02 maio, 2007

Reconhecer é bonito

Confesso que tenho uma enorme simpatia (que ninguém entende) pelo Sporting Clube de Portugal ao ponto de vibrar com o clube dos viscondes sempre que este não se econtra em competição directa com o Benfica.
Quando jogo PES a minha equipa é sempre o Sporting, primeiro porque sou limitado e não suportaria ver o Benfica perder e depois porque se escolhesse o nosso Porto jamais me esforçaria para vencer.
Entristece-me contudo ver que as gentes de Alvalade pregam aos 7 ventos que o clube não vai ser campeão devido a um golo marcado com a mão na 3ª jornada.
Pergunto eu como seria se o lance entre Caneira e Micoli fosse ao contrário? Certamente diriam que o Sporting apenas é campeão nacional por causa do golo de Ronny e porque o árbitro não expulsou o jogador do Benfica no início da partida.
Reconhecer quando somos ajudados é bonito e nessa lógica recordo o apuramento de Portugal para o Euro 84.
Depois de uma embaraçante derrota por 5-0 em Moscovo, Portugal engrenou e chegou ao último somente a 1 pontinho soviéticos. Em jeito de curiosidade, tal como agora, Finlândia e Polónia faziam parte do nosso grupo.
Com o marcador ainda a zeros, Fernando Albino Chalana avançava com o esférico controlado no “batatal” da Luz, sendo travado por Demianenko a 4 ou 5 metros da linha limite da grande área.
Os soviéticos preparavam-se para formar barreira mas o juiz marcou penalty perante 100 mil boquiabertos adeptos lusitanos e alguns dos primeiros emigrantes de leste que começam a chegar ao nosso país.
Imperturbável Rui Manuel Trindade Jordão enganou o grande Rinat Dassaev e colou-nos em França.
É verdade que depois até fizemos um brilharete em terras de Asterix e Obelix, mas ninguém diz como lá chegamos.
Nem só de Marc Batta se fez a história da selecção...

11 Comments:

At 10:54 da manhã, Blogger Bruno Pinto said...

Sim é verdade mas nesse dia apeteceu-me esganar aquele francês! Tantas selecções insossas estiveram no França'1998 e Portugal de Baía, Couto, Figo, Rui Costa, Paulo Sousa, João Pinto, Domingos, Conceição, etc, ficou de fora. Um atentado ao futebol e ao nosso país. Foi uma das maioras desilusões até hoje.

 
At 5:01 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Parece mentira, mas recordo-me como se fosse hoje, tinha 9 aninhos na altura e Jordão era o meu ídolo, uma das razões do meu sportinguismo, não vi jogar no Benfica era um bébé.
Recordo também as 5 batatas que levamos na URSS.
Depois na fase final do Europeu começou a nossa sina com os gauleses, grande exibição de Bento, Chalana coroada com 2 golos de Rui Jordão insuficientes para a passagem á final. Giresse, Tigana e Platini não perdoaram.

 
At 9:10 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Bruno Pinto, foi a última vez que falhámos a presença uma grande competição. Foi injusto sem dúvida, principalmente de uma excelente exibição em que estavamos bem por cima da Alemanha.
Podia-se ter repetido a história de Estugarda e o heroi seria esse grande jogador que foi Pedro Barbosa.

 
At 9:14 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Heidi, eu recordo o jogo de Moscovo, recordo os 5-0 que com q brindámos a Finlandia (ouvi na rádio com o meu padrinho), mas não me lembro do jogo que carimbou o nosso apuramento.
Tinha 6 aninhos.
Recordo-me sim de todos os jogos que fizemos no Euro84. Empate com a Alemanha 0-0, empate com a Espanha 1-1 (golo de Sousa, mas Santillãna empatou) e o 1-0 à Roménia com golo do meu ídolo Nené (neste jogo perdeu-se o contacto com a ligação de TV).
Depois tb estive com os olhos colados no televisor nessa meia final com a França. Apesar da boa figura q fizemos eles foram superiores e mereceram.

 
At 10:53 da manhã, Anonymous Anónimo said...

Lamento desconcordar com a opinião vigente, mas só o patriotismo exacerbado pode levar a meter todas as culpas da eliminação tuga no Marc Batta. Na altura vi o jogo com toda a tranquilidade, porque nunca sofri pela selecção e como ainda não era o germanófilo que sou hoje, o resultado era-me indiferente. Quando Portugal marcou fiquei contente por ter sido um grande golo de um grande jogador do meu clube, apenas isso. Quanto à expulsão do maestro ninguém pode dizer que o franciú incumpriu a lei. Que foi demasiado rígido sim, porque inúmeras vezes os jogadores demoram mais tempo a sair e não são punidos. Mas de qualquer forma o maestro, tendo já um amarelo, podia ter sido mais esperto. Mas cá ninguém culpou o maestro, nem pela expulsão, nem por uma oportunidade flagrantíssima que falhou 1 ou 2 minutos antes, só com Köpke pela frente. Mas lá está, pôr as culpas nos outros é mais confortável. Dez anos depois não evoluímos nada, e basta ver o comportamento de Mourinho para verificar isso.

Saudações leonino-eintraquenses :-)

 
At 3:50 da tarde, Blogger Mats Jagunço said...

Jorge, Jorge... Não há nenhuma lei que proíba os jogadores de sair a passo. Qual a lógica de expulsar um jogador que está a encaminhar-se para lateral, a meia dúzia de metros para sair? Não me lixem, mas que os interesses económicos de um árbitro FRANCÊS ter uma equipa como a Alemanha num mundial na FRANÇA falou mais alto, disso não tenho dúvidas nenhumas.
Patriotismo exacerbado? Nada disso... Não será antes anti-benfiquismo da tua parte?
O que sei é q nessa noite chorei de raiva para com aquele francês de meia tigela... Nada me daria mais gozo do que ver o meu país, a minha selecção, campeã da Europa ou campeão do Mundo. Nada mesmo... Nem todas as vitórias e mais algumas do meu clube!

 
At 6:02 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Bem, Mats, realmente não assisti a muitas expulsões de jogadores que se encaminham para a linha lateral para serem substituídos. Mas já assisti a muitos cartões amarelos mostrados nessa situação. O Rui Costa foi expulso porque viu o segundo amarelo. Sabendo que estava em risco, convenhamos que poderia ter fingido melhor que estava com pressa, em vez de arriscar a acabar como acabou. E quem acabou por ser mais beneficiado com o empate nem foi a Alemanha, que ganhou o grupo, mas sim a Ucrânia, que ficou em 2º e foi ao play-off (onde de resto perdeu com a Croácia). Como eu disse é muito confortável pôr a culpa nos outros e não olhar para nós próprios. O Batta foi rígido? OK. Mas se o Oceano não tivesse falhado um penalty num empate na Arménia, se o Vítor Baía não tivesse dado dois frangos na derrota na Ucrânia e se o Rui Costa não tivesse falhado a tal ocasião escandalosa na Alemanha, quem saberia hoje quem foi Marc Batta?

 
At 11:29 da tarde, Blogger Mats Jagunço said...

Desculpa Jorge, mas continuo a não concordar. Daquilo que me lembro, o Rui Costa não fez por retardar a subsituição que é a causa normal dos tais amarelos que falas. Simplesmente se dirigiu para a zona de substituição. E não me lixes... mostrar o 2º amarelo quando ele já está mesmo a sair foi má fé.
Sim, é verdade que nos podemos queixar de nós próprios, mas efectivamente aquele era o jogo que decidia provavelmente o nosso apuramento. O que estava para trás não seria relevante se não fossemos prejudicados por 3ºs... Os nossos erros podemos corrigi-los, os dos outros, ainda por cima de má fé, nunca os conseguiremos contornar como país pequeno que somos.

 
At 2:23 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Ou seja, não estás de acordo com o Cavra quando ele diz que os sportinguistas não podem falar em campeonato perdido por causa da mão de Ronny. Na tua opinião podemos. Eu desconcordo. O Sporting falhou golos depois disso que deviam ter chegado para ganhar 5-1. Como tu dizes, não podemos controlar os erros alheios, por isso, sendo certo que eles sempre existirão, é melhor tentarmos nós errar o menos possível. A pequenez de que falas não é geográfica, mas sim de espírito. Gostamos de ser coitadinhos e acusar os outros dos nossos falhanços. Por isso é que países com um futebol muito menos importante que o tuga, como a Dinamarca e a Grécia, já foram campeões europeus e Portugal nunca foi, e provavelmente nunca será. Falando de erros graves, não me lembro de Portugal ter sofrido um tão grande como aquele que a "minha" Alemanha sofreu em Wembley, em 1966, e não foi isso que travou a sua ascenção a grande potência do futebol. A mentalidade conta muito, nesta cena dos sucessos e dos fracassos.

 
At 7:18 da tarde, Blogger Mats Jagunço said...

" A pequenez de que falas não é geográfica, mas sim de espírito. Gostamos de ser coitadinhos e acusar os outros dos nossos falhanços. Por isso é que países com um futebol muito menos importante que o tuga, como a Dinamarca e a Grécia, já foram campeões europeus e Portugal nunca foi, e provavelmente nunca será."

Não podia estar mais de acordo, mas não fosse já isso suficiente, apareceu aquela ave rara a prejudicar-nos deliberamente, ou se quiseres, a beneficiar deliberadamente não a Alemanha mas os interesses franceses.
Ainda que tenhas alguma razão no caso do Ronny, são coisas diferentes: já não entrando pela intencionalidade do árbitro ou não (é sempre subjectivo), no caso do sporting o erro em causa foi no início do campeonato tendo tido o sporting várias hipoteses de emendar a mão; no caso do apuramento para o mudial foi precisamente o contrário!

 
At 9:08 da manhã, Anonymous Anónimo said...

Gostei deste saudoso frente a frente entre Mats Jagunço e Jorge Kataklisnman.
Que saudades qdo estes 2 baladeiros escreviam neste blog.

 

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