04 março, 2006

Zé, o Calimero


Depois de ter sido dado como certo a treinar o Metro Stars dos E.U.A. , Zé Peseiro dá sinais de vida para contar o quão discriminado e menosprezado foi em Alvalade. Conta que Carlos Freitas tinha em mãos um lobby contra a sua pessoa, o que levava os adeptos a não exibirem faixas de apoio ao ribatejano.
E é assim que Zé Peseiro me explica não só questões relacionadas com futebol, mas com todo o fenómeno desportivo.
Nunca vi uma faixa de apoio a Co Adriaanse. Nem um cartaz com a cara de Ronald Koeman. E porquê? Reinaldo Teles e José Veiga têm, respectivamente, uma óbvia armadilha montada aos holandeses. Se um bando de energúmenos de uma claque tivesse cercado o carro de José Peseiro à saída de Alcochete, com uma chuva de very lights a deixar bem patente o descontentamento por um empate ou derrota, era bem provável que a culpa fosse do Pedro Barbosa ou dos tais “jornalistas amigos do Carlos Freitas”.
Peseiro não entende que nenhum treinador está constantemente rodeado de um “ambiente favorável”. A obrigação de um chefe é transformar um clima adverso num clima benéfico. Se não o consegue fazer não tem vocação para a tarefa e, logicamente, é incompetente. Nos primeiros tempos de José Mourinho no Porto, o setubalense ouvia regularmente nas Antas um saudoso “Joguem à bola, palhaços” dirigido à sua equipa quando o resultado não era o melhor. E o técnico dá a entender, na sua biografia, que estas manifestações espicaçavam os seus jogadores, incentivando-os a demonstrar aos adeptos que eles sabiam realmente jogar à bola.
Ao apontar Pedro Barbosa como causa do insucesso na época passada, Peseiro não só está a ser cobarde como também demonstra uma notória falta de pulso( mais que verificada): se nem no seu capitão, representante do treinador dentro das 4 linhas, o “campino” tinha mão, seria praticamente impossível ganhar algum respeito dentro do plantel. E se a braçadeira não mudou de mãos, talvez o “Croissant” não estivesse assim tão errado quanto à forma de liderança no balneário ou o medo de entrar em rotura directa com as principais figuras do clube era grande da parte do técnico.
“As decisões de maior desgaste, disciplinares e outras, tiveram de ser tomadas pelo treinador. Um simples regulamento interno praticamente nem foi implementado, creio que por receio de afronta aos jogadores.”Ora, se o treinador é um líder, a principal responsabilidade por decisões disciplinares tem de ser sua. Vale e Azevedo relegou Maniche para a equipa B do Benfica? Abramovich deu uma reprimenda a Ricardo Carvalho em frente do plantel do Chelsea, devido a uma entrevista? Ou será que o sujeito de ambas as frases é “José Mourinho”?
Nenhum regulamento interno estava definido? Então mas quem manda no balneário? O presidente, presença rara nos treinos? O líder do conselho fiscal? Os membros do conselho leonino? A Maria José Valério? O Jorge Gabriel? Não, o treinador, as regras que os jogadores cumprem são ditadas pelo treinador(raciocínio La Palissiano).
Porque para treinar não é apenas necessário saber jogar com o losango no meio-campo ou fazer a mítica "pressão alta"...

7 Comments:

At 1:40 da manhã, Blogger André S. Machado said...

Devo dizer que também nunca fui grande admirador de José Peseiro.
Não duvido que o "campino" até perceba de bola e seja um bom teórico do futebol, mas em questões práticas deixa muito a desejar, e mesmo como pessoa. A teoria de Peseiro era boa, realmente é bonito ganhar e dar espectáculo, mas para isso é preciso trabalho e disciplina, duas coisas inexistentes no plantel leonino na época passada. A arrogância característica de Peseiro também se torna estúpida, pois não acredito que seja má pessoa, inclusivamente, penso que o Zé até é bom rapaz, mas aquela tentativa de imitação de Mourinho, tal Couceiro... Isso não!
Em relação ao Pedro Barbosa... Se haviam problemas porque não resolvê-los? Agora que já foi tudo por água abaixo é que se atacam? Zangam-se as comadres, descobrem-se as verdades... Infelizmente para Peseiro.
Ó Zé, isso não te fica nada bem! Vai lá chorar com os teus toiros que também já deves ter um par como o deles, porque essa cabeça tá pesada como tudo...

 
At 1:25 da tarde, Blogger Jota said...

Este pseudo-treinador é sem dúvida o tipo mais anti-sportinguista que passou pelo Sporting. Para além de toda a trampa que fez, como comprovam os números (a carreira na Taça UEFA foi um acaso facilitado pelo calendário, que nos fez defrontar equipas holandesas e inglesas, com quem historicamente nos damos bem, até à final, onde perdemos o jogo que NÃO podíamos perder), agora ainda se sente no direito de não se calar sobre o Sporting, qual mártir de uma causa. Nem Octávio Malvado, que sabemos não ser nada rancoroso, teve um comportamento tão rasteiro quando deixou Alvalade. José Peseiro, o Perdedor, devia era ter a preocupação de tentar passar despercebido, para não despertar mais inimizades. Comigo, por exemplo, já conseguiu subir ao primeiro lugar na escala de ex-trabalhador-do-Sporting-mais-odiado, destronando o que eu pensava ser eterno Simão Sabrosa.

PS-Gilberto, que sejas bem regressado da tua hibernação!

 
At 7:47 da tarde, Blogger André S. Machado said...

Pah Jorge... O Peseiro é muito mau, mas o Simão! Não sei como não odiar o Simão. Ele é muito provavelmente a pessoa que eu mais odeio à face da terra! Peseiro foi um fracasso... Simão foi um êxito que se tornou numa besta.

 
At 11:38 da manhã, Anonymous Anónimo said...

Reconheça-se que, por entre muitos deméritos (são, de facto, muitos), o Sr. Peseiro teve um azar descomunal no ano passado.
Foi eliminado da taça por pénaltis, perdeu o campeonato na penúltima jornada e perdeu uma final da UEFA da forma como perdeu. Teve muito azar, reconheça-se. Nunca esquecerei o falhanço do Rogério em cima da baliza frente ao CSKA, lance que viria a originar o 1-3. Não há treinador que ensine a não falhar aqueles golos.

Três piquenas notas:

1 – Foi com Manuel Vilarinho ao leme que o Maniche foi relegado para a equipe B. Toni era o mister.

2 – Peseiro, no meio das suas inabilidades, conseguiu um extraordinário feito: Pedro Barbosa é hoje adorado em Alvalade como nunca foi em 10 anos de leão ao peito.

3 – Amem e odeiem como, quando, quem e quanto quiserem. Uma coisa tenho por certa: o ódio a Sabrosa deriva da camisola que veste. O resto são alibis que ajudam a compor o ramalhete.

 
At 12:27 da tarde, Blogger Jota said...

Caro Kaiser, não disse que não odiava o Simão. Mas a esse ainda tenho que reconhecer competência naquilo que faz. Mostrou serviço no Sporting e tem levado o Benfica às costas. E a culpa de ele não ter regressado a Alvalade é também nossa. O meu ódio deve-se às aparvalhadas declarações dele sobre o "meu querido Sporting" e a todas as manias que o anãozinho demonstra, desde o penteado, às tatuagens, às birras sobre ser ou não capitão, etc. O puto não presta. O Peseiro é outro caso, ele fez um trabalho horrível no Sporting. A treta do futebol espectáculo não interessa, se os amantes de basquetebol só quisessem espectáculo eram todos adeptos dos Harlem Globetrotters. E sabemos que não é assim. O circo é espectáculo, o futebol é competição, em que o melhor é quem ganha mais vezes, não o que dá mais toques de calcanhar.

 
At 12:34 da tarde, Blogger Jota said...

Sir Porfírio, o Peseiro teve azar, mas há quem atraia mais o azar que outros. Azar teve o Sporting em 1994/95, quando fez um belo campeonato, somando 78 pontos (nas contas actuais), mas ficando apenas em segundo devido ao melhor campeonato de sempre do Porto. Isso foi azar. Na mesma época tivemos azar quando fomos eliminados pelo Real Madrid na Taça UEFA pelos golos fora, depois de termos atirado quatro bolas aos postes, dois frangos do Lemajic e dois penalties por marcar. Isso foi muito azar! Agora perder com o CSKA, em casa, ainda por cima depois dessa equipa ter defrontado Benfica e Porto, logo devendo ter sido analisada até aos cabelos, é acima de tudo incompetência. Mesmo com o falhanço do Rogério. E no campeonato, mesmo com o pior campeão de todos os tempos, ficámos apenas em terceiro. E na Taça fomos eliminados nos penalties depois de termos desperdiçado duas vantagens no marcador. Se a sorte se procura, também há quem consiga atrair irremediavelmente o azar ou, se quiseres, o chamado factor Luís Campos.

 
At 12:58 da tarde, Anonymous Anónimo said...

"Há quem atraia mais o azar que outros"
Neste engraçado misticismo estamos de acordo. Aliás, longe de mim considerar o Peseiro como um grande treinador. Sabe umas coisas de tácticas e da enjoativa "pressão alta". Falta o resto. Que não é pouco.

 

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