30 setembro, 2005

Regresso (inevitável) a Peseiro

Ontem fui uns dos cerca de 14 mil sortudos que estiveram em Alvalade. Mal terminou a final da Taça UEFA do ano passado, que o Sporting perdeu de forma estúpida, prometi a mim mesmo que não voltaria a pôr os pés naquele estádio enquanto José Pereiro (des)orientasse a equipa. Mas a verdade é que não consigo resistir ao apelo dos jogos internacionais, mesmo contra equipas de vão de escada. E fiz bem, ontem assisti a um momento histórico, vi o Sporting perder pela primeira vez em casa e ser eliminado por uma equipa sueca.

A verdade é que não sofri nada, o meu coração andou 120 minutos a baixíssimo nível. Quando não se tem expectativas, é normal isso acontecer. E dei por mim a aplaudir de pé os dois últimos golos suecos. Fiz isso porque gosto muito do Sporting e, acima de tudo, gosto muito de futebol. Pelo segundo motivo sou obrigado a considerar a passagem do Halmstads justíssima, se o Sporting tivesse passado seria um crime de lesa-futebol. E por gostar imenso do Sporting também fiquei contente. Porque pensei imediatamente: Bem, depois desta vergonha, não há hipótese nenhuma de Peseiro continuar... E, no futebol como na vida, às vezes é preciso dar um passo atrás para depois dar dois em frente. O passo atrás já demos com a eliminação da UEFA, os passos à frente são óbvios e não incluem José Peseiro no futuro do clube.

Eis que chego a casa, ligo a Internet e leio que Peseiro se sente com condições para continuar. Até compreendo: O Peseiro está agarrado ao lugar porque sabe que, saindo do Sporting, dificilmente conseguirá trabalhar num clube maior que o Oriental. A não ser que Pinto da Costa o leve para o FC Porto, para fazer pirraça aos rivais. Mas depois de isso ter falhado com Ivic e Octávio não acredito que o Papa volte a cair na esparrela. O mais fantástico foi ler as declarações de Rui Meireles a dizer que Peseiro fica, porque no Sporting o treinador não sai por causa dos resultados. Fantástico! Se um treinador não precisa de alcançar resultados para se manter no Sporting, afinal que qualidades precisa de demonstrar? Saber fritar um bife com ovo a cavalo? Saber fazer o pino só apoiado na cabeça? Saber citar a Bíblia em servo-croata? Palavra que não compreendo.

Numa coisa há que dar mérito a Peseiro. O pragmatismo que ele vem revelando começa a dar frutos. Ontem o Sporting teve uma excelente eficácia ofensiva: Em 120 minutos marcou dois golos em três ocasiões de perigo. Claro que um foi autogolo, outro nasceu de um lance individual, tal como o remate de Pinilla à barra, mas foi 67% de eficácia. O problema é que esse pragmatismo ainda não se manifestou na defesa, visto que os suecos, mesmo sendo uma equipa que no seu campeonato só quer não descer de divisão, criou sete ou oito oportunidades flagrantes de golo. Mas não se pode ter tudo, né?

Como escrevi em posta anterior, o Peseiro não pode argumentar, em defesa do seu trabalho, os resultados, que têm sido péssimos desde o início. Então ele tem falado na qualidade do futebol apresentado. Eu não concordo, sinceramente não gostava do futebol da equipa no ano passado. Além disso, o Sporting já teve outros treinadores que apresentavam um futebol muito bonito e nada ganharam. Nos últimos 20 anos lembro-me de Marinho Peres, Bobby Robson e Mirko Jozic. E, que me lembre, todos eles foram despedidos antes do final dos contratos. Que tem Peseiro a mais que eles?

Isso leva-me a outra questão: No último ano, sempre que os adeptos do Sporting pediram a demissão de Peseiro, Dias da Cunha (além de chamar escória aos adeptos, o que fica sempre bem, naturalmente) afirmou que o clube é gerido de dentro e não de fora. Apetece perguntar: Então o que é que aconteceu ao Mourinho, que estava quase contratado e foi deixado cair porque alguns adeptos não o queriam? Chiça, fazem tudo ao contrário!

27 setembro, 2005

Despedida

Sentes um nó na garganta , um fogo interno que te magoa, ... tentas falar, mas as palavras não fluem,...
Parece que tudo se desmoronou, nada mais tem sentido.
Aquela para quem viveste, todo este tempo, não estará mais presente. O sorriso, a mão amiga, o abraço, o carinho e o beijo apaixonado não passarão de recordações... boas recordações.
Equacionas-te como vai ser a vida apartir de agora? Terá significado? Valerá mesmo a pena?
Fica a esperança de nos reunirmos num mundo melhor e de reviver tudo de novo.
Obrigado por tudo "Re", nunca te esquecerei.

(Para vocês amigos e leitores da Malta da Tropa que Curte Bola )
Foi engraçada esta brincadeira, a amizade fictícia com José Mourinho, o idolatrar de Carlos Cardoso, Luis Campos e José Rachão, as idas a Vizela, Fafe,Covilhã, Portimão, nunca esquecendo as viagens ao passado.
Deixo a responsabilidade ao restantes administradores deste espaço de continuarem com o legado do "Cavrismo". Não deixem morrer este blog, façam com que cresça de dia para dia.
Fica a promessa de regressar um dia.
A todos um muito obrigado e até sempre.
Marco Coelho (aka José Cavra)
melo_coelho@hotmail.com

24 setembro, 2005

O Regresso de Ricardo é Justo?

A bola já rola em mais um fim de semana desportivo. O Benfica quebrou enguiço de Penafiel, triunfando por 3-1 com Nuno Gomes finalmente a revelar veia goleadora.
O Porto recebe o sempre perigoso Belenenses de Carlos Carvalhal, por sua vez o Sporting tem teoricamente o embate mais fácil de entre os 3 grandes, ao receber o Vitória de Setúbal.
O jogo de Alvalade marca igualmente o regresso de Ricardo Pereira à baliza dos leões.

Após o desastre de Udine e durante 4 jogos, Nelson defendeu as redes verdes e brancas com segurança e autoridade.
Curiosamente é após o jogo na Choupana, em que Nelson efectuou uma das mais belas paradas que alguma vez vi um guarda redes fazer, que se vê remetido para o banco dos suplentes.
O Sporting perdeu é certo, mas será certo crucificar Nelson? O que fez Ricardo para voltar a merecer a confiança de Peseiro? E como se sente Nelson neste momento?

Ricardo perdeu a titularidade por culpa própria. Está certo que só erra quem lá está, mas o "Labreca" tem errado demasiadas vezes de leão ao peito.
Não me interpretem mal, não estou a atacar gratuitamente Ricardo, quem me conhece sabe que fui dos primeiros a apontar o dedo a António Oliveira por ceder a baliza da selecção nacional a Vitor Baía no Mundial de 2002. Foi injusto!
Penso contudo, que o rapaz do Montijo lida mal com a crítica e em Alvalade ainda não demonstrou nem metade das capacidades que o notabilizaram no Bessa. Aí sim, Ricardo ostentava orgulhosamente o estatuto de melhor guardião nacional, pelo menos para mim.
Uma vez mais fica patente a falta de classe de José Peseiro, que não sabe esperar pelo momento certo, demonstrando uma enorme falta de pedagogia para com o seu pupilo Nelson, campeão em 2002 como titular e em 2000 como suplente de um certo gigante dinamarquês.
É preciso coragem para tomar decisões arrojadas e Peseiro pura e simplesmente demonstra falta de "pulso" para lidar com situações delicadas. Se o campino tivesse a coragem de castigar exemplarmente Fabio Rochemback e Anderson Polga pelos acidentes disciplinares da época passada, talvez as coisas tivessem sido diferentes.
Sabendo que corro o risco de Ricardo "sacar" uma excelente exibição, continuo a pensar que o timing não é o correcto. Nelson devia manter a titularidade.

20 setembro, 2005

Peseiro, vade retro!

Confesso que já tinha decidido escrever esta posta hoje, qualquer que fosse o resultado do Sporting de ontem, na Choupana. Mas o Peseiro provou que é meu amigo e conseguiu perder um jogo que aparentemente parecia ganho, dando-me assim mais argumentos para o arrasar.

Como quase todos os sportinguistas, torci o nariz à chegada deste treinador ao meu clube, independentemente de, ao que parece, ter tido melhor nota no curso que José Mourinho. Como tal, tenho o nariz em estado deplorável, pois ando a torcê-lo há mais de um ano e, pelo que me apercebo, isto não tem fim à vista. José Peseiro é, para mim, o pior treinador que vi a comandar o meu clube, e já tive de levar com Octávio Machado e Carlos Manuel, entre outros. Ao fim de mais de um ano à frente da equipa, ainda não percebi (e se me tenho esforçado!) perceber a que nível Peseiro é uma mais-valia. Tacticamente? Estrategicamente? A motivar os jogadores? Discurso vencedor? Disciplinador? Para mim, em nenhum. Claro que tudo isto seria dispensável se tivesse acumulado títulos. O problema é que para acumular títulos é preciso ter qualidade. Ou seja, é um círculo vicioso no qual José Peseiro já mostrou que não consegue entrar.

Vejamos os desempenhos do Sporting nas várias competições que disputou sob o comando de Peseiro:

Superliga 2004/05: Apesar de ter lutado pelo título até à 33ª jornada, o Sporting de Peseiro somou a sua terceira mais baixa pontuação desde que o campeonato tem 18 equipas, 61 pontos. Piores só as equipas de 97/98 (56 pontos, numa época em que teve quatro treinadores) e de 02/03 (59 pontos com Bölöni, numa época cheia de problemas, a começar nos de João Pinto e Jardel). Outro dado esclarecedor do mau campeonato realizado pelo Sporting é o número absurdo de jogos que terminou em branco: 11!!! (onze!!!), o que em 34 jornadas dá um terço dos jogos sem marcar golos. Ora, para uma equipa que Peseiro apelidava de super-ofensiva... Nem quero imaginar como seria se fossemos uma equipa defensiva... OK, podem falar nas goleadas ao Boavista, ao Rio Ave e a outros, mas desde quando é que isso apaga as derrotas com o Penafiel, o Nacional e os empates com a U. Leiria, a Académica, o V. Setúbal, só para falar nos jogos caseiros? Em resumo, o Sporting fez um dos piores campeonatos de sempre!

Taça 2004/05: Passámos duas eliminatórias obrigatórias (Naval e Pampilhosa) e fomos eliminados na Luz, nos penalties. Não é escandaloso, mas não me esqueço que por duas vezes o Sporting esteve em vantagem e nas duas vezes não as soube segurar por mais de cinco minutos...

Taça UEFA 2004/05: Fomos finalistas vencidos. Muitos sportinguistas e o próprio Peseiro ficaram orgulhosos com a “maravilhosa campanha” (palavras do próprio Peseiro), mas a verdade é que o Sporting não fez mais que a sua obrigação ao chegar à final (e aí Peseiro tem esse mérito, pois outros não cumpriram essa obrigação, graças a Casinos, Rapids, Grasshoppers, Vikings e afins). Ora vejamos, na fase de grupos o Sporting era segundo cabeça-de-série e mesmo assim terminou em 3º lugar, atrás de Newcastle e Sochaux (com quem perdeu em Alvalade). Daí até à final, tudo foi favorável ao Sporting. Senão vejamos: só apanhou equipas holandesas (em seis eliminatórias contra equipas deste país, os leões seguiram sempre em frente) e inglesas (dos países mais poderosos é o mais acessível ao Sporting, que em oito eliminatórias ganhou cinco e perdeu apenas três). Ou seja, até à final o Sporting evitou sempre clubes de países com quem se dá mal, casos de Alemanha, Itália, Espanha e França. Para além disso, os adversários ingleses que defrontou, além de não serem de topo, ainda estavam dizimados por lesões naquela altura. Finalmente... a final! O Sporting apenas tinha defrontado equipas russas uma vez, o Spartak Moscovo na Liga dos Campeões de 2000/01. Resultados? 0-3 em casa e 1-3 fora. Ou seja, aqui Peseiro não inverteu a História, limitou-se a segui-la. E até Maio passado, apenas uma equipa tinha perdido uma final europeia em casa: A AS Roma em 1984 foi derrotada pelo Liverpool nos penalties, na final da Taça dos Campeões. Ou seja, aquilo que para Peseiro foi “maravilhoso”, para mim foi traumatizante, pois não sei se teremos outra oportunidade destas.

Liga dos Campeões 2005/06: Depois de ter perdido o título e o acesso directo à Liga dos Campeões nas duas últimas jornadas da época passada, o Sporting teve pela frente a Udinese, de Itália. Havia adversários mais acessíveis, é verdade, mas uma equipa que quer estar na “Milionária” tem que estar preparada para defrontar as melhores. E se o Sporting fez a figura que fez frente à Udinese, qual seria o interesse em jogar contra Milan, Juventus, Manchester, Chelsea, Bayern... Para envergonhar ainda mais o emblema?

E por fim chegou a derrota de ontem na Choupana. Na primeira vez que teve oportunidade de se isolar na frente da Liga, o Sporting falhou. E é assim o Sporting de Peseiro, o clube do quase. Quase ganhou tudo, mas quase ganhar tudo é diferente de ganhar quase tudo e é essa a diferença entre um clube simpático e um clube grande. Somos quase grandes. Quase... odeio esta palavra!

PS - Tenho mais a dizer sobre José Peseiro, mas não quis tornar o texto ainda mais longo, pelo que deixarei para uma próxima oportunidade. Aliás, tenho (infelizmente) a certeza de que motivos para descascar no campino não faltarão...

19 setembro, 2005

Vuelta 2005

Os amigos leitores, em especial os amantes do ciclismo, que me desculpem. Sei que têm razão, contudo motivos de força maior impediram-me de acompanhar as últimas etapas da Volta da Espanha em Bicicleta.
Apesar da gravidade, os contornos poderiam ser ainda mais dramáticos, caso Roberto Heras não tivesse já encomendado as "faixas do Tetra", fruto de 4 minutos e meio de vantagem sobre o2º classificado.
Foram momentos de pura beleza desportiva que tivemos o prazer de levar até aos leitores, afinal vocês são a nossa razão de existir.
O ciclismo voltará a este blog já na próxima semana com os campeonatos do Mundo, onde todos esperamos a coroação de Alexandro Petacchi.
Fica de seguida o filme das 4 últimas etapas em terra de nuestros hermanos.

5ª Feira:Na chegada a Ávila o vencedor foi o dinamarquês da CSC Nicki Sorensen, que se superiorizou ao sprint a "colegas" de fuga

6ª Feira
Em vésperas de contra relógio, Heinrich Haussler foi o mais forte na chegada a Alcobendas.

Sábado
O dia de Ruben Plaza.

O ciclista da Comunidade Valenciana, que foi uma dasrevelações da prova, venceu o contra-relógio, superiorizando-se por escassos centésimos a Roberto Heras.
Denis Menchov, o grande favorito à vitória na etapa, acabou por ficar a 6 segundos, quedando-se na 4ª posição.
O grande polo de interesse do dia residia na luta pelo 3º lugar. 4 segundos separavamCarlos Sastre de Francismo Mancebo. Apesar do assédio do homem das IlhasBaleares, Sastre conseguiu segurar o lugar no pódio.

Domingo

No Paseo de la Castelana, em Madrid, Alexandro Petacchi, foi uma vez mais o mais rápido vencendo pela 5ª vez. Foi a 21ª vitória em etapas da volta a Espanha parao italiano que se encontra de malas aviadas para a Domina Vacance. O "lançador"Marco Velo e mais 2 homens da Fassa Bortolo irão acompanhar o seu chefe fila,numa equipa que irá igualmente contar com Erik Zazel.

Quanto à geral Roberto Heras, 31 anos e natural de Salamanca, tornou-se noprimeiro tetracampeão da Vuelta, suplantando os 3 triunfos de Tony Rominguer. Como dizia D. Afonso Henriques, de Espanha nem bons ventos, nem bonscasamentos,... mas há muito ... e bom ciclismo.
Geral:
1º Roberto Heras (Liberty Seguros)
2º Denis Menchov (Rabobank) a 4:36
3º Carlos Sastre (CSC) a 4:54

Por equipas:
Comunidade Valenciana

Montanha
Joaquim Rodriguez (Liberty Seguros)

17 setembro, 2005

Em defesa de Koeman

Em primeiro lugar, para não sobrarem dúvidas, quero dizer que sou lagartão e, nessa condição, nada me agradaria mais do que ver o Benfica despromovido à III Divisão do Inatel. Mas, sabendo que isso nunca irá acontecer, já ficaria feliz se o clube vermelho da águia da Luz passasse mais uma boa década sem títulos. Apesar disso (ou por causa disso), a minha primeira posta neste estimado blog tem como tema Ronald Koeman.

O antigo super defesa-central do PSV Eindhoven, do Barcelona e da selecção holandesa, que fuzilava guarda-redes como quem bebe água, tem ainda uma carreira curta como treinador. É certo que já venceu alguns títulos ao serviço do Ajax, mas aí, como diria o outro, qualquer um se arrisca... No entanto, em Portugal, depois de um início negativo na Liga Betadine, toda a gente lhe caiu em cima. Todos... menos eu, e vou explicar porquê.



Uma das maiores críticas que os jornalistas têm dirigido ao holandês é a de que ele não soube aproveitar e até destruiu o melhor que o Benfica de Trapattoni tinha: a consistência defensiva. Ora, peguei nos Cadernos de A Bolha, página 124, onde estão os dados relativos a todos os campeões desde 1934/35, e confirmo que a única coisa de campeão que o Benfica teve o ano passado foi o 1º lugar. Nada mais. Os números são claros. A “consistência defensiva” de Trapattoni traduziu-se em 31 golos sofridos em 34 jogos, uma média de quase um por jogo. Vendo os outros campeões desde que o campeonato tem 34 jornadas, reparo que apenas uma vez sofreu mais golos que isso. Foi o FC Porto de 97/98, que sofreu 38 golos, mas marcou 75! Além disso, o Benfica marcou 51 golos, apenas 1,5 por jogo. Antes disso, pior só o Sporting de 1999/2000, com 57 golos. Mais ainda, o Benfica sofreu 7 derrotas. O máximo de derrotas que um campeão tinha sofrido até hoje era de 5, e só aconteceu em três ocasiões. Em Portugal, em média, um campeão sofre entre 1 e 3 derrotas por época. Para terminar, o Benfica fez 65 pontos. A pior marca anterior, em campeonatos de 34 jornadas, era a do Sporting em 2001/02, 75 pontos. Mais 10 que o Benfica de Trapattoni! Ou seja, o italiano acabou por ser considerado um herói, na época passada. No entanto, tenho a certeza que se Koeman fizesse uma época igualzinha à de Trap, seria considerado um vilão. Porque 65 pontos, em Portugal, normalmente só dão para um 3º ou 4º lugar e não acredito que este ano FC Porto (principalmente) e Sporting mostrem tanta incompetência como na época passada.



Além dos dados estatísticos, há outra questão que abona em defesa de Koeman. Se o “Dynamic Duo” que dirige o Benfica quisesse um substituto à altura de Trapattoni, que fez questão de regressar a Itália (ouvi dizer que Stoccarda é uma das mais belas cidades transalpinas), teria ido buscar outro italiano ou, em alternativa, promovido Álvaro Magalhães a treinador principal, depois de um ano a coadjuvar Trapattoni. Porque pedir a um holandês que siga a linha de um italiano é algo de criminoso. Em desfavor de Koeman, e não é tão pouco como isso, é o facto de nunca na pré-época ter treinado o esquema que implantou logo à 2ª jornada. Isso remete-nos (como sempre, hoje em dia, quando se fala de treinadores) para Mourinho, que, nas pré-épocas do FC Porto, preparava a equipa não só em 4x4x2 e 4x3x3, mas também para jogar com 10, prevendo alguma expulsão. Mas génios aparecem de vez em quando e Zaandam (terra natal de Koeman) é muito longe de Setúbal...

14 setembro, 2005

17ª etapa da Vuelta


O espanhol Carlos Garcia Quesada,ciclista da Comunidad Valenciana, venceu hoje a 17* etapa da Volta à Espanha,que ligou El Espinar a La Granja de San Ildefonso na distância de 165,6 quilómetros.
Francisco Mancebo foi o 2º a cortar a meta 46 segundos depois, com Santos Gonzalez Capilla a chegar 48 segundos depois do vencedor.
Roberto Heras, da Liberty, continua como camisola "dourada", agora com 1.40 minutos à frente do russo Menchov.

Euro 92

Aconteceu no inicio dos anos 90 um evento com um dos finais mais surpreendentes de sempre. Não, não foi nenhum concerto da Dina com o encore do “Amor de água fresca”, mas sim o mítico Euro 92, realizado na Suécia. Quatro anos antes de Baia ter sido fuzilado com a maior chapelada de todos os tempos, o técnico dinamarquês em fim de carreira Richard Moller Nielsen recebeu uma chamada da federação de futebol do seu país para orientar a selecção nacional na competição. O mais caricato é que a Dinamarca não se tinha qualificado, ficando em 2º no grupo de apuramento, atrás da Jugoslávia. Porém, perante as dificuldades causadas pela guerra, os jugoslavos foram obrigados a cancelar a sua participação. Peter Schmeichel, Nielsen, Sivebaek e Bian Laudrup foram obrigados a adiar as suas férias nas praias do Mediterrâneo para reforçar o contingente dinamarquês…o inofensivo contingente dinamarquês, pensavam os alemães e holandeses(campeões europeus), favoritos na conquista do título.

Os escandinavos até começaram bem, empatando com a Inglaterra a 0 golos, mas perderam a partida seguinte, por 1-0, com os anfitriões suecos que contavam com o goleador Tomas Brolin. Tudo parecia acabado. A maior parte dos titulares indiscutíveis não estava presente e, devido a problemas físicos, outros abandoram o torneio. Eis que, num golpe genial, só acessível a craques portentosos como um Brian Deane ou um Bruno Gimenez, Lars Elstrup desfaz o empate do marcador do Dinamarca – França e factura o 2-1 a 10 minutos do fim, perante a estupefacção do guarda-redes francês Bruno Martini. Os gauleses, treinados por Platini e com Jean Pierre Papin no 11 inicial, quedava-se pela 1ª fase.
Riram-se, provavelmente(eu não estive lá para ver), os holandeses, quando souberam que a equipa que iriam defrontar na fase seguinte era composta por uns nórdicos cansados, desejosos de férias no Algarve ou em Ibiza, sem grande prestígio. Pois Henrik Larsen abriu o marcador para a Dinamarca logo ao minuto 5, com o homem que tem medo de andar de avião, Dennis Bergkamp, a empatar 20 minutos depois. O mesmo Larsen bisou 10 minutos volvidos e a Dinamarca esteve em vantagem até ao minuto 86, quando o médio que passou por Alvalade mas nunca ninguém viu jogar Frank Rijkaard bateu o guardião dinamarquês. Na marcação das grandes penalidades a lenda Marco Van Basten falhou e a laranja mecânica ficou pelo caminho.

Na noite do dia 26 de Junho de 1992, em Gotemburgo, o estádio Ullevi encheu para, como quase todos esperavam, ver a Alemanha conquistar o seu 3º titulo europeu. Illgner, Matthias Sammer, Juergen Klinsmann, Stefan Effenberg e companhia já pensavam na festarola que iriam organizar para comemorar a vitória. Só que, contra todas as expectativas, o médio dinamarquês John Jensen abriu o activo aos 18 minutos, enlouquecendo os milhões de espectadores que assistiam ao jogo pelo mundo fora. Peter “adoro espancar os defesas” Schmeichel começava a contruir a sua fama de melhor guarda-redes a nível mundial efectuando defesas fantásticas que deixavam todos de boca aberta. Ao minuto 78 Vilfort colocou um ponto final no encontro e os tais nórdicos em que ninguém acreditava fizeram a festa e levaram o caneco para casa. O futebol tem coisas mesmo engraçadas…


Dinamarca: Schmeichel, Piechnik, Olsen, Nielsen, Sivebaek(Christiansen 68), Vilfort, Jensen, Larsen, Christofte, Brian Laudrup e Povlsen.

Alemanha: Illgner, Reuter, Kohler, Helmer, Buchwald, Brehme, Hassler, Effenber(Thom 80),Sammer(Doll 45), Klinsmann, Riedle.

13 setembro, 2005

Vuelta 2005

Após o dia de descanso os ciclistas voltaram à estrada numa etapa de transição com final em Valhadolid.
Apesar do trabalho da Fassa, Petacchi, mal colocado e sem força, não conseguiu fazer face á rampa de 70 metros) que coincidia com a meta.

Paolo Bettini da Quick Step (actual campeão Olimpico) foi o grande vencedor.

Em dia de post pequeno ficam para saborear autênticas preciosidades fotográficas (obrigado 3º anel):
Toni e Humberto Coelho regressando dos EUA (1978)

Artur Jorge de Melo Braga Teixeira também ele regressado dos EUA

António Oliveira (1978)

12 setembro, 2005

Rescaldo do Derby

Tive a oportunidade de assistir ao 1º grande clássico da época na bancada situada entre o DUXXI e os Diabos Vermelhos, o que significa que fui alvo acidental de alguns foguetes e petardos trocados entre as duas claques. Porém, resta-me ainda parte da mão direita(apenas perdi o polegar), o que me permite partilhar a minha visão do encontro com o leitor.

O Sporting apresentou um sistema conservador, apenas susbstituindo os lesionados Edson, Beto e Custódio pelo adaptado Tello, Tonel e Luís Loureiro. Já Ronald Koeman tirou o coelho da cartola e inovou mais uma vez ao apostar numa táctica com 3 centrais, lançando o reforço Miccoli e o nº10 com apenas 1 treino realizado com a equipa, Karagounis. Maior surpresa foi ainda a inclusão de Carlitos que rendeu o homem que normalmente só brilha nos clássicos, Geovanni. Os primeiros 20 minutos foram bastante equilibrados mas, à medida que o cronómetro avançava, o entrosamento da equipa leonina revelou-se fundamental frente aos encarnados que não estavam, nitidamente, familiarizados com o sistema de jogo. João Pereira dava o seu melhor, ou seja, jogava mal, inventando em demasia e perdendo muitas bolas a meio-campo, Carlitos tentava perceber porque estava em campo, Karagounis estava exausto, Manuel Fernandes não estava a ser o mesmo jogador que tantas vezes aguentou o centro do terreno da sua equipa na época transacta. Miccoli, apesar da pouca ajuda de um Simão tapado pelo trabalhador Rogério e por Tonel, mostrava, de quando em vez, alguns bons pormenores. Não critico a tentativa de Koeman em tentar transformar este Benfica, habituado a jogar recuado no terreno por Trap, numa equipa mais ofensiva que assuma as despesas do jogo, mas não se fazem omoletes sem ovos, como chegou a dizer o mítico Manuel José, rei da Arábia.

O Sporting venceu, indiscutivelmente, com todo o mérito. Curiosamente, as opções de recurso foram fundamentais para a conquista dos 3 pontos. Luís Loureiro marcou, fartou-se de destruir jogo recuperando inúmeras bolas; Tello aproveitou Carlitos e João Pereira para mostrar trabalho no corredor esquerdo e dele nasceram os dois golos do Sporting; Tonel esteve sempre seguro. Liedson é definitivamente o pesadelo dos encarnados, João Moutinho mostrou de novo que não sabe o que é jogar mal, Sá Pinto está cada vez mais perto da reforma e só lhe resta raça. Deivid continua a querer evidenciar-se…mas não será a altura de dar uma oportunidade no 11 inicial a Pinilla? Nelson não teve culpas no golo e sempre que foi chamado a intervir fê-lo com segurança.



Boina da Tropa de Ouro:
- Liedson – O Levezinho resolveu mais uma vez com um golo magistral,mesmo com o gigante Luisão na disputa . Como prémio leva uma boina da tropa autografada pelos autores deste blog.

Boina da Tropa de Lata:
- Koeman – inventou, inventou, inventou….e perdeu.Trap sabia o que a casa gastava e por isso adaptava o sistema de jogo aos jogadores que tinha. Como dizia um conceituado cronista, Koeman quer transformar um burro num Ferrari.Irá receber a autobiografia de Luis Campos e um dicionário de castelhano-português.

11 setembro, 2005

Cantinho da Tropa

Depois de um amplo debate e intensas negociações, a Malta da Tropa que curte Bola tem o prazer de anunciar a entrada de um novo espaço de opinião na blogosfera: o Cantinho da Tropa. Este será um blog generalista onde, em conjunto com outros membros por nós convidados a participar, serão partilhados os mais variados assuntos, desde as velhas inglesas que vão para o Algarve apanhar sol até aos candidatos a PR, passando por rubricas relacionadas com os emigrantes portugueses na Suiça que possuem bigode. O blog Malta da Tropa que curte Bola continuará a ser a janela para o mundo futebolistico, podendo o novo “blog satélite” tratar temas idênticos. Este novo “projecto” tem como objectivos criar um novo sítio de opinião sobre os mais diversos temas de conversa e arranjar espaço para alguns dos desportos aqui presentes, dando os posts sobre outras modalidades lugar a mais crónicas futebolísticas, pelo que o Cantinho da Tropa relatará, futuramente, vários dos maiores eventos relativos a modalidades amadoras (a título de excepção, a Vuelta será focada neste blog até à última etapa). Os novos talentos da blogosfera que temos o prazer de apresentar são Joaquim Varreiros, Manél Jólas e José José Camarinha. Fiquem atentos....

Afinal Heras Possível

Contra todas as previsões, inclusive as nossas, Roberto Heras reconquistou a camisola dourada.

Numa demonstração pura de classe e força o homem da Liberty-Seguros venceu hoje a 15.ª etapa que ligou Cangas de Onis à estação de esqui em Pajares.
Foram 191 kilómetros efectuados sobre condições climatérias adversas e onde Denis Menchov quebrou concluíndo com mais de 5 minutos de atraso.
Com cerca de 4 minutos e meio de vantagem na Geral, Roberto Heras tem praticamente assegurada a sua 4 vitória em edições da Volta a Espanha, mergulhando no esquecimento os 3 triunfos de Tommy Rominguer..
São dias como o de hoje que fazem do ciclismo um desporto de eleição e conferem a um homem o estatuto de imortal.
Que bonito será para o ano vermos Simoni vs Armstrong no Giro e Heras vs Armstrong na Vuelta.
2006 promote!

10 setembro, 2005

Vuelta 2005

E eis que a montanha pariu um rato.
Quando todos esperavam mudanças na frente da corrida, Roberto Heras não conseguiu fazer descolar Menchov em nenhuma das 2 últimas etapas de montanha.
Com 47 segundos de atraso, não restam muitas mais oportunidades ao homem da Liberty Seguros para destronar o russo da Rabobank. Se tomarmos em conta que no contra-relógio Menchov é homem para ganhar mais de um minuto a Heras, então o vencedor da Vuelta pode estar encontrado.

Na etapa de ontem, a vitória sorriu ao espanhol da Euskaltel Samuel Sanchez, muito por culpa de um erro do colombiano Mauricio Cano, que festejou a etapa, 100 metros antes de cortar a linha de meta (era a meta do prémio de montanha).
Destaque igualmente para os abandonos de José Azevedo (não conseguiu suportar os ferimentos das 3 quedas sofridas) e de Benoit Joachim (Discvery Channel) que não alinharam à partida e de Manuel Beltran (Discovery Channel) e do sprinter da Davitamon Loto Tom Steels vítimas de quedas no decorrer da etapa.

Hoje, em etapa com chegada ao alto, o grande vencedor foi o espanhol da Comunidade Valênciana Eladio Jiménez.
Gilberto Simoni deu finalmente um ar da sua graça terminando em 3º. o que lhe permitiu escalar alguns lugares na classificação geral.

A principal nota da etapa, reside no facto de Carlos Sastre (CSC) ter alcançado o 3º lugar da geral, tendo agora Mancedo (Islas Balleares), que falhou completamente, a 55 segundos.
Quando a Heras e Menchov chegaram coladinhos nas 5ª e 6ª posições.
Amanha temos mais uma etapa com muita montanha, mantenham-se atentos porque nós vamos estar lá.

09 setembro, 2005

3-6

14 de Maio de 1994, Sporting e Benfica encontram-se a 5 jornadas do fim, separados por1 ponto, com vantagem para os encarnados.
Alvalade vestiu-se de gala para receber o assalto do Sporting ao título.
Começaram melhor os leões que aos 7 minutos já venciam fruto de um golo de cabeça de Jorge Cadete, após canto do génio búlgaro Krassimir Balakov.

Como que atingido por um raio, Jorge corre em direcção ao banco de suplentes dando um sentido amplexo ao professor Queirós que meses antes havia substituído o então treinador do nosso Porto Bobby Robson após o desastre de Salzburgo.
Surpreendido pela “entrada de leão” do rival os da Luz estavam confusos, até que João Vieira Pinto decide mandar uma charutada que entra ao ângulo direito dabaliza à guarda de Zoran Lemajic (um dos 2 guardiolas que o Sporting haviacontratado ao Boavista no defeso, no intuito de se ver livre do sempre imprevisível Tomislav Ivkovic... ou "Ivecóviche" como lhe insistiam em chamar oscomentadores da rádio).
Seguiram-se minutos frenéticos onde tudo imperou, excepto o rigor defensivo.
Após novo canto de Balakov, um jovem de nome Luis Filipe Madeira Caeiro Figo fez o 2-1, antecipando-se a Adelino Augusto Barros (Neno), num lance onde ficou bem patente que os cruzamentos não eram o forte do guardião encarnado. Pouco depois, JVP num lance pleno de crueldade, sobretudo para Vujacic, inventou o 2-2 num remate rasteiro e cruzado que entrou junto ao poste direito de Lemajic.
O 2-3 surgiu de um lance estudado na sequência de um livre na direito do ataque encarnado. Ficam os comentários de Gabriel Alves.
“Vitor Paneira para marcar,... Ailton, ... o centro ao 2º poste ... Isaías ...para quem? João Pinto e o Golooooooooo!”
Ao intervalo Carlos Queirós em jogada de mestre, só igualável por Bobby Robson semanas antes em Camp Nou ao colocar Aloísio a defesa esquerdo, decide deixar nas cabines Paulo Torres, fazendo entrar um dos protagonistas do Verão Quente de 93, António Pacheco.

A equipa subiu ao relvado reorganizada ficando Paulo Sousa com a responsabilidade de fechar o flanco esquerdo, para gáudio de Vitor Paneira.
Os golos sucederam-se (todos pelo lado esquerdo da defesa leonina), com Isaías a bisar após assistência de JVP.
Já com o marcador em 2-5, Toni, conhecido outrora por craque saloio, decide retirar o pequeno nº8 (todo o amante do futebol se recordará certamente do piscar de olho do futuro menino de ouro), fazendo entrar o jovem Manuel Rui Costa.
Helder Cristovão fez o 2-6, perante a admiração de todo o estádio, teleespectadores, ouvintes da rádio e sobretudo do comentador da RTP que soltou um: “É incrivil! É incrivel!”
De grande penalidade e já muito perto do final do jogo, Balakov fez o 3-6.
Foi o jogo do título, que os encarnados haveriam de conquistar em Braga, apósuma vitória por 3-0 frente ao Gil Vicente.

Para recordar o vídeo da partida:
http://www.youtube.com/watch?v=hn02vgQfr7A

08 setembro, 2005

Vuelta 2005

A. Petacchi venceu hoje a 12ª etapa da volta a Espanha, que ligou Logronhes a Burgos.
Numa demonstração plena de força, o ciclista da Fasa Bortolo alcançou o 4º triunfo na presente edição num total de 15 no seu historial da Vuelta.

É a 3ª vez que "Pet" venceu em Burgos depois dos sucessos em 2002 e 2004.
Realce pela negativa para uma queda aparatosa, provocada por J. Pill, que envolveu entre outros Roberto Heras (15 pontos no joelho) e José Azevedo (3º queda).

O dinamarquês da CSC foi mesmo obrigado a desistir, não sendo nada animadora a sua condição.
Para concluir este pequeno artigo, realce para Lance Armstrong e para a possibilidade de regressar ao ciclismo que se torna cada vez mais numa realidade.
Pretende contudo Lance, para grande alegria de Basso e Ulrich, correr o Giro e a Vuelta, competições que nunca ganhou.

Os célebres 7-1

Estava uma tarde cinzenta naquele dia em Lisboa. Por entre as roulottes que vendiam as míticas sandes de coirato, as bifanas e as cervejolas vislumbravam-se adeptos equipados a rigor. Era mais um derby em Alvalade entre os velhos rivais. Os adeptos sportinguistas eram frequentemente obrigados a relembrar o desaire na Luz,9 meses antes para a Taça de Portugal, por 5 golos sem resposta. Anfitriões e visitantes depositavam as esperanças nas estrelas da sua equipa: de um lado apresentava-se o experiente Damas, o central Venâncio, Raphael Meade ou Manuel Fernandes; no inimigo os nomes eram Veloso, Diamantino, Carlos Manuel ou Rui Águas.

Aos 15 minutos Mário Jorge abriu o activo e o marcador assim se manteve durante o resto do 1º tempo. Os jogadores benfiquistas descansavam: a equipa ainda não tinha perdido nenhum jogo e estava a fazer uma época bastante satisfatória. No 2º tempo, os jogadores da equipa de John Mortimore pareceram ter sido afectados pelo mesmo vírus que viria a atacar o plantel década e meia depois, em Vigo. Manuel Fernandes fez o 2-0 5 minutos depois do recomeço do encontro, com Wando a reduzir 9 minutos volvidos. A partir dessa altura a goleada, inesperada em qualquer derby, começou a ser construída e nem César Brito, conhecido como “aquele tipo que marcou dois ao Porto nas Antas” conseguiu parar a fome de golos leonina. Meade fez os 3-1 aos aos 65 minutos, Mário Jorge bisou aos 68 e o capitão Manuel Fernandes carimbou a humilhação encarnada com golos aos 71, 82 e 86 minutos.


Os comandados de Manuel José alinharam com Damas; Gabriel; Virgílio; Venâncio e Fernando Mendes(Duilio); Oceano; Litos(Silvino), Zinho e Mário Jorge, Manuel Fernandes e Meade. Do lado do Benfica, orientado por John Mortimore, jogaram Silvino; Veloso, Dito, Oliveira e Álvaro; Shéu(Nunes); Chiquinho Carlos, Diamantino(César Brito), Carlos Manuel, Wando e Rui Águas.

Para recordar os golos dos leões:
http://www.youtube.com/watch?v=lIN5_l134co
http://www.youtube.com/watch?v=s-bP0VOjtJo
http://www.youtube.com/watch?v=vREo4zBcK5s
http://www.youtube.com/watch?v=wN_Yeb75eoc
http://www.youtube.com/watch?v=N8uJdQ2hwpY
http://www.youtube.com/watch?v=wN_Yeb75eoc
http://www.youtube.com/watch?v=vBtiNgtqHMI

Promessas (Benfica vs Sporting)

Não pretende o título deste post, fazer troça das promessas de LFV realtivas aoBenfica futuro campeão europeu 2005-06. Visamos sim focar 2 jogadores que de autênticos fenómenos nas camadas jovens, se viriam a eclipsar completamente.

Gil, o menino de ouro da Luz, o verdadeiro futuro Eusébio, o jovem que marcou 4 na final do campeonato da Europa sub-16 contra a ex-RDA. Foi Campeão de Sub-20 em Lisboa, contudo já era patente uma diminuiçao gradual da sua influência na manobra da equipa, em favor de João Vieira Pinto. Luis Figo e do excepcional Emílio Peixe (também ele merecedor de 4 ou 5 posts). Depois o eclipse, o mergulho na escuridão, a ida para a Suiça e o "terminus" da carreira. Actualmente é professor de educação física.

Dani, é o último grande playboy do futebol mundial, o rapaz cujos desvaneios fazem parecer as aventuras de Ronaldo (o do Madrid) autênticos contos infantis. Estrela lusa no mundial de Sub-20 do Qatar, onde liderou uma equipa constituída por nomes como Quim, Beto, Alfredo Boia e Bruno Caires (os 2 últimos merecedores de 1 blog inteiro) a um brilhante 3º lugar. Apesar da presença de Raul Blanco Gonzallez, coube ao jovem leão a distinção de melhor jogador da prova. O salto não se fez esperar e já no ano seguinte, o menino espalhava classe de verde e branco vestido, em estádios do mais alto gabarito mundial como o António Coimbra da Mota, o Comendador Violas, ou até mesmo o mítico Adelino Ribeiro Novo. Depois a ida para o Ajax e 2 anos mais tarde para Londres rumo ao West Ham. Em 2000 um jovem técnico ex-adjunto de Van Gall e B. Robson no Barcelona, decideapostar no "animal da noite" para reforçar um Benfica, então em 10º lugar. Meia dúzia de jogos engraçados de águia ao peito e nova aventura agora com as cores vermelha, branca e azul do Atlético de Madrid. Um jovem irrequieto, díficil de segurar mais de 2 anos no mesmo lugar, que aos 27 anos abraça a carreira de apresentador televisivo e membro do Jet7.

06 setembro, 2005

Vuelta 2005 (Etapa11)


"Estou a pensar voltar ao ciclismo, nomeadamente ao Tour. Penso ser a melhor maneira de fazer face às acusações de que tenho sido vítima nas últimas semanas. Penso nisto todos os dias ... e no Jornal L'Equipe que tudo tem feito para difamar o meu nome e da minha equipa."
Lance Armstrong

Pois é, no dia em que Roberto Laiseka venceu, o rei anunciou o possível regresso.
A etapa de hoje, que terminou na estação de esqui de Araman Gérler, teve no ciclista da Eskadi o grande vencedor, quedando-se Heras, Sastre, Mancebo, Menchov e Quesada a 15 segundos.
Heras tentou atacar, mas Menchov mostrou estar fortíssimo nunca largando a roda do ciclista da Liberty.
Etapa dura que fez várias vítimas entre as quais Santiago Botero, Thor Husshov e o antigo camisola dourado, Bradley Mcgee. Ficam mais fácil as coisas para Petacchi!
Para finalizar e em jeito de curiosidade é a primeira vez desde 1998 que a uma etapa da vuelta terminou em Araman Gérler, nesse ano venceu o falecido José Maria Gimenez, com Heras em 2º e Fernando "o mosca" Escartin 3º.

Vuelta 2005

Mais uma etapa extremamente dura com chegado ao alto, nomeadamente à estação de Esqui de Arcalis, Andorra (a 2200 m de altitude). , onde o malogrado José Maria Gimenez venceu em 2001, no último ano que uma etapa da Vuelta aí terminou.
De salientar as desistências de Angel Casero (vencedor em 2001), Isidro Nozal e de Aitor Osa, este útlimo vítima de uma queda.
No primeiro embate nos Pirinéus, Mancebo triunfou, superiorizando-se sobre a linha de meta a Heras e Menchov.

Uma grande etapa onde foi possível verificar que o Russo está mesmo em condições de fazer perigar a 4ª vitória de Heras.
Quanto a Azevedo, trabalhou muito para Manuel Beltran, partindo o pelotão na 2ªcontagem de montanha do dia, mas perdeu novamente bastante tempo.
Hoje temos mais uma etapa, recheada de montanha daquelas que o povo gosta, não percam.

Classificação Geral
1- Denis Menchov
2-Roberto Heras: a 47 s
3- Francisco Mancebo: 1:53s

05 setembro, 2005

O Derby

Joga-se este fim-de-semana o primeiro grande jogo da liga Betadine que opõe os velhos rivais de Lisboa, Sporting e Benfica.

Vai ser, certamente, um encontro com novidades: o Sporting garantiu a aquisição de Wender e João Alves, duas pedras basilares da equipa do Braga, tendo vendido Rochemback ao Boro(o brasileiro poderia ter tido uma rentabilização ainda maior: bastava cortá-lo em dois que tínhamos 2 Rocas com 75 quilos cada um).

O Benfica contratou um nº 10, o grego Karagounis, que conhece bem Portugal, território onde defendeu um golo iminente da nossa selecção, em Aveiro, com um voo espectacular a tirar a bola em cima da linha com as mãos, para depois mais tarde nos lixar ao abrir o activo no Dragão com um remate para a baliza do Labreca. O outro reforço é Fabrizio Miccoli, um ponta-de-lança de metro e 68, altura que deverá dar muito jeito para passar por baixo das pernas do Luisão durante os treinos ou mesmo para pagar um bilhete de criança aquando da ida aos jogos. O capitão Simão acabou por não agarrar a oportunidade em Inglaterra, o que, na nossa opinião, foi um mau negócio, visto que o jogador, apesar da sua regularidade ao longo das épocas, nunca atingiu um nível de competitividade elevado em jogos perante adversários de maior renome, querendo com isto dizer que Simão claudica sempre que joga em ambientes de maior pressão, quer pela selecção quer pelo Benfica.

Relativamente ao jogo propriamente dito não podemos apontar um favorito. Neste tipo de encontros nunca existem equipas com maior probabilidade de vencer, especialmente quando de um lado temos um campeão nacional que não consegue ganhar a ninguém e do outro uma equipa orientada pelo Peseiro. Porém, avaliando potencialidades, podemos dizer que os leões possuem um meio-campo fortíssimo, agora com as alas reforçadas. Moutinho é muitíssimo talentoso e muito forte psicologicamente, Custódio é regular e eficiente, Douala é essencial para o apoio aos pontas-de-lança , João Alves dá uma grande ajuda na transposição defesa-ataque e Wender é muito importante se for implementado o tão falado novo sistema de jogo com dois extremos. Nelson tem uma grande oportunidade para se afirmar definitivamente como titular e os centrais Beto e Polga têm de mostrar uma segurança muito maior que a habitual. Liedson e Deivid parece que se começam a entender, depois de analisado o jogo com o Marítimo.
Na equipa da luz o ponto forte parecem ser os centrais: Ricardo Rocha, Luisão e Anderson(este, ainda assim, a precisar de mostrar trabalho) dispensam apresentações. Na direita do sector defensivo jogará provavelmente Nelson( quem disse ao João Pereira que ele sabia jogar à bola?) e na esquerda Dos Santos, isto se o Pato Donald não utilizar um sistema de 3 centrais. No centro do terreno, o promissor Manuel Fernandes é referenciado com um futuro lugar no banco em prol da entrada de Karagounis(que não deverá aparecer no 11 inicial do derby). No ataque Miccoli actuará, provavelmente, mais encostado à linha, enquanto Nuno Gomes continua como o ponta-de-lança dos encarnados.
A Malta da Tropa deseja que se realize um bom espectáculo no próximo Sábado com todos os amantes do desporto rei a apreciar este evento acompanhados de uma sandes de coirato e uma cerveja fresquinha. Quanto a mim estarei no estádio como jornalista do blog e, posteriormente, um dos membros irá postar a análise final a este grande jogo de inicio de época.