14 setembro, 2005

Euro 92

Aconteceu no inicio dos anos 90 um evento com um dos finais mais surpreendentes de sempre. Não, não foi nenhum concerto da Dina com o encore do “Amor de água fresca”, mas sim o mítico Euro 92, realizado na Suécia. Quatro anos antes de Baia ter sido fuzilado com a maior chapelada de todos os tempos, o técnico dinamarquês em fim de carreira Richard Moller Nielsen recebeu uma chamada da federação de futebol do seu país para orientar a selecção nacional na competição. O mais caricato é que a Dinamarca não se tinha qualificado, ficando em 2º no grupo de apuramento, atrás da Jugoslávia. Porém, perante as dificuldades causadas pela guerra, os jugoslavos foram obrigados a cancelar a sua participação. Peter Schmeichel, Nielsen, Sivebaek e Bian Laudrup foram obrigados a adiar as suas férias nas praias do Mediterrâneo para reforçar o contingente dinamarquês…o inofensivo contingente dinamarquês, pensavam os alemães e holandeses(campeões europeus), favoritos na conquista do título.

Os escandinavos até começaram bem, empatando com a Inglaterra a 0 golos, mas perderam a partida seguinte, por 1-0, com os anfitriões suecos que contavam com o goleador Tomas Brolin. Tudo parecia acabado. A maior parte dos titulares indiscutíveis não estava presente e, devido a problemas físicos, outros abandoram o torneio. Eis que, num golpe genial, só acessível a craques portentosos como um Brian Deane ou um Bruno Gimenez, Lars Elstrup desfaz o empate do marcador do Dinamarca – França e factura o 2-1 a 10 minutos do fim, perante a estupefacção do guarda-redes francês Bruno Martini. Os gauleses, treinados por Platini e com Jean Pierre Papin no 11 inicial, quedava-se pela 1ª fase.
Riram-se, provavelmente(eu não estive lá para ver), os holandeses, quando souberam que a equipa que iriam defrontar na fase seguinte era composta por uns nórdicos cansados, desejosos de férias no Algarve ou em Ibiza, sem grande prestígio. Pois Henrik Larsen abriu o marcador para a Dinamarca logo ao minuto 5, com o homem que tem medo de andar de avião, Dennis Bergkamp, a empatar 20 minutos depois. O mesmo Larsen bisou 10 minutos volvidos e a Dinamarca esteve em vantagem até ao minuto 86, quando o médio que passou por Alvalade mas nunca ninguém viu jogar Frank Rijkaard bateu o guardião dinamarquês. Na marcação das grandes penalidades a lenda Marco Van Basten falhou e a laranja mecânica ficou pelo caminho.

Na noite do dia 26 de Junho de 1992, em Gotemburgo, o estádio Ullevi encheu para, como quase todos esperavam, ver a Alemanha conquistar o seu 3º titulo europeu. Illgner, Matthias Sammer, Juergen Klinsmann, Stefan Effenberg e companhia já pensavam na festarola que iriam organizar para comemorar a vitória. Só que, contra todas as expectativas, o médio dinamarquês John Jensen abriu o activo aos 18 minutos, enlouquecendo os milhões de espectadores que assistiam ao jogo pelo mundo fora. Peter “adoro espancar os defesas” Schmeichel começava a contruir a sua fama de melhor guarda-redes a nível mundial efectuando defesas fantásticas que deixavam todos de boca aberta. Ao minuto 78 Vilfort colocou um ponto final no encontro e os tais nórdicos em que ninguém acreditava fizeram a festa e levaram o caneco para casa. O futebol tem coisas mesmo engraçadas…


Dinamarca: Schmeichel, Piechnik, Olsen, Nielsen, Sivebaek(Christiansen 68), Vilfort, Jensen, Larsen, Christofte, Brian Laudrup e Povlsen.

Alemanha: Illgner, Reuter, Kohler, Helmer, Buchwald, Brehme, Hassler, Effenber(Thom 80),Sammer(Doll 45), Klinsmann, Riedle.

2 Comments:

At 12:41 da manhã, Anonymous Anónimo said...

Que grande cultura desportiva.

 
At 5:17 da tarde, Anonymous Anónimo said...

tipo grécia.

só q nós tinhamos o ricardo na baliza.não,charisteas,não é preciso agradecer.

 

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