30 julho, 2006

O Valor dos Passes


Ao abrirmos os pasquins de hoje, constatamos que Luís Filipe Vieira aceitou os 18 milhões de euros por Simão. Muito se tinha falado de uma proposta de 15 milhões, cedendo ainda o italiano Marco di Vaio. A inclusão de Pablo Aimar no negócio também não foi tomada como ridícula.
Mas vejamos: Marco de Vaio tem o seu passe avaliado em 8 milhões de euros(segundo o transfermarkt.de). Ora 15 milhões + di Vaio são 23 milhões, ou seja, o clube da Luz faria o melhor negócio da sua história. Mas será, efectivamente, Simão tão superior ao avançado azurro ao ponto de custar mais 2 milhões de contos? Ruud Van Nistelrooy custou 15 milhões de euros ao Real Madrid. Vale a pena dar 3 milhões acima desse valor por um extremo que só alcançou sucesso num campeonato relativamente pouco competitivo como o português?
Simão abortou o negócio pois o clube che não chegou aos 2 milhões de euros anuais pretendidos. Ora a maior estrela do Valência, David Villa, recebe 1,8 milhões. Podia haver algum mal-estar no plantel se um jogador português, que ainda por cima não é titular na sua selecção e que vem de um clube actualmente inferior ao Valência no panorama europeu, passasse a ser o mais bem pago de um momento para o outro. Os espanhóis não menosprezaram Simão, pelo contrário. Mas este perdeu uma boa oportunidade para se valorizar e dar um salto ainda maior. Prejudicou-se a si próprio e ao clube. Apesar de achar que o preço não corresponde ao atleta, deixo ainda uma nota importante: se Paulo Ferreira custou 20 milhões ao Chelsea, então talvez o jogador formado em Alvalade encontrasse forma de sair e dar a ganhar ao clube vendedor um valor nunca antes visto para os cofres portugueses. Mas a formação de Abramovich é a única, neste momento, com dinheiro e coragem suficiente para apostar uma quantia astronómica no mercado português. Mas o Chelski não parece para aí virado.E para isso também contribuiu o Calciocaos.
Existem casos mais flagrantes de sobrevalorização de jogadores. Marco Ferreira tem o passe avaliado em 2,5 milhões de euros, enquanto o central Anderson tem um custo base de menos 500 mil euros que o ex-Penafiel. O valor de Quim ronda os 1,25 milhões de euros, enquanto o passe de Moretto ascende aos 1.5 milhões de euros.
Fora de portas, o Arsenal pede 44(!) milhões de euros por Ashley Cole. Visto que o lateral tem o passe avaliado em 17 milhões, os gunners parecem querer inflacionar o passe de forma exagerada, a roçar o ridículo. Roberto Carlos, na minha opinião ainda hoje superior ao inglês, não ultrapassa os 6 milhões e meio de euros. Numa altura em que Cannavaro + Emerson = 20 milhões ou Ibrahimovic + Buffon = 40 milhões, parece-me que o valor dos passes não se rege por qualquer lógica…

3 Comments:

At 1:03 da manhã, Blogger Nunovsky said...

LOL :(

Marco Ferreira :|

Obrigado pelas visitas

Cumprimentos ;)

 
At 4:41 da tarde, Anonymous Anónimo said...

O Di Vaio não vale, afinal, nada. Parece que foi dispensado e pode agora procurar equipa livremente.
Dito de outra forma, o italiano vale muito, mas no Valência era só ao final do mês que se fazia valer. Ricas vidas.

 
At 3:35 da tarde, Blogger dezazucr said...

A questão dos passes é uma questão de protecção de activos e especulação negocial. Protecção quando não se quer vender, pois um valor elevado intimida imediatamente os clubes interessados. Especulação negocial pois quando se quer vender começa-se com um valor alto de forma a que as propostas recebidas se aproximem. Se o Simão tivesse o passe a 10 milhões, por certo só surgiriam propostas na ordem de 6, 7 ou no máximo 8 milhões. Assim, aos 20 milhões surgem propostas de 15m para cima, embora não chegando, aproximando-se dos tais 20m (18m). A questão do Di Vaio, ou do Kluivert como chegou a ser falado tem muito a ver com a utiidade e a capacidade de encaixe desses jogadores (e para tal tambem contaría a motivação deles - já agora em quanto estaría avaliado o passe de LRobert antes de ser um jogador livre?). Podem valer 8 milhões, mas depois de uma má época, por quanto os conseguiría vender o Benfica? A questão do Simão querer também ganhar mais é também compreensível. Eu por exemplo apenas saíria de Portugal para fora se tivesse uma oferta muito superior. A proposta do Valência para ele era pouco superior ao que ele ganha actualmente no Benfica, onde é ídolo, e quer queiramos quer não, tirando as palas dos olhos, continua com visibilidade. Ele não tem de se preocupar em quanto ganha o Villa, tem de se preocupar é com quanto quer ganhar e se não quer aceitar a proposta porque quer mais, está no seu direito, ele que fique no Benfica pois será muito bem recebido. Mesmo que venham 18m, não é com Manús ou Paulos Jorges, que se consegue suprir a ausência de um jogador que foi dos mais consistentes do campeonato português dos últimos anos.

 

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