O Adeus do "Bicho"
Terminou hoje a carreira de Jorge Paulo da Costa Almeida.
2 dias após completar 35 anos, o carismático capitão põe um ponto final na odisseia iniciada em Agosto de 1991.
Foi com as cores do Penafiel que o jovem central campeão do Mundo de sub-20 em Lisboa fez a sua estreia na divisão maior... e logo contra o nosso Porto.
Depois de novo empréstimo (agora ao Marítimo), Jorge Costa ingressou no plantel principal dos dragões em 1993.
A qualidade dos outros centrais azuis e brancos (Fernando Couto, Aloísio e José Carlos) relegou-o para o banco de suplentes.
Titular na selecção nacional era a 4ª opção no seu clube.
Na visita a Alvalade, Tomislav Ivic escalou um sempre militarista e ambicioso 6-3-1. 4 centrais subiram ao velhinho estádio José de Alvalade. 4 centrais guardaram estoicamente e com alguma (muita) sorte a vantagem que Domingos conseguiu logo aos 6 minutos aproveitando uma saída disparatada de Costinha.
A formula dos 6 defesas haveria de dar uma vez mais resultado na visita a Roterdão, com o nosso Porto a guardar a vantagem de 1 bola conseguida na 1ª mão.
Com o retorno ao esquema com 2 centrais, Jorge Costa voltou ao banco de suplentes.
Em 1996, já com Couto e Zé Carlos fora do plantel, nasceu uma das mais famosas duplas de centrais dos anos 90: Jorge Costa e Aloísio.
Recordamos com saudades (e alguma ira) 2 tentos obtidos no estádio da Luz, na época 1996-97. Na famigerada vitória por 5-0 para a Super Taça, desviou de cabeça um canto, fazendo o 3 a 0. Nessa mesma partida, Jorge Costa partiu o braço de Dimas em 4 ou 5 lugares.
Para o campeonato, aproveitou uma defesa para a frente de Preud´Homme, que não conseguiu segurar um livre de Barroso, e entrou literalmente com a bola pela baliza a dentro.
Entretanto o defesa central converteu-se no sucessor do histórico João Pinto, herdando a camisola nº2 e a braçadeira de capitão.
Em 2001 Octávio Machado chegou às Antas, perdendo Jorge Costa o estatuto de intocável. Reagindo mal a uma substituição, o capitão atirou a braçadeira para o chão. Foi punido e acabou por ser emprestado ao Charlton onde ganhou a alcunha "The Tank".
Com Mourinho regressou e foi peça fundamental em nova era dourada. Foi ele que ergueu a Taça UEFA em Sevilha, Taça dos Campeões na terra do Schalke 04 (assim evitam-se erros escusados) e a Taça Intercontinental em Tóquio.
No entra e sai de treinadores pós-Mourinho, o grande capitão acabou uma vez mais por abandonar o clube do coração. Co Adriaanse comunicou-lhe que era a 5ª opção.
A camisola do Standard de Liége foi a última.
Para trás ficaram 8 títulos de campeão Nacional, 5 taças de Portugal, 7 Supertaças, 1 Taça UEFA, 1 Liga dos Campeões e 1 Campeonato Mundial de sub-20.
Um herói, amado pelos seus, odiado pelos rivais.
Como homenagem, deixamos esta posta de Junho de 2005.
2 Comments:
Meu Deus, nem um comentário!!!!!
O Jorge Costa merecia mais respeito.
Não estivesse eu a fazer o papel de neutro neste blog... e juro q me partia a rir com o teu comentário Cassius.
Enviar um comentário
<< Home