13 março, 2005

Explicações

O país encontra-se em estado de choque, esqueçam a tomada de posse do governo, esqueçam os 2-3 dados pelo sporting em Inglaterra, esqueçam o frango (+1) do Ricardo, esqueçam o aumento exponencial do desemprego, ... O Benfica após 25 jornadas encontra-se a liderar a Super Liga GalP Energia sem chumbo 98.
Como é possível a equipa q a par de beira-mar, porto, gil vicente, penafiel, estoril, boavista, sporting (a espaços), rio ave, vitoria de setubal (era rachão), académica e moreirense, pratica o pior futebol da SL, se encontre em 1º?!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Para isso muito contribuiu (há quem diga que contribuiu na totalidade) a derrota impiedosa q o nosso porto sofreu em pleno dragão ás mãos da nacional de joão carlos pereira, outro grande pensador em portugues da geometria analítica do futebol.
Se analisarmos os factos, o porto 2004.05 fora de portas é mais forte dq qualquer um dos nossos portos de José Moreirinho.
Como se pode justificar a maldição do Dragão?
Não há guarda Abel? A demolição do tunel das antas? um certo envelhecimento de jorge nuno? a saida de Poncio Monteiro do painel de comentadores da rtp1?
O artigo seguinte, furtado a um blog de reflexão sobre o pos modernismo no nosso futebol, pode-nos ajudar a compreender um pouco sobre a maldição do dragão.
Espero não ter problemas com os moderadores do referido blog, mas se tiver arrisco-me a 2 ou 3 sumaríssimos e resolve-se tudo.
Façam um paralelo entre Tavares e os jogadores do nosso porto e de certeza q irão compreender o que se está a passar.

por Augusto Justo
Não há expressão mais coerente para designar o estado de espírito pós moderno, que assola os futebolistas portugueses desde o crepúsculo da modernidade, do que a Borra. A Borra é um estado psicossomático que atinge os futebolistas e que consiste num misto de medo, de pequenez, de angústia existencial bebida em Kierkegaard e, amiúde, forte indisposição gastro-técnico-tático-intestinal.A Borra é, portanto, um estado próximo do gasoso que caracteriza qualquer equipa portuguesa que jogue fora de portas e, indoors, qualquer equipa que vá jogar às Antas.O seu uso lexical deve ser acompanhado pelo verbo “dar”. Assim, quando, a título meramente exemplificativo, a pequena equipa X vai jogar ao infernal e superlotado estádio da grande equipa Z, mete-se no ferrolho e não acerta um passe, acabando por perder o jogo por 4-0, é caso para dizer que lhes “deu a borra” quando entraram em campo. O mesmo se aplica a jogadores sem forte estrutura psicológica, reflectindo-se a mente fraca nos joelhos que tremem e no suor frio quando se posa para a fotografia. A esse estado, segue-se um jogo miserável, sem fio nem linha, repleto de passes errados. Quando esse jogador é substituído, às razões tácticas invocadas pelo mister, deve sempre acrescentar-se uma outra: “deu-lhe a borra e teve de sair”. A borra é o antónimo da raça. A um jogador raçudo raramente lhe dá a borra nos grandes momentos. Quando muito, pode revelar insuficiência psicológica através de uma raiva incontrolada que desagua em expulsão ridícula (vermelho directo) por agressão bárbara a um adversário, sem aparente razão. E isso nunca é sinónimo de lhe ter dado a borra. Continua a ser uma inegável demonstração de raça.O exemplo paradigmático – mítico até – da maior borra de sempre do futebol português aconteceu a 1 de Março de 1995: o jogador Tavares pisou S. Siro com a chemise do Benfica e, aos 23 minutos de jogo já houvera sido substituído por Kenedy, sem nenhuma razão aparente. Tavares não aguentou o ambiente infernal daquele estádio. Os joelhos tremiam, o suor era frio, o seu fio de jogo era menor que zero. Sentiu náuseas e quase se urinou pernas abaixo. Pediu a substituição. O que é que lhe deu? Deu-lhe a borra total.