22 agosto, 2005

67ª Volta a Portugal em Bicicleta

Estivemos lá quando foi preciso fazer a antevisão, voltamos agora para o rescaldo.
O nosso 1º post sobre a volta continha algumas erratas. David Barnabéu não participou, Pettachi idem e Sérgio Paulinho havia entretanto rumado ao estrangeiro.
Foram 10 dias carregados de emoção, onde o pelotão percorreu o país que infelizmente se encontra em chamas.
Passaremos agora em revista os principais factos e artistas da 67ª volta a Portugal em bicicleta.

Gilberto Simoni

Tal como previamos o líder da Lampre veio pura e simplesmente treinar.
Engaram-se aqueles que esperavam um Simoni demolidor na Torre e no alto da Sra da Graça.

Candido Barbosa

Claramente o homem mais forte da volta. Venceu 3 etapas, passou a montanha com classe e no contra-relógio de Viseu acabou a escassos 2 segundos de Claus Michael Moller.
Este seria certamente o ano de Candido, não fosse a escassa (ou nenhuma) informação sobre o novato Vladimir Efimkin.
Não teve "aquele" dia mau tão comum em edições anteriores, mas as contas saíram furadas à LA por 34 segundos.

Francisco Perez

A grande aposta da Maia Milaneza e favorito nº1 à partida.
O trajecto da prova não o favorecia, contudo demonstrou nas etapas da Torre ser o melhor trepador do pelotão.
Quando todos pensavam que iria partir para a vitória em Mondim de Basto, ficou "a pé" e perdeu mais de 5 minutos para o vencedor, Adolfo Garcia da Comunidade Valenciana.
No final da época vai abandonar equipa de Manuel Zeferino e rubricar um aliciante contrato com as Ilhas Baleares de Alexandro Valverde e companhia.

Nuno Ribeiro

Voltou à LA após ter sido despedido pela Liberty Seguros na sequência de um controlo anti-doping positivo que o obrigou a abandonar o Giro de Itália.
Com a preparação "trocada" o vencedor de 2003 esteve longe da forma que nos habituou.

Vladimir Efimkin

Agarrou a amarela na 3ª etapa, onde ganhou cerca de 2 minutos e meio á concorrência e nunca mais a largou.
Natural de Samara, pequena cidade industrial do sudoeste da Russia, este "rookie" de 23 anos surpreendeu tudo e todos pela sua valentia e pela maneira como segurou o 1º lugar.
Não se pense que Efimkin é ou virá a ser um grande ciclista. Pedala pesado, fazendo-nos lembrar Jan Ulrich, contudo está a anos luz do alemão da T-Mobile.
Um erro táctico das principais equipas nacionais entregou-lhe a vitória. 2 minutos e 30 é muito tempo para se recuperar em 7 etapas, sendo que somente em 2 delas se pode realmente ganhar tempo.
Francamente mal a Maia e a LA.

Organização
Nota negativa para a organização do evento. Sabemos que razões burocráticas assim o obrigaram, mas acabar com a chegada ao alto da Torre é simplesmente ridículo.