08 janeiro, 2006

Os meus onzes ideais

Mudança de ano é sempre, como até qualquer bebé recém-nascido sabe, uma boa altura para se fazerem balanços. Pois bem, como eu não me considero melhor nem pior do que os outros, também decidi fazer o meu próprio balanço. Mas não um simples balanço de 2005, pois parece-me que, decorrida que está a primeira semana de 2006, seria difícil analisar algo que já não tivesse sido esmiuçado até ao caroço. Por isso decidi fazer um balanço dos últimos 15 anos. Balanço de quê, perguntam os milhões de leitores. Não vou fazer mais suspense: decidi revelar finalmente quais são os meus onzes ideais dos três grandes do nosso futebol, na última década e meia. Até gostaria de ter ido mais longe no passado, mas na verdade a minha memória e, confesso, a minha colecção dos Cadernos de A Bolha não mo permitem. Como nem tudo são rosas, a minha próxima posta será dedicada aos onzes não-ideais dos mesmos clubes no mesmo período de tempo, isto é, a minha selecção de flops que passaram por Luz, Alvalade e Dragão (Antas) nos últimos tempos.

Sport Lisboa e Benfica

Onze ideal: Preud’homme; Veloso, Mozer, Ricardo e Schwarz; Vítor Paneira, Thern, Valdo e Simão; Isaías e Van Hooijdonk.

Suplentes: Enke, Luisão, Paulo Sousa, Poborsky, João Pinto, Nuno Gomes e César Brito.

Equipa técnica: Eriksson e Toni.

Reconheço que não foi uma tarefa muito fácil, encontrar um onze de grande qualidade para os últimos 15 anos da águia, claramente o pior período da sua história. Daí que muitos dos meus escolhidos pertençam aos primórdios dos anos 90, nomeadamente antes do aparecimento do poeta Artur Jorge, bem apoiado pelo sua direcção. Talvez a maior surpresa do onze inicial seja Pierre Van Hooijdonk, que apenas fez uma época na Luz e logo a pior de todas, em 2000/01, em que o Benfica terminou em sexto lugar no campeonato. Mas penso que, pelo que o holandês fez nessa época, mostrou ser o ponta-de-lança mais completo que vestiu de encarnado nos últimos anos.

Futebol Clube do Porto

Onze ideal: Vítor Baía; João Pinto, Jorge Costa, Ricardo Carvalho e Branco; Madjer, Costinha, Deco e Drulovic; Jardel e Derlei.

Suplentes: Silvino, Aloísio, Maniche, Jaime Magalhães, Timofte, Kostadinov e Domingos.

Equipa técnica: Mourinho e Robson.

Ao contrário do que aconteceu com o Benfica, o FC Porto viveu nos últimos 15/20 anos os melhores momentos da sua história. Por isso a dificuldade aqui foi escolher quem deixar de fora. Tive algumas dúvidas na escolha dos centrais, mas tendo em conta o equilíbrio de valores, optei por aqueles que participaram nas recentes conquistas internacionais do dragão. O mesmo aconteceu na escolha de Costinha para trinco e de Derlei para o ataque, em detrimento de, por exemplo, Domingos. Difícil foi também escolher o guarda-redes suplente, visto que, na ausência de Baía, ninguém se impôs na baliza azul-e-branca. Silvino pareceu-me a melhor opção. No banco coloquei Timofte, que, apesar de ter dado mais nas vistas no Boavista, foi dos jogadores mais elegantes que vi actuar nas Antas. No banco, naturalmente, Robson surge como adjunto de Mourinho, ao contrário do que aconteceu na realidade.

Sporting Clube de Portugal

Onze ideal: Schmeichel; Carlos Xavier, Luisinho, André Cruz e Leal; Pedro Barbosa, Douglas, Duscher e Balakov; Jardel e Acosta.

Suplentes: Ivkovic, Valckx, Oceano, Figo, Amunike, Quaresma e Liedson.

Equipa técnica: Inácio e Bölöni.

Apesar de sportinguista, esta foi a equipa que me deu mais trabalho a escolher. De um lado estavam jogadores com que eu simpatizava, mas que nada ganharam, de outro jogadores que foram campeões, mas que não me diziam tanto. Passo a explicar algumas opções. Para a baliza, um sector que tem sido muitas vezes mal preenchido nos últimos anos, optei por Schmeichel por ter sido campeão e por ter o nome que tem. No banco Ivkovic, pelo que fez nas duas primeiras épocas, mesmo que as duas últimas tenham sido um tormento. Luisinho nada ganhou, mas era a classe em pessoa. Nas laterais, Carlos Xavier fez as suas melhores exibições naquela posição e o mal-amado Leal ainda foi o mais completo lateral-esquerdo leonino dos últimos anos, deixando Rui Jorge a um canto. O meio-campo é mais ou menos consensual, sendo Douglas um dos meus jogadores-fetiche, que teve azar de jogar no Sporting numa altura complicada. Jardel e Acosta “deram” um campeonato cada um ao clube de Alvalade, por acaso os dois únicos conquistados neste período. Para orientar a equipa escolhi os dois treinadores campeões, mesmo assumindo que não são técnicos de top. Mas não havia mais escolha possível.

E prontos, são estas as minhas equipas-tipo de cada um dos grandes nos últimos 15 anos. O que é que a restante malta (da tropa ou não) tem a dizer?

11 Comments:

At 3:57 da tarde, Blogger Jota said...

Solteirão, obrigado pelo comentário e cá espero pelas suas selecções.

Em minha defesa digo o seguinte: Futre, Gomes e Mlynarczyk ficam de fora pois as minhas selecções foram feitas a partir de 1990, como expliquei. Senão claro que teriam lugar. Figo é suplente de Barbosa, porque, mesmo podendo ser melhor jogador, o pastelão deu muito mais ao clube, até em termos de títulos. Paneira era médio direito, enquanto Simão se tem destacado no lado esquerdo, como se sabe, daí que não sejam concorrentes.

Venham mais objecções, estarei cá para rebater! :-)

 
At 6:36 da tarde, Blogger José Cavra said...

Grande Tiago Castro! Jorge man, com este leitor temos que ter cuidado! ele é um acérrimo, um fanático ...
este rapaz disse em 2003 que o nosso porto ia ganhar a liga dos campeões.
Eu ri-me na cara dele e dei-lhe rótulo de ignorante futebolistico.
dps foi o q se viu...
tive q comer o meu chapéu!

 
At 11:28 da manhã, Anonymous Anónimo said...

Exercício divertido.
Também brinco.

SLB: Preud’homme; Miguel, Mozer, Ricardo e Schwarz; Vítor Paneira, Petit, Valdo e Simão; Isaías e Van Hooijdonk.
Suplentes: Enke, Luisão, Paulo Sousa, Poborsky, João Pinto, Nuno Gomes e Rui Águas.
Gajos quase quase a entrar: Rui Costa, Veloso e Thern .
Equipa Técnica: Toni e Camacho.


FCP: Vítor Baía; João Pinto, Ricardo Carvalho, Aloísio e Branco; Emerson; Maniche, Deco, Zahovic; Jardel e Derlei.
Suplentes: Hilário, Jorge Costa, Costinha, Madjer, Drulovic, Timofte e Domingos.
Gajos quase quase a entrar: Kostadinov, Jaime Magalhães e Paulo Ferreira.
Equipa técnica: Mourinho e Artur Jorge.


Onze ideal: Schmeichel; Carlos Xavier, Valckx, Naibet e Rui Jorge; Figo, Douglas, Duscher e Balakov; Jardel e Liedson.
Suplentes: Nelson, Luisinho, Paulo Sousa, P. Barbosa, Cadete, Quaresma e JVPinto.
Gajos quase quase a entrar: Oceano, Acosta e Silas.
Equipa técnica: Inácio e Jozic.

 
At 1:09 da tarde, Blogger José Cavra said...

Se é assim eu brinco tb.

Benfica: Preud Homme, Miguel, Mozer, Ricardo Gomes e Veloso.
Paulo Sousa, Vitor Paneira, João V. Pinto, Rui Costa, e Simão Sabrosa. Nuno Gomes

Porto: Vitor Baía, Joao Pinto, Alísio, Ricardo Carvalho e Branco.
Costinha, Maniche, Deco, Derlei, Jardel e Ricardo Quaresma.

Sporting: Schmeichel,Ricardo Rocha (lá estou eu com a minha mania de adaptar um central a lateral),André Cruz, Luisinho, e Rui Jorge.
Oceano, Luis Figo, Douglas e JVP. Balakov e Jardel

grandes equipas :)

 
At 1:34 da tarde, Blogger Jota said...

Como me pude esquecer de fazer o meu "Top of the Pops" das três equipas? Papá Urso, obrigado pela ideia! Aqui vai:

Onze inicial: Preud'homme; João Pinto, Mozer, Ricardo e Branco; Madjer, Thern, Deco e Balakov; Jardel e Isaías.

Banco: Vítor Baía, Luisinho, Douglas, Vítor Paneira, Valdo, Simão e Derlei.

Treinadores: Mourinho e Eriksson.

 
At 2:10 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Jorge, surpreende-me a dimensão da tua admiração pelo Xôr-Erik-Som (como dizia o meu avô)e pelo gajo porreiro que era o Jonas Thern, grande capitão das Suécias (e das suecas) de 92 e 94.
Fica-te muito bem.

Gabo-te a honestidade de deixares no banco um dos teus preferidos (o n.º 2, a seguir ao Balacov?), o Sir William Douglas. Jogador que conseguiste referir num exame de 11º ano sem prejuízo para a nota final. Ti recuerdas? Não é para todos.

Um abraço e vivó West Ham.

 
At 5:23 da tarde, Blogger Jota said...

Amigo Porfírio, sabes que eu não confundo as coisas. Posso ter actualmente alguma animosidade em relação à Instituição, mas tem a ver com a importância que lhe é dada neste país, mesmo num período em que o "nosso Porto" (salve Zé Cavra!) tem deixado o clube da Luz a léguas, nacional e internacionalmente. Revolto-me, por exemplo, com a importância que os jornais dão a um Mantorras, que se jogasse noutro dos grandes, não mereceria mais que uns rodapés de vez em quando. E por aí fora...

Dito isto, não me custa reconhecer que o Benfica, até 94, sempre foi tendo bons plantéis, com jogadores de classe internacional. Não me esqueço daquele fabuloso plantel de 92/93, que dava para fazer duas grandes equipas, mas que só permitiu ganhar a Taça ao Boavista, perdendo o campeonato para o Porto.

Tenho uma vaga ideia dessa cena do Douglas, mas não me lembro de pormenores. Deve ter sido brilhante.

 
At 6:37 da tarde, Blogger José Cavra said...

O Douglas era um jogador fantástico... e humilde.
na hora do adeus disse: "saio por uma questão de jogar... para o meu lugar tem o Peixe, que é um grande jogador".
Sr. Sérgio Conceição meta os olhos!
(por falar nisso acho q o Sérgio (ou Sérginho como lhe chama o papa urso) merece um post pela sua estupidez.

 
At 6:13 da tarde, Anonymous Anónimo said...

O Futre, o Gomes e o Figo, faltaram.

mas, bom post.

 
At 8:42 da manhã, Anonymous Anónimo said...

Como o Madjer e o J. Magalhães estão mal inscritos, já não jogavam em 90 eu colocava a titular o Zahovic ( duas épocas fabulosas nos anos do penta com Drulo e Jardel) e colocava no banco o S. Conceição.

 
At 5:13 da manhã, Anonymous Anónimo said...

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