09 julho, 2006

Em Cada Janela uma Bandeira... No Relvado uma Nação Inteira!


Este foi o lema da Selecção de todos nós na magnífica campanha do Mundial FIFA 2006!
Portugal iniciou o Mundial com algum entusiasmo, mas ocupando o 7º posto no ranking da FIFA. É certo que o futebol não é, definitivamente, uma ciência exacta, mas a passagem deste pequeno grande país às meias finais foi uma surpresa para muitos!

A fase de qualificação foi tranquila e Portugal conseguiu terminar em 1º lugar, com 9 vitórias e 3 empates, sem qualquer derrota. Notável, de facto. A sorte esteve do nosso lado, uma vez que o grupo não era muito complicado: Eslováquia, Rússia, Estónia, Letónia, Liechtenstein e Luxemburgo. O maior problema seria a Rússia, mas foi, também, a esse adversário, que Portugal aplicou a maior vitória: 6 secas! Portugal terminou a fase de qualificação com 30 pontos, 35 golos marcados e apenas 5 golos sofridos pelo nosso Ricardo.

A aventura lusa começou no dia 11 de Junho, em Colónia, num jogo aparentemente fácil contra Angola. Foi uma coincidência feliz podermos apadrinhar a estreia deste nosso país irmão numa competição como o Mundial. Mas o jogo revelou-se mais complicado do que seria de esperar e a vitória foi "tirada a ferros", com um golo de Pauleta(?!?) logo no início do jogo.
Seguiu-se o Irão, sem dúvida, a equipa asiática mais poderosa, mas facilmente ultrapassável. A vitória com dois golos, de Deco e Cristiano Ronaldo, não convenceu e todos nós ficámos com a sensação que teria de se melhorar muito a forma de jogar para ultrapassar a sempre temida selecção mexicana.
Depois do Irão, em Frankfurt, Gelsenkirchen esperava o grande embate entre a selecção das Quinas e o México... Esse sim, um jogo mais à maneira portuguesa. A exibição não foi brilhante mas viu-se esforço, entrega, dedicação, raça! Um jogo pragmático, à Scolari. Acabámos por ganhar 2-1, com golos de Maniche e Simão, para Portugal, e Fonseca, para o México.

Depois do pleno alcançado na fase de grupos, seguiu-se a Laranja Mecânica, em Nuremberga. Um jogo polémico. Nunca tinham sido mostrados tantos cartões num jogo do Mundial. O árbitro esteve mesmo muito mal, desfalcando a nossa selecção de dois jogadores nucleares, Costinha e Deco, e deixando consequências graves, como os amarelos a quase toda a equipa. Mas os nossos heróis debateram-se bem. Lutaram contra os holandeses e o árbitro, Valentin Ivanov, e a vitória suada pela margem mínima foi conseguida, com um belo golo de Maniche. Este jogo deu uma imagem péssima da nossa selecção, no estrangeira, fomos criticados e atacados por tudo e por todos e acusados de fazer jogo sujo! Uma acusação totalmete absurda! Revolta-me profundamente que se refiram aos enormes talentos portugueses como batoteiros e interceiros, quando neste mesmo jogo, com um jogador português magoado no relvado, a Holanda seguiu jogo e sacou uma falta absurda que resultou num cartão amarelo para Deco. Para além de que se a Selecção Portuguesa levou muitos cartões, a laranja levou outros tantos! É completamente surreal a rotulação da nossa equipa nacional como batoteira, quando somos nós, invariavelmente, vítimas do jogo sujo e do Anti-jogo... Veja-se a final do Euro2004 e o jogo das meias-finais contra a França neste Mundial!

Voltámos a Gelsenkirchen, para defrontar a poderosa Inglaterra, nos quartos-de-final. Um jogo muito equilibrado com ocasiões esporádicas de parte a parte e que ficou marcado pela expulsão, justa, penso eu, de Wayne Rooney, factor de indignação para os britânicos que não perderam tempos a arranjar um bode expiatório: Cristiano Ronaldo. Mas os cotovelos tratam-se, e as costelas também! Viu-se desde cedo que o jogo não sairía dali sem ser com a lotaria dos penaltys que acabou por acontecer, previsivelmente. Ricardo aí foi enorme! Tornou-se o primeiro guarda redes a defender três penaltys numa série de cinco na história do Mundial. E que defesas! Ronaldo marca o penalty decisivo e passámos às meias-finais do Campeonato do Mundo, 40 anos depois!

Seguiu-se o jogo contra a França, em Munique. Uma desilusão, morrer na praia! Tudo os nossos heróis fizeram para passar à final, mas nada puderam fazer contra o Anti-Jogo e as fitas dos gauleses. Mais uma vez o árbitro teve uma certa dualidade de critérios... Não gosto de parecer faccioso, mas se há penalty sobre o Henry, e há, também há penalty, momentos depois, sobre Cristiano Ronaldo e isso, para mim, é indiscutível! Para quem tanto nos acusou de jogo sujo, a França usou e abusou de quedas e faltas artísticas. Mas nós já estamos habituados. Diga-se que foi uma derrota à portuguesa: Jogámos melhor, demos uma lição de bola... Perdemos como sempre! Zidane voltou a ser o nosso carrasco! É sem dúvida um talento enorme que sai em grande! Zizou marcou profundamente o futebol actual, só o odeio mesmo por nos ter morto duas vezes! Até sempre Zidane... Até nunca Zizou!

O Mundial acabou para nós, da pior forma... Hoje, devo confessar, não estou muito disposto a falar do jogo. Todos nós vimos o que vimos, mas o que importa retirar deste jogo? O fair-play! A amizade entre os jogadores! Este jogo será, certamente, recordado pela rectidão dos atletas e dos ténicos. Outra chapada de luva branca a todos os nossos críticos!

Concluindo... Eu, pessoalmente, congratulo-me pela prestação da Selecção Nacional neste Mundial de Futebol. Ficámos em 4º lugar, podia ser melhor, mas somos a quarta melhor equipa do Mundo, nada mau para um país com 10 milhões de habitantes que teve de competir com países com o triplo ou o quádruplo da nossa população.
A grandeza de Portugal viu-se neste Mundial: A fé, as bandeiras novamente, a união nacional em torno de um objectivo, o optimismo, a esperança, a confiança... Foi um mês inesquecível!
Resta-me agradecer à Selecção Nacional! Este post pode ter sido um pouco maçador, pois repeti muito do que todos já sabem, mas fiquei indignado ao ver tantas pessoas a atacar a selecção que tanto apoiaram durante tanto tempo...
Para breve prometo um novo post sobre o presente e o futuro da nossa Selecção, depois de um ciclo vitorioso marcado por duas amargas derrotas em 4 anos...

Quem perde os seus bens, perde muito; quem perde um amigo, perde mais; mas quem perde a coragem, perde tudo. A arte de vencer aprende-se nas derrotas...

5 Comments:

At 3:22 da manhã, Blogger André S. Machado said...

Peço desculpa pela falata de imagens, mas por razões técnicas que me ultrapassam não as pude incluir no post. Espero resolver o problema em breve...

Gostaria só de acrescentar um pequeno pormenor: Força Itália!!!

 
At 1:08 da tarde, Blogger Tiago Gonçalves said...

Portugal 2008 :

Guarda-redes:Ricardo e Bruno Vale
Laterais:Miguel e P. Ferreira, Miguelito e Caneira
Centrais:Carvalho e Andrade,Meira e R.Costa
Médios: Petit e Manuel Fernandes, Moutinho,Deco, Tiago, R.Meireles
Alas: Quaresma e Ronaldo; Simão e Boa Morte
Pontas-de-Lança: Hugo Almeida, Varela e Maria Amélia

De certeza que não será assim...mas não vejo uma solução muito melhor que esta.

 
At 1:59 da tarde, Anonymous Anónimo said...

É preciso encontrar um defesa esquerdo, um nº 10 (ontem ficou mais que provado que deco deveria ser banido da selecção) e um avançado - Ricardo Vaz Tê, João Moreira(???).
Petit é uma anedota - o trinco terá de ser Fernando Meira (centrais Ricardo Carvalho e Jorge Andrade).
Maniche será obviamente titular, e falta o 3º homem (João Moutinho??, Carlos Martins???)do meio-campo...

 
At 12:37 da manhã, Anonymous Anónimo said...

"Quem perde os seus bens, perde muito; quem perde um amigo, perde mais; mas quem perde a coragem, perde tudo. A arte de vencer aprende-se nas derrotas..." Um autêntico filósofo do futebol!
Concordo com a maioria das coisas que disseste, mas esse entusiasmo todo às vezes é prejudicial, poruqe sofrem-se mais as derrotas.

 
At 5:30 da tarde, Blogger zorg said...

Há de facto penalty do Ricardo Carvalho sobre o Henry, tal como houve mão deliberada do Abel Xavier no Euro2000.

Não há penalty nenhu sobre o Cristiano Ronaldo, como é evidente, mas em Portugal não se sabe perder!

 

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