacar o título nacional?
Começamos pelo treinador, uma excelente pessoa de nome Fernando Santos, apelidado outrora de engenheiro do penta. O engenheiro tem primado pela competência, sobretudo, não tem inventado como era apanágio do senhor Koeman. A equipa apresenta já o seu cunho pessoal, praticando um futebol bem agradável, assente num 4-4-2 sem extremos deliberados.Na baliza e com Quim praticamente certo em Braga, Moretto parece levar vantagem sobre Moreira. Apesar de não ser essa a vontade dos adeptos não me espantaria se o brasileiro surgisse como titular já no dia 8 de Agosto no jogo da 1ª mão da 3ª pré-eliminatória da Champions. Moretto, contudo,terá que ser mais regular, sob pena de perder, à 1ª fifia, o lugar para o preferido da massa associativa.Na defesa, reside talvez o sector mais forte da equipa. Alcides, Luisão e Leo, parecem ter lugar garantido no 11. Ricardo Rocha e Anderson irão disputar o lugar de 2º central ao lado do mundialista brasileiro. Nélson apresenta-se como uma alternativa viável ao lado direito, contudo o "trancinhas" tem vindo a perder gás... O gigante José Fonte terá bastantes dificuldades para se conseguir afirmar na Luz. O meio campo deverá ser formado por Petit, Katsouranis, Karagounis e Rui Costa. O "Pitbull" será o pêndulo, o equilibrio entre o meio-campo e a defesa. Os gregos, já em excelente forma e com bom toque de bola, serão o apoio ideal ao "maestro". Se Manuel Fernandes comparecer terá que lutar pela posição de médio encostado ao lado direito com Katsouranis. O reintegrado Nuno Assis, que apresentou ganas de competição Sábado passado, poderá assumir papel fundamental na equipa. Assis será o substituto de Rui Costa, que duvido que aguente a época toda ao mais alto nível. Poderá igualmente saltar para a titularidade caso Karagounis falhe. Com Diego Souza a subir de forma e a convencer os adeptos (e o treinador), Beto deverá perder espaço na equipa, devendo só ser chamado esporadicamente e para a posição de trinco, lugar onde o brasileiro rende mais. Graças a Deus!Com Simão Sabrosa quase certo em Valência (obrigado capitão), Manu e Paulo Jorge poderão ser opções para as alas sempre que Fernando Santos decida mudar o esquema de jogo. Marco Ferreira e Karyaka não deverão ter espaço no plantel. Se o português tem muita vontade e pouco talento, o internacional russo parece estar-se a marimbar para isto tudo. No ataque, Miccoli deve fazer dupla com Nuno Gomes. Marcel, com veia goleadora na pré-época, tem-se mostrado numa alternativa viável. Mantorras parece estar a conquistar a simpatia do treinador, contudo o angolano insiste nas acções individuais, sendo por vezes demasiado trapalhão. Se conseguir controlar a sua ânsia pelo golo, Mantorras pode ser decisivo, uma vez que tem o dom de galvanizar os adeptos e a equipa. Se não chegar o tal ponta de lança de qualidade mundial, será esta a equipa com que vamos atacar a próxima época. Temos equipa? Absolutamente! Eu pelo menos estou confiante.

25 julho, 2006

Landis Rei em Paris

A Malta da Tropa que Curte Bola congratula o norte-americano da Phonak, Floyd Landis pela sua recente vitória no Tour de França 2006. Depois do escandalo com a operação "Puerto", a principal prova do ciclismo mundial viu-se privada dos 3 melhores ciclistas da actualidade.
J. Ulrich (T-Mobile) alemão de 32 anos, apontado por nós como o principal favorito, Ivan basso (CSC) italiano, 2º classificado no ano passado e vencedor do Giro de Itália em 2006 e o sempre aguerrido Alex. Vinokourov (Wurth).
Se Ulrich e Basso viram o seu nome envolvido na lista de suspeitos no famoso caso de doping espanhol, o kazaque não pode alinhar uma vez que a sua equipa só tinha disponíveis 4 elementos.
Será Landis o vencedor limpo?
Em abono da verdade, o líder da Phonak jamais venceria a prova caso tivesse que enfrentar algum dos 3 ciclistas acima focados. Ninguém lhe daria a chance de recuperar 7 minutos, na etapa seguinte ao seu apagão. Landis teve um dia péssimo, os grandes campeões têm quanto muito um dia menos bom.

Analisando agora os 2 ultimos dias do Tour, Serguei Honchar mostrou aos 36 anos ser um grande contra-relogista. Após vencer o 1º contra-relógio, o russo da T-Mobile voltou a bater a concorrência.
2 contra-relógios que poderiam dar a J. Ulrich uma vantagem na ordem dos 4 minutos sobre a concorrência. Somos obrigados a concordar com Lance Armstrong quando aconselhou o alemão a fazer o teste do ADN, uma vez que teria vencido esta edição do Tour caso estivesse presente.
Andreas Kloden foi 2º e subiu ao podium relegando Carlos Sastre, o grande derrotado do dia.
Landis (3º na etapa) limitou-se a gerir o tempo. 1:29 de vantagem sobre Pereiro (5º na etapa) permitiu-lhe retomar a liderança na volta gaulesa.
No Domingo, dia da consagração de Landis, o Tour terminou como havia começado, ou seja com a vitória de Thor Hushovd. O noruguês bateu ao sprint na chegada aos Campos Elísios Bradley McGee.Quanto a Azevedo e à Discovery despediram-se sem glória e sem um homem nos 10 primeiros.

Geral
1 - Floyd Landis (Phonak)
2 - Oscar Pereiro (Ilhas Baleares)
3 - Andreas Kloden (T-Mobile)

Pontos
1- Robbie McEwen

Montanha
1- Michael Rasmussen

Equipas
1- T-Mobile

Juventude
1 - Damiano Cunego (Lampre)

Até à Vuelta. Olé.

24 julho, 2006

Johnny Depp no Sporting


Feito com o intuito de oferecer análises de qualidade em primeira mão aos nossos leitores, eis que o Malta da Tropa está em posição para adiantar, em exclusivo, a notícia da nova contratação do Sporting: o conhecido actor Johnny Depp.
A Disney trocou no aeroporto o suposto novo trinco do clube de Bento XVII, Carlos Paredes, pelo famoso artista que já foi o cavaleiro sem cabeça. Trata-se, pura e simplesmente, de uma estratégia para promover o novo filme da saga "Os Piratas das Caraíbas". O facto da nova aventura cinematográfica de Gore Verbinski apresentar um argumento muito fraquinho foi a razão pela qual a malta da equipa que criou o Pato Donald e Rato Mickey recorreu a medidas tão drásticas. Depp foi imediatamente enviado em missão especial à Academia, não fosse o público português responder mal em termos de audiência a esta sequela, tendo apenas tempo para mudar de óculos. O seu passado ligado a álcool e drogas, bem como ao excesso de mulheres(nós achamos que nunca são demais, mas "prontos"...) não vai influenciar a sua prestação dentro das 4 linhas: "Estou num clube por onde passou o Jardel", argumentou em sua defesa à questão do repórter Nuno Luz. Quando Luis Baila lhe perguntou que jogador está mais ansioso por conhecer, Depp não hesitou. "O Ricardo, claro!", afirmou com um sorriso, "nunca na vida conheci ninguém tivesse tantos problemas como o Eduardo Mãos de Tesoura a usar as mãos!".
Diz-se à boca pequena, como já é hábito nos bastidores do nosso futebol, que a empresa de animação fundada por Walt Disney não ficará por aqui. "Querem trocar o Lucho pelo Orlando Bloom", comentou uma fonte fidedigna que pediu anónimato, "...e ainda andam a tentar meter a Keira Knightley no lugar do Nuno Gomes...".

Desporto: Futebol!

Porque o futebol é qualquer coisa como isto...

22 julho, 2006

E a montanha pariu… espectáculo.

Meus amigos, depois de 3 etapas nos Alpes o Tour está ao rubro com 3 homens separados por somente 30 segundos. Vencedor quase certo, afastado da luta pela vitória e principal favorito. Foi este o percurso de Floyd Landis ao longo das etapas alpinas. Com a camisola amarela conquistada na 13ª etapa, a Phonack permitiu uma fuga de meia hora, com Oscar Pereiro a arrebatar a liderança ao norte-americano.
Quando todos pensavam que o homem das Ilhas Baleares iria claudicar novamente com a chegada da montanha, o espanhol provou ser um osso duro de roer, estando neste momento a liderar o Tour.

Frank Schleck venceu a 15ª Etapa que ligou Gap ao mítico Alp d’Huez, onde Joaquim Agostinho já foi rei. O homem da CSC, superiorizou-se já no km final à eterna esperança italiana, Damiano Cunego.
Quanto aos favoritos, Landis e Kloden chegaram a 1:10 num grupo encabeçado por Stefano Garzelli. O alemão trabalhou bastante, mas nunca conseguiu fazer descolar o norte-americano, que com uma postura mais defensiva apenas se limitou a seguir na roda do líder da T-Mobile. Carlos Sastre foi 9ª a 1:35. Pereiro e as Ilhas Baleares não foram capazes de responder, e o espanhol perdeu a camisola amarela para Landis por escassos 10 segundos. A Discovery continua a desiludir, Azevedo foi 48º a 7:15.

A 16ª etapa ainda com chegada ao alto, consagrou Michael Rasmussen. O dinamarquês da Rabobank atacou desde o início da tirada conseguindo inclusive o objectivo de chegar à liderança da montanha, a famosa camisola dos pontos vermelhos. Contra todas as previsões, Landis quebrou perdendo cerca de 8 minutos. Por momentos veio-nos à memória o Tour de 1998 em que o jovem J. Ulrich ficou literalmente a pé, perdendo também 8 minutos para o malogrado Marco Pantani. Sastre atacou e fez descolar a concorrência. O espanhol, líder da CSC (por ausência de Ivan Basso) foi 2º a 1:41. Nada mau, não fosse um super Óscar Pereiro apenas ter cedido 12 segundos.Apesar da T-Mobile parecer estar em grande forma, Andreas Klöden continua a não se conseguir chegar à amarela. Neste momento é 3º 2:29. Parece que a sua preparação apenas visava ajudar Ulrich. Uma palavrinha para Cyril Dessel que contra todas as previsões vai mantendo um lugar no top-5. O ciclista da AG2R é o melhor francês, ao ser 4º a 2:43. José Azevedo teve outra etapa para esquecer, ao terminar na 16ª posição perdendo 7.55. É cada vez mais remota a hipótese do português conquistar uma etapa.

Arriscou e deu-se bem. É o que se pode dizer da performance de Floyd Landis na 17ª Etapa. Sozinho durante cerca de 130kms, o líder da Phonack foi valente tendo reentrado na luta pela geral.S abendo-se da sua capacidade no contra-relógio, Landis é possivelmente o maior favorito à vitória final. Perante a passividade (ou impotência) das Ilhas Baleares, Sastre desesperou e foi à procura do fugitivo. O espanhol da CSC foi 2º em Morzine a 5:42. Christophe Moreau teve finalmente um grande etapa, terminando em 3º a 5:58. Moreau poderá ser no final o melhor francês, uma vez que é 8º a pouco mais de 1 minuto de Dessel. Pereiro, chegou englobado num pequeno grupo (que também continha Kloden) a 7:08. Apesar de uma etapa menos conseguida, o ciclista das Ilhas Baleares é contra todas as previsões o líder do Tour à 17ª etapa.
Azevedo foi o melhor Discovery, na 34ª posição a mais de 21 minutos. A equipa norte-americana tem que fazer qualquer coisa. Fala-se na contratação de Ivan basso…
Desafio-vos a assistirem ao contra-relógio de Sábado.
Será aí que a Volta a França se irá decidir, entre estes 4 homens.
Coloco Kloden não para chegar à vitória, mas não me espantaria se o alemão terminasse no pódio.

Geral
1. Oscar Pereiro Caisse D’Epargne-Illes Balears, 74h38:05
2. Carlos Sastre (Espanha), Team CSC, a 12 segundos
3. Floyd Landis (EUA), Phonak, a 30''
4. Andreas Klöden (Alemanha), T-Mobile, a 2:29

18 julho, 2006

Depois dos Cem...

Estamos na pré-época, os clubes estão a preparar o a próxima temporada, alguns preparando-se para atacar o título e outros para se manterem numa liga que promete ser mais competitiva, com a diminuição dos participantes. Neste Contexto, e tendo em conta que fui referindo ao longo de toda a época passada, que o Sporting estava a passar uma fase de transição e de transformação a todos os níveis, penso que é altura de fazer uma análise ao estado actual das coisas que têm a ver com o meu clube... Penso que é mesmo, uma necessidade! Vamos então, por pontos...

Administração
Devo dizer que, antes das eleições, não estava muito convicto de que Soares Franco seria a melhor alternativa para o Sporting, especialmente, depois de ter perdido a Assembleia Geral que ditou a sua demissão. Confesso, porém, que a sua campanha eleitoral e os seus argumentos me convenceram de que o projecto dele seria o mais benéfico para o clube e parece que a maioria dos sportinguistas também ficaram convencidos...
Realmente, depois de anos de gestões não muito eficientes, o clube precisava de uma figura forte na presidência. Admito que Soares Franco, por vezes, não tem a coragem ou a determinação para criticar e combater certas situações do deporto actual, mas, mesmo assim, considero que a sua (esmagadora) vitória nas eleições foi benéfica para o Sporting. Digo isto, pois só Soares Franco conseguiu reunir uma equipa realmente competente e que conhece bem a realidade do Sporting.
A SAD e a própria Direcção são constituídas por pessoas que me dão, como sportinguista, garantias de resultados, como Moniz Pereira, Tomaz Morais, Carlos Freitas e Ribeiro Teles, por exemplo. A Assembleia Geral está, também em boas mãos, com a presidência de Rogério Alves.
Em suma, penso que todos os órgãos sociais do Sporting Clube de Portugal estão recheados de qualidade e penso que o projecto de Franco tem grandes hipóteses de resultar. Até porque estou completamente de acordo no que toca ao aspecto financeiro... A alienação de património era inevitável e penso que só com os lucros provenientes do futebol se podem manter todas as outras modalidades do SCP.

Futebol
Depois de uma época em que nada se ganhou, devido a todos os acontecimentos característicos dessa mesma fase de transição, Paulo Bento pode, finalmente, implementar de vez o seu sitema e as suas ideias para a equipa de futebol do Sporting. Não nos podemos iludir, o futebol é mesmo o mais importante, nos dias de hoje, pois é o desporto que mais fundos movimenta.
Os patrões de balneário já lá não estão e Bento conseguiu unir o grupo e fomentar o espírito de equipa. Tenho de realçar a forma como as contratações estão a ser feitas, num clima ameno e calmo, sem polémicas e de forma bastante eficiente... Hoje, Paulo Bento dispõe de dois jogadores para quase todas as posições, o que lhe confere alguma confiança, pois tem opções para todas as partes do terreno. A qualidade do plantel é indiscutível e devo aplaudir a inclusão de jogadores das camadas jovens, jogadores esses que, desde Futre, nos têm dado tantas alegrias! O plantel está no bom caminho... A defesa está sólida e o meio campo cada vez mais consistente. No ataque temos Liedson, por isso, nada a dizer! Penso, seriamente, que esta época, o SCP pode lutar pelo título e pela taça, pois tem argumentos para isso. Quanto à Liga dos Campeões, penso que podemos ser uma espécie de outsiders, se passássemos a primeira fase seria excelente, mas a ver vamos, afinal participar já é ganhar, como diria Pierre de Coubertin.

Modalidades
O Sporting, desde sempre, foi um clube eclético em que todas as modalidades são valorizadas. O excelente trabalho desenvolvido ao longo dos anos conferiu ao Sporting um estatuto de grandeza e respeito enorme em Portugal e no Estrangeiro, onde foi sempre digno na representação do nosso país. Mas as modalidades foram, também, afectadas por este período, mas não tão gravemente, afinal, neste ano de centenário foram ganhos imensos títulos e destaco, a dobradinha conquistada no futsal, como é óbvio, modalidade essa que está a ser renovada, mas acredito que os problemas actuais possam ser ultrapassados e a próxima época será recheada de sucessos.

Sócios/Adeptos
Afinal, nós, os sócios e os adeptos é que fazemos o desporto. Somos o tal 12º jogador!
Este ano, penso que o Sporting está a fazer um bom trabalho em prol dos seus apoiantes... A Gamebox promete ser um sucesso (Gilberto, temos de comprar a nossa! Sempre vamos pá superior?), o novo site do SCP está muito bom e a campanha de angariação de sócios está aí. Penso, no entanto que se poderia fazer uma campanha de angariação de sócios mais forte, isto é, apresentar argumentos mais sólidos e fazer algumas sociedades com certas entidades para dotar os sócios de alguns benefícios, tal como está a fazer o FCP. Não quero é que andem aí a vender kits!
Acho que este clima de estabilidade que se viva, hoje, no clube é muito benéfico e os adeptos vão responder da melhor forma apoiando o clube em qualquer estádio ou pavilhão!

Concluindo, penso que o Sporting, devido à sua grandeza, não se pode resumir ao que está a fazer... É certo que, hoje, temos um clube mais forte e estável em todos os aspectos, mas muito mais se pode fazer... Os primeiros passos já foram dados, mas todos nós, sportinguistas, queremos um "clube grande, tão grande como os maiores da Europa!".

PS: Aproveito para felicitar a nossa selecção de hóquei em patins que venceu Andorra (3-0) e Suíça (7-0). Uma campanha, até agora, imaculada. Vamos torcer por uma vitória na quinta feira, seja contra quem for. Já lá vão os tempos em que havia um entusiasmo enorme em volta desta selecção, infelizmente, mas ainda há pessoas que não se esquecem. Temos história... Vamos fazê-la mais uma vez! Força campeões!

17 julho, 2006

Com calor não há bola



Enquanto os pasquins fazem manchetes com o super espectacular, fantástico, mágico, soberbo, inigualável e semi-Deus Rui Costa, eu limito-me a constatar e a aceitar que nada de passa de realmente interessante no panorama desportivo neste início de pré-época, com excepção de um caso de coragem na justiça italiana...mas que não vende tanto como um Benfica - Sion. Por isso, depois do putativo canditato à presidência da Liga e do "show Gravesen", deixamos aqui mais um video de um momento interessante do Desporto Rei: um duelo entre Coupet e Rivaldo, com um defesa do Lyon à mistura. Digam lá se este não é melhor que o Barthez!
Até Agosto continuamos nesta onda de vasculhar e mostrar as pérolas do you tube...a não ser que se confirme que o Kit Sócio Rui Costa vem com uma arrastadeira e um pacote de fraldas Lindor. Aí sim, voltamos à realidade.

16 julho, 2006

The Phantom Punch

Foi a 25 de Maio de 1965 que Cassius Marcelus Clay, entretanto convertido ao islamismo e renomeado Muhammad Ali, enfrentou o antigo campeão de pesos pesados Sonny Liston. Mais de um ano havia passado desde o primeiro embate, em que Clay venceu por KO-técnico, quando o campeão (Liston) não voltou para o 7º round.
Foi em in Lewiston, Maine que a desforra ocorreu. Sonny Liston era claramente o preferido do público. Ali, o campeão, foi anunciado perante um coro de assobios. Para além de não apoiarem a sua nova religião, especulava-se que este estaria envolvido no assassinato de Malcom-X. O combate foi um dos mais polémicos da história do boxe, com poucos a verem o "murro fantasma" que derrubou Liston logo no 1º round. Perante o olhar incrédulo do público, Ali dirigiu-se ao seu adversários com ofensivos: "Levanta-te palerma! Ninguém vai acreditar nisto!"
Um golpe de direita, talvez incapaz de nocautear uma velhinha tinha derrubado misteriosamente um dos grandes nomes do boxe.
http://www.youtube.com/watch?v=4EotRG1D9Tk
Igualmente misteriosa seria a morte de Liston 5 anos volvidos.

14 julho, 2006

Tour de França 2006

O Comité da Tropa reuniou e decidiu não mais fazer uma cobertura exaustiva das 3 principais voltas do circuíto mundial de ciclismo. Torna-se maçador para vocês, não é?
Neste âmbito, vamos focar-nos somente naquelas etapas onde irão residir os principais focos de interesse. É verdade que falhámos o contra relógio de sábado passado, mas em véspera de final de campeonato do mundo de futebol quem tem pachorra para o ciclismo?
Justiça seja feita ao veterano russo da T-Mobile, Serguey Honchar (36 anos) que venceu o contra-relógio deixando todos os outros favoritos a mais de 1 minuto.
Azevedo saiu bastante penalizado perdendo mais de 3 minutos para o líder. Parece que o nosso Zé ainda tem muito que melhorar nesta especialidade. Pior esteve Levi Leipheimer que teve um dia para esquecer, hipotecando as hipóteses de vencer o Tour.
Com os Pirineus a fizerem a sua primeira (embora que tímida) aparição, um tal de Cyril Dessel da AG2R conquistou a amarela, após fuga a 2 com Juan M. Mercato. O ciclista espanhol foi mais forte sobre a linha de meta. Para o francês o consolo de conquistar as camisolas amarela e dos pontinhos vermelhos.Etapa igualmente marcada pelo apagão do líder da Euskadi, Ivan Maio que se viu forçado a abandonar. Foi a desilusão para os bascos.Depois da desistência de Valverde, vítima de queda á 4ª etapa, as esperanças de nuestros hermanos residem agora em Carlos Sastre, o líder da CSC.

Ontem tivemos uma verdadeira etapa de montanha, onde já se definiu muita coisa. Dennis Menchov foi o vencedor, tendo-se superiorizado a Leifainer e Floyd Landis sobre a linha de mete.Sastre e Cadel Evans perderam cerca de 20 segundos. Kloden o líder da T-Mobile chegou com mais de 1 minuto de atraso e Moureau a 2:30. A Discovery Channel teve um dia para esquecer, com Azevedo a ser o seu melhor homem a mais de 4 minutos. O português chegou na companhia desse grande trepador que é Giuseppe Simoni. Hincapie e Yaroslav Popovich desiludiram.
Apesar de Cyril Dessel estar a somente 8 segundos, a luta pela edição 2006 do Tour de França, parece resumida a 2 homem, Landis (o novo camisola amarela) e Menchov (vencedor da Vuelta 2005).
Talvez Kloden (6º a 2:29) consiga intrometer-se.

13 julho, 2006

Candidato à Liga



Descoberto pelo meu amigo Francisco Beckenbauer, este video mostra um senhor(que ostenta o seu pujante bigode nortenho) que tem a solução para o processo Apito Dourado e, certamente, para o caso Mateus. De forma concisa, são tratados todos os tópicos do Desporto Rei de forma clara, numa qualquer bancada das divisões inferiores. O Major e o Rui Alves que se cuidem...

Um hino ao pós-modernismo


Num gesto de inegável seriedade, Augusto Justo, membro fundador do Futeblog Total, presenteou o nosso humilde blog com a chamada Graversida!
Meus amigos, o resto é pós-modernismo...

"Outro foco de inegável pós modernidade foi o "apagão de luz" que assolou Zinedine Zidane na final de ontem. Isto para além da Panenkada ter estado a um passo de lhe sair pela culatra.
Mas, caros amigos, deixo-vos com os vídeos que me preparo para estudar agora que parto de férias para a minha Aberdeen natal.
Digam lá se isto não é, igualmente, muito pós moderno.
Considerem a hipótese de os colocar online no vosso blog.
Meus amigos, aqui está um verdadeiro compêndio do que é ser-se um RAÇUDO no futebol hodierno".
1 - http://www.youtube.com/watch?v=O1NHPtU31So
2 - http://www.youtube.com/watch?v=KKSv2COSZIA
3 - http://www.youtube.com/watch?v=VHl97Tgshb8
4 - http://www.youtube.com/watch?v=T5pQQg43Kks
5 - http://www.youtube.com/watch?v=dcRfFY0S3TU
6 - http://www.youtube.com/watch?v=SZr3PlesCkA

"Acuso, mais uma vez, a emoção sincera com a leitura das vossas palavras. Muito obrigado e até breve.
Um amplexo estival,
Augusto Helizondo Justo".

http://www.futeblog-total.blogspot.com/

12 julho, 2006

Zidane

Pessoalmente, Zidane é dos melhores futebolistas que alguma vez vi.Mas que isto tem piada...lá isso tem!




FIF(I)A(S)

Blatter tinha dito, durante o Mundial, que o actual ranking da FIFA não reflectia o real valor das equipas nem a sua prestação nas grandes competições. O modelo devia, assim, ser alterado, para que casos como o 4º lugar do México ou a presença no top 10 dos E.U.A. fossem evitados. O homem que se revolta quando ouve falar em novas tecnologias no futebol ou em actuações de árbitros russos prometeu, então, que a próxima tabela classificativa seria mais justa, pois iria contemplar os resultados das equipas nos últimos 4 anos e não nos últimos 8, como a forma de pontuação até então adoptada previa. O novo ranking foi lançado hoje e está ao nível da genialidade do presidente da FIFA:

Classificação:1. (1) Brasil, 1.630 pontos /2. (11) Itália, 1.550 /3. (9) Argentina, 1.472 /4. (8) França, 1.462 /5. (10) Inglaterra, 1.434 /6. (3) Holanda, 1.322 /7. (5) Espanha, 1.309 /8. (7) PORTUGAL, 1.301 /9. (19) Alemanha, 1.229 /10. (2) República Checa, 1.223

A Espanha, eliminada na 1ª fase do Euro e nos oitavos-de-final do Mundial, encontra-se à frente de Portugal e, mais absurdo ainda, da Alemanha. O germânicos chegaram à final do Coreia/Japão, tiveram uma prestação idêntica a "nuestros hermanos" no Euro e obtiveram um 3º lugar este ano. Mais surpreendente ainda é o facto da Holanda se encontrar no 6º posto. Não se qualificaram para o Coreia/Japão e foram eliminados das duas grandes competições por Portugal, que está dois lugares abaixo. A Inglaterra parece também não precisar de apresentar resultados para cair nas boas graças de Blatter & friends...Uns iluminados!

11 julho, 2006

Simplesmente... Luís Figo

Obrigado por tudo, Capitão! Serás sempre o melhor!...

Chorar no meio do Ringue


24 de Setembro de 1994, o jovem britânico Lenox Lewis, defende o título da WBC pela 4ª vez frente ao norte-americano Oliver McCall. No 2ª round uma golpe vindo do nada derrotou o campeão. O homem que Ruddick Bowie um dia recusou enfrentar era derrubado por um desconhecido!


Após a derrota Lewis, conquistou por direito próprio o lugar de candidato principal ao título de pesados. Apresentava-se de cabelo cumprido, tendo inclusive recrutado o conceituado treinador Emanuel Stweart. Lenox cedeu contudo a posição a Mike Tyson, mediante uma indemnização milionária que Don King se prontificou a pagar.
McCall entretanto havia perdido o título, em Wembley para o popular inglês Frank Bruno. O regressado Mike Tyson, venceu Bruce Seldon e Frank Bruno conquistando os títulos da WBC, IBF e WBA. De modo a retribuir o favor "Iron Mike" deixaria o título da WBC vago, para o vencedor da desforra entre Lewis e McCall, a realizar a 7 de Fevereira em Las Vegas.
Num dos mais bizarros combates de sempre, McCall teve uma quebra psicológica e começou a chorar. Recusava-se a combater, mantendo as mãos em baixo. Num gesto de nobreza Lewis seguia o adversário, não o atingindo.
http://www.youtube.com/watch?v=nCPBaEGqmKE
"In the third round, he got in close, and then seemed frustrated, and then he just backed off and put his arms down. . . . I thought he was playing possum but then I saw his lips started to quiver and I thought, 'My God, is he crying?'" -- Mills Lane (árbitro do combate).


Lane parou o combate quando McCall "cessou fogo" novamente no 5º round, e Lewis o atingiu com golpes violentos.
Lenox tronava-se campeão mundial pela 3ª vez.

10 julho, 2006

Campeonatos do Mundo - Alemanha 2006

E assim termina esta longa jornada do nosso blog, depois de percorrer todos os Mundiais de Futebol, desde o Uruguai 34.
O Alemanha 2006 foi, sem dúvida, um grande evento desportivo, onde a organização, o empenho e o entusiasmo foi preponderante!
Saliente-se o facto deste Campeonato do Mundo ter contribuido, em muito para a união do povo alemão, uma verdadeira vitória a nível político e social. Gostaria, também, de sublinhar a importância deste evento, não só a nível desportivo, como também, a nível político... Veja-se que durante o Campeonato do Mundo, muitos foram os líderes e chefes de Estado que estiveram presentes na Alemanha e essas presenças não deixaram de ser importantes para o enraizamento das relações internacionais entre todos esses países. Vamos então ao futebol...
Grupo A: Alemanha, Ecuador, Polónia e Costa Rica
O Ecuador foi a grande surpresa deste grupo tendo vencido a Costa Rica e a Polónia, facilmente. A Alemanha, sem surpresas, fez o pleno de vitórias e mostrou muita motivação neste início de Mundial. O Ecuador é uma selecção a ter em conta nos próximos torneios em que participe, pois parece estar a construir uma equipa sólida e muito eficaz. A Alemanha, com uma equipa jovem, mostrou, novamente, que é uma das grandes selecções do globo, em termos de beleza de jogo e eficácia. A Polónia e a Costa Rica ficaram pelo caminho e não impressionaram, de todo.
Grupo B: Inglaterra, Suécia, Paraguai e Trinidade&Tobago
A sempre favorita Inglaterra e a Suécia eram, sem margem de dúvida, os dois grandes favoritos e provaram-no passando aos oitavos sem grandes dificuldades, com excepção da Suécia que ainda apanhou um susto, com a selecção de Trinidade&Tobago. A Inglaterra mostrou que tem um leque de individualidades muito bom e que até trabalham bem em equipa. A Suécia continua a crescer de forma visível e começa a lançar jovens talentosos. O Paraguai não foi mais além de uma vitória sobre a selecção de Dwight York. Trinidade&Tobago estreou-se nestas lides com um empate contra a Suécia, nada mau para a primeira vez. Um grupo um pouco desigual e que não despertou grande interesse, excepto no jogo Inglaterra-Suécia, em que Joe Cole marcou um golo absolutamente fantástico!
Grupo C: Argentina, Holanda, Costa do Marfim e Sérvia e Montenegro
Novamente, um grupo em que os favoritos são notórios... A Argentina fez uma primeira fase muito positiva, marcada pela goleada por 6-0 à Sérvia, um jogo absolutamente fantástico por parte dos argentinos, onde mostraram toda a sua capacidade atacante e veia goleadora. A Holanda fez os mesmos pontos que a Argentina, tendo empatado com esta, e provou que, embora seja uma selecção jovem e em construção, Van Basten está realmente a fazer um bom trabalho e os talentos da Laranja Mecânica prometem... A Costa do Marfim ganhou à pobre Sérvia, mas não conseguiu o apuramento. É uma selecção relativamente jovem e que, penso eu, pode incomodar no futuro, já se viu na Taça das Nações Africanas... Sobre a Sérvia não há muito a dizer, a pior selecção do Mundial, na minha opinião.
Grupo D: Portugal, México, Angola e Irão
Sem surpresas, Portugal passou aos oitavos de final, tendo feito, tal como a Alemanha, o Brasil e a Espanha, o pleno de vitórias. Foi melhorando as suas prestações e o jogo contra o México foi muito bom táctica e técnicamente. Portugalfez uma primeira fase tranquila e sem qualquer sobressalto. O México passou com alguma dificuldade, tendo empatado contra Angola, a revelação. Como disse, a revelação do grupo foi Angola, que contra Portugal fez uma exibição muito agradável e só não conseguiu o empate graças a Ricardo "Labreca" e à defesa lusa. Empatou contra o México, quando todos diziam que ia ser goleada e contra o Irão foi a mesma coisa, mas merecia ganhar e se tal acontecesse não sei quem passaria... O Irão fez um ponto, contra Angola e com muita dificuldade e saiu de cena tal como a Arábia Saudita e a Coreia, tendo a Ásia ficado sem representantes na mais alta prova de futebol profissional do Mundo.
Grupo E: Itália, Gana, República Checa e EUA
Neste grupo a maior surpresa foi a passagem do Gana, em detrimento da República Checa e dos EUA. A Itália passou descansada e sem qualquer problema. O Gana foi a surpresa, tendo derrotado os seus concorrentes directos e, teoricamente, mais fortes. A República Checa fez 3 pontos contra os EUA e estes fizeram unicamente 1 ponto, empatando contra a Itália, curiosamente.
Grupo F: Brasil, Austrália, Croácia e Japão
O Brasil fez o pleno, sem surpresas, tendo tido alguma dificuldade, unicamente, contra a Croácia. A Austrália foi a surpresa do grupo tendo ganho ao Japão e empatado com a Croácia, garantindo assim a passagem aos oitavos de final, com 4 pontos. A Croácia fez dois pontos, pouco para uma selecção com tanto potencial. O Japão fez apenas 1 ponto, resultado do empate contra os croatas.
Grupo G: Suíça, França, Coreia de Sul e Togo
A Suíça mostrou-se forte tendo derrotado a Coreia e o Togo e tendo empatado com a França. Com 7 pontos foi a líder do grupo. A França, depois de empatar com a Suíça e com a Coreia, fez os gauleses tremer de medo, recordando o Mundial 2002, mas com a vitória sobre o Togo, garantiu a passagem aos oitavos. A Coreia conseguiu 4 pontos com o empate com a França e com a vitória sobre o Togo. O Togo foi, a par da Sérvia, a pior selecção do Mundial, tendo sofrido mais 4 golos e marcado mais um que a equipa Sérvia.
Grupo H: Espanha, Ucrânia, Tunísia e Arábia Saudita
Neste grupo não houve grandes surpresas... A Espanha fez o pleno, numa campanha brilhante com a goleada sobre a Ucrânia a ser a cereja no topo do bolo. A Ucrânia, depois de ser goleada pela Espanha, recuperou da melhor forma e venceu os dois jogos seguintes. A Tunísia e Arábia Saudita conseguiram 1 ponto cada uma, resultado do empate entre as duas selecções, curioso...
Oitavos de Final
A Alemanha, jogando muito bem em todo o campo, conseguiu uma vitória sobre a Suécia, com dois golos do jovem Podolski, a figura do jogo. A Argentina teve algumas dificuldades em bater o México, tendo mesmo sido a equipa de Lavolpe a abrir o marcador com um golo de cabeça de Marquez, o capitão. Mas Crespo empatou passado pouco tempo e o jogo foi desinteressante até ao prolongamento, que ao minuto 98 assistiu ao melhor golo do Mundial, para mim... Maxi Rodriguez recebe a bola de peito fora da área, de costas para a baliza, faz a rotação para o alvo e remata com força para o ângulo superior esquerdo da baliza de Sanchez: Um golo belíssimo. A Inglaterra ganhou ao Equador pela margem mínima, com um golo de Beckham, de livre, como não podia deixar de ser. Um jogo fraco em que a Inglaterra não fez muito para ganhar, prova disso é a nomeação de John Terry como melhor jogador em campo. Portugal e Holanda protagonizaram um feio espectáculo, marcado pelos muitos cartões mostrados pelo árbitro Valentin Ivanov. Portugal venceu com um belo golo de Maniche, mas ficou com uma imagem de fazer jogo sujo e anti-jogo, o que não corresponde, de todo à verdade. A Itália ganhou à Austrália, no último minuto com um penalty inexistente, mas a selecção transalpina já nos habituou a este sistema de jogo... A Ucrânia bateu a Suíça nos penaltys depois de um jogo muito fraco. O Brasil ganhou ao Gana, por três golos sem resposta. O último jogo dos Oitavos de final marcou a despedida da Espanha, de novo, do Mundial, numa derrota expressiva (3-1) contra uma França que se apresentou muito melhor nesta fase do campeonato, depois de uma primeira fase um pouco tremida.
Quartos de Final
A Alemanha e a Argentina encontraram-se num jogo que prometia muito. A Argentina adiantou-se no marcador no início da segunda parte, mas o imprevisível Miroslav Klose empatou a 10 minutos do fim. O jogo não foi grande coisa e teve de ser decidido nos penaltys, onde Jens Lehman brilhou, tendo defendido o penalty decisivo de Cambiasso. A Itália bateu a revelação, Ucrânia, por 3-0 e terminou o sonho do país de Shevchenko que, mesmo assim, se estreou muito bem num Mundial. Portugal e Inglaterra voltaram a encontrar-se e, novamente, o jogo foi decidido nos penaltys. Um jogo marcado pela expulsão de Rooney que motivou um sentimento geral de raiva sobre Cristiano Ronaldo que, dizem os adeptos ingleses, pressionou o àrbitro para mostrar o vermelho. Mas o cartão era mesmo merecido! O jogo esteve longe de ser um grande espectáculo e os penaltys forma mesmo a decisão mais justa, onde brilhou Ricardo, novamente o carrasco dos britânicos, ao defender três penaltys e entrando para a história do Mundial. O Brasil, pela primeira vez em muito tempo, ficou pelos quartos, tendo sido derrotado pela França, que mostrou muito pragmatismo e sentido de oportunidade.
Meias Finais
As meias finais retiraram as melhores selecções, para mim, da final. A Alemanha perdeu 2-0 contra a Itália, nos últimos 2 minutos, quando já tudo esperava pelo prolongamento. Portugal perdeu contra a França, com um penalty sobre Henry e convertido por Zidane, onde é que eu já vi isto? Zizou voltou a ser o nosso carrasco. Mas é verdade que se é penalty sobre Henry, e eu penso que é, também é penalty sobre Ronaldo e esse não foi marcado. Penso que o árbitro teve uma certa dualidade de critérios e não foi só no penalty não assinalado, mas Portugal saiu honrado deste jogo. Não haja dúvidas.
Jogo de apuramento do 3º e 4º lugares
Talvez o melhor jogo do Mundial. As equipas não tinham nada de mais a perder e entraram descontraidas e alegres. A Alemanha venceu por 3-1 mas o verdadeiro vencedor foi o espectáculo e o fair-play. Um jogo muito agradável, com oportunidades de parte a parte (Tivéssemos um ponta de lança a sério e veríamos se o resultado era este!). Os jogadores estiveram bem e foram um verdadeiro exemplo de amizade que deve existir dentro de campo... Pena não terem sido todos os jogos assim.
A Final
A final opôs França e Itália. As duas equipas chegaram a este ponto com uma estratégia de jogo assente no futebol apoiado vindo de trás. Em suma, defenderam e apostaram no contra-ataque. A Itália aí leva uma certa vantagem, mas o jogo foi mesmo a penaltys, depois de Zidane ter convertido um penalty, que sinceramente, não consegui ver se existe ou não, e Materazzi ter feito um belo golo de cabeça na sequência de um canto do fantástico Pirlo. Nem Barthez, nem Buffon defenderam qualquer penalty e a falha de Trezeguet foi fatal e deu a vitória aos transalpinos. Uma vitória justa deva-se dizer. Num Mundial onde a grande maioria das equipas apostou no futebol defensivo, pragmático e apoiado, o criador do sistema foi o vencedor, jogando da mesma forma, mas já leva muitos anos de experiência...
Prémios FIFA:
Bola de Ouro: Zinedine Zidane
Melhor Marcador: Miroslav Klose (5 golos)
Melhor Guarda Redes: Gianluigi Buffon
Melhor Jogador Jovem: Lukas Podolski
Prémio Fair-Play: Espanha e Brasil
Equipa Mais Empolgante: Portugal
Dream Team
Guarda Redes: Gianluigi Buffon(ita)
Laterais: Zambrotta(direita/ita) e Lahm(esquerda/ale)
Centrais: Ricardo Carvalho(por) e Cannavaro(ita)
Médios: Pirlo(ita); Zidane(fra); Ballack(ale)
Atacantes: Figo(por); Zé Roberto(bra); Klose(ale)
Estatísticas
Mais Golos: Klose(ale/5)
Maior Média de Golos: Crespo(arg/0.75)
Mais cartões: Costinha(por/4 amarelos e 1 vermelho) e Asamoah(gan/idem)
Mais faltas: Gattuso(ita/47 faltas)
Mais defesas: Buffon(ita/27) e Ricardo(por/25)

09 julho, 2006

Itália ganha em toda a linha

A Itália venceu esta noite a França, nos penalties, e conquistou o seu quarto título mundial, quebrando um jejum de 24 anos. Foi um Mundial curioso. Muitos dos candidatos ao título abdicaram das suas características de jogo e adoptaram uma filosofia italiana, isto é, raramente assumir o jogo, mantendo a rectaguarda segura e esperando que um golpe de sorte permita chegar à vitória. Curiosamente, todas essas equipas se deram mal com esse sistema e o título acabou por ir para o “pai da criatura”, que já desesperava por este título. Entre as equipas que optaram por esse esquema tivemos o Brasil, a Argentina, a França (excepto na final) e até Portugal, que, ao contrário de outras provas anteriores, não colheu grande simpatia dos espectadores. Das selecções grandes só a Alemanha apresentou um futebol positivo e virado para a frente, o que lhe valeu o 3º lugar - num ano em que ninguém dava nada por ela -, o melhor ataque e marcador da prova e ainda a reconciliação com o próprio país.



Recapitulando a prova desde o início, a primeira fase não trouxe grandes surpresas. Apenas os apuramentos de Gana e Austrália em detrimento de República Checa e Croácia abriram algumas bocas de espanto. Quanto a jogos, e reconhecendo que falhei alguns, o que mais me entusiasmou foi o Suécia-Inglaterra, que terminou 2-2.

Nos oitavos-de-final, houve duas meias supresas. A Ucrânia bateu a Suiça nos penalties, mandando os helvéticos para casa sem sofrerem um único golo durante a prova. Maior destaque merece a eliminação da Espanha pela França. Os gauleses tinham sido o “grande” que maiores dificuldades tinha revelado para passar a primeira fase, enquanto os nuestros hermanos andavam eufóricos e já falavam no título. Mas, mais uma vez, tiveram que recorrer àquele célebre provérbio futeboleiro castelhano: “Jogámos como nunca, perdemos como sempre.” Os restantes favoritos seguiram em frente, com maior ou menor dificuldade. Intragável foi a forma como os italianos seguiram em frente: um penalty inventado pelo árbitro em tempo de compensação permitiu-lhes eliminar a Austrália. Se a expulsão de Materazzi tinha sido um pouco dura, isto foi um crime contra o futebol. Quanto a Portugal, eliminou a Holanda. Nada de novo, como demonstra o historial entre as duas equipas.

Nos quartos-de-final começaram a cair os favoritos. A Argentina, para muitos a equipa que estava a jogar melhor, caiu aos pés da Alemanha, nos penalties. Os sul-americanos viram um golo cair-lhes do céu e depois só quiseram segurar o resultado. Os alemães não desistiram e chegaram ao empate. Na absurdamente chamada lotaria, os teutónicos levaram a melhor, mantendo um registo de cem por cento de apuramento em Mundiais por este sistema. Mais que sorte, é uma questão de nervos e confiança. O Brasil, que nunca apresentou um futebol decente, caiu aos pés da França, cada vez em melhor forma. A Itália, com mais um adversário fácil, venceu a Ucrânia por 3-0, não sem ter passados por uns sustos. Portugal deixou para trás outro pseudo-favorito, a Inglaterra. Mais uma vez, os tugas honraram a sua história recente. Portugal não jogou bem, mesmo com mais um homem durante 60 minutos quase não criou perigo, mas nos penalties o factor psicológico favoreceu claramente a equipa de Scolari. Aos ingleses, tal como aos espanhóis, aconteceu-lhes o mesmo de (quase) sempre: regressar a casa com um enorme melão. A verdade é que os ingleses, inventores do futebol e fanáticos pela modalidade, como mostram os milhares de adeptos que sempre acompanham a selecção, raramente vão longe. Em 30 grandes competições (18 Mundiais e 12 Europeus), os “bifes” apenas chegaram a uma mísera final, no Mundial de 1966, a jogar em casa. E só venceram a Alemanha graças a um golo fantasma no prolongamento. Que raio de candidato é este?



Nas meias-finais, a tradição falou mais alto. A Alemanha, mesmo a jogar em casa, não conseguiu ultrapassar o trauma de não vencer os italianos em Mundiais. O jogo foi muito equilibrado, mas, à medida que se aproximava do fim, os teutónicos começaram a pensar nos penalties, onde são imbatíveis até hoje, enquanto os italianos arriscaram como quase nunca se lhes vê. Marcello Lippi acabou por ser recompensado, ao ver a sua equipa marcar a um minuto e meio do fim do prolongamento. Depois ainda chegou outro golo. No outro jogo, Portugal perdeu com a França, como manda a tradição. Tudo parecia equilibrado, mas Henry, num golpe de génio, partiu Meira e Carvalho e ganhou um penalty, que Zidane aproveitou. A partir daí, os tugas tentaram reagir, mas apenas uma rotação de Pauleta e uma cabeçada de Figo por cima, de baliza aberta, assustaram os galos. De resto, Portugal dedicou-se a dar razão aos seus maiores críticos, com alguns meninos a tentarem ganhar penalties de forma absurda e, ainda por cima, incompetente.

O jogo de apuramento para o terceiro lugar acabou por ser dos mais agradáveis do torneio. Alemanha e Portugal, mesmo algo desfalcados, realizaram um jogo de ataque, com muitas oportunidades. A equipa da casa foi melhor e contou com um Schweinsteiger inspirado, depois de uma prova demasiado discreta. Ricardo deu o seu primeiro e único frango do torneio e Petit marcou um autogolo e ficou mal visto nos outros dois golos, ao não fazer uma cobertura eficiente. Eu também não compreendo como Costinha pôde ser titular indiscutível, mas ao ver Petit achei que até fazia algum sentido. Nuno Gomes entrou e marcou, na última assistência de Figo pela selecção. A verdade é que a Maria Alice é muito mais fiável que Pauleta. Por um lado, participa muito mais no jogo que o açoriano, por outro lá vai marcando a grandes equipas, enquanto o “Brisa dos Açores” (Ciclone é demasiado simpático) vê as balizas diminuirem quando os adversários não se chamam Luxemburgo, Cabo Verde, etc. Do lado alemão, Kahn despediu-se em beleza, com uma grande exibição, e jovens como Lahm, Metzelder, Jansen, Schweinsteiger e Podolski mostraram que a Nationalmannschaft vai continuar a ser um candidato aos títulos das provas em que entra, com ou sem o meu quase homónimo no comando.

A final correu como quase todos os portugueses (eu não incluído) desejavam: a Itália ganhou. O jogo começou de forma aberta, ao contrário do esperado. Zidane marcou primeiro, mais uma vez de grande penalidade, e Materazzi empatou ainda antes dos 20 minutos, pondo a nu o facto de a França possuir o pior guarda-redes de entre as melhores equipas. Depois a Itália foi-se fechando cada vez mais, enquanto a França era a única equipa que queria ganhar nos 90 e, depois, nos 120 minutos. Mas não chegou lá e depois Zidane decidiu acabar a carreira e, quiçá, começar outra noutra modalidade desportiva, ao cabecear Materazzi no peito. A Itália mesmo assim não arriscou nada e lá levou o jogo para penalties, onde só Trezeguet falhou. E os italianos lá foram campeões, para satisfação de muitos portugueses. Incluindo José Peseiro, que não se cansou de vociferar contra os mergulhos dos franceses na primeira parte, mas não abriu a boca contra os dos italianos, em todo o resto do jogo. Parabéns então.

Bella Itália

Ahahahahahahahahahahahahahahahahahaha!Ó Zizou, a Nossa Senhora do Caravaggio também é italiana...

Em Cada Janela uma Bandeira... No Relvado uma Nação Inteira!


Este foi o lema da Selecção de todos nós na magnífica campanha do Mundial FIFA 2006!
Portugal iniciou o Mundial com algum entusiasmo, mas ocupando o 7º posto no ranking da FIFA. É certo que o futebol não é, definitivamente, uma ciência exacta, mas a passagem deste pequeno grande país às meias finais foi uma surpresa para muitos!

A fase de qualificação foi tranquila e Portugal conseguiu terminar em 1º lugar, com 9 vitórias e 3 empates, sem qualquer derrota. Notável, de facto. A sorte esteve do nosso lado, uma vez que o grupo não era muito complicado: Eslováquia, Rússia, Estónia, Letónia, Liechtenstein e Luxemburgo. O maior problema seria a Rússia, mas foi, também, a esse adversário, que Portugal aplicou a maior vitória: 6 secas! Portugal terminou a fase de qualificação com 30 pontos, 35 golos marcados e apenas 5 golos sofridos pelo nosso Ricardo.

A aventura lusa começou no dia 11 de Junho, em Colónia, num jogo aparentemente fácil contra Angola. Foi uma coincidência feliz podermos apadrinhar a estreia deste nosso país irmão numa competição como o Mundial. Mas o jogo revelou-se mais complicado do que seria de esperar e a vitória foi "tirada a ferros", com um golo de Pauleta(?!?) logo no início do jogo.
Seguiu-se o Irão, sem dúvida, a equipa asiática mais poderosa, mas facilmente ultrapassável. A vitória com dois golos, de Deco e Cristiano Ronaldo, não convenceu e todos nós ficámos com a sensação que teria de se melhorar muito a forma de jogar para ultrapassar a sempre temida selecção mexicana.
Depois do Irão, em Frankfurt, Gelsenkirchen esperava o grande embate entre a selecção das Quinas e o México... Esse sim, um jogo mais à maneira portuguesa. A exibição não foi brilhante mas viu-se esforço, entrega, dedicação, raça! Um jogo pragmático, à Scolari. Acabámos por ganhar 2-1, com golos de Maniche e Simão, para Portugal, e Fonseca, para o México.

Depois do pleno alcançado na fase de grupos, seguiu-se a Laranja Mecânica, em Nuremberga. Um jogo polémico. Nunca tinham sido mostrados tantos cartões num jogo do Mundial. O árbitro esteve mesmo muito mal, desfalcando a nossa selecção de dois jogadores nucleares, Costinha e Deco, e deixando consequências graves, como os amarelos a quase toda a equipa. Mas os nossos heróis debateram-se bem. Lutaram contra os holandeses e o árbitro, Valentin Ivanov, e a vitória suada pela margem mínima foi conseguida, com um belo golo de Maniche. Este jogo deu uma imagem péssima da nossa selecção, no estrangeira, fomos criticados e atacados por tudo e por todos e acusados de fazer jogo sujo! Uma acusação totalmete absurda! Revolta-me profundamente que se refiram aos enormes talentos portugueses como batoteiros e interceiros, quando neste mesmo jogo, com um jogador português magoado no relvado, a Holanda seguiu jogo e sacou uma falta absurda que resultou num cartão amarelo para Deco. Para além de que se a Selecção Portuguesa levou muitos cartões, a laranja levou outros tantos! É completamente surreal a rotulação da nossa equipa nacional como batoteira, quando somos nós, invariavelmente, vítimas do jogo sujo e do Anti-jogo... Veja-se a final do Euro2004 e o jogo das meias-finais contra a França neste Mundial!

Voltámos a Gelsenkirchen, para defrontar a poderosa Inglaterra, nos quartos-de-final. Um jogo muito equilibrado com ocasiões esporádicas de parte a parte e que ficou marcado pela expulsão, justa, penso eu, de Wayne Rooney, factor de indignação para os britânicos que não perderam tempos a arranjar um bode expiatório: Cristiano Ronaldo. Mas os cotovelos tratam-se, e as costelas também! Viu-se desde cedo que o jogo não sairía dali sem ser com a lotaria dos penaltys que acabou por acontecer, previsivelmente. Ricardo aí foi enorme! Tornou-se o primeiro guarda redes a defender três penaltys numa série de cinco na história do Mundial. E que defesas! Ronaldo marca o penalty decisivo e passámos às meias-finais do Campeonato do Mundo, 40 anos depois!

Seguiu-se o jogo contra a França, em Munique. Uma desilusão, morrer na praia! Tudo os nossos heróis fizeram para passar à final, mas nada puderam fazer contra o Anti-Jogo e as fitas dos gauleses. Mais uma vez o árbitro teve uma certa dualidade de critérios... Não gosto de parecer faccioso, mas se há penalty sobre o Henry, e há, também há penalty, momentos depois, sobre Cristiano Ronaldo e isso, para mim, é indiscutível! Para quem tanto nos acusou de jogo sujo, a França usou e abusou de quedas e faltas artísticas. Mas nós já estamos habituados. Diga-se que foi uma derrota à portuguesa: Jogámos melhor, demos uma lição de bola... Perdemos como sempre! Zidane voltou a ser o nosso carrasco! É sem dúvida um talento enorme que sai em grande! Zizou marcou profundamente o futebol actual, só o odeio mesmo por nos ter morto duas vezes! Até sempre Zidane... Até nunca Zizou!

O Mundial acabou para nós, da pior forma... Hoje, devo confessar, não estou muito disposto a falar do jogo. Todos nós vimos o que vimos, mas o que importa retirar deste jogo? O fair-play! A amizade entre os jogadores! Este jogo será, certamente, recordado pela rectidão dos atletas e dos ténicos. Outra chapada de luva branca a todos os nossos críticos!

Concluindo... Eu, pessoalmente, congratulo-me pela prestação da Selecção Nacional neste Mundial de Futebol. Ficámos em 4º lugar, podia ser melhor, mas somos a quarta melhor equipa do Mundo, nada mau para um país com 10 milhões de habitantes que teve de competir com países com o triplo ou o quádruplo da nossa população.
A grandeza de Portugal viu-se neste Mundial: A fé, as bandeiras novamente, a união nacional em torno de um objectivo, o optimismo, a esperança, a confiança... Foi um mês inesquecível!
Resta-me agradecer à Selecção Nacional! Este post pode ter sido um pouco maçador, pois repeti muito do que todos já sabem, mas fiquei indignado ao ver tantas pessoas a atacar a selecção que tanto apoiaram durante tanto tempo...
Para breve prometo um novo post sobre o presente e o futuro da nossa Selecção, depois de um ciclo vitorioso marcado por duas amargas derrotas em 4 anos...

Quem perde os seus bens, perde muito; quem perde um amigo, perde mais; mas quem perde a coragem, perde tudo. A arte de vencer aprende-se nas derrotas...

05 julho, 2006

Queremos o pódio

Ok, já foi excelente chegar às meias-finais mas...este senhor acima está colado ao banco?
E para os croissants que nos apelidaram de "batoteiros" e "manhosos" há realmente que admitir que os portugueses Henry, Abidal, Thuram e Cª exageraram nos atrasos aquando das reposições de bola e simulação da lesões.
Foi uma derrota à boa maneira portuguesa, em que trabalhámos mais e com pior resultado. Portugal dominou mas causou...uma(!) oportunidade flagrante em toda a partida, quando um dos maiores bluffs do futebol mundial largou a bola que Figo não conseguiu cabecear para a baliza. Muitas bolas cruzadas para a área onde esteve um ponta-de-lança que jogou 4 minutos neste mundial(os primeiros frente a Angola), com Thuram e Gallas a não sentirem quaisquer problemas. A entrada de Nuno Gomes seria muito mais lógica.Simão fez muito menos que Ronaldo na ala esquerda.
Podemos orgulhar-nos muito da nossa campanha. Na última década era natural Porugal ficar fora dos grandes palcos...agora até nos queixamos de não chegar à final. Uma alteração de mentalidade significativa, apesar de continuarmos a fugir a 7 pés do verdadeiro sucesso...

Campeonatos do Mundo - Coreia/Japão 2002

Com a chegada do novo milénio, o futebol ameaçou entrar num novo estado: a pós-pós modernidade! Pela primeira vez o mundial chegou à Ásia e pela primeira vez 2 países organizaram a competição. Coreia-Japão 2002, sem margem para dúvidas o pior mundial de sempre, futebol de pôr os olhos em bico, arbitragens cómicas de levar às lágrimas, em suma…espectáculos nauseabundos que nos fizeram pensar que afinal o Itália 90 não foi assim tão mau!
Portugal marcou presença pela 3ª vez numa fase final do campeonato do mundo. A geração de ouro qualificou-se às custas da laranja mecânica, iniciando uma série de confrontos com holandeses sempre às nossas cores.

Grupo A: Senegal, França, Dinamarca e Uruguai

A França, campeã mundial, da Europa e das Nações afigurava-se como a vencedora mais que lógica do grupo. Contudo viu-se privada de Zidane, lesionado num amigável, poucos dias antes do início da competição.
Começou de forma hilariante o mundial, com o “debutante” Senegal a derrotar a França com um golo de Papa Bubba Diop a passe de El-Hadji Diouf. Nomes que dá orgulho pronunciar.
Após empate sem golos com o Uruguai os campeões mundiais tinham que vencer a Dinamarca por uma diferença de 2 golos. Zidane estava de volta, contudo não foi suficiente e Tomasson e companhia triunfaram por 2-0. A melhor selecção mundial regressava a casa sem honra, sem glória e sem golos.
A Dinamarca venceu o grupo com 7 pontos, seguida do Senegal com 5.
O Uruguai de Recoba ficou em 3º lugar com 2 pontinhos fruto de 2 empates.

Grupo B: Espanha, Eslovénia, África do Sul, Paraguai
Um grupo deveras engraçado com o nosso bem conhecido Zahovic a pegar-se de razões com o seleccionador esloveno.
A Espanha orientada por Camacho venceu facilmente o grupo com 9 pontos.
Paraguai e África do Sul lutaram arduamente por um lugar nos oitavos de final. Terminaram ambas com 4 pontos. Um score de 6 golos marcados e 6 sofridos, contra 5 marcados e 5 sofridos, valeu a passagem aos sul-americanos.
No último lugar ficou a Eslovénia, com zero pontos, mas com Zahovic suspenso.

Grupo C: Brasil, Turquia, Costa Rica e China
Tal como no grupo anterior, tivemos uma equipa que metralhou a concorrência tendo vencido os 3 jogos, 2 equipas que terminaram em igualdade pontual na 2ª posição com 4 pontos e um bombo da festa, a China.
Malgrado dificuldades inesperadas para conseguir o apuramento na zona sul-americana, Felipão montou uma equipa bastante forte, alicerçada numa defesa coesa, deixando a frente de ataque entregue aos 3 Rs (Ronaldo, Ronaldinho e Rivaldo) magníficos.
Está certo que os canarinhos provocaram a desconfiança geral após uma vitória polémica por 2-1 sobre a Turquia no jogo de abertura, contudo os 4-0 à China e os 5-2 à Costa Rica, espelharam que estávamos na presença do mais série candidato.
O goal average permitiu à Turquia de Nihat e Hakan Sukur avançar para os oitavos.

Grupo D: Coreia do Sul, USA, Portugal e Polónia

Agora sim, entramos na verdadeira essência da pós-pós modernidade. Apenas recordo este mundial pelas gargalhadas dispendidas às custas da selecção portuguesa.
Primeiro Vítor Baía faz 2 grandes defesas (na mesma jogada) contra a China e salta sem se saber bem porquê para a titularidade, sendo Ricardo (então em grande forma) relegado para o banco de suplentes.
Depois António Oliveira aparece misteriosamente de muletas, rezam as crónicas devido a uma noite com muito álcool e mulheres à mistura.
Começamos a prova contra os Estados Unidos, que nos surpreenderam com 3 de rajada. Beto e um autogolo de um defesa norte-americano ainda nos fizeram sonhar, contudo o pé não dava para tão grande pedalada e estava consumada a 1ª derrota portuguesa num jogo de estreia de uma fase final do Campeonato do Mundo.
Após uma vitória estrondosa por 4 bolas a zero contra aquela que seria supostamente a maior rival do grupo, chegámos ao último com hipóteses legítimas de passar. Hipóteses que João Pinto se encarregou de arruinar ao tentar partir a perna de um coreano em 4 ou 5 sítios diferentes. Expulso das 4 linhas, o “grande artista” desferiu um oblíquo ao fígado do árbitro da partida. Não fosse a frieza de Jorge “o Bicho” Costa e Armando “Petit” Teixeira e o caso poderia ter sido ainda mais grave.
Perdemos por 1-0 e deixámos, qual México 86, o Mundial, no 3º lugar no grupo.
Seguiram em frente Coreia e Estados Unidos.

O portentoso episódio da sarrafada de JVP ao coreano poderá ser recordado com mais ênfase aqui: http://futeblog-total.blogspot.com/2004_07_01_futeblog-total_archive.html


Grupo E: Alemanha, Irlanda, Camarões e Arábia Saudita
Depois do fiasco 2 anos antes no europeu, a Alemanha limpou a imagem ao vencer o grupo com 7 pontos.
Realce para a grande “cabazada” à Arábia Saudita com 8 golos sem resposta e o surgimento de um avançado talhado para marcar em mundiais, Miroslav Klose.
Os leões indomáveis, com as suas camisolas de basketball (prontamente proibidas pela FIFA) lutaram com a Irlanda pelo 2º lugar.
Levaram a melhor os britânicos que conseguiram 5 pontos, acabando a 1ª fase invictos.
A Arábia despediu-se sem golos, sem pontos e com 12 “enfardados”.

Grupo F: Suécia, Argentina, Nigéria e Inglaterra

No apelidado grupo da morte, a Argentina acabou por desiludir.
Os alvi-celestes começaram da melhor maneira batendo a Nigéria por 1-0. Seguiu-se a vingança inglesa com David Beckham a bater Caballero de grande penalidade.
O empate a 1 bola no 3º jogo contra a Suécia, levou às lágrimas uma nação que apostava forte no tri.
Ingleses e Suecos seguiram em frente, com 5 pontos cada.

Grupo G: México, Itália, Croácia e Equador
Polémica, com a Itália de Trap a protestar o jogo contra a Croácia. Venceram os dos Balcãs por 2-1 com o juiz da partida a anular 2 golos aos “azurris”.
O México foi primeiro com 7 pontos, à frente da Itália com 4.
Equador e Croácia repartiram o último lugar com 3 pontos fruto de uma vitória.

Grupo H: Japão, Bélgica, Rússia e Tunísia
Perante a histeria do público local, Nakata liderou o Japão à vitória do grupo com 7 pontos. Os nipónicos começaram por empatar a 2 bolas com a Bélgica, tendo vencido os 2 jogos seguintes.
A Bélgica foi 2ª com 5 pontos.
A Rússia desiludiu uma vez mais.
A Tunísia confirmou um mundial desastroso para África, onde só Senegal salvou a honra do continente negro.

Oitavos de Final
Começaram os oitavos de final com a Alemanha a derrotar o Paraguai com 1 golo de Oliver Neuville a passe de Bernd Schneider. Os comandados de Rudi Voller tinham em Oliver Kahn o expoente máximo. O guardião do Bayern de Munique seria o 1 guarda-redes a conquistar o título de melhor jogador do mundial.
Em Niigata, a Inglaterra afundou a armada viking com 3 tiros de canhão. Algo curioso se tivermos em conta a fase de grupos.
O Senegal confirmou-se como a grande sensação da prova, ao eliminar a Suécia. Decorria o minuto 103 quando Henri Camara bisou, desfazendo a igualdade a 1 bola.
Com 1-1 no final do prolongamento a Espanha venceu a Republica da Irlanda por 3-2 no desempate por pontapés na marca de grande penalidade.
No duelo da CONCACAF, os Estados Unidos levaram de vencida o México por 2-0.
Apesar da boa réplica, Felipão e o Brasil avançaram. 2-0 foi o resultado frente à Bélgica.
Nos 8ºs de final caiu um dos anfitriões. Foi o Japão que perdeu por 1-0 com a Turquia.
Para o fim fica o 1º roubo de igreja coreano. Foi a 18 de Junho em Daejeon. Frente a frente Itália e Coreia do Sul. Marcou primeiro a Itália por intermédio de Vieri de cabeça após um canto.
Uma falha de Pannuci permitiu aos coreanos empatar perto dos 90 minutos levando a partida para prolongamento.
Depois assistimos a um recital de mal arbitrar que teve na expulsão de Totti o apogeu. O capitão da Roma ludibriou um contrário sendo rasteirado para área de rigor. Os coreanos levaram as mãos à cabeça, sabiam que estavam perto da eliminação. Mas eis que o iluminado juiz equatoriano, de nome Byron Moreno Ruales, decidiu expulsar Totti por simulação!!!!!
Perto do fim os coreanos marcaram o golo de ouro, por intermédio de Ahn Jung-Hwan, atleta do Perugia que levou guia de marcha.

Quartos de Final
Em Shizuoka, David Seaman entrou para a galeria dos imortais ao levar a maior chapelada da história dos mundiais. Ronaldinho Gaúcho fez 2-1, confirmando a cambalhota no marcador.
No duelo de potências económicas, a Europa levou vantagem sobre os Estados Unidos. O 1-0 final, da autoria de Ballack, confirmou o acerto defensivo dos germânicos.
A 22 de Junho em Gwangju, assistimos ao 2º acto do “Roubo de Igreja Coreano”. Pela 1ª vez senti pena da selecção espanhola tal foi a crueldade que o árbitro da partida, o egípcio Gamal Ghandour, aplicou sempre que ajuizava um lance.
2 golos roubados e a decisão na lotaria das grandes penalidades a sorrir aos Coreanos que chegavam às meias finais sem saber ler e escrever.
Joaquin falhou e Hong Myung-Bo converteu o castigo decisivo.
Perante tal arbitragem sou obrigado a concluir que Valentim Ivanov é um génio da arbitragem e que Graham Poll tem o direito de mostrar 4 ou 5 cartões amarelos ao mesmo jogador antes de o expulsar.
No último jogo dos 4ºs, o Senegal caiu aos pés da Turquia. Um tento solitário de Ilhan Mansiz , já no prolongamento (foi de ouro… portanto!) levou os homens das basílicas às meias.

Meias Finais
A FIFA estava descontente com as arbitragens (pudera!) pelo que nomeou os melhores árbitros para as meias-finais.
Os favoritos seguiram em frente após vitórias por 1-0.
A Coreia caía finalmente! Parabéns à Alemanha e a Michael Ballack que aos 74 minutos furou a muralha coreana.

3º e 4º Lugar
No pior jogo de consolação de sempre, a Turquia conseguiu amortizar o descontentamento geral, vencendo os famigerados coreanos por 3-2.

Final
Estádio:Yokohama International Stadium, 69.029 espectadores


Perante a arbitragem do grande Pierluigi Colina, auxiliado pelo sueco Leif Lindberg e o inglês Philip Sharpeas equipas alinharam com:

Brasil
Marcos, Cafu, Roberto Carlos, Lúcio, Edmilson, Roque Jr, Gilberto Silva, Kleberson, Rivaldo, Ronaldo e Ronaldinho Gaúcho


Alemanha
Oliver Kahn (c), Thomas Linke, Carsten Ramelow, Christoph Metzelder, Torsten Frings, Bernd Schneider, Jens Jeremies (Gerald Asamoah aos 77 min), Dietmar Hamann, Marco Bode (Christian Ziege aos 84 min) , Oliver Neuville, Miroslav Klose (Oliver Bierhoff aos 74 min)

Com a Brasil a dominar claramente a partida a resistência germânica foi vencida aos 66 minutos, quando Oliver Kahn tem a sua única falha em todo o Mundial não segurando um remate fraco. Na recarga Ronaldo abriu o activo.
12 minutos mais tarde e o mesmo Ronaldo carimbou o 2 a 0. O Brasil era campeão do Mundo pela 5ª vez e Ronaldo com 8 golos, tornava-se no primeiro homem a quebrar a barreira dos 6 golos, desde 1974, altura em que o polaco Lato marcou 7.




Melhores Marcadores - Ronaldo (Brasil): 8 golos,
Miroslav Klose (Alemanha): 5 golos,
Rivaldo (Brasil): 5 golos,
Jon Dahl Tomasson (Dinamarca): 4 golos,
Christian Vieri (Itália): 4 golos