04 janeiro, 2007

Justiça para Simão e Quaresma

Ultimamente muito se tem escrito sobre os feitos de Cristiano Ronaldo em terras de sua majestade.
Disse o meu camarada de trincheiras, mas não de clube, Jorge Kataklisman que Ronaldo aos 21 anos é uma estrela em Manchester e que com essa mesma idade Ricardo Quaresma e Simão Sabrosa haviam falhado em Barcelona.
É certo os dois falharam no exigente tribunal da Catalunha, mas não fosse Sir Alex Fergunson e o jovem madeirense certamente já haveria retornado a Portugal fazendo as delícias de outro clube que não o Sporting.
Os primeiros tempos do miúdo em Inglaterra não foram nada, mesmo nada fáceis!
Simão Sabrosa rumou a Barcelona em 2000, esse mesmo ano em que Luís Figo, então alcunhado de “pesetero”, “figo de puta”, “cabron”, “coño”, e “mercenário”, havia-se tornado no 1º galáctico de Florentino Perez.
A verdade é o actual capitão do Benfica pegou de estada, ocupando a vaga que o seu compatriota desertor havia deixado no lado direito do meio campo.
Lembram-se do Barcelona – Real Madrid de 2000? Esse mesmo em que Figo teve que deixar os pontapés de canto para Roberto Carlos, tal era a chuva de objectos sempre que o nº10 merengue se aproximava da bandeirola.
O Barca venceu por 2-0 com golos de Luís Enrique e ... Simão.
Tudo corria bem até que já bem perto do final da 1ª volta, Simão foi vítima de uma bárbara agressão de Ayala.
Perdeu quase a totalidade da 2ª volta e assinou pelo Benfica que tentava reestruturar a equipa depois do frustrante, penoso, horrendo, assombroso, ridículo 6º lugar.
Quanto a Quaresma, é verdade que falhou por completo em Barcelona. Esteve para falhar novamente no Porto, mas para mal dos nossos pecados ganhou “cabecinha” e é neste momento o jogador mais valioso de uma das melhores equipas do Mundo.
Sim, por muito que custe à concorrência, o Futebol Clube de Porto é uma das melhores equipas da actualidade, em nada inferior ao Manchester United de Cristiano Ronaldo.
Que tal dar ao “ciganito” o crédito que ele merece?
Fala-se tanto em Figo, Ronaldo, Deco e esquece-se o melhor jogador de campo a actuar em Portugal?

17 Comments:

At 7:31 da tarde, Anonymous Anónimo said...

O Simão foi para Barcelona em 1999.

 
At 9:07 da tarde, Blogger José Cavra said...

Ops... desculpem-me blogueiros.
Lapso da minha parte ao nível dos erros de Moretto.
Mas o Simão nao foi para lá qdo o Figo saiu?

 
At 9:32 da tarde, Blogger Jota said...

Confirma-se Cavra, o vosso capitão saiu do Sporting em 1999 e jogou um ano com Figo. Se tivesse saído em 2000 teria sido campeão pelo Sporting.

Concordo que Simão e Quaresma são dois excelentes produtos da escola verde-e-branca, mas não me parece que tenham chegado ao nível de Ronaldo. E este só tem 21 anos, contra 23 do cigano e 27 do anão.

Simão é a alma do Benfica, mas, apesar de todo o folclore, ninguém ainda fez força suficiente para o levar de novo para o estrangeiro. Na selecção, como sabes, raramente o gajo tem atingido um nível aceitável, apesar de ter feito um bom Mundial.

Quaresma tem a mesma magia de Ronaldo, mas, por razões físicas, dificilmente chegará ao nível deste. Quaresma é e será sempre um extremo e pode ser dos melhores do mundo. Mas Ronaldo pode jogar em qualquer posição ofensiva e tem muito mais capacidade de finalização, tanto com o pé como com a cabeça. É por todo este conjunto único de qualidades que eu tenho feito publicidade ao madeirense.

Que o Porto é tão forte como o Manchester pode discutir-se, mas não se pode discutir que a Premier League é muito mais exigente que a Liga Bine. Acredito que Simão e Quaresma, se fossem para lá, iam penar um bocadinho para terem a influência que têm cá. E não me parece justo dizer que é só por ter o Ferguson a treiná-lo que o CR vingou em Manchester. Que dados objectivos tens para dizer isso?

 
At 10:27 da tarde, Blogger José Cavra said...

Jorge, a situação de Ronaldo em Manchester é smp tema de conversa nos meus jantares com o ppl.
Diz a malta q o Ronaldo qdo foi para Manchester teve dificuldades de adaptação e q qdo sentia saudades de casa, o Alex Fergunson deixava-o vir até cá.
Duvido q tivessem essa paciência com ele em Camp Nou.

 
At 10:41 da tarde, Blogger José Cavra said...

Fico triste por ninguém partilhar o meu gosto/ admiração por Carlos Cardoso, mas ok. continuarei a lutar.

 
At 10:47 da manhã, Blogger Jota said...

Bem, mas isso não é um exclusivo de Ferguson, mas sim uma característica própria de todo o futebol inglês, a paciência. Como sabes o Alex só foi campeão no MU pela primeira vez sete anos depois de ter chegado. Qual era o grande clube fora de Inglaterra que teria essa paciência, mesmo que estivesse a atravessar um grande jejum? Ronaldo desde logo mostrou ser um jogador especial, por isso o Ferguson compreendeu os momentos menos bons, naturais para um puto de 18 anos, e nunca desistiu dele. Fez bem ou fez mal?

 
At 11:51 da manhã, Anonymous Anónimo said...

Não tenho dúvidas em afirmar que, desde que me vidrei militantemente no Benfica, os melhores jogadores que por aquela casa passaram foram o Preud´Homme e o Simão Sabrosa e com isto muito fica dito sobre o que penso do extremo benfiquista.

O Ricardo Quaresma é um jogador magnífico a quem um dito louco holandês fez muito bem, dando consequência a um talento tantas vezes desperdiçado por fintas estúpidas e remates abobados Psicologicamente tem que evoluir um pouco, por forma a tornar-se mais disciplinado e adquirir verdadeiro espírito de grupo. Terão sido essas carências espirituais que, quanto a mim, levaram Scolari, justa ou injustamente, a deixá-lo fora do Mundial.

O Cristiano Ronaldo vai chagar mais longe porque é simplesmente melhor. Acredito que possa vir a ser o melhor jogador português de sempre e essa coisa a que se chama “melhor do mundo”, embora, como já disse, não tenha esses feitos como certos. Oxalá consiga.

Independentemente das suas enormes capacidades, é óbvia a importância que o treinador do MU teve na sua evolução, protegendo-o, ensinando-o e incentivando-o incondicionalmente. É bom que Ronaldo valorize essa paciência e por ela esteja muito grato. Este ano aparece mais inspirado e empenhado que nunca em retribuir o trabalho que o escocês lhe dedica. O velho Ferguson merecerá todas as alegrias que o craque português lhe puder proporcionar.

Ps: “Fala-se tanto em Figo, Ronaldo, Deco e esquece-se o melhor jogador de campo a actuar em Portugal?”. Com o devido respeito considero que existe aqui alguma imprecisão. É que não se fala assim tanto do Deco.
Ele sim, se poderá considerar vítima de discriminação pela comunicação social portuguesa.
Uma tremenda injustiça sobre aquele que, desde a sua “nacionalização”, tem sido o melhor jogador português.

 
At 2:11 da tarde, Blogger José Cavra said...

Claro q Alex Fergunson fez bem.
É preciso ter calma com certos jogadores.
Por exemplo o Porto precipitou-se com Diego...
Qto a Deco, sim é verdade. Não deveria constar no texto.

 
At 4:52 da tarde, Blogger Jota said...

Ainda em relação a paciência, ou falta dela, acho que o Barcelona nem é dos piores casos. Recordo o início horrível de Rijkaard, que em 2003/04 terminou a primeira volta em 7º, a 16 pontos do líder e apenas 7 pontos acima da linha-de-água. Muitos teriam corrido logo com ele, mas o Barça nunca deixou de confiar. E a segunda volta foi espectacular, com o Barça a terminar em 2º, a apenas 5 pontos do campeão. Nas duas épocas seguintes foi o que se viu.

Simão ainda esteve lá dois anos e jogou sempre mais de 20 jogos por ano, só no campeonato. Será que podiam ter tido mais paciência com ele? Talvez sim, talvez não. E acredito que seja mais fácil a um jovem luso adaptar-se a Barcelona do que a Manchester, se pensarmos no clima, na língua, na alimentação, na proximidade ao país de origem, etc.

 
At 7:35 da tarde, Blogger Tiago Gonçalves said...

Estou em total acordo com o Porfírio quando ele refere a relativa discriminação que é feita ao Deco. Penso que esta não parte somente da Comunicação Social, pois mesmo nas discussões de café é normal ouvir o tuga a dar muito menos destaque(em termos de proporção com o sucesso que tem, compreenda-se) ao ex-Salgueiros do que a qualquer outro craque no estrangeiro.
O homem dos olhos à chinês foi, para mim, o melhor português a actuar no estrangeiro em 2006. Ganhou quase tudo e tem uma influência no Barça que não fica muito atrás de Ronaldinho Gaúcho( e se levar em conta a prestação do dentuça no Mundial, visivelmente necessitado de um jogador como Deco, devo dizer que não fica mesmo nada atrás). Ainda há pouco tempo, no Mundial de Clubes, tive pena de apenas ter tido a possibilidade de ver o resumo do Barcelona - América, pois, ao que parece, aquele estádio parecia um museu, tendo em conta as obras de arte que se observaram, muitas delas com assinatura do luso-brasileiro.
Porém, o Record publicou uma sondagem subordinada ao tema "O Melhor Jogador Português", que dava uma vitória esmagadora ao Ronaldo, ficando o Deco poucos pontos percentuais acima do Ricardo Carvalho. Se o Anderson Luis de Souza de São Bernardo do Campo, formado no Corinthians Alagoano, fosse o Horácio da Silva Pereira da Póvoa do Varzim, formado nas escolas do Sporting, Benfica ou Porto, aposto que já era um Deus a quem o adepto tuga prestava culto.

 
At 7:50 da tarde, Blogger Jota said...

Embora reconhecendo todo o valor futebolístico ao Deco, de certa maneira compreendo algumas reservas em relação a ele. Ao contrário de Podolski, Klose e Asamoah, por exemplo, que emigraram para a Alemanha com a família quando eram chavalos e começaram a jogar futebol naquele país, Deco fez toda a formação no Brasil e só veio para cá com idade de sénior e especificamente para jogar futebol. Quando pediu a naturalização ele próprio assumiu que o fez sobretudo pelo interesse em ser comunitário e, assim, ser-lhe mais fácil transferir-se para o estrangeiro. Depois, quando percebeu que não iria jogar na selecção brasileira (se tivesse esperado mais uns dois aninhos, se calhar ainda ia lá), lá começou a alinhar por Portugal.

A mim não me incomoda nada, porque como já escrevi, para mim as selecções são mais folclore que outra coisa, que servem para levar aos estádios os meninos e as meninas que não sabem o que é um fora-de-jogo. Se o amor à camisola nos clubes já é assunto praticamente encerrado, para lá caminha no que respeita às selecções. Para mim fazia mais sentido as selecções serem representadas pelos jogadores que jogam no país, independentemente da nacionalidade. Que sentido faz um Manuel da Costa, que não diz duas palavras seguidas na língua de Bocage, representar Portugal?

 
At 9:20 da tarde, Blogger Mats Jagunço said...

Jorge, será assim tão mau se jogou mais de 20 jogos por ano? Quantos fez o Quaresma? Também penso que com o gitano não tiveram paciência, mas deve-se ter paciência com quem a merece. A ideia com que fiquei foi que o Quaresma chegou lá pouco humilde, com pouca vontade para aprender. Pelo menos foi a ideia que sempre me transmitiu. Já Ronaldo me pareceu o contrário.
Confesso que quando ambos despontarm no Sporting sempre achei Quaresma com mais potencial (hoje é capaz de não ser bem assim), mas disse desde logo a um grande amigo sportinguista que o futuro seria mais risonho para Ronaldo porque ia ter um grande grande professor... Ao que parece não me enganei!

 
At 9:18 da manhã, Blogger José Cavra said...

Pouco tempo dps da ida para a Catalunha, Vi o Quaresma em Aveiro num jogo dos Sub-21, o homem nao fez a ponta de um corno.
Ele e o Ednilson fizeram um jogo miserável.

 
At 11:28 da manhã, Blogger Jota said...

Mats, quando eu referi que o Simãozinho fez mais de 20 jogos por época no Barcelona foi mesmo para frisar isso: ele não se pode queixar de falta de oportunidades. Se esteve lá dois anos e fez quase 50 jogos no campeonato, pode queixar-se de falta de paciência? Ou será que simplesmente não mostrou a qualidade necessária para permanecer em Camp Nou (ou Nou Camp, nunca sei)?

Quanto ao vedetismo do Quaresma e do Ronaldo acho que anda ela por ela. O que penso é que o madeirense teve mais arrogância positiva que o cigano, isto é, confiou mais nas suas capacidades. O Quaresma agora parece já ter atingido esse patamar. Veremos se confirma a teoria, se voltar a jogar no estrangeiro.

 
At 1:33 da tarde, Blogger José Cavra said...

A coisa é fácil.
Simão é um grande jogador, mas nao é um génio.
Quaresma e Ronaldo são.

 
At 2:24 da tarde, Blogger Jota said...

Ora bem Cavra, agora definiste bem a questão. A única ressalva é que o ciganito ainda vai ter de provar muita coisa, tanto na selecção como, provavelmente, numa liga estrangeira. Valor tem, veremos se tem o resto.

 
At 3:54 da tarde, Blogger Mats Jagunço said...

Também não tenho dúvidas que Quaresma e Ronaldo poderão estar num patamar acima. Têm de longe muito mais armas para jogar no 1x1, pois quando falta a velocidade ao capitão do Benfica "resta-lhe" a qualidade de passe e remate. Faltava-lhes "vontade" de jogar para a equipa em vez de jogarem para o próprio umbigo, mas felizmente para o futebol português (no caso do ciganito, infelizmente para o meu benfica) a mentalidade deles tem mudado.
Relativamente à atitude competitiva quando saíram, continuo a achar que peça chave é mesmo Sir Alex... Isso ninguém me tira da cabeça! A Ronaldo atribuo o mérito das fantásticas capacidades que tem, na capacidade de acreditar nele próprio e seguramente na capicade de ouvir quem tem muitos anos disto num clube de topo.

 

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