18 abril, 2005

"Borra" na Luz?

O meu amigo Materazi Tavares da Silva, partiu no passado dia 8 de Abril rumo à China, vendo o seu Benfica com 6 pontos de avanço na liderança.
Mat, meu amigo de infância, é um homem que se movimenta no circuito mundial numa procura exaustiva de novos talentos, mantendo contactos com os maiores emblemas.
Voltando ontem à noite a este belo país à beira mar plantado e ao dar uma vista de olhos sobre a imprensa desportiva, Mat fica perplexo entrando no desespero agudo que assola os 6 milhões.
Liga-me tentado encontrar justificações para o sucedido:"José, que se passa? o que aconteceu ao Benfica? Fomos roubados?"
"Elementar, caro Mat esta-lhes a dar a Borra" . retorqui eu.
Pois é caro leitor, a borra é aquele estado de espírito derrotista que ataca as equipas que não possuindo o estofo de campeão, se vêm como que por obra do acaso na liderança do campeonato. Casos de Borra se têm manifestado por essa Europa fora, por exemplo na Holanda o AZ Alkmar, na Alemanha o Shalck04, o Lille em França e a semi Borra do Barça na vizinha espanha, só para citar algumas.
No caso do Benfica a borra tem-se manifestado sobretudo em 2 dos seus mais carismáticos jogadores, Simão Sabrosa e Nuno Gomes.

Simão é um exemplo de borra em derbys, clássicos e jogos com estádio cheio. O capitão encarnado fica com os joelhos a tremer, suor frio, indisposição intestinal e como consequência fica alheio ao jogo só não sendo substituído porque o treinador (que ainda não sabe que segundo as novas leis se podem operar 3 substituições) insiste em tirar Geovanni e Nuno Assis.

Por sua vez Nuno Gomes é um exemplo de borra complexa e de mais díficil explicação. A borra de Nuno obriga-o a procurar conforto nos defesas contrários. Por vezes questiono-me sobre quem marca quem. São os defesas que marcam Nuno Gomes, ou o contrário?
Afectado pela borra Nuno esconde-se atrás dos centrais contrários, de modo aevitar o contacto visual com a baliza e responsabilidade de decidir a partida.
Em jeito de conclusão, explico o efeito inverso, ou seja quando a borra subitamente se transforma em raça e a equipa desata a ganhar jogos comprimindo tudo o que lhe aparece pela frente. A Académica de Nelo Vingada e o Rio Ave de há uns anos atrás sentiram o efeito "borra passa a raça" e após primeiras voltas decepcionantes, arrancaram para uma segunda metade do campeonato digna de um campeão europeu (por exemplo o nosso Porto de Mourinho).
Será que a Borra vermelha vai ser ultrapassada? ou ficará o Benfica contaminado para o que resta do campeonato com esta praga que ataca equipas medianas,mediocres e ex-gloriosos?Esperem para ver...

Nota: Borra = conceito da autoria do meu amigo pessoal Dr. Augusto Justo, licenciado em futebol de ataque com especialização no passe lateral, aprofundado no seguinte blog.
http://futeblog-total.blogspot.com