31 janeiro, 2007

É tudo assim tão mau?

Constantemente a qualidade do nosso futebol é escamoteada por “paineleiros” e pseudo-intelectuais que sem conhecimento de causa fazem transparecer a imagem que a nossa SL se encontra ao nível do campeonato do Luxemburgo, Malta, Irlanda ou Chipre.
Estou a ser exagerado, mas já ouvi alguém dizer que a 2ª liga espanhola é mais apetrechada em termos qualitativos do que liga principal portuguesa.
Se a modalidade fosse o basquetebol ainda dava o braço a torcer mas assim é demais.
É certo que as assistências são fraquinhas, mas que esperar de um país mergulhado numa crise financeira que tarda em desaparecer?
Ainda hoje o irmão do Mats Jagunço disse-me: “Não me vão renovar o contrato! Amanhã já não vou trabalhar”
É esta a situação do país! Não esperem que este jovem se sinta na predisposição de desembolsar algum montante em numerário nas bilheteiras de um estádio.
Em Inglaterra os estádios estão sempre cheios?
Pudera, eles ganham 3 vezes mais do que nós.
Também gostava muito de pegar na minha família e ir Domingo sim Domingo não ao bonito Municipal de Aveiro. Não me importava com a época horrível que o Beira Mar estava a fazer, ia pelo simples gosto de ver um jogo ao vivo. Sim, é diferente para melhor.
Mas e o preço? Com tantas contas para pagar temos que abdicar da coisa mais importante das coisas menos importantes.
Reduzam o preço dos bilhetes, deixem as senhoras entrar de graça (quando acompanhadas pelo marido ou namorado) e certamente terão uma agradável surpresa.
A qualidade do nosso futebol é fraca?
Olhem que não, esta semana assisti a 5 jogos (Leiria–Porto, Paços de Ferreira–Braga, Belenenses-Benfica, Boavista-Sporting e Nacional-Marítimo) todos bastante interessantes.
Belos espectáculos em nada inferiores ao Atlético de Madrid-Racing de Santander ou ao Midlesbrough-Portmouth.
Nós somos vice campeões da Europa e semi-finalistas do Mundial, será que somos assim tão maus?

2 Comments:

At 11:45 da manhã, Blogger Unknown said...

A mentalidade portuguesa sempre foi de achar que o que vem de fora é que é bom e em relação ao futebol acontece a mesma coisa, já vi jogos de ligas onde se pagam ordenados muito mais altos aos jogadores uma grande seca...

 
At 1:15 da tarde, Anonymous Anónimo said...

A qualidade da nossa superliga não é das melhores, mas também não é das piores. Se atentarmos aos campeonatos da Holanda,Bélgica,Grécia,Suiça,Escócia e até mesmo da própria França, verificamos que a objectividade competitiva é similar à nossa. Existem três ou quatro equipas a lutar pelo primeiro lugar, duas ou três por um lugar de acesso às competições europeias e as restantes pela permanência. O que poderá distinguir estes campeonatos do nosso serão principalmente razões de ordem económica, social, cultural e até mesmo de cariz histórico, no resto quase tudo igual.Não refiro aqui os campeonatos nórdicos e da europa de leste, muito inferiores ao nosso.Quanto ao problema do futebol português penso que reside em factos de natureza económica, os preços exurbitantes praticados nos nossos estádios não se coadunam minimamente com as possibilidades financeiras do nosso povo, os clubes estão cada vez mais endividados, geram poucas receitas, estão cada vez mais dependentes da banca,e os associados servem apenas para gerar determinados tipos de folclore. O pais futebolistico é monopolizado pelos três principais clubes, secundarizado pelos restantes,tendo como principal responsável parte da comunicação social, associado a tudo isto a tacanhez mental de parte do nosso povo que parece acreditar em tudo aquilo que se vê ou se escreve. A Televisão tornou-se numa fonte de receitas dos clubes, que dela se tornaram dependentes, tal como nós, que preferimos o conforto da casa ao ambiente fantástico do estádio. Carlos Queiroz disse certo dia: "não gostamos de futebol" (discordo), "gostamos acima de tudo do nosso clube" (concordo).
A diferença dos campeonatos espanhol, inglês, alemão e italiano, para quem deste gosta, tem a ver com o poderio económico dos clubes,melhores jogadores, melhores espectáculos,o preço dos bilhets cessiveis a toda a familia, os horários decentes, mesmo sem descurar a tv proporcionando com isso melhores receitas, e acima de tudo uma comunicação social mais imparcial dando destaque a quem merece inedependentemente do historial do clube A, B ou C. Para finalizar uma referência ao protagonismo dado aos jogadores e equipas técnicas destes campeonatos coadjuvados pela secundarização de dirigentes.
No entanto o que é Nacional também é bom.
PS - Não me refiro ao Nacional da Madeira, espero sinceramente que o meu querido Sporting lhes faça a folha brevemente. Assim até evito ouvir comentários de um actor secundário com aspirações a principal mascarado de dirigente do nosso futebol!

 

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