23 março, 2005

Júlio Cernadas Pereira (JUCA)


Vamos agora obrigar o amigo(a) leitor(a) a exercitar um pouco a mente e recordar o percurso de Júlio Cernadas Pereira, "Juca" para os amigos , como selecionador nacional.
Com a espinhosa missão de dirigir uma selecção em frangalhos no pós Saltilho, Juca cedo se apressou a abrir as portas do estrelato a grandes pensadores (comos pés) do futebol português.
Nomes como Costeado (Vit. Guimarães), Adão (Vit. Guimarães), Jaime das Mercês(Belenenses), Jorge Plácido (Desp.Chaves), Coelho (Boavista), Parente(Boavista), Nascimento (Vit. Guimarães), Carvalho(Vit. Guimarães), João "Skoda"Santos (Portimonense)

e os guardiolas António Jesus (Vit. Guimarães) e EduardoLúcio (Varzim), começaram a ser presença assídua nas convocatórias.

Na campanha para o Euro-88 a disputar na Alemanha, Portugal encheu de alegria os palcos europeus, sendo de salientar o empate a 2 bolas, conseguido na pérola doAtlântico, diante da sempre incómoda selecção de Malta.
Infelizmente, os comandados de Juca acabariam por falhar a presença na Alemanha(o futebol às vezes prega-nos destas partidas).
"Este homem merece uma 2ª oportunidade! Temos que dar continuidade ao seutrabalho", pensou certamente o Dr. Silva Resende (uma espécia de Gilberto Madaíldos 80s) e Juca lá permaneceu no comando técnico sendo o timoneiro da caravela lusitana rumo ao Itália90.
Uma fase de qualificação algo conturbada onde Silvino (+ tarde Silvino Louro)rubricou exibições elucidativas do porquê da internacionalização precoce deVitor Baía. Grandes frangos (na verdadeira essência da palavra) contra a Bélgica na Luz(1-1) e mais tarde em Praga (2-1) contra a saudosa Checoslováquia, fizeram comque Portugal chegasse ao ultimo jogo com as contas do costume. Era o triste fado lusitano em todo o seu esplendor, ganhar aos checos por 4-0.Com a luz engalanada, cedo se percebeu que seria muito díficil marcar 1, quanto mais 4.
Os assobios multiplicavam-se e Juca tem então um rasgo que demonstra agenialidade só ao alcance dos predestinados.Com 4(xiça 4??!) pontas de lança (ainda dizem que há falta deles) em campo e com 20minutos para se jogar, arrisca a táctica do "chuveirinho" perante um Steichkel(Gr) com 1,97mts e uma linha de defesas checos onde o mais pequeno era o médiodefensivo (nessa altura não se falava em trincos) com cerca de 1,85mts.
No final o teimoso 0-0 manteve-se e checoslováquia foi juntamente com a Belgica ao Mundial, caindo ambas nos oitavos de final diante Alemães e Ingleses respectivamente.
Juca veio a abandonar a selecção sendo-lhe vetado (injustamente diga-se depassagem) o direito de dirigir a selecção rumo ao Euro-92.Portugal viria a falhar uma vez mais a qualificação, bem feito!